O Internato

Florzinha


“Iroha on”

Após eu e Lui sermos postos a força no carro do Akaito, estávamos de viajem. Para onde? Não sei.

Estávamos deitados dentro de uma mala aberta com nossos cobertores e brinquedinhos de gato. Eu olhava a paisagem sem prestar muita atenção até que avistei algo... O INTERNATO DA RIN!

Eu e Lui nos entreolhamos quando Akaito parou o carro, e pôs a mão na tampa da mala.

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– Você não vai fazer isso né? – Lui perguntou inutilmente, já que Akaito só ouve miados.

– Foi mal, mas animais não são permitidos então...

– Merda! Ele VAI fazer isso! PARA! – falo, mas ele logo fecha a mala, afinal quando estou transformada ele só me ouve miar também...

“Len on”

Após acordar as 07:27 da manhã com o maldito pesadelo, fui tomar banho e tirar o pijama.

Coloquei algo confortável tendo em mente passar o dia sem fazer muita coisa: Bermuda preta com detalhes vermelhos, All Star vermelho e uma camisa manga curta vermelha com botões brancos.

Estava voltando para o quarto com a toalha nos ombros (afinal esqueci novamente de levar as coisas para prender o cabelo) quando me deparei com algo incomum: Haku e Meiko acordadas desde cedo.

– Len? Credo, com o cabelo solto você fica com mais cara de menininha ainda! – Meiko.

– Não enche bafo de saque! – resmungo baixo, mas elas ouvem.

Já estava indo para o quarto quando Haku fica em frente à porta impedindo minha passagem.

– Dá licença? – pergunto de mau-humor.

– Você devia ser mais educado com as mais velhas sabia pirralho? – Haku fala me empurrando contra o corrimão.

O segundo andar é só os quartos, tendo um longo corredor de onde pode se ver sala e entrada no andar de baixo. Na ponta tem a escada por onde o corrimão segue. E ele é a única coisa que me impediu de cair de cara no primeiro andar depois do empurrão.

– Ei! – reclamo e Haku me olha de cara feia.

– Retire o que disse sobre a Meiko! Tá ouvindo menininha!? – ordenou dando ênfase a palavra.

– Até parece! Retiro o que eu disse quando vocês começarem a me respeitar! – retruquei levando um empurrão de Meiko que estava ao meu lado, me fazendo cair no chão.

– Vou entender isso como um nunca. – ela fala rindo maldosa.

E elas já estavam de costas para mim prontas para ir quando Meiko disse:

– Esse moleque! É bom que tenha aprendido onde é seu lugar! Menininha chata.

Foi a gota da agua! E num impulso proporcionado pela raiva, aproveitei ainda não ter me levantado por completo para dar uma rasteira em Meiko. Fazendo-a cair estrondosamente no chão.

– Quem é a menininha chata agora hein? BAFO DE SAQUE! – falo recebendo dois olhares feios.

Haku vem até mim e me ergue. Ela já me segurava pela gola da camisa enquanto Meiko levantava, quando a porta do quarto se abriu assim como as portas dos demais.

– Haku! O que você está fazendo? – Rin pergunta com raiva.

– Haku! Solte-o agora! Eu vou falar para a diretora! – Matilde apareceu no fim do corredor.

Então Haku voltou o olhar para mim, me dando um olhar realmente mortal – Você tem sorte desse lugar ter testemunhas demais... Senão já estava morto... – ela olha feio para Rin e volta o olhar para mim – Vai correndo pra sua namoradinha vai! Vocês dois se merecem! – e me joga no chão.

Minhas costas estouram com um grande baque e elas vão para seu quarto. Ao lado do meu, para o meu azar.

Matilde então vai até a porta tentar inutilmente falar com as duas. Rin, Luka e Miku logo estão me interrogando preocupadas. Gumi olhando intrigada para situação. E as outras estão paralisadas sem entender o que aconteceu.

E Lenka sem dizer nada... Já esperava isso dela. Mas alguma parte de mim ainda esperava que ela se preocupasse com o irmão, mesmo que pouco.

– Você está bem? – Luka pergunta me estendendo a mão e me ajudando a levantar – É estranho, Haku costuma ser bem calma e tímida. Só fica assim depois de muuuuiiiita bebida! – ela olha para o quarto das duas.

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– E eu acho que esse foi o caso. – começo – Ela estava com o hálito cheirando a álcool... Fedendo pra ser honesto.

– Sabia, é sempre assim quando tem festa! A Meiko já embebeda a Haku desde cedo, para que ela a acompanhe na festa mesmo não gostando muito... – Luka.

– Len, você devia voltar para o quarto e esperar eu levar a Hirudoid para... – Matilde é interrompida.

– Iru o que? – Rin.

– Pomada para hematomas. Com certeza depois desse baque as costas dele já devem estar roxas. – Luka explica pela Matilde.

– Não precisa Matilde, eu estou bem! Juro! – falo dando meu melhor sorriso falso.

– Sério mesmo? Não parece nada bem e... – Rin põem a mão no meu ombro e estremeço – Você se machucou né?

– Não, eu estou bem e... – ia mentir, mas ela puxa a gola da minha camisa e avista uma marca vermelha, que com certeza ficara roxa – Ok, talvez nem tão bem assim. Mais é só um roxo, não é nada.

