Maktub

Capitulo 01:


Cheguei o mais rápido que pude até aquele ponto já tão conhecido da floresta, e embora pudesse jurar estar atrasada não encontrei ninguém, joguei minha mochila no chão próximo a uma árvore e me recostei na mesma consultando as horas no relógio, ele realmente estava atrasado, só esperava que não demorasse muito eu precisava chegar em casa o quanto antes ou meu avô poderia fazer perguntas e devo confessar que nunca fui uma boa mentirosa.

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Alguns minutos depois pude ouvir alguns galhos quebrando no chão então olhei naquela direção e lá estava ele, um sorriso lindo embora estivesse obvio o cansaço em seu rosto. Ele abriu os braços e foi o suficiente para que eu corresse em sua direção e pulasse em seus braços, nada mais importava naquele momento apenas que estávamos juntos ali, o beijo que recebi em seguida veio junto com toda a saudade que sentíamos um do outro.

– Feliz Aniversario – foi a primeira coisa que ele disse após separar meus lábios do dele – Dezoito anos não acredito Catnip enfim você é maior de idade agora.

– Eu não estou acreditando também, eu não via a hora desse dia chegar – aquela era a mais pura verdade já que nos últimos anos vinha esperando por esse momento principalmente durante os últimos quinze meses quando começamos a namorar.

– Sabe o que isso significa? – concordei com a cabeça ainda sorrindo – Podemos casar, ninguém incluindo seu avô pode impedir a gente agora.

– Eu sei, eu temi tanto que ele voltasse antes desse dia, que não pudéssemos fazer nada, mas a sorte parece estar ao nosso favor afinal – ele era o que meu avô chamava de meu “noivo” o cara que eu estava prometida a anos em um acordo feito pelo meu avô alguns dias depois de receber minha guarda – Agora posso contar sobre nós para Prim.

– E vamos aproveitar isso e casar logo, vou falar com a minha mãe também eu tenho certeza que ela vai apoiar e vai recebe-la muito bem lá em casa – não duvidava disso Hazelle era uma das pessoas mais gentis que conhecia, além de ser um verdadeiro exemplo sendo uma mulher forte e decidida que criava os quatro filhos sozinha desde a morte do marido a mais de oito anos – E eu tenho um presente para você.

– Gale não precisava – eu nunca me importei em ganhar presentes ou não dele, sabia o quanto a situação financeira dele era complicada e embora ele trabalhasse muito para ajudar Hazelle com as despesas da casa as coisas eram difíceis e eu sabia que com nosso casamento só complicaria mais já que até eu conseguir um emprego seria mais uma pessoa para gerar despesas na casa, mas assim que eu conseguisse um emprego tinha planos de além de ajudar nas despesas da casa levar Prim para morar comigo e embora a vida fosse mudar muito para ela sabia que ela viria morar conosco com toda certeza.

– Mas eu queria, não tem muito valor, mas espero que você goste – ele tirou do bolso da calça um saquinho de veludo e estendeu para mim, pegue com cuidado e tirei de dentro dele uma delicada pulseira de prata com um pingente de coração – Eu queria poder te dar um anel desses caros de noivado ou uma pulseira de ouro, mas ...

– É linda – sorri e estendi o pulso esquerdo para que ele colocasse em mim, para mim não importava o quanto tinha custado se era uma bijuteria ou não, era um presente dele e isso fazia com que tivesse um valor maior do que qualquer joia.

– Katniss – estranhei ele usar meu nome ao invés do apelido único que ele sempre usava para falar comigo – Sei que hoje não é dia para esse tipo de conversa mais – senti que ele estava realmente tenso e estranhei Gale costumava ficar relaxado quando estávamos sozinhos na floresta – Eu não posso dar a você um belo casamento ou uma aliança, muito menos uma casa grande como a sua, mesmo que eu seja convocado.

– Gale eu não me importo – aquilo era verdade eu o amava e preferia mil vezes viver na pequena casa dos Hawthorne e ser feliz com ele do que continuar vivendo naquela casa enorme e cheia de mentiras que vivia desde os meus dez anos.

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– Você precisa ter certeza de que assinar um papel escondida no edifício da justiça é o suficiente para você, eu te amo e juro que vou fazer meu melhor por nós, mas não tenho nada de valor a oferecer nem a você nem ao seu avô.

– Gale você sabe o quanto acho ultrapassado essa ideia de dote, quero me casar com você porque eu te amo, não me importo se pode ou não pagar meu avô eu não sou um objeto a venda que ele pode vender para quem quer pagar mais – já havíamos tido aquele tipo de conversa varias vezes ao longo dos últimos meses.

– Isso é tradição você sabe disso – embora não viesse de uma família tradicional Gale parecia se importar mais com isso do que a maioria das famílias tradicionais que eu conhecia.

Essa era a parte que mais odiava por fazer parte das famílias tradicionais do distrito Doze, não que meu avô seguisse todas as tradições antigas que algumas famílias ainda seguiam por toda Panem na verdade ele só seguia aquelas que lhe traziam algum lucro ou beneficio como a de receber um dote altíssimo para casar as mulheres da família com bons partidos.

– Não me importo com tradições, muito menos com joias e com uma cerimonia de casamento luxuosa – olhei diretamente em seus olhos – A única coisa que me importo é em ser sua mulher para que ninguém possa nós separar entende isso – ele confirmou com a cabeça e beijou novamente meus lábios – Eu preciso ir agora – detestava ter que deixa-lo assim tão rápido, mas não podia arriscar ser descoberta faltando tão pouco para oficializarmos nossa união.

– Eu sei, não vejo a hora disso acabar e poder sair segurando sua mão por todo o distrito.

