Mind Games (interativa)
Capítulo 16 - Mentiras
John acordou sentindo o cheiro de sangue seco que escorrera por sua testa. Estava firmemente amarrado a uma cadeira. Sentiu surpresa por ainda estar vivo. Talvez Carrie ainda não tivesse sido tão corrompida afinal. Margaret entra com uma arma em mãos, ele tenta controlá-la. Ela parece perceber o seu esforço.
– Boa noite, John. - Diz ela, ironicamente. – Espero que esteja confortável. Nem tente me controlar, injetamos uma substância que vai bloquear seus poderes.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Por que vocês estão me mantendo vivo? Por quanto tempo eu dormi? – Pergunta John. Precisava ganhar tempo. Sabia que essas drogas que bloqueiam poderes têm um efeito relativamente rápido.
– Já faz quase uma hora. E não se anime com isso, só estamos te mantendo aqui para que sua mãe venha atrás de você. Depois... Bem, não sou eu quem vai ter de limpar o sangue das mãos.
– Bem, só tem uma falha nesse plano. – Diz John, debochadamente. Lentamente ele sente seus poderes voltarem.
– Está enganado. – Ela arqueia as sobrancelhas. – Selene não erra.
– Mas você sim. Uma coisa sobre inibidores de poderes. – Sorri. – Precisam ser aplicados de hora em hora.
Margaret arregala os olhos e aponta a arma em sua direção. John facilmente a controla com o simples pensamento, faz com que ela largue a arma e o desamarre. Logo em seguida se levantando. Ele a nocauteia com uma rajada telepática. Toca em sua cabeça, buscando absorver todo e qualquer conhecimento de Margaret. Ficou bastante surpreso com o que viu. A "conversa" de Margaret com a rainha negra.
Os pensamentos das memórias recuperadas... Viu Margaret sair no meio da noite com uma criança no colo. O medo que ela sentiu, e o encanto pela criança que carregava. Ela era apenas uma peça. Um peão. Carrie era uma mutante, mas não uma mutante qualquer. Era filha de Shaw. Afastada, escondida e guardada com uma pessoa de confiança. Mas não de confiança o suficiente para que a deixassem mentalmente ilesa. Cassandra Nova sabe como estragar o psicológico de uma pessoa. As coisas que ela projetou na mente de Margaret... Não sabia como a mesma havia aguentado tanto.
– Saia de perto dela. - Diz Carrie, se aproximando. - Agora.
– Carrie. Você sabe que...
– Que ela não é minha mãe de verdade? - Ela sorri sarcasticamente, um sorriso sádico como o de Selene. - Como se você se importasse.
– Claro que me importo! Nenhuma palavra do que eu já te disse era mentira.
– Não?! - As paredes da casa começam a rachar. - Vamos começar por hoje! Onde estava Tommy? Você estava de passagem? Oh... Espere um pouco. Eu mencionei que você apagou minhas memórias algumas semanas atrás? Como você pegou meu coração e o despedaçou? Eu me lembro agora de como você é um mentiroso egoísta.
– Ao menos não sou um assassino! Você se transformou em um monstro! Sorte que meus amigos e eu estávamos lá. Senão você teria matado muito mais.
– Com razão! Você viu o que fizeram comigo. Eles me humilharam!
– Carrie, o que aconteceu com você? - Jonathan lentamente se aproxima. - Eu te conheço, você não é assim.
– Jura? - Ela cerra os punhos. - Pois eu não o reconheço.
– Você matou todas aquelas pessoas... Por nada.
– Nada? - Ela bufa. - Você não sabe de nada. Você não esteve aqui. Não passou pelo que passei.
– Mas...
– Meu pai me fez entender... Selene também. - Ela o encara friamente. - Aquelas pessoas me machucavam. Torturavam-me psicologicamente. E quando aquela vadia da Hangersen fez isso comigo... - Ela aponta para si mesma, o sangue já ressecado parecia vestir-lhe como uma segunda pele. – Eu a fiz sofrer pelo que fez. Fiz todos sofrerem pela maneira que me trataram. E com você não será diferente.
Ela o ergue no ar. Ele a encara. Os seus incríveis olhos verdes a fizeram relutar, ponderar e... Se arrepender? Não, ainda não. Mas esse breve momento de consciência a fez largá-lo no chão.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Por que não consigo? - Ela se pergunta, encarando sua mão. - Você me machucou tanto... Mas eu não consigo.
– Porque você sabe que eu te amo. E você me ama também, por mais que lhe doa admitir.
– Você nunca me amou...
– Te amei o suficiente para ser capaz de partir para protegê-la! - Ele berra.
– Mas não me amou o bastante para não ter partido! - Rebate ela, uma cristaleira se quebra.
– Carrie... - Ela o deixa sem palavras. - Eu...
– Já chega John. - Ela respira fundo. - Da próxima vez em que nos encontrarmos, não relutarei em te matar. Serei parte do lado negro junto ao meu pai. E nunca mais quero te ver.
– Por favor, reconsidere... - John segura suas mãos. - Temos um lugar para você no Instituto. Poderíamos esquecer tudo isso... Recomeçar...
– Pare. - Ele acaricia seu rosto. Ela empurra sua mão. - Adeus Jonathan...
Ela caminha a passos largos longe de sua presença.
– Nêmesis. – Isso a faz parar. – Nêmesis é o meu nome agora, Carrie. Eu sei o que você está passando e eu juro que assim que essa guerra terminasse, eu... Eu iria voltar para você. Devolveria suas memórias e... Talvez ficasse aqui, ou iria pedir para que viesse comigo para o Instituto. Apenas me dê mais uma chance.
Ela respira fundo e dá meia volta, dando um demorado e significativo beijo em um ainda atordoado John. Embora isento de qualquer sentimento. Ela se permite um breve momento para tomar fôlego e encarar os campos verdes dos olhos de John por uma última vez. O brilho perdido em seu olhar parecia ter sido reaceso por uma forte faísca de esperança.
– Não posso. Não posso e nem quero. – Diz ela, se afastando. – Nêmesis é minha estrela favorita, não só por ser uma estrela. Nêmesis também é o nome da deusa da vingança.
Carrie se afasta a passos largos, sem olhar para trás, e entra no portal que a levaria para sua nova e tortuosa vida, onde segredos profundos enterrados com sangue, mentiras e traições a esperavam. Junto com seu passado e seu futuro.
John se pôs de joelhos e encarou o amanhecer. As tropas haviam se dispersado. Viu sua mãe correndo em sua direção, e a abraçou com força. Ela passa a mão pelos seus cabelos louros levemente encaracolados e o olha nos olhos.
– Você está bem? - Ela o analisa telepaticamente, checando seus sinais vitais. Apesar de ter alguns arranhões e duas costelas quebradas, além de um ferimento na cabeça, ele ficaria bem. - Temos que voltar para o Instituto antes que a S.H.I.E.L.D venha investigar. Illyana está nos esperando.
Ainda calado, ele seguiu a mãe. No momento nem ela percebeu que os verdadeiros ferimentos eram psicológicos. Não se cura um coração partido. A vida não o daria tempo para colar os pedaços. Estava confuso, triste, decepcionado, surpreso e até mesmo esperançoso, mas nada disso iria ajudá-lo para o que viria a acontecer...
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