Maktub

Capitulo 26:


Estranhei ao chegar em casa e ser recebida pelo silencio, a casa estava completamente silenciosa e aparentemente vazia embora a luz da sala estivesse acessa, tranquei a porta e subi direto para o quarto e assim que entrei ouvi o barulho do chuveiro indicando que meu marido estava em casa. Segui direto para o closet onde guardei minha mochila, e como esperado vi o terno dele jogado sobre o puff não que ele fosse bagunceiro, mas ele tinha o costume de deixar o terno ou casaco sobre o puff ou sobre a cama assim como a carteira e chaves em cima da primeira mesa que visse ao tirar do bolso. Peguei o terno e pendurei no lugar no lado dele do closet antes de tirar os sapatos assim que fui novamente em direção ao quarto vi Peeta com a toalha enrolada na cintura saindo do banheiro e acabei fixando o olhar nele por um momento, os cabelos molhados e o corpo ligeiramente úmido era de fato uma bela visão, ele sem duvida era lindo e vê-lo ali tão perto mexia comigo.

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— Já chegou, achei que ficaria até mais tarde na casa da Annie – ele comentou e desviei o olhar sem graça embora ele não tenha ficado nem um pouco tímido com a minha presença. Peeta me respeitava muito e logo nas primeiras semanas notei o quanto ele tentava sempre se trocar no banheiro ou no closet para que eu não ficasse constrangida, mas dividindo um quarto essa não era a primeira vez que eu o via apenas de toalha.

— Conseguimos terminar o trabalho mais cedo do que o esperado – ele passou em direção ao closet para se trocar e eu me apresei em me afastar indo para a outra extremidade do quarto – Onde estão todos?

— Meus pais foram com a Prim e o Denis ao cinema – eu havia me esquecido completamente da estreia de um filme que minha irmã e Denis vinham falando a semanas e que meus sogros ficaram de leva-los já que eles também queriam assistir – Cecelia esta de folga hoje e Delly tem um encontro com Thresh, alias acho que preciso ter uma conversa com Thresh sobre ficar saindo com Delly e não assumir um namoro, ou melhor vou comentar com meu pai e deixar ele fazer o trabalho sujo.

— Você é cruel, se seu pai for falar com ele Thresh vai ficar apavorado é capaz que peça Delly em casamento só para se livrar dele – brinquei e ouvi a risada dele - Eu me esqueci completamente dessa estreia acredita.

— Como você conseguiu Prim e Denis não falam em outra coisa ultimamente, confesso que até eu fiquei curioso para ir ver esse filme.

— Não faço ideia . Vamos sair? – perguntei mesmo estando realmente querendo ficar em casa. A semana tinha sido um caos com todos os trabalhos escolares e a decoração da casa, além do mais não queria ariscar encontrar com Gale, o universo parecia ter me dado uma folga e não havia visto ele desde o jantar a uma semana.

— Você se importa de ficarmos em casa hoje? – ele parecia estar lendo meus pensamentos e sorri feliz - Pensei em fazer algo para o jantar e ver um filme, mas se você preferir sair para jantar fora tudo bem.

— Não, gosto da ideia de ficar em casa – segui em direção ao banheiro para um banho e quando sai o quarto estava vazio, coloquei uma roupa simples para ficar em casa mesmo. Desci as escadas e assim que entrei na cozinha me surpreendi com Peeta cortando alguma coisa na bancada enquanto algumas panelas estavam no fogão – Eu posso fazer algo para o jantar – ofereci embora ele aparentasse estar com tudo sob controle.

— Pode deixar comigo – ele sorriu – Hoje você vai experimentar a melhor macarronada da sua vida.

— Tem certeza? – nos últimos meses eu só tinha visto ele na cozinha quando ele estava comendo, conversado com Delly ou perturbando Cecelia .

— Tenho. Vinho? – ofereceu então reparei a taça em cima do balcão.

— Você sabe que não sou uma apreciadora de vinhos – disse me sentando no banco em frente ao balcão.

