Se Tornando um Personagem

Capítulo 12 - A Chegada do Rei


Cada segundo era uma tortura, esperar que a rainha encontra-se a pagina que procurava, estava sendo um desafio, quando finalmente parou de folhear, colocou seus braços sobre a mesa e olhou mais de perto, cheia de expectativas.

– Nesse livro contem varias histórias e profecias, poucos falam de você, mas não posso dar certeza, já que a maior parte dos textos esta em uma língua desconhecida – disse Khantra mostrando um pouco de irritação na voz.

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A rainha virou o livro para que pudesse ver o texto, tinha ficado frustrada quando Khantra disse sobre os textos que não entendia, agora sabia o motivo mas deixou que ela prosseguisse.

– Nessa pagina – disse apontando – Esta em uma língua que desconheço, mas já nessa – disse apontando para a outra – Eu pude traduzir algumas partes, como essa aqui – apontou.

Sua chegada mostrará

O grande mal que estar por chegar

O dragão domado lhe resgatará

Para que suas lagrimas por fim não usar

A joia que tomou lhe salvará ou a matará

Com o beijo da morte será salva até o seu fim encontrar

Leu a rainha.

– Não consegui interpretar toda a profecia, mas algumas coisas posso a pontar – disse a rainha, ela parecia querer ajudar ao maximo. – A primeira e a segunda frase indica que sua chegada é um aviso.

– O grande mal – ficou pensando o que seria.

– Sobre o dragão, creio que seja a Celestia, você mesma disse que foi raptada por causa das suas lagrimas e foi salva pelo dragão branco – explicou.

– Faz sentido – comentou concordando

– Já as duas ultimas eu não sei – disse frustrada

Não gostava de ver a rainha de Etherion daquele jeito, ela dava seu maximo para ajudar, mas não achava que era o suficiente e acabava ficando frustrada.

– Talvez seja porque ainda não aconteceu – sugeriu, mas fazia sentido – Afinal é uma profecia, ela fala do futuro.

Khantra pareceu melhorar com as minhas palavras, o que me deixou feliz, finalmente poderia ajudar de alguma forma ao invés de sempre dar trabalho.

– Majestade, as partes que você não entende é por que não esta em nenhuma língua que vocês conhecem – revelei, tinha pensado rapidamente se deveria revelar isso, mas ela esta tão disposta a me ajudar, eu não queria esconder nada dela.

– Não entendo o que quer dizer – disse a rainha com uma expressão confusa

– Quero dizer, vocês não entendem mas eu sim – comecei a explicar – Essas partes – apontei – Esta escrito em inglês, minha língua de nascença.

A rainha me olhou surpresa, dava para imaginar que ela pensava mil coisas ao mesmo tempo, ela surtaria a qualquer momento com tanta informação para processar. Mesmo sendo uma elfa, era muita coisa para lidar.

– Deixe que eu lido com isso mas precisarei de alguém que me ajude a passar para a língua élfica – disse tirando a rainha do seu torpor.

– É claro, providenciarei tudo o que precisar – disse a rainha se levantando, ainda um pouco confusa.

– Se importa de eu continuar lendo? – perguntei

– Claro que não, fique a vontade – disse dando um leve sorriso, antes de sair.

Dei um pequeno suspiro, tudo aquilo era muita maluquice e eu entendo muito disso. O mais estranho era que a maior parte do livro estava escrito na minha língua, poderia significar que alguém como eu já veio parar na Terra-Média.

***

Alguns minutos depois, na sala do trono.

O chefe da guarda real entrou na sala dando uma reverência a sua rainha, ele estava serio, seus olhos mostravam preocupação, o que deixou a rainha confusa.

– Algum problema, Sael? – perguntou a rainha

– O rei Thranduil junto de sua comitiva, deseja vê-la – respondeu o elfo, deixando sua rainha surpresa.

– Entendo – disse a rainha pensativa.