– Falta pouco agora, e obrigada pelo presente eu adorei vou usa-lo sempre a partir de agora – peguei minha mochila no chão e me despedi dele com um beijo antes de seguir apressada em direção a cerca que separava o distrito da floresta.

A floresta não era um lugar proibido, mas por segurança havia uma cerca para manter os animais longe, ao redor das grandes árvores que guardavam uma beleza única ficava uma bela e bem cuidada campina, embora quase nenhum animal selvagem viesse aquela parte inicial da floresta onde eu estava a pouco, eu mesma nunca tinha encontrado nenhum , poucas pessoas se aventuravam entrar floresta a dentro embora a campina fosse um lugar bem visitado principalmente nos finais de semana por famílias e casais que buscavam aproveitar um dia de sol agradável.

Cheguei em casa no horário habitual já que todos os dias mesmo que não fosse me encontrar com Gale voltava para casa lentamente passando em diversos lugares pelo caminho para manter ao máximo os horários iguais aos dias que o encontrava escondido. Como sempre fui recebida pelo silencio costumeiro, a casa era sempre silenciosa e pouco acolhedora, lembro-me de muitas vezes temer aquele lugar na infância, meu avô sempre gostou de silencio e ordem dessa forma a casa excessivamente grande para três pessoas era sempre silenciosa e impecavelmente arrumada.

Os moveis antigos e bem distribuídos eram todos em cores escuras assim como grande parte das paredes do andar de baixo, as grandes cortinas que cobriam todas as janelas ficavam quase todas fechadas deixando pouca luz entrar nos cômodos, subi a escada em direção ao meu quarto fechando a porta assim que entrei, aquele era o lugar onde eu mais ficava, meu refugio cheio de luz onde minha cortina vivia aberta iluminando o ambiente que embora não tivesse meu estilo era o mais próximo de um lar que eu havia chegado desde o acidente que matou meu pai e me obrigou a viver com meu avô.

– Katniss – Prim entrou em meu quarto como de costume sorrindo e se jogou na minha cama, quem não nós conhecia nunca diria que éramos irmãs, Prim era a copia da minha mãe os cabelos loiros e olhos azuis e eu agradecia todos os dias por isso já que por se parecer com mamãe meu avô era mais tolerante com ela, eu por outro lado tinha todos os traços do meu pai, cabelos pretos e olhos acinzentados era a lembrança viva da única vez que minha mãe desobedeceu meu avô.

– Ei Prim chegou cedo hoje – por estudar em outra escola minha irmã mais nova saia uma hora mais tarde que eu.

– Não tive a ultima aula hoje, o que é bom assim posso ajudar Lavinia com seu jantar de aniversario – a animação da minha irmã era contagiante a maioria das vezes, Prim era uma pessoa única e cativante não tinha como não gostar da minha pequena irmã, para mim ela era tudo a única família de verdade que eu tinha já que considerar mamãe era algo cada dia mais difícil, eu praticamente tinha criado minha irmã que tinha apenas dois anos quando o acidente aconteceu.

– Não precisa de jantar de aniversario Prim – ela e Lavinia já haviam me acordado aquela manhã com um café de aniversario escondido em meu quarto.

– É claro que precisa só se faz dezoito anos uma vez – aquilo era o que ela sempre dizia, estava prestes a responder quando ouvi batidas na porta e Lavinia entrou.

– Srta. Everdeen seu avô esta chamando. – senti uma sensação estranha, meu avô nunca mandava me chamar, arrumei rapidamente minha roupa tentando tirar os amaçados e desci rapidamente em direção ao escritório onde sabia que ele estaria, se havia algo que ele não gostava era de esperar.

Bati na porta e entrei após ouvir a permissão para entrar, então pude vê-lo sentado lendo alguns papeis concentrado na mesa em meio as paredes cheias de livros, seu consiglieri como eu costumava chamar seu mais fiel empregado estava no lugar de sempre ao seu lado direito em pé. Olhei meu avô por um momento os cabelos brancos e a pele clara, a barba também branca a verdade é que se não fosse pelo olhar frio e atitudes de um ditador Coriolanus Snow poderia se passar por um senhor bondoso para aqueles que não o conheciam.

– O senhor mandou me chamar – ele não desviou os olhos do que lia, mas respondeu.

– Sim, sente-se – sentei na cadeira de frente para ele, o coração acelerado fiquei em silencio por alguns minutos – Crane espero que você resolva isso ainda hoje – ele não olhou em nenhum momento para o homem parado ao seu lado enquanto falava, mas pelo tom usado obviamente Seneca não ousaria contestar meu avô, ele nunca contestava.

– Sim Sr. Ainda hoje tudo estará resolvido.

– Assim espero, pode ir – observei enquanto ele saia sem falar nada e continuei esperando meu avô terminar o que estava lendo e iniciar o assunto que precisava tratar comigo – Katniss enfim hoje você faz dezoito anos, uma idade importante devo ressaltar já pode se considerar uma mulher responsável pelas suas próprias decisões – segundo as leis de Panem aos dezoito anos eu passava a responder por mim, daquele dia em diante não era mais responsabilidade do meu avô ele não assinava mais nada por mim – Como você agora é adulta acredito que tenho o dever de deixar as coisas claras para você já que vai fazer suas próprias escolhas daqui pra frente, então vamos falar somente a verdade daqui pra frente sem mentiras ou joguinhos certo? – aquela conversa não acabaria bem, algo dentro de mim sabia disso no momento em que soube que ele queria falar comigo – Certo Katniss?

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– Certo

– Ótimo temos um trato então – ele se recostou na cadeira e olhou diretamente em meus olhos, então as palavras a seguir fizeram meu coração parar por alguns segundos – Vamos começar eliminando as mentiras existentes e falar sobre seu relacionamento com Gale Hawthorne.