Mind Games (interativa)
Capítulo 6 - The Stepford Cuckoos
Sábado, uma semana depois...
John estacionou sua caminhonete no estacionamento da biblioteca. Ele escuta a voz de Carrie em sua mente.
– Até que enfim você chegou.– Ele ouve.
– É porque não é você que dirige.– Retruca. - Quem você acha que eu sou, o Noturno? Como se Kurt pudesse dirigir com aquele rabo.
– Há.– Ele a havia atualizado das "longas histórias". Ao menos a maioria delas. O fato de ele e sua mãe estarem sendo perseguidos por Shaw não foi citado, ou pensado, entre os dois. - Estou te esperando na ala de Literatura.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Nos vemos daqui a pouco.– Ele coloca a bolsa nas costas. - Câmbio e desligo.– Ironiza.
– Idiota...– Ela abre a boca em uma sugestão de sorriso. Estava fazendo algumas anotações do quadro, quando ele a surpreende. Ela, por impulso, ergue a mão contra ele. As mais variadas obras de Shakespeare, desde "Hamlet" á "Romeu e Julieta", desabaram sobre ele. Carrie leva a mão á boca, e ri baixo. Com um gesto, põe os livros de volta no lugar. Ele a olha, com os olhos semicerrados.
– Você fez de propósito, não fez?
– Hey, foi você que me assustou. - Ela dá de ombros.
– Sorte a nossa que a biblioteca não está tão lotada hoje. - Diz. - Mudando de assunto, minhas irmãs vieram nos visitar.
– As Stepford? - Pergunta. - Isso é bom, não é?
– Sim. Eu acho que é. - Ele sorri. - Mas não consegui aguentar a conversa por muito tempo então...
– Foi por isso que me chamou aqui. - Completa.
– Parece até que você leu meus pensamentos. - Ironiza. - E como vão as coisas na sua casa?
– Mamãe está trabalhando. - Diz. - As vendas têm melhorado desde que ela parou de acusar todos os seus clientes de pecadores e mandá-los para o inferno.
– Acho que isso fez certa diferença. - Diz ele, passando os dedos pelos exemplares nas prateleiras. - Para falar a verdade, não estou muito interessado em ficar na biblioteca a tarde toda. Que tal um cinema?
– Você paga a pipoca? - Pergunta. Ele assente com a cabeça. - O que estamos esperando?
***
– Sou só eu, ou a pipoca só me deu mais fome? - Pergunta ele, ao saírem do filme.
– Eu estou bem, mas topo um sorvete. - Responde ela.
– Chocolate ou baunilha? - Pergunta, ao atravessarem a rua em direção á pequena sorveteria.
– Me surpreenda. - Diz ela.
– Ok... - Ele abre a porta e faz sinal para que ela entre. Em seguida ele vai para o balcão. - Uma casquinha de baunilha para a moça e um de chocolate para mim, por favor.
– Três dólares. - Diz o jovem atendente, indiferente. John lhe estende uma nota de cinco. Logo eles saem do estabelecimento, com os sorvetes em mãos.
– Pensei que você não lia os pensamentos de garotas em encontros. - Indaga ela.
– Em primeiros encontros. - Corrige ele. - Mas você conseguiu a que queria. E, aliás, não sabia que isso era um encontro. - Ela fica vermelha.
– Parece um encontro, não parece? - Ela volta sua atenção para um carro que passava.
– Bem, já que é um encontro é melhor agirmos como se fosse. - Diz, tomando seu sorvete.
– Quer dizer então que devemos fingir ser extremamente fofos um com o outro e agir como dois idiotas?
– Até parece ruim quando você fala assim. - Diz, enquanto atravessavam a rua.
– Então o que sugere, já que é um galanteador super experiente? - Pergunta ela, ironicamente.
– Assim você me deixa lisonjeado. - Rebate. - Mas dessa vez, por que você não escolhe?
– Não tem ideia do que fazer, não é?
– Não. Minhas ideias pararam no cinema.
– Outro filme? - Pergunta ela.
– Você realmente gosta do cinema, não é? Mas não sobraram muitos filmes para vermos.
– Então vamos ter que voltar.
– Ou talvez não. - Ele sorri. - Não tem um lago aqui perto?
– Tem sim, mais ou menos a uns dez quilômetros daqui.
– Que tal irmos patinar?
