Eu estava cansada de esperar. Meelo desmaiou e me deixou a mercê da sua tia. Agora eu tenho que esperar esses velhos decidirem o que vão fazer comigo. A minha vontade é de sair correndo daqui. O pai de Meelo veio me cumprimentar e disse que sabia que eu era especial. Suni está com o Meelo e eu estou sentada em uma sala sozinha.

Não sei quanto tempo passou, uma pessoa bate na porta. Era Sina. O que ele está fazendo aqui?

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— Mira? O conselho quer falar com você agora.

— O que você está fazendo aqui? – Perguntou sem rodeios.

— Eu? Eu sou o responsável por você.

Responsável por mim. Esse deveria ser o papel do meu pai? Não sei mais o que isso significa.

Eu o acompanhei. Ele estava com trajes formais. Acho que essa era a roupa para algum desfile.

Cerca de 10 pessoas estavam sentadas em um meio circulo. O pai de Meelo estava no centro. As outras pessoas eu não consegui reconhecer.

Existe uma cadeira em frente a eles, sou conduzida até ela e me sento. Sina fica ao meu lado.

— Podemos continuar. – Uma mulher fala.

— Mira, 14 anos. Filha de Iroh ,vivo, 38 anos, mãe Kirina, morta há 11 anos. – Sina fala de um jeito mecânico.

As pessoas não esboçam qualquer reação.

— Qual a ligação da garota com a tribo da água?

— Fizemos uma pesquisa há alguns meses e o resultado foi inconclusivo.

— Bem agora sabemos o por quê.

Alguém abre a porta com força. Eu encaro e o reconheço. Esse não é o diretor da escola? O que ele faz aqui?

— O que vocês pensam que estão fazendo? Por que não me chamaram?

— Pelo o que me lembro você foi expulso do conselho a alguns anos. Por acaso você esqueceu desse pequeno detalhe Mufu ?

A pessoa que falou é um senhor grande com um farto bigode. Ele usa roupas vermelhas e não parece muito feliz com a presença do diretor.

— Eu deveria ter sido chamado. Pelo menos como testemunha. Essa jovem é uma aluna da minha escola. – O diretor disse ignorando o homem.

Sabe quando você sem querer presencia uma discussão? Eu estava me sentindo em uma. Se eu pudesse eu desapareceria.

—Não vamos nos exaltar. Mufu, você pode participar como uma testemunha. – O pai de Meelo disse de uma forma descontraída.

— Muito bem. – O diretor se aproximou e ficou ao meu lado. Fiz a sugestão de levantar para ele sentar, mas ele me impediu.

— Fique, você precisará ficar sentada. – Ele disse.

— Podemos continuar? - Um senhor disse

— O que aconteceu no dia em que ela dobrou água pela primeira vez.

— Bem... – Eu comecei dizendo.

— Queremos ouvir isso do seu responsável. – Eles disseram me confrontando.

— A senhorita Mira caiu acidentalmente em uma piscina. Ela não sabe nadar, e dobrou a água para impedir o afogamento.

Quando ele disse que foi um acidente, toda a calma que eu estava reunindo foi dissipada.

— Acidente? E assim que vocês chamam aquele atentado contra a minha vida? – Disse sem paciência.

— Fale somente quando for perguntada. – Sina me disse.

— Não estou nem ai para nenhum de vocês. Eu não me importo mais. Não preciso provar nada para ninguém. – Falei e me levantei.

— Sente-se agora. – O senhor de bigodes apontou para mim.

— Não aponte esse seu dedo para mim! – Eu falei gritando.

Tudo estava ficando vermelho novamente. Eu não estava mais conseguindo segurar a minha raiva.

— Em primeiro lugar. Eu não sofri um acidente. Alunas da sua escola me jogaram covardemente na piscina. – Falei em direção ao diretor.

— Suki, essa garota arquitetou esse plano sujo mesmo sabendo que eu não sabia nadar.

Todos fizeram silêncio e olharam para mim.

