Batia meus dedos freneticamente na mesa. Não conseguia parar de olhar para o telefone, esperava pela ligação que me daria a resposta se eu poderia ou não fazer o teste. Olhei pelo apartamento vendo as caixas espalhadas pelos cantos, pois eu tinha acabado de me mudar para New York. O teste da qual eu esperava a resposta, era para um filme baseado em um livro juvenil. Eu já havia feito filmes antes, mas esse seria o mais famoso que eu poderia fazer se eu conseguir o papel. Passei a mão pelo meu cabelo castanho, já agoniado de ficar sentado. Levantei e fiquei andando pela casa em círculos. Decidi que iria fazer alguma coisa para que o tempo pudesse passar mais rápido, mas tinha certeza que não conseguiria me concentrar em nada. Fui em direção à janela para ver a paisagem que ela me proporcionava, porém, antes mesmo de chegar no mesmo, o telefone finalmente tocou. Corri para atendê-lo.

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–Alô!- berrei, mas logo depois me dei conta de que havia berrado. Limpei a garganta e falei num tom mais calmo.- Quer dizer, alô.

Eu estou falando com Jaime Bennett?- perguntou uma mulher com uma voz amigável.

–Sim, sou eu mesmo.- falei de prontidão.

Olá senhor Bennett, meu nome é Cristine Mcdomer. Aqui é da empresa Films of Books, e queremos te solicitar que o senhor pode vir até aqui para fazer o teste.- continuou a mulher.

–Ótimo! Qual é o horário que eu posso estar aí?- perguntei animado.

O senhor pode estar aqui por volta das catorze horas e trinta minutos da tarde.- respondeu.

–Muito obrigada.- falei sorrindo mesmo que ela não pudesse ver.

Não há de quê senhor Bennett. Até mais tarde.- falou.

–Até.

Desliguei o telefone e olhei para o relógio em cima da geladeira, que marcava 14:00 horas. Corri para o andar de cima e fui direto para o meu quarto, afim de me arrumar para sair. Estava tão alvoroçado, que fui direto escolher a roupa ao invés de ir ao banheiro tomar meu banho, mas por sorte, lembrei que banhar tem uma grande importância. Com pressa, peguei uma toalha limpa, pois não queria ter que ir no andar de baixo pegar a que já está em uso. Tomei um banho rápido. Optei por uma calça jeans escura e uma camiseta igualmente escura, pois nunca sairia de casa vestido com um playboyzinho para ir a um teste. Deixei meu cabelo um pouco rebelde, o que me deixava ousado. Mandei uma piscadela e um beijo para o reflexo que o espelho mostrava e desci as escadas. Olhei ao redor procurando por minha carteira e as chaves do carro. Saí de casa trancando a porta do apartamento.

Fui direto para a garagem do prédio, mandando um tchauzinho para o porteiro que sorria alegremente para mim. Dei ré no carro e buzinei para que abrissem a porta para me dar passagem. Como não sou fácil de esquecer as coisas, fui com bastante firmeza pelo caminho que havia feito semanas atrás. Cheguei rápido devido à minha falta de paciência que tenho em dirigir devagar. Andei diretamente para o prédio, sem me importar de ser atropelado pelos carros que passavam naquele momento. Fui até a recepção, onde havia uma linda mulher de cabelos castanhos e olhos cor de mel.

–Olá, eu...

–Sou Jaime Bennett?- completou o que eu ia falar.

–Bingo.- falei brincalhão.

–Olá senhor Bennett. Chegou cedo.- falou olhando para o relógio, e estranhei, pois pensei que iria chegar atrasado.- O andar que o teste irá acontecer, é o quarto.

–Obrigada.- falei sorrindo para ela.

–De nada, e boa sorte.- devolveu o sorriso.

Fui em direção ao elevador e apertei o botão para que ele viesse para térreo. Demorou para que ele viesse, mas finalmente ele apareceu. Entrei pressionei o enorme número quatro que havia na parede do bloco, a porta se fechou logo depois. Eu encostei na parede e olhei para as minhas mãos suadas. Eu tinha que relaxar, até porque eu sou bom em atuar e aprendi da pior forma que não é bom ficar nervoso, pois irá atrapalhar na hora do teste. Escutei o barulho que o forno faz quando a comida está pronta, e logo depois levantei meu olhar vendo a porta do elevador se abrir. Assim que eu saí, vi que o recinto era bem diferente do que eu imaginava. Eu pensei que teria um corredor com várias portas, sendo uma delas o estúdio, mas não era assim. Quando se saia do elevador, o lugar que você pisava já era o próprio estúdio em si. Levantei minha cabeça vendo o quão grande era o lugar de gravação, vi também as mesas com espelhos e maquiagem; as pessoas correndo pra lá e pra cá. Que saudade disso! Faz um bom tempo que eu não vejo essa cena que era bem comum em meus dias. Fui para o centro onde havia um círculo de pessoas formado para as explicações de como seria o teste.

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–Então, nós pretendemos fazer esse filme igual ao livro. Pode parecer uma coisa impossível, mas para nós não.- falou uma mulher que acho que participava da equipe de direção. Ela me olhou.

–Finalmente deu as caras, não é senhor Bennett?- falou ela com um tom normal e cruzando os braços.

–O quê? Pensei que não estivesse atrasado!- arregalei meus olhos, pois a mulher na recepção falou que eu tinha chegado cedo.

–E o senhor não chegou, mas ficou tanto tempo parado perto do elevador admirando o estúdio, que isso o fez se atrasar para as explicações.- falou sorrindo.