– Mas “só um roxo” em propriedade escolar já é o suficiente para alguns pais preocupados, brigarem com toda a escola e mais um pouco. Vocês dez são responsabilidade do supervisor, ou seja: eu! Então tenho que te dar algum remédio mesmo sendo “só um roxo” ou estarei sendo negligente com meu trabalho. Deu pra entender? – Matilde fala seria, mas deu pra ver que está preocupada.

– Ok, eu entendo. – eu.

– Bom. Então chega de confusão logo de manhã e vão para seus quartos. Agora! – Matilde acaba com a folia.

E após um tempo explicando pra Rin o que aconteceu (já que ela ficou me interrogando) Matilde finalmente volta ao quarto.

– Passe onde estiver roxo, e onde estiver vermelho para que não fique roxo depois. – ela diz me entregando a pomada – Eu até ajudaria a passar já que seu machucado é nas costas, mas tenho que levar essas duas para a diretoria. – ela aponta para Haku e Meiko atrás dela – Volto antes do almoço prometo. – disse saindo.

Haku e Meiko a seguiam de cara amarada, acho que se não fosse a Matilde ali, elas já teriam pulado no meu pescoço.

– Nossa... Está certo que sou nova, mas Gumi sempre me contava o que acontecia e eu sempre via os vídeos da Neru... E nunca fiquei sabendo delas assim. – Rin as seguia com o olhar.

Sento na ponta da cama e tiro a camisa. Mas antes mesmo de eu pegar a pomada Rin abafa um gritinho.

– Len! Suas costas estão mais roxas que o cabelo do Gakupo! – Rin se surpreende.

– Então elas devem ter me jogado com força. – rio sem graça.

– É... Como pretende passar remédio nas próprias costas? – Rin.

– Hum... Não tinha pensado nisso. Talvez eu alcançasse antes, mas como meu ombro também está machucado... – paro para pensar.

Realmente não tinha me ocorrido isso ainda.

Mas então sinto mãos geladas passando em minhas costas e acordo de meus pensamentos. A Rin... Está me ajudando!? Sinto meu rosto queimando e sei que devo estar uma pimenta agora.

– Rin, o que está fazendo? – pergunto.

– Passando Hirudoid nas suas costas... Por quê? – olho para ela e ela cora – Ap-penas deixe eu te ajudar e não fale nada depois tá bem?

– Ok... Você ainda não me disse por que o Akaito chama sua gatinha de “florzinha” né...? – falo tentando mudar de assunto.

– É até engraçado. Começou quando fomos a floricultura da mãe da Miku a chamar pra ver um filme no cinema com a gente. Foi uma coisa tão boba...

“Flashback on/Rin on”

– Vem Miku! Vai ser legal! – eu insistia – Resident Evil 5 não é taaannttoooo terror assim! É mais ação!

– É terror sim! E eu não gosto de filmes de terror! Vão ao cinema sem mim! – Miku rebateu.

– Aaahhhh Miku! Você prometeu sair esse fim de semana com a gente! – Gumi fez voz manhosa.

– Desistam. Viemos até aqui à toa! – Akaito resmungou – E vamos logo que eu estou com alergia dessas plantas! – disse espirando logo em seguida.

– Ok, vamos Iroha... Iroha? – olhei para onde aviamos deixado nossos gatos e eles aviam sumido.

– Lui? LUI? – Gumi começou a chamar Lui meio aos gritos.

Passamos um tempão procurando e, quando estávamos quase desistindo, Miku gritou.

– Aqui! Encima dos brincos de princesa! – Miku.

– Brinco de quem...? – olhei para cima e vi.

Os dois estavam em um vaso que pendia do teto, de onde uma trepadeira cheia de flores chamadas “brincos de princesa” caiam.

Quando chamamos eles, os dois miaram e estavam prestes a voltar. Mas quando Lui pulou para uma viga de madeira do telhado (onde o vaso estava preso) o vaso sacudiu e caiu com a Iroha dentro.

Quando nós chegamos, o vaso avia caído encima dos girassóis.

– Irooohhhaaaaa! – chamei e um girassol se mexeu.

Acho que foi a cena mais fofa (e cômica) que eu já vi: ela estava em um vaso, com metade do corpo pra fora da terra, rodeada de brincos de princesa e com um girassol preso atrás da cabeça, enganchado na fita que ela usa no pescoço. Parecia até que as pétalas do girassol estavam nela e não na flor.

– Awn! Que florzinha linda! – Miku falou fazendo cafune em Iroha.

– Pois é né, a “florzinha” nos deu um susto! – Akaito disse rindo, assim como todos.

Até Lui miava junto com Iroha como se risse dela também...

“Flashback off/Len on”

– E por isso o Akaito chama a Iroha de florzinha o tempo todo. – Rin terminou.

– Sério? Pena que a Neru não estava lá pra gravar, queria ver pessoalmente! – falei rindo um pouco.

Coloquei minha camisa de volta e olhei o relógio, 08:35.

– Que horas o Akaito disse que trazia a florzinha mesmo? – perguntei e Rin fez uma cara feia.

– Você também não! É Iroha, I-R-O-H-A! – ela me deu um peteleco – E ele chega umas 10:00 e pouca, por aí.

– Ok... Obrigada pela ajuda. – falei com a mão atrás da cabeça, meio sem jeito.

– EI! Sem falar nada depois lembra? – ela cobrou meio corada.

– Ok...