Mind Games (interativa)

Capítulo 37 - O dia seguinte.


Base dos X-Men: Bristol, Inglaterra. 8 de novembro, 10:32.

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John POV

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Acordei com o peso da cabeça de Carrie em meu ombro. Sorri. O perfume de seus cabelos invadiu-me as narinas. O menor de meus movimentos a fez se mover. Ela despertou pacificamente, os ainda sonolentos olhos castanhos encontraram os meus. Ela sorriu, e se aconchegou em meu peito nu.

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— Bom dia. – Ela disse.

— Bom dia. – Respondi, abraçando-a. – Acho que deveríamos nos levantar antes que alguém se dê conta de que estamos aqui.

— Dane-se. – Ela diz, um sorriso no rosto.

— Por mais que eu concorde com você, eu tenho amor à minha vida. – Digo. – Você conhece minha mãe, e Psylocke. Não quero nem saber o que elas fariam se nos vissem aqui.

— Tudo bem. – Ela se levanta, tomando a coberta para se cobrir.

— Ei! – Eu pego minhas calças e rapidamente as visto.

— Não é nada que eu já não tenha visto. – Diz ela, um sorriso irônico no rosto. Ergo uma sobrancelha.

— É mesmo? – Pego uma das pontas da coberta, o sorriso dela some. – Idem!

— John! – Ela cruza os braços na frente do busto, estando com a roupa íntima de baixo já vestida. O rosto dela estava completamente vermelho. Ela me encara, com raiva.

— Para quê tanta vergonha? – Ela se vira, eu a abraço por trás. – Você é linda...

Ouço ela soltar o ar dos pulmões. Ela não se vira, mas eu sinto ela relaxar.

— De costas para a parede, agora. – Ela diz, com uma voz surpreendentemente calma. – Não me faça usar meus poderes.

— Tudo bem... Posso espiar? – Pergunto, já na parede.

— Já não viu o bastante ontem à noite? – Ela diz, de uma forma engraçada e sedutora, embora levemente desconfortável. Não é normal para ela fazer brincadeiras desse tipo. Eu sorrio, com um pouco de desdém.

— Touché... já posso me virar? – Pergunto. O som de roupas atritando em pele indicam que sim. Me viro, e vou até a minha camisa. Ela a joga para mim, com sua telecinese. Um pouco forte demais, eu diria. – Para quê tanta violência? Eu sei que é uma bela vista, mas...

— Idiota. – Ela revira os olhos. Eu ponho a camisa, e pego os sapatos e as meias, não me importando em vesti-las. Pego meu violão com a outra mão.

— Se importa em levar o cobertor? – Pergunto. Ela o pega e o joga por cima do meu ombro. – Preguiçosa.

— Ele é seu, não? – Ela abre a porta, dando uma espiada no corredor. – Está vazio. Vamos.

Fomos até nossos respectivos quartos. Tomei um banho, escovei os dentes. Mandei uma mensagem telepática para Carrie me encontrar no refeitório.

***

— Olhem só quem finalmente resolveu aparecer. - Disse Daryl. Reviro os olhos e me sento ao seu lado. Carrie me acompanha a se senta perto de mim. Continuo encarando Daryl quando sinto Carrie estremecer. Daryl me dá uma cotovelada e eu olho para frente. Ambrose se apoiava na mesa com os dois braços, seus olhos nos encarando com um ar inquisidor.

— Eu sinto cheiro de sexo. – Diz ela. Carrie fica completamente vermelha e eu sinto meu rosto queimar. Akio larga o lápis que segurava e passou a nos encarar. Daryl segurava o riso e até mesmo Kass desviou o olhar do livro que tinha em mãos. Yurie, por outro lado, segurava a ponte do nariz, incomodada pela falta de decoro de Ambrose.

— Amber... – Carrie chama a atenção de Ambrose, chamando-a pelo apelido. – Por favor, pare.

— Eu só quero saber se tenho que me preocupar com futuros bebês mutantes loiros de olhos castanhos ou verdes por aqui. – Ela rebate, seus olhos de arregalam. – E se forem gêmeos? Trigêmeos! Não...