–Desculpe.- dei meu melhor sorriso de inocente.

Acho que tinha só três pessoas que iriam fazer o teste comigo, pois deu para entender que o elenco já estava quase formado. A mulher explicou que iria falar com nós individualmente, para que possamos entender direitinho o devemos fazer. Eu fui o último para quem ela deu explicação. Fingia estar prestando atenção para o que ela dizia, porque a maioria das coisas que ela falava eu já sabia. Olhava em seus olhos, até que algo branco ao longe me chamou a atenção. Não virei meu rosto completamente para ver o quê era, até porque estava na mesma reta que a mulher à minha frente. Wow!! Era um homem lindíssimo. Seu cabelo era branco e eu duvido que fosse de velhice. Mesmo de longe eu sabia que seus olhos eram azuis, pois eu estava enxergando o azul profundo. Ele estava encostado em uma mesa de braços cruzados, apenas observando o que acontecia naquele lugar. Seus olhos azuis vieram em minha direção em me deu um frio na barriga básico. Ele me lançou um olhar indiferente e superior. Hum... ele é metidinho... Tão metidinho que desviou o olhar rapidamente, logo depois saiu com paços calmos e distraídos.

–Entendeu?- perguntou a mulher.

–Com toda a certeza.- falei de prontidão.

–Ótimo, porque você é o primeiro.- falou me entregando o roteiro.

Fiz exatamente o que estava no papel, e sinceramente, aposto que eu já tinha o cargo. Recebi vários aplausos da "plateia", e tenho certeza que eu tinha sido melhor do que os outros que nem haviam se apresentado ainda. Agradeci e fui em direção a mulher que me deu explicação.

–Uau hein...- falou quando eu cheguei perto dela.

–É, eu sei.- falei empinado meu queixo. Ela riu, e acho que eu e essa mulher nos tornaremos grandes amigos.

–Então, já que você trabalha aqui, quem é o homem de cabelo branco que apareceu aqui mais cedo?- perguntei.

–Ah, o Jack? Ele é o autor do livro, que automaticamente, é seu chefe.- explicou.

–Ata. Onde tem água por aqui?- perguntei.

–Atrás daquela porta.- apontou para a porta que se encontrava um pouco distante.

–Valeu. Sobre o teste, vocês vão me ligar para dar a resposta?- perguntei.

–Sim.- respondeu.

–Tá bom.- me distanciei indo em direção à porta.

A verdade era que eu não estava realmente com sede. Abri a porta e dei de cara com um corredor. Bem no início do lugar, havia um bebedouro, e no meio do mesmo lugar havia uma porta. Eu sabia! Sorri e fui em direção da porta que estava no meio do corredor. Li o quê estava escrito na placa: "Sr. Jack Frost. Bati na porta duas vezes e esperei.

–Entra!- ouvi sua voz grossa.

Rodei a maçaneta e caminhei para dentro da sala. A mesma era muito bonita e grande. O tal de Jack estava do lado de cá da mesa que se instalava no meio do escritório. Ele estava de costas mexendo em alguns papéis, e nem me deu atenção. Que arrogante!

–Cof cof.- tossi para sinalizar que eu estava ali.

–Fala.- falou ainda sem olhar para mim.

–Eu quero saber quanto vai ser meu salário.- menti e ele finalmente me olhou. Seu olhar era novamente indiferente.

–Eu não sei sem se você irá trabalhar conosco, que dirá seu salário.- falou sorrindo debochado.

–Ahn... okay.- respondi sorrindo de lado.

Me aproximei lentamente. Esse chefe me deixou muito curioso, e eu estava afim de matar a minha curiosidade ali e naquele momento. O jeito dele de que não está nem aí e arrogante, me atraiu e muito. Me aproximei o bastante, até que estivesse frente a frente com ele. Peguei em seu queixo e olhei intensamente em seus olhos, ele retribuiu com um olhar mais intenso. Ele é mais lindo de perto, e a cor de seus olhos, eu não me lembro de ter visto igual. Aproximei meu rosto do dele.

–O quê pensa que está fazendo?- perguntou sem se esquivar.

–Shhhh. Silêncio.- falei sussurrando.

–Como assim silêncio?- perguntou um pouco indignado.

–Você está pensando demais. Vê se para de pensar e comece a sentir.- falei.- Eu só quero experimentar uma coisa.

Olhei para a sua boca e investi contra ela. Dei um selinho demorado, assim como ele demorou para corresponder. Senti sua mão tirar a minha de seu queixo, e se instalar na minha nuca e meu cabelo. Sorri sem desfazer o beijo com o seu ato. Segurei com força sua cintura e passei minha língua por seus lábios, pedindo passagem para explorar sua boca. Ele concedeu prontamente. Movimentei minha língua sentindo a dele que estava um tanto fria, o quê tornava o beijo mais gostoso. Explorei a boca do outro, sentindo ele fazer o mesmo em relação a mim. O beijo se tornava mais rápido a cada segundo. O beijava com bastante intensidade, e ele também fazia o mesmo, só que mais intenso. Senti à falta do ar, mas eu não queria que aquele beijo acabasse, porém, precisei desesperadamente finalizá-lo. Mordi seu lábio inferior e me separei dele. Ficamos parados recuperando o fôlego. Sorri olhando em seus olhos e comecei a me distanciar.

–Até à vista, chefe.- falei sorrindo de lado malicioso.

–Até.- respondeu, e antes de abrir a maçaneta e sair da sala, vi seu lindo sorriso mostrando os dentes.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.