Khantra fez um sinal para que o elfo se aproxima-se, assim ele o fez. Quando estava próximo o suficiente a rainha falou bem baixo, mas o elfo entendeu perfeitamente.

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– Fique com a nossa convidada e não deixe que Thranduil descubra sobre ela, ainda não confio nele – ordenou a rainha de Etherion.

– Como desejar vossa majestade – disse Sael

– A proteja, nem que tenha que leva-la para a sala proibida – pediu a rainha.

– Assim farei vossa majestade – disse Sael serio ao mesmo tempo surpreso.

Poucos minutos depois Sael voltou trazendo o rei da floresta das trevas e sua pequena comitiva. Sem que ninguém o percebesse se retirou da sala.

– Ora, que surpresa Thranduil – disse a rainha de Etherion – O que devo o prazer de sua visita? – perguntou.

– Direta como sempre, Khantra – comentou o rei da floresta das trevas, dando um leve sorriso – Venho por que estou à procura de uma jovem, como sabe eu alertei o desaparecimento dela.

– Sim, recebi sua carta – comentou Khantra.

– Minhas fontes me informaram que uma jovem com as características dela se encontra em seu castelo – disse Thranduil com uma postura seria.

– Isso é impossível, se tivesse alguém com as características que descreveu naquela carta eu saberia na mesma hora, afinal ela tem uma aparência bem incomum – disse a rainha cruzando as mão em seu colo – Creio que seu informante esteja errado.

Thranduil olhou a rainha de Etherion com uma expressão duvidosa, ele não parecia acreditar nela.

– Sinto-me ofendida por não acreditar em mim Thranduil, mas quero que confie em mim, e eu não tenho nada a esconder – disse a rainha – Por isso permita que eu lhe guie pelo meu castelo, assim verá que eu não escondo nada – disse levantando-se de seu trono.

– Peço desculpas, mas preciso ser cauteloso – desculpou-se.

– Compreendo – disse a rainha.

***

Estava odiando tudo aquilo, os dias de paz do reino de Etherion estava chegando ao fim, tudo por culpa daquela Maga, se não fosse por ela o reino não estaria agitado, o rei Thranduil não teria vindo até o reino atrás dela. Ela não era o pressagio do grande mal, ela era o mal.

Atravessou os corredores com pressa e alertando todos os guardas que encontrava dando uma mensagem, eles não deveriam revelar que a Maga Cristal estava sobre a proteção da rainha Khantra. Quando abriu as portas da biblioteca varreu os olhos pelo cômodo até achar a loira, estava sentada em uma das cadeiras, lendo um grande livro. Fechou a porta sem fazer barulho e se aproximou da Maga.

– Não importa o quão silencioso você seja ainda consigo escutar o barulho da sua capa – comentou a Maga o encarando.

– Não queria atrapalhar sua leitura – comentou Sael

A Maga o olhou desconfiado, seus olhos de prata eram hipnóticos, por mais que quisesse desviar seus olhos, não conseguia algo o impedia.

O que esta acontecendo? – perguntou com uma voz calma, completamente pura de outras intenções.

Como se fosse impelido em dizer a mais pura verdade sem poder responder por outros caminhos, disse:

– O rei Thranduil da floresta das trevas esta no castelo a sua procura, a rainha ordenou-me a protege-la – respondeu.

Com a revelação institivamente a Maga colocou a mão sob seu colar.

– Não será agradável caso ele me encontre agora – comentou a Maga preocupada

– Eu não deveria ter lhe contado – disse Sael

– Isso é o menor dos nossos problemas – disse a Maga se levantando da cadeira e fechando o livro. – Existe um lugar nesse castelo que poucas pessoas conhecem? – perguntou.

– Sim, a rainha pediu para leva-la para lá caso não tivéssemos escolha – respondeu Sael para a Maga.

– Não sei você mas não quero correr o risco que ele me veja, leve-me até lá – pediu a Maga.

– Não é sábio dar oportunidades ao rei da floresta das trevas, siga-me – disse Sael.