Only Dreamers

Capítulo Bônus/Epílogo - Only Dreamers


ENOBARIA’S POV

A água está acabando e eu estou pronta para lutar. Nossos inimigos não estão longe.

– Eu estou no comando – ameaço. – Nós vamos atacar. Eles estão em maior número, mas são fracos. Eu posso matar todos apenas com os dentes.

– Está louca, Enobaria?! – grita Brutus. – Vai lavar esses dentes podres antes da luta. Eu deveria ser o líder.

– Você nunca conseguiu me derrotar. Então eu vou fazer o plano: Gloss ataca primeiro – ele nasceu para morrer mesmo – com Cashmere. Os dois vão pela água. Gloss vai matar Wiress; nós já sabemos que ela é a mais fraca e está tão louca que nem para em pé. Cashmere, você vai derrubar a Katniss e distrair a Johanna para eu atacar. Brutus, é melhor você ir direto para o Finnick. Quando ele morrer tudo vai ficar mais fácil. Depois nós vemos como vamos eliminar Peeta e Beetee, e Katniss, se ela não morrer de primeira.

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– Eu não escolheria a Katniss... – começa Cashmere, mas eu a corto.

– Se você não quer aceitar, é melhor fugir agora. Porque vai ser a primeira a morrer – espero ela protestar, mas ela nem fraqueja. Todos estão dispostos a seguir esse plano. – Vamos começar. Vem, Brutus. Nós vamos para a esquerda. Gloss e Cashmere vão para a direita. Hora de matar.

WIRESS’S POV

Cada passo que eu dou em direção à Cornucópia me faz ficar mais feliz. Katniss finalmente entendeu o que eu queria dizer. Que a arena é um relógio. E agora nós temos mais chances de vencer, ou de pelo menos permanecer por mais tempo nesse jogo. Todos menos Johanna vem para dizer que eu sou um gênio. E talvez eu seja mesmo. Ou, o que é mais provável, eu sou um gênio porque eu sou do Distrito 3.

Olho para a água, começando com a música do camundongo que eu cantava quando era criança. Eu comecei a cantá-la novamente desde o momento em que o meu nome foi anunciado pela segunda vez na colheita. Essa música me acalma. Desde então eu canto essa música, em todas as noites. Várias vezes.

Hickory Dickory Dock

O rato funciona acima do relógio

O rato sou eu

Eu não sei como parar

Hickory Dickory Dock

O rato funciona acima do relógio

O rato sou eu

Eu não sei como parar

Eu odeio a corrida, eu odeio o ritmo

Eu preciso de algum espaço aéreo

O rato espera sua ceia

E assim até eu morrer

Até eu morrer.

Minha cabeça dói tanto que eu não consigo cantar muito alto. Só para mim mesma. As ondas estão bonitas agora, com a luz do sol reluzindo em sua superfície intensamente. Eu poderia ficar aqui para sempre.

Os outros estão reunidos na Cornucópia, pegando todo tipo de equipamento que é útil. Algumas poucas armas e lâminas. Só isso restou. Então eles resolvem fazer um mapa da arena. Olho atentamente. Com uma atenção que nunca tive. Porque eu começo a sentir o perigo. Eu sempre sinto. E eu quero tanto avisar a eles que algo está para acontecer, mas eu estou em transe, quase inconsciente.

Me viro para eles, ainda sorrindo. Eu não quero sorrir, mas parece que eu não estou com controle do meu corpo. Ouço um ruído baixo que é quase inaudível à conversa dos tributos à minha frente. E então eu os vejo. Os Carreiristas. Brutus e Enobaria estão longe, mas logo vão chegar, correndo. Cashmere está em uma distância perigosa, nadando em nossa direção. Eu quero correr, quero lutar. Quero gritar para os outros correrem. Mas eu não consigo. Simplesmente não consigo.

E, em um momento, eu estou cantando a última frase da música. Depois arquejo com uma dor absurda na minha garganta. Gloss me pegou, e agora não tem volta. É o fim.

***

A nossa intuitiva não cantou nessa noite.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.