Ele não acreditou quando a viu no noticiário em horário nobre. Com o rosto ainda coberto de sangue, as mãos trêmulas e a respiração ofegante, ela tentava explicar ao país inteiro a falha que havia custado à vida de centenas de pessoas.

Já fazia alguns anos que Stella tinha ido chefiar o laboratório de Nova Orleans. Ela aparentava estar feliz e bem sucedida em todas as outras entrevistas dadas a imprensa, e os números comprovavam isso, o laboratório chefiado por ela era o segundo melhor do país. Ela estava feliz, ele sabia disso, ou pelo menos achava que sabia, até vê-la no noticiário naquela noite.

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Mac havia marcado um jantar no apartamento de Jô a mulher que vinha substituindo Stella, os dois tentavam solucionar um caso complicado que vinha tomando o dia de toda a equipe. Quando a imagem de Stella surgiu na tela da televisão, ambos ficaram surpresos, e Mac, preocupado.

– Estamos aqui com a chefe do laboratório de NO, Stella Bonasera, explique para nós como o segundo melhor laboratório do mundo pode por em risco a segurança de todo país. A repórter pedia enquanto Stella em meio às lágrimas buscava por ajuda.

– Eu, em nome de toda a minha equipe peço desculpas a todos norte-americanos, se quiserem culpar alguém culpe a mim. Ela suplicou com lágrimas nos olhos e sangue em sua face.

Jô observava as expressões de Mac, ele parecia ter entrado em estado de choque, poderia jurar que estava tão aflito quanto à moça da reportagem que ela só conhecera por comentários de seu chefe e pelos próprios noticiários.

– Ela não teve culpa, ninguém poderia prever que um assassino como aquele colocaria uma bomba em uma usina radioativa, e atrairia ela e sua equipe para lá. Jô comentou na tentativa de iniciar uma conversa.

Mac continuava a olhar o noticiário. Stella estava sendo retirada do local por policiais, certamente sendo levada para a delegacia, a área estava sendo isolada, e os familiares das vitimas pareciam revoltados com as circunstâncias e em especial com Stella.

– Ela deveria saber, ela é treinada para isso, não poderia levá-los até aquela usina abandonada sabendo do perigo em que estariam sendo expostos. Eu quero essa mulher presa, o quanto antes, ela não merece o cargo que tem, uma policial como ela, nunca deveria ter saído da academia. – Um dos familiares das vitimas gritou.

Mac saiu da frente da televisão e colocou a mão sobre a face. Ele sabia que para Stella deveria estar sendo muito difícil. Encarar acusações injustas, ser apontada pelos outros como culpada da morte daqueles que muitas vezes ela salvou, e principalmente, estar sozinha, e não ter ninguém naquele lugar disposto a lutar com ela.

– Vai acabar tudo bem Mac. Jô sussurrou abraçando-o.

–Eu espero que sim Jô, mas prevejo dias chuvosos na vida de Stella. Mac falou observando as estrelas pela janela do apartamento de Jô.