Diários

Capítulo 11 - I don't want to live my life again!


11º dia, 19h30min

“Quando a águia da sabedora falar para que lado fica o caminho da felicidade, lembre-se: águias não falam...!”

Hoje foi O Dia da minha vida!
O Dia Mais Bizarro!
O Dia Mais Alegre!
O Dia!
Bem para começar amanheceu chovendo, o que eu acho ótimo, lindo e bastante agradável, ir para escola debaixo daquela chuvinha tão boa...
Dominique não foi à escola hoje, portanto mais um ponto-chave para eu poder ir ao Cemitério!
Ela faltou porque está resfriada, o dó!(Até parece...)
Mas voltando a mim, tive de ir à escola hoje sim, mesmo mancando... E mesmo chovendo.
A desculpa que eu escolhi foi...
- Mãe, vou fazer trabalho...
- Cloe, eu...
Nem esperei ela falar e já sai, só deu para ouvir ela falando ao longe:
- Volte antes das 5 horas!
Não respondi e vazei pro Cemitério!
Para mim lá não é um lugar de almas penadas ou assombrações, é um lugar onde as pessoas deveriam ir para refletir e ficar próximo aos seus entes queridos e tal.
Eu fui lá para olhar as lapides: a dos meus avôs paternos e de uma mulher que eu nem cheguei a conhecer porque ela morreu no mesmo dia em que eu nasci. infelizmente não consegui descobrir o horário da morte para ver se coincidia com a hora do meu nascimento... Vai que eu sou a encarnação dela...
Bem, continuando sentei em cima do tumulo da minha avó, não pensem que eu não respeito a ela, é exatamente o contrario!
Vovó é muito boa ouvinte, às vezes o melhor conselho é o silencio...
Chega de filosofar, mais ou menos umas duas e meia um cara me atropelou!
Vê se pode! Se atropelada em pleno cemitério, um dos lugares menos concorridos do MUNDO e tinha um cara correndo por lá, o fato é, que depois de eu ser atropelada pelo cara bati com a cabeça num canto de um tumulo.
É: DOEU!
(Anotação para mim mesma: nunca me esquecer de levar água oxigenada e algodão ao sair de casa!)
E para completar o cara ainda me agarrou pela cintura e me lavou para trás de um dos túmulos, tapando minha boca com a mão, só teve um pequeno detalhe: ELE ESTAVA TAPANDO MEU NARIZ TAMBÉM!
O que me faria apagar a qualquer instante!
“Ah Vá, quem é você?!”
Naquele instante entendi por que ele estava correndo, tinha outro cara com uma faca de açougue ensangüentada na mão vazando no cemitério! Daí, notei que o cara que estava me segurando tinha um corte no braço.
“Entendi tudo, caça e caçador, clássico! Agora solta o meu nariz, cara*&¨!” eu gritava em pensamento.
Ele ficou olhando por cima do tumulo até ver que o homem com a faca tinha sumido.
- Até quem enfim... – ele falou aliviado, até que ele notou que eu estava quase desmaiando – Tá viva?!
Nem respondi quando pude ver direito de novo, deu um soco no cara, sabe-se lá o que ele era para ser caçado com uma faca de açougue...
- É, você tem um soco de direita muito bom... – ele falou enquanto o sangue lhe escorria pelo nariz, não pense que eu fui cruel, ELE MERECEU!
- Quem é você?
- Sabia que eu não vejo muitas garotas por aqui.
- Quem é você?!
- Me deixa por meu nariz no lugar depois te respondo.
Neste tempinho deu para ver que ele bem roqueiro.
QUESITOS PARA RECONHECER UM ROQUEIRO:
1º Usa preto
2º Provavelmente estará com uma camisa de alguma banda
3º Usa All Star(praticamente o tênis símbolo do rock), piercing ou alguma tatuagem
Este estava todo de preto, com uma bermuda, uma camisa bem darkness mesmo e All Star.
Depois de limpar todo aquele sangue que estava escorrendo no nariz dele, ele começou a falar.
