O Internato

A casa onde fiquei hospedado


“Len on”

Sou Len Kagamine, tenho 13 anos e sou um aluno novo no internato LunarShadow...

Ai vocês se perguntam: como fui parar em um internato? Simples: meus pais vivem viajando a trabalho e de um surto repentino resolveram que é perigoso continuar deixando os filhos sozinhos em casa... (coisa que fizeram por anos...).

E sim, o nome do internato para onde estão me arrastando é LunarShadow, sombra lunar. É um nome estranho, mas dizem que é por uma historia (tá mais pra lenda urbana) sobre sua localidade.

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O internato... Um lugar perfeito para se fazer novos amigos... Se eu não tivesse abandonado os antigos para estar aqui!

Eu e minha irmã mais velha Lenka viajamos do outro lado do estado (que não é tão pequeno assim) pra vir pra cá.

O bom é que apesar de tudo vou me livrar dela. Quer dizer, qual a chance de ficarmos hospedados na mesma casa? O internato é grande demais pra tanto azar...

Ou não, já que, pro MEU azar, meus pais pensaram a mesma coisa... E foram falar com o diretor, administrador ou sei lá eu quem, pra me por na mesma casa que ela. Que ótimo!

Bom, o lado positivo é que fomos os primeiros a chegar à casa, então pude escolher um quarto bem longe do dela.

O quarto em que estou tem duas camas (como todos os da casa) então tem chance de eu dividir o quarto com algum idiota. Quantos quartos? Cinco.

As casas tem uma espécie de supervisor, que cozinha para os alunos, cuida para que cumpram o horário e cuida para que não saiam da linha.

O nosso ainda não chegou na casa.

E apesar de sermos novos no internato, tinham quartos que já estavam com nomes nas portas. Então tem gente que já estuda aqui há mais tempo e que já tem quarto marcado... Mais apesar de avistar os nomes não quis perder meu tempo os lendo.

***

Após arrumar minhas malas no quarto, vou até o portão do internato me despedir dos nossos pais junto a Lenka.

As aulas só começam amanhã e hoje já tem gente pelo internato lendo, brigando, jogando, ouvindo os fones de ouvido e conversando alto...

- Ei! Se abaixa! – alguém grita e vejo uma bola de vôlei vir em minha direção.

Me abaixo no ultimo segundo e a bola acaba caindo alguns passos atrás de mim. A pego e vou na direção do garoto que gritou.

Três garotos estavam jogando: um de olhos e cabelos roxos, que usa o cabelo comprido e em um rabo de cavalo alto (tá certo que uso rabo de cavalo, mas o meu é curtinho... Esse cara tem mais cabelo que a Lenka!), um de cabelos rosa e olhos verdes e um de cabelos e olhos azul escuro (o bicho mais normal ali).

- Foi mal, é que o Kaito é ruim de mira. – diz o de cabelo roxo apontando para o azul – Eu sou Gakupo, prazer.

- Sou Yuma. – fala a “Barbie”.

- Como o Gakupo disse, sou o Kaito... – fala meio envergonhado por tipo... QUASE ME DÁ UMA BOLADA NA CARA!

- Ei, você é um aluno novo né? Acho que nunca te vi no internato... – Yuma.

- Sim eu sou. Meu nome é Len. – falo.

- Então Len – Gakupo começa – Você sabe jogar três cortes?

***

Após jogarmos muito (já que cheguei umas 13:05 e já é 15:40) me convidam para ir até a casa deles comer alguma coisa.

- Então Len, você já sabe em que casa vai ficar hospedado? – Kaito pergunta.

- É – Yuma continua – vai ser da 12 comigo ou da 21 com esses retardados?

- Bom... Eu ia ser da 21, mas meus pais me trocaram de casa pra ficar com a praga da minha irmã então...

- Irmã? – Kaito.

- É... Minha irmã mais velha Lenka de 15 anos. Eu e ela somos da casa 23.