— Eu não estou grávida. – Diz Carrie, interrompendo-a. Ambrose fica quieta por um segundo, seu rosto se iluminou novamente e eu estremeci.

— Você não negou a parte do sexo! – Disse, em um tom triunfante. Felizmente, Yurie veio ao nosso auxílio.

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— Ambrose... Chega de perguntas sobre sexo, se eles fizeram ou não é assunto deles. – Respiro fundo, dando um olhar agradecido para Yurie.

— Qual é o livro que está lendo, Kass? – Pergunto, tentando mudar o assunto.

— É sobre um homem com duas almas, cada uma tentando tomar o controle de seu corpo. – Ela olha de relance para Ambrose, que tomou o bloco de papel e o lápis de Akio. Ambos soubemos que isso ia dar problema. Ela suspira, e abaixa o livro.

— Qual era o tamanho do...

— Ambrose! – Gritamos todos, em uníssono.

— Não é uma pergunta de sexo, é de anatomia. Motivos meramente científicos. – Ela olha para Carrie, que parecia estar pronta para sair dali. – Vamos fazer o seguinte, eu vou desenhar uma linha reta nessa folha e você me diz quando parar.

— V-Você é uma pervertida! – Diz Yurie, corando levemente.

— Vai dizer que não quer saber? Vou tomar o seu silêncio como um sim. – Ambrose começou à riscar a folha quando Helena, Serena, Kate e Phoebe apareceram.

— Tudo bem? – Pergunta Helena. – Ouvimos gritos.

— Nada de mais. – Disse Ambrose, voltando para o risco. – Carrie e John fizeram sexo, só isso.

Os rostos de espanto das garotas devem ter tido um efeito maior em Carrie, pois ela se levanta.

— Já chega. – Diz ela, em um tom incrivelmente calmo, e frio. Ambrose ergue o papel, surpresa.

— É tão grande assim? – As outras garotas não puderam evitar em dar uma olhada, eu ponho a mão no rosto enquanto Daryl e Akio riem da minha cara.

— Não é isso! – Carrie grita, fazendo com que eu levante a cabeça. – Só... chega! – O bloco de papel e o lápis são jogados telecinéticamente contra a parede, para o desgosto de Akio, que suspira. Carrie dá as costas para o grupo e sai do refeitório. Eu me levanto.

— Deixem comigo. – Digo.

— Pronto para o round 2? – Ambrose brinca. Eu a encaro com um olhar frio, literalmente. A temperatura da sala cai e as bebidas de todos congelam. Fractais de gelo cobriram a mesa.

— Você já não fez estrago o bastante? – Ela olha para baixo, sem resposta. Antes que ela pudesse dá-la, eu saio da sala, indo atrás de Carrie.

***

— Carrie! – Grito o seu nome, sem ouvir respostas. Vou para o quarto dela... vazio. Para a cobertura... vazio. Estou procurando por ela já fazem quase meia hora. Começo a perder as esperanças quando escuto um barulho vindo da pequena arena que usamos para treinamento de combate. Abro a porta e a vejo, lutando contra alguns robôs de treinamento. Eles estavam no nível máximo. Os “olhos” dos robôs estavam vermelhos. Isso não impedia Carrie de literalmente rasgá-los ao meio com um movimento de mão. A espero acabar com os últimos dois robôs antes de ir falar com ela. – Essas coisas são caras, você sabia?

— Antes eles do que Ambrose. – Ela suspira, olhando para a bagunça que fez. Ela estala os dedos, e eu ouço o metal tilintar e se reconectar às outras partes. Uma pequena legião de vinte robôs estava de pé novamente. – Eu não acredito que ela perguntou tudo aquilo.

— Acho que é o jeito dela de dizer que se importa, e que está feliz por nós estarmos juntos. – Digo, coçando a bochecha. – E eu pessoalmente já esperava algum tipo de comentário.

— Eu também. – Confessa ela. – Só esperava algo mais... discreto.

— Você já deveria ter se acostumado com nosso grupo de amigos. – Me aproximo dela, que sorri de lado. – Que tal praticarmos um pouco, já que estamos aqui?