- Olha só, eu não sei quem você é, mas é melhor sair daqui, aquele cara não está de brincadeira se achar você comigo vai te esfaquear até poder ver suas entradas.
- Credo! Foi VOCÊ que me atropelou!
- É, mas...
Nem terminou a frase e ele me puxou pelo braço até o mausoléu mais próximo, tive de correr, o que ocasionou uma dor muito grande na minha perna machucada.
Quando a gente chegou ao mausoléu eu caí sentada no chão, minha perna estava doendo demais!
- Você é maluco?!
Ele tapou minha boca de novo!
“AI ÓDIO! Me larga, inferno!”
Notei que o cara com a peixeira(faca de açougue, acaba dando no mesmo) passou, mas não nos viu.
- Eu te explico tudo se você calar a boca! – ele sussurrou.
Até agora eu sabia que: ele é homem, a não ser que seja indefinido..., estava sendo caçado por motivos alheios a mim, parecia da minha idade ou pelo menos um ano mais velho que eu, é roqueiro, não representava perigo algum para mim, já que um homem com uma peixeira é muito mais perigoso que um garoto desarmado, e que estava querendo me asfixiar!
Até que ele me soltou, e eu agradeci por poder respirar de novo...
Como eu não podia falar só me restava ouvir!
- Esse cara com a faca ai está me caçando por que eu arranhei o carro dele, eu estava na minha aqui no cemitério quando ele começou a me perseguir e você é a primeira ruiva roqueira que eu conheço.
“Não nos conhecemos!”
- Tem celular ai?
“Você é bem abusado, não?!”
Ele nem esperou eu responder e pegou minha bolsinha, logo já estava ligando:
- Alô, policia – “Frase Clássica!” – eu tenho uma denuncia para fazer, tem um homem armado com uma faca perseguindo dois adolescentes no Cemitério Municipal de Londres.
“É quase um Sherlock Holmes!”
Ele desligou e passou a mão na minha testa bem onde estava sangrando.
“Você é retardado ou o que?! Está DOENDO! Por&*¨”
- Ai!
- Fala isso para o meu nariz também!
- E queria que eu dissesse o que?!
- Podia me agradecer por eu te tirar a frente daquele maníaco!
- Foi você que me comprometeu, pra começar eu nem tenho nada haver com isso!
- Mas agora tem! E é melhor se comportar.
“Te conheço pra você ficar me dando ordens?!”, mesmo assim me calei, mais por medo do cara da faca me ouvir.
Daí comecei ouvir sirenes, a policia tinha chegado! Tentei sair do mausoléu, mas ele me barrou, só depois de ouvir uns gritos(provavelmente do cara com a faca) nós saímos, ele deu um depoimento para o policial e disse que eu estava muito abalada pra falar...
“Que sutil...”
Eram quatro horas quando a gente saiu do cemitério, ele começou a andar do meu lado até que eu agüentei.
- Está me seguindo?!
- Não, eu estou indo para o mesmo lado que você!
“Ofende... ”
Apesar do ar áspero ele me falou um pouco “dele”:
- Nunca vi uma ruiva roqueira...
- Pelo menos você sabe reconhecer uma...
- Por que não? Eu também sou um rocker!
- É, mais ninguém te chamaria de emo...
- Aí Ofende! Se me chamassem eu partiria para cima dele!
- E “ele” revidaria com uma faca suponho...
- Ah, não seja estraga prazeres, detonou minha fantasia...
- Cloe?! – quando ouvi alguém me chamar, tremi, pensei que fosse minha mãe, mas era outra voz:
- Dominique... O que você...
- O que VOCÊ está fazendo aqui?!
- É... Andando... E... E... Nosso trabalho? – valia tudo para desviar a atenção dela!
- Amanha eu vou para escola e lá nós resolvemos.
- Bem... Eu já vou...
Sai praticamente correndo, dei ‘tchau’ pro garoto, chegando em casa, tomei um banho, só depois lembrei que nem sabia o nome dele... Burrice! Mas sinto que a gente ainda vai se ver de novo...
Quem sabe amanhã...

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-- Gutten Nitch --