Os três param de comer para olhar pra mim com espanto: Kaito branqueou engasgando com a comida. Gakupo, que nem prestava muita atenção, arregalou os olhos deixando o copo cair no chão se espatifando estrondosamente e quebrando-se. E Yuma ficou de boca aberta e caiu pra trás com cadeira e tudo... Os três ao mesmo tempo!

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- Sortudo! – Yuma.

- Coitado! – Gakupo.

Gritaram ao mesmo tempo logo olhando de cara feia um para o outro.

- V-você disse c-ca-casa 23? – Kaito gaguejou.

- Sim, por quê? – pergunto surpreso com suas reações.

Então Yuma abre um sorrisinho malicioso e Kaito branqueia mais ainda, com um branco que nem achei que fosse possível.

- Len... Você já viu suas companheiras de casa? – Gakupo.

- Como assim SUAS companheirAS? – dou ênfase à conjugação no feminino.

- Bem... Acontece que aquela casa só tem garotas... – Gakupo falou.

- Se deu bem hein? Com nove garotas só pra você... – o sorrisinho malicioso de Yuma só aumentou – Vou ir te visitar bastante...

- COMO!? – me espanto.

- Yuma para de piada! Ele tem 13 anos! Elas vão é usar ele de empregada e maltratar o coitado! – Gakupo.

- Só tem garotas! Como é que uma coisa dessas aconteceu!? – fico boquiaberto.

Eles olham para os lados sem saber o que dizer. Como se eu fosse um porquinho que estava feliz de ganhar mais comida mais acaba de descobrir que vai para o abatedouro... Ok, esqueça essa comparação!

Me despeço deles rapidamente e vou correndo até a “minha” casa para conferir a terrível noticia.

Vejo que na sala tem varias garotas conversando com minha irmã.

- Leeeeennn... – ela cantarola para eu ir até ela.

Mais ignoro e vou reto para as portas dos quartos: Miku e Luka, Lily e Gumi, Lenka e Neru, Meiko e Haku... E meu quarto está com a porta entreaberta...

Abro a porta por completo: uma garota loirinha, com olhos azuis e cabelos curtinhos olha pra mim com um papel nas mãos... Ela estava o recortando para por na porta, e nele está escrito Rin e Len...

- Oi... Sua irmã me disse que s-seu nome é Len, né? Eu sou a Rin... S-sua... Companheira de qu-quarto... – gaguejou aparentemente tão incomodada quanto eu.

- Oi... – digo sem graça.

Por que sem graça? Simples: não só vou dividir a casa com oito garotas e uma bruxa (Lenka né...), como ainda vou dividir o quarto com uma delas!

Ok, paciência.

Logo percebo que ficou um clima meio tenso e um silencio constrangedor no quarto. É quando resolvo quebrar o gelo.

- Então... Já estudava aqui antes? – pergunto mesmo sabendo que não, já que o quarto estava vazio antes.

- Não... Já foi falar com nossas “queridas” companheiras de casa? – Rin fez aspas no ar.

- Não... Porque as aspas? – eu.

- Simples, tirando umas duas simpáticas e uma metida a “mãezona” todas são umas bruxas, mal humoradas, mandonas e que debocharam da minha altura... Me chamaram de pirralhinha por ser mais nova que elas!

Ela falou ficando em pé, com os braços cruzados e bochechas infladas vermelhas de raiva. Rio um pouco e ela ri de si mesma.

Ela é apenas alguns centímetros mais baixa que eu, chuto uns cinco. E isso significa que elas também podem ser mais altas que eu (o que não é tarefa difícil) e debochar de mim.

Dito e feito! Cheguei e após se apresentarem começaram a debochar por eu ser baixinho, um pirralhinho, shota, parecido com uma menininha entre outras coisas...

Volto para o meu quarto emburrado com elas. E mais ainda por serem OITO debochando de mim juntas!