– Eu? Patinando? - Ela ergue uma sobrancelha. - No outono?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Quando você tem um amigo com poderes sobre a água e o gelo, isso se torna mais fácil.
***
– Ainda não estou certa disso. - Diz, descendo da caminhonete.
– Bom, já fizemos o caminho todo até aqui. - Lembra ele. - Seria um desperdício voltar agora.
– Odeio quando você está certo. - Resmunga ela.
– Então você me odeia sempre? - Pergunta ele, sarcasticamente.
– Só congela logo esse lago, Sr. Homem de Gelo júnior.
– Não sou como Bobby. - Diz ele, tirando o sapato. - Ele gera o gelo da umidade do ar. Eu preciso de água.
– E qual a diferença? Tem vapor d'água no ar.
– Cala a boca, Carrie. - Brinca. Ele toca o lago com o pé descalço, e o lago congela das margens para o centro. Em seguida ele puxa um pouco de água de uma poça próxima e congela nos sapatos em forma de patins. – Não é fácil fazer isso. Enquanto ele faz no automático, eu tenho que condensar o vapor para depois congelar. Mas apesar de tudo ele foi meu mentor. Ensinou-me muito do que eu sei. Inclusive isso. - Ele aponta para os patins.
– Uma velha jogada de mutantes com criocinese, não é?
– Você que disse. - Ele dá de ombros. - Agora levante os pés.
– Claro, veja isso. - Ela se concentra por alguns segundos, e flutua alguns centímetros no ar.
– Exibida. - Ele ri, fazendo patins de gelo em torno das botas dela. Ela volta ao chão, e se apóia no carro. John põe os patins, e se põe de pé. - Segure minha mão.
Ela ergue a mão, trêmula, ele segura a mão dela firmemente, com um sorriso confiante no rosto. Eles deslizam suavemente pelo lago congelado. Carrie se apoia em John, que dá o braço para ela. Eles conseguem dar algumas voltas, mas Carrie escorrega e leva John junto. Ele consegue fazer com que ela caia em cima dele, suavizando a queda. Ela, envergonhada, se levanta do melhor jeito que pode e pede desculpas. Logo os dois dão boas risadas, mas um som abrupto os interrompe.
– O que estão fazendo aqui? - Pergunta um policial, se aproximando.
– Deixe comigo.– Diz, mentalmente, para Carrie. Ele fala com o policial. - Eu sou o doutor Connors e esta é minha colega, a doutora Samantha. Estamos fazendo um exame toxicológico da água desse lago.
– Claro doutor Connors... - O guarda parece convencido. Qualquer que seja a ilusão que usava, deu certo. - Preciso apenas das suas credenciais e de sua autorização.
– Claro, estão no carro. - Ele abre a porta, e pega a carteira e um panfleto de uma concessionária. - Aqui estão.
– Obrigado. - O policial olha para o panfleto por alguns segundos, e depois checa a carteira. - Tudo certo. Desculpe-me a interrupção. Você não faz ideia de quantos adolescentes vem aqui.
– Você está completamente certo. - Diz John, engolindo uma risada.
– Tenha uma boa tarde, policial.
– Obrigado. Vocês também. - Ele aperta a mão de John, e dá meia volta. Assim que ele some de vista, os dois riem.
– Como você fez isso? - Pergunta ela.
– Uma simples ilusão. - Diz ele, sorrindo. - Aprendi a fazer coisas similares desde antes de eu começar a andar.
– Depois eu sou a exibida. - Diz ela. - Acho que já está na hora de irmos.
– Já que insiste. - Com um estalar de dedos, os patins e o lago derretem. - Vamos lá, doutora Samantha.
– Depois de você, doutor Connors. - Eles vão para o carro e saem de lá.
***
– E então, o que achou do dia? - Pergunta ele, ao deixá-la em casa.
– Foi um bom segundo encontro. - Diz ela, timidamente.
– Bom? Não mereço nem um ótimo ou um excelente?
– Vai ter que comer muito feijão com arroz para conseguir mais do que isso.
– Cuidado... Desse jeito eu acabo desistindo de você. - Ele toca a maçã do rosto dela.
– Não, você não vai. Você nunca desiste. - Ela esboça um sorriso.
– Até segunda-feira, White. - Diz, voltando para a caminhonete. Ela acena para ele, enquanto o mesmo voltava para o carro. Ela entra em casa, e sua mãe a espera.
– E então? Vocês estão namorando ou não?
– Mãe!
