Following to the Darkness

Capítulo Dezoito


Pov. Bellamy Blake

Já passaram duas semanas desde que Adelaide partiu com Jasper e tudo parece bem. Não há sinal ainda do ataque dos Grounders, o que não faz muito sentido. Abby já cogita trazer o povo de volta, o que é completamente compreensível, já fazem quase três semanas que esperamos por um ataque que não acontece. É frustrante adormecer sem saber se vai acordar no caos ou num dia normal. Chega a te fazer desejar uma guerra, que acabe com essa dúvida de uma vez.

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Não acredito que Lexa desistiria de tudo só pra me dar aquele recado, que provavelmente nem é real. Duvido que ela esteja grávida, ainda por cima de um filho meu. Clarke vem tentando conversar comigo a respeito, mas sempre mudo de assunto. Por algum motivo que eu desconheço a loira realmente acredita que a líder dos Grounders está falando a verdade e que sua falta de ataques é só mais uma prova disso.

Por incrível que pareça Adelaide estava certa: contar realmente fez tudo mais fácil. Foi difícil explicar a Raven, Abby e meus amigos mais próximos o que se passou naquele Acampamento, mas depois que o fiz, me senti aliviado, como se um peso de cem toneladas fosse tirado das minhas costas. Ás vezes alguns olhares me incomodam, contudo nada comparado a antes. Me sinto bem melhor agora, meu relacionamento com Clarke não pode estar melhor, até pode se ela parar de insistir no assunto: filho de Lexa ou como ela gosta de chamar meu filho.

É tarde da noite, quando vejo em uma das minhas rondas, uma sombra rondando o Acampamento. Me preparo para atirar quando escuto:

– Sou um comissário de Lexa, a Líder dos Grounders. Ela pede com urgência uma reunião com você: Bellamy Blake, em total segredo.

– Não me importo com Lexa. Diga a ela que o único jeito de me ver é enfrentando esse Acampamento. - Falo e me arrependo no segundo seguinte, é simplesmente imprudente demais fazer um tipo de ameaça dessas.

– A reunião será amanhã. Pense a respeito, estarei neste mesmo lugar as 03:00 da manhã. É de extrema importância que mantenha segredo e venha sozinho.

– Eu não seria tão estúpido.

– Leve sua namorada se quiser, mas não espalhe para todo o Acampamento. Só isso que ela pede, é importante. - O comissário, que eu sei bem ser Garrett, o guarda favorito da “Rainha” se afasta. Ele é louco se pensa que vou nessa reunião. É provavelmente apenas mais um emboscada da Lexa.

– O que foi isso?

– Clarke? O que faz aqui? Você deveria estar dormindo.- Digo olhando pra loira com um meio sorriso no rosto. De qualquer maneira é sempre bom vê-la.

– Tive um pesadelo e vim ver como você estava. O que foi aquilo? - Questiona ela com a cabeça inclinada na direção onde Garrett desaparecia.

– Aparentemente um comissário de Lexa.

– Isso eu escutei. Você vai?

– Obviamente não.- Não preciso pensar duas vezes, não vou me arriscar por aquela mulher.

– Eu acho que você deveria ir.

– Por quê? Pra ser torturado e traído de novo? O que você acha que ela quer comigo? - Tento controlar meu humor. Sei exatamente o que Clarke dirá em seguida.

– Garrett parecia nervoso, pode ser algo sobre o seu filho.

– Quantas vezes vou precisar dizer isso? Lexa não está grávida e se estiver duvido que o filho seja meu. E mesmo se for não quero me envolver em nada que venha dela.

– Não é se envolver em algo que veio dela. É se envolver em algo que veio de você.

– Clarke…

– Vá a reunião, se ela estiver realmente grávida nós vamos saber.

– Nós?

– Sim, eu vou com você.

– Não acho…

– Bellamy, você não pode ir sozinho. Sabe disso.

– Tudo bem. Não sei porquê eu insisto em querer discutir com você.

– Também não sei.- Responde ela e sorri.

No dia seguinte, no horário combinado eu e Clarke esperamos o comissário, que é Garrett como eu imaginei no dia anterior. O moreno não nos prende ou coloca venda nos nossos olhos. Caminhamos alguns minutos até chegarmos em uma espécie de casebre abandonado.

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Garrett não entra. Apenas faz sinal com as mãos para que entremos. Clarke segura a minha mão e sorri pra mim. Não tinha pensado nisso até agora, verei Lexa, a mulher que me torturou das piores maneiras possíveis, a mulher que me causa pesadelos até hoje. Aperto com força a mão da loira e entro. Uma hora ou outra eu teria que encará-la.

O que vejo me assusta: Lexa está sem dúvida grávida. De quatro, talvez cinco meses, paraliso por alguns segundos. Em nenhum momento cogitei a possibilidade dela realmente estar grávida, Clarke estava certa pelo visto. O que não quer dizer que a loira esteja certa sobre a paternidade, não há nada que prove que esse bebê é realmente meu.

– Por que a Rainha gostaria da nossa visita?- Sou o mais sarcástico possível. A vontade que tenho é derrubá-la, mas não posso além de estúpido seria quase desumano. Bellamy Blake não bate em mulheres grávidas.

– Eu não faria isso se realmente não estivesse desesperada. Preciso de ajuda, a criança precisa na verdade. - Sua voz é aflita, porém eu ignoro. Sua voz me lembra tudo o que eu passei em Tondc. Nada do que ela disser será capaz de me convencer.

– Se me trouxe para pedir um favor. Saiba que eu não farei nada pra você ou pra algo que venha de você, inclusive essa criança, que você insiste em dizer que é minha.

– Não estive com nenhum homem desde você, Blake. Não pediria isso, ainda mais na frente da Clarke, se não estivesse realmente desesperada. Preciso da sua ajuda.- Posso jurar que vejo lágrimas nos seus olhos, contudo ignoro novamente. Não me importo com Lexa.

– Se fosse realmente importante você teria dito a Clarke há semanas atrás.

– Você não entende. Eu não me importava ou pensava que não me importava. Acho que de algum modo eu já queria que você o salvasse quando sequestrei Clarke.

– Salvasse quem?- Pergunto perdido.

– O bebê. É isso que estou pedindo, filho de traidores não tem bons finais. São executados ainda no primeiro mês de vida. De todas as maneiras possíveis: quem decide é o conselho. Mas nenhuma morte é piedosa, eu nunca me importei com isso. Até agora, venho sentindo ele mexer, e a ideia dele ser morto assim que nascido me apavora.

– Foi você quem escolheu se deitar comigo. É sua responsabilidade.- Digo com frieza. Talvez aquela criança tenha meu sangue, porém não é meu filho. Não vou cuidar ou amar nada vindo dela.

– Bellamy…

– Se não acreditam, perguntem ao Lincoln.- Fala Lexa.

– Clarke, não ouse dizer nada. Você não tem ideia de como é isso pra mim. - Eu digo e saio daquele casebre. Não quero ver Lexa nunca mais, Clarke me segue e voltamos para Jaha em silêncio.