As oito eram: Miku, de marias-chiquinhas e olhos verde-água. Luka (a “mãezona”) de olhos azuis e cabelo rosa. As loiras Lily, olhos azuis, e Neru, olhos castanho dourado. Haku, de cabelos prateados e olhos (para meu espanto) vermelhos. Meiko com olhos e cabelos castanhos curtos. Gumi, cabelos curtos verdes iguais aos olhos. E a praga da Lenka (que eu não descrevi antes) com cabelos loiros e olhos azuis semelhantes aos meus.

Chego ao quarto e vejo Rin terminando de arrumar as coisas no guarda-roupa. Ela deve ter sido a ultima a chegar...

- E então, o que me diz delas? – Rin pergunta.

- Iguais ao que você disse. Com a diferença de que a “mãezona” continuou rindo da minha cara igual às outras, só sem fazer piadinhas ela mesma. E não tinha nenhuma simpática! Todas elas me chamaram de...

- Shota? – pergunta me interrompendo e segurando a risada.

- Me deixe adivinhar, você ouviu tudo?

- Sim! – ela fala sorrindo – Mas, não que eu precisasse ouvir pra saber que você é shota! – ela ri.

- Chata.

- Idiota.

- Pirralhinha.

- Mulherzinha!

- Infantil!

- Shota afeminado mulherzinha ultra mega gay!

- Baixinha irritante! – falo alto e ela me olha com um olhar que diz “ah, você não disse isso...”.

- O que você disse? – fala baixo e irritada.

- Eu disse – começo desafiador – BAIXINHA!

Então ela pula nas minhas costas e começa a dar uma chave de braço no meu pescoço.

- Retira o que disse! – grita enquanto me debato para tentar me soltar.

- Não... – falo rindo um pouco mais começando a sentir uma dor no pescoço.

- RETIRA O QUE DISSE SEU SHOTA! – grita alto.

- Para de me chamar de shota que eu paro... BAIXINHA! – grito alto também.

E começamos a discutir meio alto... Ok, BEM alto! Alto suficiente para as demais virem até a porta ver o que acontecia e... PERAÍ!!! A Neru tá... Gravando no celular!?

- Essa eu tenho que guardar para a posteridade! – começa a rir e sorri maliciosa.

Mas logo Gumi fica ao lado de Neru e tenta chamar a atenção da Rin.

- Riiiinnn... – cantarola mais Rin nem vira o rosto – Rin-chaaannn... – cantarola de novo com uma voz extremamente calma mais ai... – RIN SUA LARANJINHA ENCAPETADA OLHA PRA MIM AGORA!

E com isso todas, incluindo a Rin, viram a atenção para a verdinha.

- EI! Laranjinha encapetada!? Cê jura mesmo vadia!? – Rin reclama.

E ela estava prestes a discutir com a amiga, quando acaba soltando um pouco a chave de braço e eu a derrubo no chão...

Péssima ideia!

***

Após toda a fuzarca fui tomar banho. E depois de termina-lo voltei ao quarto onde Rin esperava para poder usar o chuveiro.

- Você não tem um pijama não? – reclama vendo que estou com uma calça de abrigo preta e sem camisa.

- Você não tem outra coisa pra olhar não? – devolvo no mesmo tom.

Fazendo essa corar, e corando logo em seguida com a situação.

- E-eu vou t-tomar meu b-banho. – fala um pouco envergonhada e vai para o banheiro.

Fico no celular vendo musicas no Youtube até ela voltar. Ela está com uma camisola solta um palmo acima do joelho, rosinha e com as alças e os babados da saia brancos.

Ela pergunta se pode apagar as luzes e eu assinto com a cabeça.

- Boa noite... – Rin fala baixinho já deitada.

- Boa noite... – começo deitado do meu lado do quarto – Foi mal por antes sua “laranjinha encapetada”.

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Rimos um pouquinho do apelido super bem bolado que Gumi inventou.

- Durma bem, afeminado. – fala sonolenta e vira contra a parede ficando de costas para mim.

Fico um pouco ofendido com essa questão de “afeminado” mais logo caio no sono. Amanhã será um longo dia.