— Agora estão me ouvindo? Ótimo! Eu sou a Avatar, se vocês querem acreditar ou não, o problema é de vocês.

— Suki, ela nunca faria uma coisa dessas. – Um homem de olhos verdes cabelo castanho e uma pele dourada disse.

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Eu não tinha percebido a presença dele.

— E como o senhor tem certeza disso?

— Ela é minha filha, e eu acredito nela. Você que tentou matá-la.

Olhei na direção dele.

— Bem, pelo menos uma verdade ela disse. Eu realmente tentei matá-la, não foi legal da minha parte isso eu admito, ainda mais depois que eu conhecia a Suni.

— Bom e o que vão fazer comigo? Vão me prender por tentar matar a sua inocente filha? Vão me prender por que vocês acham que eu estou mentindo por ser a Avatar? Ou vão tomar vergonha nessas suas caras patéticas e vão fazer realmente alguma coisa produtiva?

Acho que eu exagerei. Todos olhavam para mim espantados.

— Bom, acho que não tenho mais nada a dizer.

— Lembro quando eu tive o prazer de conhecer o Avatar Haru. Ele tinha apenas 16 anos, mas já era um dobrador excepcional, era calmo e muito prestativo. Sabia ouvir os mais velhos . Muito diferente de você. -- O senhor de bigodes disse.

— Sim, mas a Avatar Korra era bem parecida com ela, não acha? Impulsiva e sem papas na língua. – Disse o pai de Meelo.

— A maioria de nós não chegou a conhecê-la, ambas as mortes de Korra e Haru foram precoces. – Um deles disse.

— Mas se essa garota desbocada tiver razão, a União do fogo terá muito o que explicar.

— Eles não têm nada o que explicar agora. Quando o Avatar da União do fogo foi achado, alguns de nós fomos convocados a atestar a veracidade. E creio que isso foi confirmado. Essa garota pode ter usado algum truque.

Eles continuavam duvidando. Mas não vou contradizer nada. Vou em direção a porta e a forço. Incrivelmente ela está aberta.

— Já que não tenho que provar nada para vocês. Eu vou ir para casa. Tenho coisas mais importantes para fazer.

Abro e acabo esbarrando em Meelo e Suni, eles estavam ouvindo atrás da porta.

— Bem, nós já íamos bater. – Suni diz de uma maneira debochada.

— Eu acredito em vocês. Mas eu já estou indo.

— Você não pode. – Meelo diz preocupado.

— Por que eu não posso? Não está vendo que já estou indo.

— Eles não vão deixar. O que o conselho decidir é lei.

— Não para mim. Eu já me decidi, faço minhas próprias regras.

Para o meu azar ele tinha razão. Não sei da onde eles saíram, mas homens uniformizados me impediram de continuar. Fui colocada grosseiramente na cadeira onde eu estava.

— Agora podemos continuar. Senhorita Mira. A senhora ficará retida até que possa ser provado que você é a Avatar.

— Vocês ainda estão nessa? Vocês querem um prova?

Naquele momento eu senti que tinha poder para mostrar a todos. Mas uma ideia passou pela minha cabeça.

— Certo, mas tenho uma sugestão. O suposto Avatar da união do Fogo ainda está na cidade correto? Perdi a noção do tempo, mas tenho certeza que ele ainda está.

— Sim, na verdade, eles ainda não tiveram autorização para partir.

— Então por que não tiramos isso a prova. Traga-o aqui. Uma batalha de dobras será a prova necessária. Mostrarei para os senhores de uma forma mais divertida que eu posso e vou dobrar mais de um elemento e que esse Avatar não passa de uma fraude.

Alguns me olhavam com dúvida, outros chegaram a sorrir.

— Vamos fazer uma votação. – A mulher disse.

Por 6 votos a 4 eu teria a minha chance.

Eu poderia ter acabado com aquela questão antes, mas senti que não deveria simplesmente mostrar a minha dobra de água e de ar. Eu deveria vencer a fraude, e assim que eles acreditassem em mim, eu iria ter poder o suficiente para fazê-los me deixarem em paz.