Pandora

Prologue


O garoto estava sentado em sua cama. Seus pais logo, logo iam chamá-lo para ir ao psicólogo.

Não podia ir.

Ninguém o entendia. Ele estava só, perdido e com raiva. Por que isso aconteceu com ele? Deus não o amava? Será mesmo que Deus conseguiria fazer uma coisa daquelas?

Seus pais o matariam se soubessem.

Ele olhou ao redor do seu quarto. Os brinquedos, antes bem arrumados e limpos, agora não estavam mais nas prateleiras, estava tudo caindo. Se alguém o observasse pela janela, iria saber o que ele era: uma aberração. As coisas eram puxadas do local onde estavam, flutuavam pelo quarto como se estivessem em gravidade zero e então caia tudo no chão. Alguns porta retratos se racharam ao meio. Os livros pareciam ser arrastados da escrivaninha e eram arremessados com um estrondo. O copo d'água ao lado de sua cama foi jogado na parede e o garoto estremeceu com o barulho. Então ele pareceu perceber o que havia feito e literalmente tudo parou. Os cacos de vidro ficaram suspensos no ar, um livro que estava quase atingindo o chão o estava tocando na parte de trás. Então os acontecimentos pareceram entrar na cabeça do menino.

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Ele começou a chorar. Mas ele tinha um motivo, um motivo tão claro e tão gritante quanto o sol:

Ninguém o entendia.

A próxima coisa que ele se lembrou de acontecer foi quando a sua porta se abriu em um solavanco, mas não era sua mãe, seu pai, nem seu irmão. Não era seu psicólogo. Não era seu professor de matemática. Não era seu melhor amigo Ben. Não era Sandy. Se lembrou de algo lhe picando o braço e então tudo ficou escuro.