***
– John chegou. - Disse uma das trigêmeas. John entra logo depois.
– Cheguei sim Phoebe. - Diz ele. - Embora qualquer um pudesse ter notado pelo som da caminhonete. - Se ainda pudesse sentir emoções, ela teria o encarado com raiva. Mas ela lhe lança um olhar neutro.
– Olá John. - Diz outra entre as três, indiferente.
– Sophie. - Ele puxa uma cadeira, e se senta. - Como estão as coisas no Instituto?
– Não estamos aqui para falar do Instituto. - Interrompe a última, Irma. Embora preferisse ser chamada de Mindee. - E sim de Shaw.
– Prossiga. - Diz ele.
– Usamos o Cérebro para localizar Shaw. - Diz Sophie. - Mas...
– Ele parecia estar nos bloqueando, com uma espécie de disfarce. - Continua Phoebe. - Felizmente...
– Conseguimos captá-lo por um breve momento. - Diz Mindee. - Ele está longe, mas está se movendo.
– E ele não está...
– Sozinho. Ele recrutou...
– Outros. O lado negro inteiro do Hellfire Club está...
– Ao seu lado. - Finalizaram as três, em uníssono.
– Que ele venha então! - Grita John. - Nós também temos aliados. O lado branco, os X-Men e até mesmo a Irmandade pode nos ajudar se Erik cooperar. A S.H.I.E.L.D também nos deve uma. Tenho certeza de que Rogers, Stark, Banner... Eles virão nos ajudar.
– Quer mesmo travar uma guerra de mutantes e agentes no meio desta pacata cidade? - Indaga Emma. - É verdade, temos aliados, mas são peças muito valiosas para serem jogadas no campo de batalha.
– O que faremos então? - Pergunta. - Fugiremos novamente? Apenas para ele nos achar de novo e de novo?
– Jonathan. - Emma ergue a cabeça e o encara fixamente. - Já perdi seu pai para aquele monstro. Não vou perder você também. - Ela volta a sua posição original. - E pensar que um dia eu o chamei de "meu mestre".
– Poupe-nos dos detalhes desnecessários. - Diz Sophie. - Já dissemos o que tínhamos de dizer.
– Foi bom vê-las, garotas. - Emma se levanta. - Espero revê-las em breve.
– Foi bom vê-la também...
– Mãe. - Disseram, em uníssono.
– John. - Phoebe acena com a cabeça em sua direção, ele retribui o aceno com um sorriso.
As três desapareceram no ar. Uma projeção astral bem convincente. Perfeita, para os olhos destreinados.
– Você ainda não me disse o que fazemos agora. - Indaga John.
– Direi a você o que não vamos fazer. - Ela se levanta, os seus passos ecoando pela sala. - Não vamos deixar que ele nos encontre. E isso inclui apagar nossos vestígios.
– Espere. - Ele leva um segundo para ler as entrelinhas. - Isso não quer dizer que...
– Sim. - Ela respira fundo. - Carrie White têm de esquecer você.
– Eu não vou apagar a memória dela, mãe! - Berra. - Ela é minha amiga.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Amiga? - Ela bufa. - Você está caindo de amores por ela, Jonathan. E você sabe tão bem quanto eu que isso só faz com que a vida dela fique em risco também.
– Carrie é diferente, ela sabe se defender.
– Eu também sei. Você sabe. - Diz ela. - Mas não estamos vivos porque sabemos nos defender. Estamos vivos porque permanecemos escondidos! Seu pai se sacrificou para você poder...
– Viver! Isso inclui ir à escola, ter amigos, ser livre para fazer minhas escolhas! - Ele leva a mão á cabeça.
– Illyana vem daqui á duas semanas. - Diz ela. - Você vem comigo, por bem... - Ela se transforma em sua forma de diamante. - Ou por mal. E eu não vou querer fazer isso, mas farei. - Finaliza, voltando á sua forma normal.
– E quanto à Carrie?
– Você decide. Apague as memórias dela, ou deixe-as sabendo que Shaw pode torturá-la e tirar cada pingo de conhecimento que ela tem sobre nós. Sobre você. Viva com o peso de tê-la abandonado ou com o de ter causado sua morte.
– Você é uma péssima psicóloga. - Ele sobe as escadas, correndo, e bate a porta do carro. Ele se deita na cama e olha fixamente para o teto. Até que lentamente suas pálpebras se fecham.
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