Nós voamos. Eu e Suni pegamos Jumba emprestado. É a nossa melhor chance de chegar até lá a tempo. Sina disse que eles estavam a oeste do porto. Quase em mar aberto.

Jumba era velho. Voávamos baixo, seriamos avistados facilmente.

— Meelo, nós conseguiremos salvar a Mira, certo? – Suni me perguntou apreensiva.

— Sim, nós vamos conseguir. – Eu disse sem certeza.

O que vimos no horizonte nos deu esperança, mas também nos deu medo. Fogo e fumaça saiam de uma grande embarcação no horizonte. Nos aproximamos cada vez mais. Um dragão de fogo fez o ar ficar quente. Jumba se assustou. Ele não queria mais se aproximar.

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— Vamos, Jumba. – Bati algumas vezes na cabeça dele.

— O que faremos? – Suni perguntou.

Fiz Jumba descer.

— Teremos que ir a pé.

— Nadando então?

— Acho que sim. Jumba não gosta de fogo.

— Será que a Mira está bem?

— Espero que sim.

Caímos com tudo na água. Ela estava quente, quente demais. Jumba não estava mais a nossa vista. Ele iria voltar para a ilha.

Suni era uma excelente nadadora. Ela iria se aproximar pela água. E eu pelo ar.

— Você sabe que eu sou inútil nessas condições, não sabe? – Suni me perguntou.

Eu sabia e é por isso que eu estava tão preocupado. Antigamente as prisões para dobradores de terra eram barcos. Ela não teria acesso a terra.

Peguei o planador encharcado nas minhas costas. Meu pai havia me ensinado a voar nele. Mas já fazia alguns anos que eu não voava. A corrente de ar estava estranha, mas teria que servir. Com um impulso eu fui expulso da água pelo ar. Posicionei o meu planador e planei. Suni Sorriu e mergulhou.

O ar estava cada vez mais quente. A fumaça atrapalhou a minha visão. Eu pude ouvir alguns gritos e vi também fogo azul.

Seria possível? Riku também está aqui? O que eu vi foi assustador. Vários dobradores de fogo encurralados por soldados. Então o plano deles não era só levar a Mira, mas também os jovens dobradores de fogo de Republic City. Isso é mais do que uma declaração de guerra. Isso é uma guerra.

Planei até me fazer visível. Isso tirou a atenção deles por alguns segundos. Riku aproveitou e atacou. Uma corrente de eletricidade me fez ficar afastado. Algumas pessoas se contorciam no chão do barco.

— Riku, pare. – Eu gritei. — Você está atacando os nossos, também!

Mas ele não me ouvia. Não havia reação. O que estava acontecendo com ele? Ele não parecia o Riku que eu conheço.

De repente ele parou. E sorriu. Um sorriso assustador.

Olhei para todos os lados e eu não vi a Mira.

— Onde está a Mira? – Eu gritei para ele.

Mas ele não respondia. Apenas olhava para aquelas pessoas no chão.

Me afastei e convoquei uma grande rajada de vento. Eu preciso de nuvens. Nuvens de chuva. Eu não vou conseguir pousar com todo esse fogo.

Vi Suni, ela havia emergido e estava em uma das laterais do barco. O que ela fez me deixou de queixo caído. Algumas correntes pendiam acima dela. Ela dobrou metal. Ela fez uma coisa que disse que nunca faria. As correntes a obedeceram e uma escada se formou.

Ela olhou para mim e levou um dedo a boca. Acho que isso é um segredo. Ela não pode ser uma dobradora de metal isso transformaria a sua vida. E eu nunca mais a veria.

Agora não posso ficar pensando nisso. Depois tenho que conversar com ela.

Meu esforço não é suficiente. Não há nuvens. O céu está claro.

Me decido. Eu vou ter que pousar.

Eu hesito por causa do ar quente. Mas eu pouso. Há algumas crianças mais novas que eu. Pelo uniforme eles são da escola de tecnologia.

Um dos soldados se aproxima de mim. Mas rapidamente eu o derrubo do barco com uma grande e cortante rajada de vento.

— Pelo jeito você não está aqui para brincadeira.

Uma voz autoritária me chama a atenção.

È aquele soldado, aquele que diz ser o avatar.

— Suni?

Ele está com a Suni. Ela está presa. Noto algumas queimaduras feias no seu braço.

— Solte-a. E fale onde está a Mira!

— A cavalaria chegou? Acho que não é mais necessário. A garota caiu ao mar e não voltou até agora.

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— Garota? Está falando da Mira? A Avatar?

— Mira, Avatar, garota, tanto faz. Ela não importa mais. Ninguém sobreviveria tanto tempo submergida. E acho que agora você tem que se preocupar com a sua amiguinha aqui.

O que ele diz me faz ficar com raiva. Um calor estranho queima no meu peito. Eu nunca havia ficado assim. Eu nunca havia sentido isso.

