Furacão Iminente
Revelações
Nada estava igual naquela Lua. Faltava alguma coisa. Como no dia em que estava fugindo do meu Clã destruído. Parecia que tinha sido a tanto tempo.
Estávamos todos sentados em frente a tenda de Loyal. Nicole não havia voltado e o urso não foi mais ouvido.
Loyal estava mexendo com substâncias que segundo ele, iria neutralizar todo o veneno. Mas ainda tínhamos de descobrir o por quê que ele foi feito. Por quê queriam o Clã do Urso morto, mesmo tendo que matar tantos animais assim?
Minha tristeza e raiva só cresciam. João estava ainda mais quieto do que o de costume. Então resolvi falar o que sentia assim mesmo, de supetão:
— Ao final ela não era tão covarde assim, não é mesmo?
— Não venha me culpar agora! Não num momento desses!
— O quê? Doí ouvir a verdade?
— Analice, por favor!
— Quieta Bia! Ele precisa ouvir a verdade!
— Que verdade? Que você é uma intrometida vingativa? - Ele revidou.
— A verdade de que você culpa as pessoas por terem fraquezas! Acorda João! Estamos brigando aqui! E a pessoa que nos separaria não está mais aqui!- Eu gritei com toda a força dos meus pulmões.
— Quem disse?- Alguém falou. Congelei onde estava. Uma explosão de felicidade ocorreu em mim. Me virei, e lá estava ela, toda machucada e arranhada, com uma garra de urso nas mãos.
— Você está bem!- Gritei correndo e dando um forte abraço nela.
— Ai! Cuidado, o urso não pegou leve!
— Desculpa!- Então todos correram até ela pra saber o que tinha ocorrido. Menos João.
— Ainda sou uma simples zebrinha pra você?- Ela perguntou.
— Você apenas matou o maior urso da floresta. Me diga do quer que eu te chame!- Ele brincou.
— Que bom que essa cena de felicidade dura pouco! - Gritou uma mulher.
— Chrisalys?!- Thais gritou.
— Como vai priminha?- Olhei boquiaberta pra quem havia cuidado de mim. Toda a doçura tinha sumido da voz de Chrisalys. Agora só restava a maldade.
— Ninguém irá neutralizar o meu veneno! Foi muito difícil obrigar aquela Lince à faze-lo e vocês não estragarão a minha chance de ser mais forte que o Clã do Urso, que perecerá!
— Foi você!
— Exatamente panda!
— Eu tenho nome! E é Manuela!
— Quem se importa? Quando você morrer, eu não farei homenagens pra precisar lembrar seu nome!- Manuela pegou a lança e atacou com toda força, acompanhada de todos nós.
Mas ela derrubou cada um de nós. Parou olhando pra João caído e lhe mirou a lança:
— Considerem a morte deste membro do Clã do Urso o início de uma nova era! Uma era em que os Canários governarão!
Ela tomou impulso pra acerta-lo, e quando ia faze-lo, Manuela furou seu calcanhar com a lança.
— Insolente!- Ela urrou. E João foi esperto o bastante pra dar-lhe uma rasteira. Ela caiu, batendo a cabeça na tora em que sentamos. Selando sua própria morte.
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