— Nós contra os robôs ou eu contra você? – Pergunta ela, eu penso um pouco.

— Você escolhe. – Digo.

— Eu bem que preciso de uma boa luta para relaxar um pouco. – Ela me encara, com um sorriso irônico. – O que me diz? Prometo que não vou te machucar... muito.

— Por mais assustador que isso tenha sido, tudo bem. – Eu caminho até um dos lados da arena, Carrie faz o mesmo. – Espero que não fique tão triste quando perder.

— Veremos. – Ela sorri. – Contagem?

— Três... – Tiro meu casaco, e o atiro para longe. Carrie faz o mesmo com seu colar, brincos, e relógio, só que ao invés de jogar ela os levita até o meu casaco.

— Dois... – Continua ela, tomando uma postura ofensiva.

— Um. – Condenso o ar ao meu redor, formando esferas de água ao meu redor. Vejo rachaduras de formando no chão ao redor de Carrie.

— Já! – Gritamos, em uníssono, um temporizador se inicia. O chão ao meu redor treme, e eu perco o equilíbrio por alguns segundos. Carrie lança uma rajada de pedregulhos em minha direção, que eu consigo bloquear com minhas esferas de água. Ela ergue uma sobrancelha, mas seu olhar não é de surpresa. Ela ergue a mão e o chão se eleva, em uma onda de pedra. Eu dou um salto antes dela me atingir, transformando as esferas de água em plataformas de gelo. Ela percebe o que eu estou fazendo e usa seus poderes para se elevar ao ar, destruindo todas as plataformas que encontrava. Uso dos destroços de gelo para criar pequenas bolas de água e as lanço sobre ela. Carrie não tem prática em controlar qualquer coisa que não seja sólida e então ela tentou desviar. As esferas a perseguiram como mísseis teleguiados, e quando eu sentia que estes faziam contato com sua pele, eu as fazia congelar. O peso extra a fazia se desequilibrar, e cada vez mais esferas atingiam o seu corpo. Em um momento de raiva, ela emanou uma onda de energia telecinética de seu corpo, que destroçou as esferas de gelo. Ela avançou em direção à minha plataforma e tentou me dar um chute. Usando o meu controle sobre a plataforma de gelo, eu desviei. Ela jogou outras duas plataformas em minha direção e, antes de me atingirem, eu as fiz voltarem para a forma líquida, fazendo um movimento de meia lua com meu braço e fazendo-os tomar a forma de um chicote de água. Ela é atingida e recua, ofegante.

— Nada mal, John. – Diz ela. Eu dou de ombros, sorrindo de lado. Eu sinto meu corpo ser envolto em algum tipo de força, meu sorriso desaparece. Carrie me joga para o lado, fazendo-me sair da plataforma. Ela me joga de um lado para o outro como se eu fosse uma boneca de pano. Em uma tentativa de distraí-la, descongelo o resto das plataformas e as lapido em pássaros de gelo, que voaram furiosamente em direção de Carrie. Ela se vê cercada por eles, é tanta afastá-los de seu rosto. Nesse esforço, ela me deixa cair. Eu me equilibro no ar e caio rolando, absorvendo o dano da queda. Antes que eu ou ela pudéssemos fazer alguma coisa, um alarme toca, indicando o fim da partida. Chamo meus pássaros de volta para que Carrie possa finalmente voltar ao chão em segurança. Eu os dissipo no ar, junto às poças d'água e dos fragmentos de gelo no campo. Carrie conserta as rachaduras e os buracos que fez no campo, nivelando o solo novamente.

— Boa luta. – Digo, com um sorriso.

— Idem. – Ela me abraça, mesmo que nós dois estejamos suados e doloridos. – Acho que vamos precisar de um banho.

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— É... – Suspiro. – E uma massagem cairia bem. Meus músculos estão cansados de serem jogados de um lado para o outro.

— Desculpa. – Ela diz, em um tom despreocupado.

— Tudo bem... Eu também usei meus truques. – Digo.