Olho para ele e ataco como nunca fiz antes. Nunca dobre ar com ódio isso foi uma das lições que me falaram a vida toda. Mas eu não me importo. Suni cai tossindo no chão.

Acabei a acertando e isso me faz ficar pior.

— Não há tempo para isso. Temos que resgatar a Mira! – Suni me diz.

— Tenho que matá-lo. Ele te machucou.

— Isso não importa! A Mira importa. Ela não iria morrer só por que caiu no mar! Ela é a Avatar mas antes disso ela e a Mira. A Mira lutaria até o fim.

O que ela me diz me atinge em cheio. Como se fosse um soco. A raiva ameniza e agora eu posso ver o que está acontecendo.

Aquele soldado está de pé novamente. Ele olha para mim com raiva. Quando ele da um passo na minha direção. Uma explosão de fogo azul o derruba.

— Ela caiu pela proa. Ela tentou me salvar, mas eu sei nadar. Ela não. Vão logo, já faz um bom tempo que ela caiu. - Riku diz em um misto de alegria e raiva.

Esse cara é maluco. Acho que os rumores são verdadeiros. Dobradores de fogo azul são insanos. Mas isso não importa agora.

O incêndio do barco faz várias pessoas se jogarem na água. Soldados e alunos. Assim só nós Riku e o Soldado permanecem no barco incandescente.

— Aquela é Zelena? – Suni diz surpresa.

Sim, Zelena estava ajudando alguns alunos a flutuar em pedaços de madeira.

— Não adianta mais. A garota morreu. Logo, logo nosso navio estará aqui. Se entreguem, assim posso prometer entregar esses dois inteiros para Republic City. – Disse o Soldado.

Ele apontou para mim e Suni.

Realmente avistamos um enorme cargueiro da União do fogo no horizonte. Havia vários soldados em todos os lados do navio. Tudo isso que estamos fazendo não vai adiantar nada se eles chegarem aqui.

Olhei para a água. Vi alguma coisa brilhante.

O brilho foi se intensificando e o barco se mexendo cada vez mais.

Uma onda abalou tudo. E uma forma de água saiu do rio derrubando o barco.

Atingi a água com força.

Afundei aos poucos, mas recuperei a consciência rapidamente. Fragmentos do barco ainda queimavam. Ele estava em pedaços. Tentei procurar a Suni, a vi ajudando algumas crianças. E Isso me deixou aliviado.

Quando o navio da União do fogo entrou na foz do Rio Yue Bay. A mesma forma de água surgiu e o virou.

Isso me assustou e assustou a todos.

— Mira? – Gritei.

— Mira? – Dessa vez a Suni gritou.

E assim foi indo até todos nós em um só uníssono gritávamos.

— Mira?

A forma de água se desfez e de lá uma garota encharcada surgiu.

É a Mira. Ela esta desacordada e irá atingir a água de novo.

Me impulsionei e a peguei no ar. Caímos bruscamente na água.

Com ajuda dos outros, conseguimos a deitar em um pedaço de madeira.

— Ela está bem. – Digo enquanto noto ela respirar.

O alivio na cara de Suni é visível.

— Nós conseguimos, nós a salvamos.

— Na verdade acho que é ela que nos salvou.

Ouço um barulho de motor.

De novo não. A união do fogo não desistiu.

Mas não eram eles. Uma embarcação se aproxima. Ela é branca e suficientemente grande para nós todos. Quem pilota é Sina.

— Achei que você não queria se envolver em uma guerra. – Eu digo quando ele se aproxima.

— Tarde demais. A essa altura já estamos em uma.

Sina nos ajuda a entrar no barco. Ele pega a Mira desacordada no colo.

— Vou leva-la até a cabine. Suni e Meelo. Vocês vêm comigo. E você Riku.

Só naquele momento depois de tudo eu havia o percebido.

— Tome os seus remédios.

Sina joga um frasco para ele.

— Não queremos mais um barco em chamas. Não sou fã de fogo. Você sabe muito bem disso.– Sina o ameaça.

Deitamos Mira em uma das camas da cabine.

Depois de alguns segundos ela acorda assustada. Seus olhos estão vidrados.

— Cadê o Riku? – E a primeira coisa que ela pergunta.

— Não se preocupe, ele está bem. Ele sabe nadar. – Respondo com sinceridade

— Por que vocês estão aqui? O que aconteceu?

— Você não sabe? Você salvou todos os prisioneiros. Você destruiu aquele barco

Ela parece surpresa

— Como? Eu não fiz nada. Eu estava com o espírito do Rio Yue Bay.

Engulo em seco.

— Espírito?

— Sim? Espírito! Qual o problema? – Ela pergunta aflita

Meu pai me disse há muito tempo. Quando os espíritos da natureza aparecerem de novo para nós humanos será o fim do mundo que conhecemos hoje. E essas foram palavras da própria Avatar Korra, antes de morrer.