No dia seguinte, ao amanhecer, as crianças percebem que está caindo uma chuva muito forte lá fora.

–Gente, que chuva é essa?- exclamou Daniel.

–Caramba, deve ter começado faz muito tempo, porque o chão está todo alagado.- disse Maria Joaquina.

–Será que vamos ter provas assim mesmo?- perguntou Chaves.

–Acho que não, com esse lamaçal todo é impossível!

E, mal Maria Joaquina disse isso, ouviu-se uma voz ao megafone:

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Atenção crianças, devido à chuva intensa que está caindo, vocês estão liberados da prova por enquanto, pois mesmo que a chuva pare ainda hoje, a lama continuará aqui e isso não é bom, podem ir tomar café, mas por recomendação, não saiam das cabanas, isso é tudo!- era a voz de Seu Campos.

A turma toda ficou feliz e triste ao mesmo tempo, pois embora eles tivessem felizes de ter um dia de folga, no fundo eles queriam ter podido fazer a prova do dia, porque se eles não poderiam fazer nenhuma prova ou gincana, o que eles poderiam fazer por lá?

–É gente, pelo visto, teremos que ficar aqui na cabana o dia inteiro.- falou Alícia.

–Isso isso isso.- respondeu Chaves.

–Bom, acho que tem uma maneira de nos divertirmos aqui, não?- disse Paulo.

–Sério? Como?- falou Alícia, animada.

–Não sabe?

–Não.

–Tem sete letras.

–...- Alícia abriu a boca duas vezes, mas não encontrou a resposta.

–NUTELLA!!- berrou Paulo com um sorriso enorme no rosto e tirando um pote de Nutella da mochila.

–Não acredito, sério?- animou-se Alícia.

–Mandou bem Paulo!- falou Mário.

–O que é Nutella?- perguntou Chaves.

–Nunca provou Nutella Chaves?- falou Mário.

Ele negou com a cabeça.

–Pois você precisa provar agora, vem com a gente!- completou Mário, puxando Chaves pelo braço.

–Não obrigado, prefiro um sanduíche de presunto.

–Tem certeza?

–Tenho, mas mesmo assim eu agradeço.

E assim, Chaves se dirigiu para o refeitório, onde quis fazer seu amado sanduíche de presunto e os outros foram atrás dele. Mas, ao notar que não havia presunto ali, ficou chateado.

–O que foi Chavinho?- perguntou Chiquinha.

–Eu quero fazer um sanduíche de presunto.- respondeu ele.

–Sim, nós já sabemos, e daí?

–Daí que não tem presunto.

–Puxa Chavinho, que azar.- lamentou Malicha.

–E falando nisso, essa geladeira está bem vazia, acho que devíamos falar com o Seu Campos pra comprar mais coisas para abastecer a geladeira novamente.- disse Nhonho.

–Não tem problema não, a gente pode dar um jeito nisso.- falou Chiquinha.

Todos saíram do refeitório, tentando encontrar um lugar onde pudesse ter presunto. Assim, entraram por uma porta que ficava nos fundos da cabana e dava acesso à casa de Seu Campos, para o caso de algum acidente acontecer com algum aluno, alguém poderá chegar rápido à casa dele, ainda mais porque ele era o responsável por tudo aquilo em volta. Mas todos ficaram frustrados ao não encontrarem Seu Campos lá.

–Vô, onde o senhor está?- chamou Alícia.

–Vamos procurá-lo em outro canto, ele pode estar por aqui.- falou Paulo.

Todos passaram um tempo procurando Seu Campos, procuraram em tudo quanto era canto na casa dele, todos os cômodos, mas nada.

–Ele não está aqui.- falou Daniel.

–Já procuramos em todos os lugares e nada.- disse Paulo.

–Bom, ele deve ter saído para resolver algumas coisas, em pouco tempo ele já volta.- afirmou Alícia.

–Acho que podemos esperar ele chegar, o que tinha na geladeira era o suficiente para alimentar todos nós.

–Claro né, o Seu Campos nunca deixaria a gente com fome.- disse Mário.

–Então vamos voltar, quando o Seu Campos chegar, a gente fala com ele.- falou Paulo e todos concordaram.

Enquanto todos estavam procurando Seu Campos na casa dele, Chaves logo se lembrou que não havia procurado o presunto na geladeira, onde o presunto era guardado.

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–Ah, é claro que presunto é algo que se guarda na geladeira e eu nem procurei.- ele disse pra ele mesmo, abrindo a geladeira.