— Você se conteve. – Ela revira os olhos. – Você não usou sua telepatia, e não fez nenhum tipo de nevasca ou, sei lá, soldados de gelo...

— Eu te fiz uma promessa. – Ela sorri, feliz por eu ter me lembrado. – Nunca vou entrar na sua cabeça sem sua permissão. E você também se conteve.

— Por favor... – Ela bufa.

— É verdade! Você tem um arsenal completo. Poderia ter virado o campo contra mim, poderia ter controlado os robôs de treinamento para me atacar... E que eu saiba você também sabe criar soldados de pedra ou metal.

— Dois. Quatro se forem animais médios e dez se forem pequenos. Nada comparado com você, senhor “eu posso criar um exército”. – Saímos da arena, indo em direção dos dormitórios.

— Eu só consigo convocar doze soldados! Isso não é um exército... Bobby conseguia vinte, de olhos fechados. – Digo, referindo-me ao meu antigo mentor. – E você não se menospreze, você é uma das mutantes mais poderosas que já conheci.

— Seguida das outras vinte que são mais fortes do que eu. – Diz ela.

— Vigésimo primeiro não é um lugar tão ruim... ai! – Ela me dá uma cotovelada. – A luta já acabou caso queira saber, e a culpa é das outras vinte mulheres super poderosas, a maioria X-Men, que acabariam com você e comigo em qualquer combate.

— Diga dez. – Desafia ela.

— Minha mãe, Psylocke, Illyana, Kitty, Vampira, Ororo, Jean Grey, X-23, Selene, Crystal, Mística, Cassandra Nova... – Eu digo, contando nos dados mesmo após passar das dez.

— Tudo bem! Eu entendi. – Eu a envolvo em um abraço, mas ela evita o meu olhar.

— Elas podem ser super poderosas e tal, mas elas não são você... – Sussurro, no ouvido dela. Ela se vira rapidamente para me dar um rápido beijo e corre para o seu quarto. Eu paro na porta do meu, e mando uma mensagem telepática para Carrie. – Te vejo aqui fora em... dez minutos?

— ... – Silêncio por alguns segundos. – Ou você pode me ver aqui dentro... e saímos juntos.

Eu estou ao mesmo tempo assustado e apaixonado por esse lado seu.— Digo, voltando para a porta do quarto dela.

***

Depois de uma meia hora, eu saio do quarto de Carrie, com uma toalha enrolada na minha cintura e com minhas roupas jogadas sobre o ombro. Me viro em direção do meu quarto e vejo minha mãe. Ela percebe a minha súbita aparição e desvia o olhar do tablet no qual digitava. Ela passa por mim apenas para dar uma olhada na porta detrás de mim. O pequeno gritinho que eu ouvi de dentro do quarto confirma meu receio. Minha mãe fecha a porta, me encara com um olhar severo e pisca repetidamente, processando a situação. Ela suspira, antes que eu pudesse tentar me explicar.

— Eu vou fingir que não vi isso. – Ela segue seu caminho pelo corredor. – É, eu não vi isso. Eu não vi isso...

Eu fico parado por alguns instantes, antes de ir para o meu quarto me trocar. Encontro Carrie na minha porta alguns minutos depois, vestida. Ela estava vermelha e aparentemente desconfortável.

— Isso foi estranho. – Digo, Carrie cruza os braços.

— Para dizer o mínimo. - Eu vou até ela, fechando a porta detrás de mim. – Como ela reagiu?

— Foi até bem cômico se você for parar para pensar. – Digo, com uma leve risada. Ponho meu braço ao redor dos ombros de Carrie. - Acho que ela aceitou bem.

— Pfff... Você viu a cara dela? – Ela cora. – Eu só queria cavar um buraco, entrar nele e morrer quando sua mãe me encarou.

— Me diga que estava vestida.

— Só a toalha. – Ela diz. – Foi... constrangedor.

— Poderia ter sido pior, afinal, estamos vivos. – Digo. Ela sorri, e faz que sim com a cabeça.

— Que horas são? – Pergunta ela.