— Acho que esse você vai gostar – ele estendeu a própria taça e acabei aceitando e diferente do que esperava gostei do sabor.

— É bom – admiti devolvendo a taça para ele.

— Eu sabia que ia gostar é rosé – ele pegou outra taça no armário – Só não conta para o seu avô – olhei a garrafa que estava na mão dele e vi que o vinho não era do vinhedo do meu avô e não pude deixar de rir.

— Seu segredo esta seguro comigo – aceitei a taça que ele me entregou e fiquei observando enquanto ele continuava a cozinhar, confesso que era bonito de ver. Peeta usava uma roupa simples, os cabelos ainda molhados do banho e cozinhava com simplicidade e calma, olhando as panelas e cortando as coisas com tanta naturalidade que olhando ele assim parecia que era algo que fazia todos os dias. Fiquei ali na cozinha conversando e tomando lentamente minha taça de vinho enquanto ele cozinhava e em menos de uma hora estávamos jantando no balcão da cozinha mesmo – Esta realmente bom. Casei com um talento da culinária e não sabia.

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— Não se iluda, não sou um talento da culinária para ser sincero essa é minha especialidade, ou melhor a única coisa que vale a pena comer que eu sei fazer, mas consigo me virar na cozinha com o básico.

— Sempre modesto.

— Acredite não é modéstia, eu aprendi o básico com uma grande cozinheira incluindo essa receita incrível.

— Essa cozinheira seria a Effie? – não conseguia imaginar minha sogra em uma cozinha, mas arrisquei o palpite.

— Não. Acredite minha mãe passa longe da cozinha. Eu aprendi com a Maysilee, a mãe da Delly – ele sorriu – Você teria gostado de conhece-la ela era uma mulher incrível e cozinhava como ninguém. Então quando eu tinha uns 10 anos ela começou a ensinar a Delly a cozinhar e disse que eu devia aprender também eu não gostei muito da ideia na época, mas ela dizia que não iria admitir que quando eu fosse para a faculdade vivesse de comida congelada então acabei cedendo e no fim acabei gostando de aprender algumas coisas já que normalmente acabávamos fazendo era bagunça, porém aprendi a me virar e Delly aprendeu quase tudo com ela exceto essa macarronada que eu faço melhor que ela, embora ela negue até hoje mesmo Maysilee dizendo que era meu melhor prato.

— Ela parece ter sido uma ótima pessoa – por um momento consegui imaginar um Peeta com 10 anos fazendo bagunça naquela cozinha enquanto supostamente aprendia a cozinhar.

— Ela era, Maysilee começou a trabalhar aqui quando meu pai voltou a morar no 12 quando ainda era solteiro e foi praticamente uma segunda mãe para mim ela dava bronca pegava no pé, assim como dava carinho e protegia eu realmente sinto falta dela – era possível ver sinceridade em seu rosto – Ele odiava aviões, mas quando eu me formei no colégio ela foi até a Capital ver minha formatura e as palavras exatas dela no dia foram “Espero que suas notas finais tenham sido boas, porque só você pra me fazer entrar naquela coisa” – ele sorriu com a lembrança - Foi a ultima vez que eu vi ela – ele fitou o prato por um momento – Ela morreu naquele verão, e eu estava no meio da minha viagem de formatura foi realmente inesperado.

— Eu sinto muito

— Esta tudo bem agora, ela odiava ver as pessoas tristes então quando penso nela prefiro lembrar das diversas broncas que recebia e de como ela sorria.

— Quem diria que Peeta Mellark era de aprontar na infância – ele riu

— Eu tive minha fase arteiro – ele começou a falar sobre suas travessuras de criança, e pude ver o quanto ele aproveitou essa fase da vida dele e de certo modo entender essa amizade entre ele e Delly assim como a carinho que meus sogros tinham com os dois Cartwright, a mãe deles trabalhou ali por anos e os dois cresceram naquela casa.

