Kazoku

Capítulo 9


Kazoku

#Nono#

– Então está tudo tranquilo para nós? - Sakura indagou ao marido enquanto sorvia o chá que havia feito momentos antes. Sasuke segurava Sarada sentada em seu colo, e a mesma não desviava o olhar do rosto do pai. Tentava tocar com a mãozinha pequena o cabelo que cobria o olho esquerdo, que possuía o Rinnegan, e ficava resmungando quando não conseguia puxá-lo. O pai era um tanto quanto maior que ela, para não falar de um gigante e uma anã.

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– Sim. Consegui resolver tudo o que precisava quando estava fora. Sem perigos agora. - Disse simplista tentando segurar a filha sentada que a todo minuto tentava se levantar e puxar os cabelos do pai. Sakura quase riu com tamanha curiosidade da Uchiha menor.

– Uma coisa que ainda não entendi, é o porque de você não ter avisado nada. Você sabe que pode contar tudo para mim, Sasuke-kun. Imagine o perigo que correríamos não sabendo de nada enquanto um inimigo vindo de não sei onde nos atacasse?!

– Eu sabia o que estava fazendo, Sakura. Pedi para cobrir a missão por justamente ser capaz de proteger vocês duas; mesmo estando longe, eu poderia estar de olho em tudo por aqui.

– Mas e o perigo, Sasuke-kun? E-Eu não suportaria te perder... - Sakura sentiu seus olhos lacrimejarem. Não podia sequer pensar na hipótese de um dia não poder mais ver o homem que mais amava.

– Não se preocupe. Eu sei me cuidar. - "E jamais abandonaria a minha família", quis acrescentar mas não o fez.

Sarada não saiu do colo do pai por nem um segundo sequer. Sempre tentava chamar atenção e fazer com que o mais velho brincasse com ela, o que arrancou algumas risadas de Sakura. Jantaram juntos e quando a filha fio dormir, se amaram, matando toda a saudade restante. As coisas seriam maravilhosas daquele dia em diante.

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Três anos e meio depois...

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– Papai...! - Sasuke acordou de supetão ao ouvir a porta se abrindo sem cerimônias e uma criança chorosa gritar por ele. Sarada pulou em cima da cama e abraçou o pai, escondendo o rostinho no peito largo dele. Havia tido um pesadelo horrível e estava tudo confuso na sua cabecinha. Sakura também havia acordado junto de Sasuke e fitou a cena com nítida confusão; não eram todas as vezes que a filha saía correndo para o quarto dos pais.

– O que aconteceu, Sarada? - O pai perguntou calmamente à filha, tentando lhe passar tranquilidade. A garotinha fungou um pouco e tentava procurar palavras para explicar o pesadelo.

– Eu 'tivo' um 'pisadelo', papai. - Sarada falou ao pai. Apesar de ainda nem ter cinco anos completos, a dicção de Sarada era muito boa. Claro que algumas palavras ainda saíam erradas, mas era normal. A maioria das crianças mal conseguia formar uma frase tão bem como ela.

– Qual foi o pesadelo? - Sasuke indagou sereno, enquanto acariciava os cabelos tão negros quanto os seus. Sarada suspirou.

– Tinha um bichão, papai. E ele quiria mim pegar. - Fungou um pouco e prosseguiu. - Aí quando ele tavo pertinho de mim, um outro bicho 'pareceu'.

– Que bicho era esse?

– Era um alve preta que tinha olho veumelho, papai. - O moreno logo pôde concluir do que se tratava. Era um corvo. Um corvo de Itachi. - Mas o alve num mim machucou, ele ficou na minha freunte e si machucou por mim. Aí dipois o alve disse que ia sempre mim proteger, de qulquer coisa. - Ela recomeçou a chorar. - Eu num quiria, papai. Ele murreu por mim, eu tenho cupa! - Sasuke ficou realmente tocado com o que lhe foi contado. De um jeito ou de outro, era exatamente sua história. Itachi fez de tudo para salvar a vila e no final, acabou morrendo pelo único irmão, mas nunca o deixou de amar.

Sakura teve a mesma reação do marido. Quem que conhecesse a história de Uchiha Itachi não ficaria tocado? E agora, a filha teve um pesadelo em que ele a protegia a custo de sua própria vida.

– Não fique assim. Você não tem culpa.

– Mas ele num mirecia isso, papai!

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– Não, não merecia. Mas você ouviu o que ele disse, o corvo sempre irá te proteger de qualquer coisa, não é?

– Uhum. - Disse engolindo as novas lágrimas.

– Lembra do tio Itachi? Pense nele como se fosse esse corvo. Toda vez que o vir, saiba que ele estará cuidando de você, tudo bem? - Sasuke secou as lágrimas remanescentes na bochecha vermelhinha e Sarada olhou-o com um sorriso.

– Tudo bem, papai! - A pequena Uchiha foi criada tendo grande admiração pelo tio. Ela acreditava que o "grande papai ninja" que Sasuke se tornou, foi graças à ele. A visão dela era bem diferente da realidade sombria, mas tinha razão quando dizia essas palavras.

Sakura aconchegou a filha no meio da cama e a pequena não demorou a dormir, com um sorriso aliviado no rosto. Ela fitou o marido e tentou imaginar o que se passava pela cabeça dele, mas como sempre, sem sucesso. Deitou-se pouco tempo depois e o moreno continuou acordado. Não sabia ao certo como se sentir. A única coisa que tinha certeza era que Itachi estava com ele a cada momento, e agora, sua filha também estaria protegida nas asas do corvo negro.

"Pois o corvo negro que um dia significou massacre, agora significava amor."