— Faltam um pouco menos de quinze minutos para o meio dia. – Respondo, olhando para o horário no celular. – Quer almoçar fora hoje?

— Eu não quero olhar na cara de ninguém além de você hoje. – Ela cruza os braços. – Especialmente Ambrose.

— Você é rancorosa.

— Cale a boca... – Descemos as escadas e tomamos o elevador. – Para onde vamos hoje?

— Eu estava pensando no Wildwood. – Digo, mencionando um de meus restaurantes favoritos aqui. Carrie aperta o botão do térreo.

— Claro, por quê não? – Ela dá de ombros. – As costelas de lá são boas.

— As melhores de Bristol! – Digo, não conseguindo conter a ansiedade. Ao sairmos, Carrie envolve o braço no meu, tentando pegar um pouco de meu calor corporal. Mesmo com um casaco grosso, ela ainda estava com frio. Eu não me incomodo, mas vê-la desse modo me faz mal. Uso meus poderes para esquentar o ar em volta do corpo dela. Pela sua reação, funcionou. Ainda sim, ela não larga meu braço. Caminhamos por uns cinco minutos até chegarmos no restaurante.

***

— Bem vindos à Wildwood. – Disse uma das atendentes assim que chegamos, ela rapidamente reconhece meu rosto. – Oh, olá John, Carrie. A mesa de sempre?

— Se não for um incômodo, Patrice. – Digo. A atendente morena, Patrice, nos leva até uma mesa perto da janela.

— Tudo para um de meus melhores clientes. – Ela disse, com um sorriso no rosto. – Alguma preferência para a garçonete?

— A Daisy está atendendo hoje? – Pergunto.

— Sim. Eu vou chamá-la para vocês. Alguma bebida enquanto isso? – Pergunta Patrice.

— Um machiatto médio. – Pede Carrie.

— Dois. – Peço. Patrice acena com a cabeça e anota em seu bloco de notas.

— Eu vou pedir para Daisy pegar os seus pedidos. – Ela sorri, voltando para a entrada. Depois de alguns minutos, nossa atendente favorita aparece. Os cabelos azuis se destacando no uniforme. Ela serviu nossas bebidas e nos deu um sorriso.

— Como está o meu casal de loiros favorito? – Pergunta Daisy, o seu olho dourado pisca para nós enquanto o róseo nos encarava. Em seus vinte e três anos, ela estava bem. Os cabelos azul-marinhos cortados curtos, com uma pequena franja. Ela era mutante, com heterocromia e cromacia. Cromacia é o poder de misturar, criar e manipular cores da forma que quiser. Ela pode extrair a cor de um objeto ao ponto de deixá-lo invisível, ou até mesmo atirar jatos de tinta.

— Melhores agora com você aqui. – Digo. Daisy revira os olhos, sorrindo.

— Encantador. – Ela pega o bloco de notas. – O que vão querer para o almoço, queridos? Espera, deixe-me adivinhar... Costelas ao molho. – Ela disse, apontando para mim. – E penne ao molho bolonhesa.

— Bingo. – Diz Carrie. – E a sobremesa?

— Torta de limão. – Ela responde, sem titubear. Ela me encara, vendo minha cara de surpreso. – Não é preciso ser telepata para conhecer meus clientes favoritos. – Ela pisca. – Eu já volto.

***

Após um ótimo almoço e uma tarde incrível passeando por Bristol, resolvemos voltar para casa. Já estava anoitecendo quando chegamos no saguão.

— Que dia, não? – Digo.

— Sim, um bom dia. – Carrie responde.

— Pronta para mais uma enxurrada de perguntas? – Pergunto, apertando o botão do elevador, as portas se abrem em seguida.

— Você não pode simplesmente derrubar todo mundo com sua telepatia? – Pergunta ela, incomodada.

— Nope. – Respondo, cutucando o nariz dela. Ela suspira. – Relaxa, Carrie. Talvez eles nem estejam esperando por nós.

A porta se abre, revelando uma visão da sala de estar. Todos estavam de pé, nos encarando. O silêncio se perpetua por alguns segundos.

— ... – Eu olho para Carrie. – Eu disse talvez.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.