Mas lá na geladeira não tinha nenhum presunto, no entanto, tinha uma coisa que fez seus olhos brilharem: uma deliciosa torta de maçã.

–Nossa, que delícia.- disse Chaves, pegando a torta e colocando na mesa do refeitório. Sem conseguir resistir, mesmo não sendo mais um morto de fome, ele pegou a torta na mão mesmo e começou a comer com uma voracidade muito grande, como não fazia há muito tempo.

Ele ficou lá, sozinho, por muito tempo, comendo a torta sozinho, sem ninguém vê-lo. Quando acabou, ele logo percebeu o que fez e decide fingir que não houve nada.

–Preciso esconder isso.- pensou ele, tentando esconder o restante da torta em algum lugar, até que encontrou uma lata de lixo. Sem pensar duas vezes, enfiou os restos da torta lá e foi ao banheiro limpar a boca que havia ficado suja de torta de maçã.

Ao sair, ele encontra todos voltando para a cabana e logo eles avisam:

–Chavinho, não encontramos o Seu Campos, vamos ter que nos contentar com o que já tem aqui.- disse Alícia.

–Tudo bem gente, por mim tá ótimo.- respondeu ele e logo todos estavam sentados na mesa tomando café.

–Está uma delícia esse café hein?- elogiou Paulo.

–Está mesmo.- disse Alícia.

–Quem será que faz a comida toda daqui?- perguntou Marcelina.

–Bom, isso teremos que perguntar isso ao Alan ou ao Seu Campos.- disse Mário.

Enquanto isso, os membros do time roxo estão ainda sonolentos e escovando os dentes quando ouviram a voz de Seu Campos no megafone.

–Puxa, um dia de folga, que maravilha!- disse Jaime, se jogando na cama novamente.

–Deixa de ser preguiçoso Jaime!- reclamou Jorge.

–Me deixa Jorge.

–Tudo bem, mas depois não reclame quando a comida acabar.

Jaime levantou num pulo.

–JÁ ACORDEI, NÃO COMECEM SEM MIM!!- gritou ele, correndo e Jorge e Quico riram dele.

–Boa Jorge!- disse Quico, ainda rindo.

–Não teve graça!- falou Jaime, irritado.

E logo, todos começaram a comer também.

O resto do dia foi tedioso, Paulo não tinha levado o videogame dele para o acampamento e também lá não tinha sinal de celular, o que dificultava seriamente algo que pudesse fazê-lo se livrar do tédio. Maria Joaquina era a única que se divertia, pois mesmo sem internet e sem poder falar com sua mãe, ela tirava selfies a todo momento, ora tirava fotos sozinha, ora tirava com Daniel, ora tirava com as amigas. Algo que às vezes irritava as meninas, menos Daniel, que entendia perfeitamente o que ela fazia.

Quando já haviam se passado várias horas, a chuva agora já não era tão forte, mas ainda continuava molhando bastante o solo cheio de terra, impedindo-os de sair da cabana. Então, Paulo, que estava ouvindo músicas em seu celular, abriu uma gaveta para poder guardá-lo e encontrou vários DVD's guardados ali dentro. Assim, ele teve uma ideia:

–Gente, vamos assistir um filme pra espantar o tédio?- disse Paulo.

–Eu tô nessa, mas que filme?- falou Alícia.

–Que tal esse?

Paulo retirou um DVD debaixo do braço e logo mostrou que era mais um daqueles filmes de ficção científica, chamado de "O Exterminador do Futuro 4".

–Nada disso Paulo, vamos ver esse aqui.- disse Carmen.

–"A culpa é das estrelas"? Só pode estar brincando comigo né Carmen?- zombou ele.

–Não, eu realmente quero muito ver esse filme.

–Sai fora, não assisto isso não.

–Calma Paulo, não precisa fazer esse escândalo.- falou Jaime - Aqui tem um que eu acho que todos vão gostar.

–Qual?

–"A esperança - parte 2".

–O que vocês acham?

Ninguém protestou, assim, Daniel, Maria Joaquina, Mário, Marcelina, Paulo, Alícia, Jaime e Carmen se sentaram no sofá da sala e ficaram assistindo o filme escolhido, enquanto os outros preferiram ficar no quarto conversando, exceto Luíza, que estava sentada no alpendre, observando a chuva. Ao ver a garota lá, Cirilo decide ir até lá e puxar assunto com ela para que todos possam ficar mais à vontade. Ele saiu do quarto de fininho, passou pela sala silenciosamente e abriu a porta de saída.