— Você realmente caiu metade da escada e não quebrou nada? – perguntei enquanto colocava os pratos na lava-louça após terminarmos o jantar.

— Acredite eu rolei metade dela e não tive um arranhão, mamãe quase teve um infarto – ele se aproximou e se recostou na pia – Sempre fui forte – não resisti e belisquei de leve o braço dele fazendo ele reclamar.

— Muito forte - brinquei

— Engraçadinha você – ele tinha um sorriso realmente lindo.

— Que filme vamos ver?

— Não faço ideia, mas poderia ser algum de terror.

— Não mesmo, não estou com vontade de ficar levando sustos.

— Vamos lá você pode me abraçar se quiser, isso inclui a hora de dormir.

— Não – eu odiava filmes de terror, nunca entendi a graça que as pessoas viam em levar sustos ou ver assassinos, psicopatas e monstros fazendo atos hediondos na tela

— Porque não, vai dizer que não gosta do meu abraço – ele me puxou de leve me abraçando em seguida.

— Claro que gosto do seu abraço – de fato eu gostava, o perfume dele era inebriante e os braços dele me davam a sensação de conforto e proteção.

— Isso é bom – ele se aproximou beijando meus lábios – Porque eu adoro abraçar você – nos beijamos novamente um beijo lento e carinhoso que foi se aprofundando aos poucos trazendo com ele uma sensação inexplicável e prazerosa. Senti as mãos dele me erguerem com facilidade e no instante seguinte me vi sentada no mármore do balcão com ele colado em meu corpo, minhas mãos deslizavam entre o cabelo e o pescoço dele enquanto sentia as mãos dele na minha coxa e cintura e mesmo que o toque dele fosse por cima da minha roupa a sensação era de quero mais eu queria mais dessa sensação eu queria continuar sentindo ele assim próximo, queria esquecer o mundo e só sentir – Acho melhor parar agora – ele disse em meio aos beijos e não era preciso conhece-lo muito para notar que ele pronunciou as palavras com pesar.

— Você quer parar? – estava obvio que ele não queria, mas eu sabia que ele pararia assim mesmo se eu pedisse eu o conhecia o suficiente para confiar que ele jamais faria algo contra minha vontade.

— Não, mas vai ser muito frustrante quando pararmos em alguns minutos – ele disse ainda me beijando.

— Não vamos parar – as palavras saíram intuitivamente e fizeram ele parar de me beijar na hora e olhar nos meus olhos como se quisesse ter certeza das minhas palavras e olhando o azul intenso dos olhos dele tive a certeza que eu queria mais. Peeta havia me respeitado durante os últimos meses e sei que se eu quisesse ele esperaria ainda mais – Eu quero ir adiante, eu estou pronta se você estiver – não havia motivos para não continuar eu já havia pensado demais afinal ele é meu marido, eu o conhecia, confiava nele, gostava de estar com ele, meu corpo gostava do toque dele e das sensações que ele me proporcionava. E eu havia prometido para mim mesma que faria esse casamento funcionar e que tentaria ser feliz e era isso que iria fazer.

— Você tem certeza? – ele perguntou e como resposta o beijei novamente com mais intensidade e ele rapidamente correspondeu, suas mãos deslizando vagarosamente pelo meu corpo proporcionando sensações incríveis e no momento que senti seus lábios beijarem lentamente meu pescoço senti meu corpo se arrepiar, Peeta Mellark estava virando minha perdição se eu tivesse tomado mais vinho quem sabe eu poderia dizer que era culpa da bebida, mas não era eu estava lucida. Não sei ao certo como chegamos ao nosso quarto, mas ele não deixou de me beijar em nenhum momento enquanto caminhava comigo em direção ao segundo andar parando apenas após me colocar na cama e ir fechar a porta.

E eu sabia que não me arrependeria dessa decisão antes mesmo dele tirar a camisa e se juntar a mim na cama beijando lentamente meu pescoço e me tirando totalmente a razão.