Mistérios da Meia-Noite
Prólogo - Parte II
Após a morte de Rosa os moradores da cidade atacaram o lobisomem com a primeira coisa que viam pela frente: pedaços de madeira, pedras, enxadas, pás, utensílios de cozinha, etc. A criatura não teve outra escolha se não fugir para bem longe.
– Coronel! Coronel! – gritava o homem desengonçado batendo a porta do casarão.
A porta se abriu e uma mulher de camisola longa e cabelos negros em rolinhos apareceu.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Manuel? O que é, homem?
– Rosinha tá morta, Serafina! – disse desesperado.
– Tá doido? Andou bebendo?
– Tô falando sério, Serafina! Era o capeta! Não era homem, mas também não era cachorro!
– Manuel, vai pra casa. Você está bêbado. – disse a mulher já fechando a porta quando foi surpreendida pela mão do patrão.
– O que está acontecendo aqui? – perguntou o coronel segurando a porta.
– Coronel! Rosinha morreu!
– O QUE!?
– Coronel, ele está…
– Leve-me até minha filha!
O coronel não esperou carro nem carroça. Saiu correndo junto com Manuel que lhe contava tudo o que havia acontecido. Finalmente chegaram ao local do acontecido.
– Rosinha… - disse o homem se ajoelhando ao lado da filha. – Rosinha, minha filha…
Foi a primeira vez que o povo viu o coronel chorar. Ele fazia carinho no rosto da moça, com uma expressão que parecia havia perdido tudo.
– Aquele cachorro… - resmungou, se levantando. – Povo de Piedade a partir dessa noite começará uma caça ao lobisomem. Aquele que trouxer ele até mim receberá dois terços de minha fortuna! O seu nome é Maurício Linhares!
A cidade estremeceu e comboios de homens entraram no bosque munidos de tochas, lampiões, pás e enxadas em busca da criatura. Andaram entre as árvores a noite toda, mas nada do lobisomem.
Na manhã seguinte Maurício acordou em forma humana jogado em uma estrada abandonada no meio da floresta. Seu corpo estava totalmente nu e dolorido.
– O que aconteceu? – perguntou-se levantando. – Onde estou?
Estava tudo confuso em sua mente. Só se lembrava de estar andando com Rosa na noite anterior e sentir uma forte dor no peito, e depois acordara no meio da floresta. Maurício passou as mãos no rosto e para a sua surpresa estavam sujas de sangue.
– Sangue… Por que?
Ele sentiu seu estômago se remexer e logo em seguida o homem vomitou. No chão era possível ver penas, picos, pelos e até… Cabelos loiros? Flashs começaram a aparecer em sua mente, mostrando desde a transformação até a imagem de Rosa morta no chão.
– Rosa? Não… Não pode…
– Bom dia, Maurício. – disse um senhor idoso de cabelos longos trajado com uma túnica marrom saindo entre as árvores.
– Q-Quem é você?
– Venha comigo e lhe contarei tudo.
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