A mocinha e o vilão

Capítulo 11- Acampamento


Narração de: Agnes

Arrumava minha bagem pela manhã. Acho que ir para esse acampamento me faria bem, me faria colocar a cabeça em outro lugar sem ser Eric. Além do mais, precisava ter uma conversa com Karine, e finalmente voltarmos a nos falar como antes. Estava com uma calça jeans, um casaco preso na cintura, uma blusa regata e sapatilhas. Fechei minha mochila e pus nas costas. Jorge estava me olhando e disse:

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—Você quer ir mesmo?

—São só quatro dias Jorge.— o abracei— Ele nem estará lá.

Jorge tem estado mais doce comigo, tem comprado sorvete todos os dias. Me senti muito mal quando disse que ele não era o meu pai. Jorge não era o meu pai, era mais do que isso, era meu amigo. Falando em meu pai, ele tinha se mudado para a Itália com a sua esposa nova, ele tinha me ligado para eu ir com ele. Até parece... Wesley vestiu a camiseta e disse:

—Só você mesmo que gasta o seu feriado com estudo.

Fomos para o carro e Wesley me deixou na escola. A van que ia levar os estudantes já estava estacionado, e Karine também me esperava. Desci do carro e atrás de Karine, estava o seu namorado, Diego. Aaaaaah! Não acredito! Só porque eu pensei que teríamos um tempo de amigas! E para piorar o meu humor, vi Eric. Corri para o carro, mas Wesley não estava mais lá. Vasculhei meus bolsos e não achei meu celular. Não!!

Karine riu.

—Relaxa amiga, Diego veio me ajudar.— ela o beijou

—Não é com vocês que eu estrou estressada.— falei

Subimos na van e fiquei o mais longe possível do Eric. Só veio grupinhos de estudantes, digo que só veio panelinhas feitas. Fiquei no banco ao lado de Karine e Diego, namorado. A viagem de ida foi um saco, fiquei segurando vela o tempo inteiro.

Chegamos no acampamento. Era um lugar bem harmônico, havias uns chalés, que cabiam no máximo quatro ou cinco pessoas. Entrei em um dos chalés e havia duas beliches, ou seja, quatro camas. Havia um banheiro com uma banheira e graças à Deus uma privada. Wesley disse no carro que eu teria que fazer minhas necessidades no mato, e aquilo me assustou pra caramba.

—Agnes, Diego vai ficar no nosso quarto!— ela agarrou o braço dele e sorriu

—Tanto faz...

Eu não disse nada sobre Eric para Karine, até porque eu estou perdendo intimidade com ela. Todos os quartos estavam com quatro pessoas. Eric bateu no ombro de Diego e disse:

—Tem uma vaga ai?

—Temos, se quiser pode ficar no nosso chalé e...— interrompi Diego

—Não! Não temos vagas!

—O que está dizendo Agnes? Temos mais uma vaga.

Estou tendo um pesadelo. Me acordem por favor!

Joguei minha mochila na cama debaixo, mau-humorada. Não pode piorar. Nada pode piorar minha situação. Eu nunca mais queria ver Eric na minha vida e ele me segue até no Acampamento Estudar É Bom Demais?! Eric colocou sua mochila na cama debaixo, olhando para mim.

Karine e Diego entraram no chalé, encabulados.

—Podemos pedir uma coisa pra vocês?— falou Karine

—Manda.— falei sorrindo, lá vem bomba

—Podemos juntar as camas? Para... Eu dormir com o meu... Namorado?— pediu Karine

Meu sorriso desapareceu. Olhei para Eric e falei gritando:

—Você vai dormir na banheira!

Sai do quarto, batendo a porta com força. Isso era a prova que quando a sua situação estiver ruim, ela pode ficar bem pior. De repente, me arrependi de ter vindo para esse acampamento. Eu não quero, não vou, nem se me torturaram, vou dormir na mesma cama que o nojento do Eric.

O diretor do acampamento chamou todos dos chalés para se reunirem no centro do acampamento.

—Atenção, a equipe de vocês, é o quarteto dos chalés. As perguntas começarão amanhã. Boa sorte para todos os chalés.

Minha equipe estava ótima se não tivesse lá Eric.

Pela noite, estava deitada nos colchões da beliche, tentando não ouvir os beijos melosos de Karine e Diego. De madrugada, Eric apareceu na porta do banheiro e falou baixo para mim:

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—Está úmido aqui. Deixa eu ir pra cama por favor.

Peguei um dos travesseiros e joguei para ele.

—É o máximo que posso fazer por você.

Me virei e me cobri com os lençóis. Realmente, aqui era mais frio do que a cidade. Isso não mudava a situação dele. Eric me magoou muito, eu consegui sentir afeto por ele. Não vou dizer que é amor porque é muito humilhante para mim.

Pela manhã, o diretor do acampamento chamou todos nós para nos dar aula. Ele explicou que um acampamento adversário "batalharia" conosco, e deveríamos estar sedentos pelo conhecimento. As palavras que ele usou, foram tão toscas quanto a minha samambaia de plástico. Além de vencer a batalha, teríamos uma festa à fantasia no início da segunda fase.

O nosso grupo se reuniu para estudar para a "batalha". Eu queria muito ir para a festa à fantasia, eu tinha trazido uma roupa de mosqueteiro para eu usar na noite da festa. Achei bem legal na realidade.

No final da tarde, sentei na beira do lago e toquei meu violão. Eric sentou ao meu lado. Ia me levantar, mas ele agarrou meu braço.

—Deixa eu me explicar, por favor.

—Pode falar o que quiser Eric. Eu não vou te engolir mais. Você tem cinco minutos.

—Eu queria te falar que... Se fosse só uma aposta, eu não estaria aqui. Se fosse só uma aposta, eu não diria que te amo.— estava afinando as cordas do violão— Se fosse só uma aposta... Eu não estava sofrendo tanto como eu estou sofrendo. Agnes, eu sei que você nunca mais vai acreditar em mim, mas eu te amo. Foi a única que eu amei de verdade. Você me mudou. Se não tivesse me mudado... O Eric que derrubou seus livros pela primeira vez...— ele deu uma risadinha— não estaria aqui.

—Uma coisa você tem razão Eric, eu nunca mais vou acreditar em você.

Me levantei da grama e caminhei. Olhei para trás e o vi limpando o rosto. Fiz o mesmo, já que parte de mim, tentou acreditar em que Eric disse.