Desliguei o Skype e fui à padaria, como prometi ao meu pai. Enquanto caminhava, ia pensando em formas de pedir dinheiro para comprar a passagem. O Felipe é um dos meus melhores amigos, não posso deixá-lo na pior.

Não tenho dinheiro o suficiente na poupança, e sei que não posso apenas dizer: "pai, me dá uns sete mil reais ou mais para eu comprar uma passagem de navio". Então, como lembrei que minha mãe é amiga dos pais do Felipe, pensei que ela pudesse se comover e pensar no caso.

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Comprei os pães e voltei correndo para casa. Larguei a sacola em cima da mesa e gritei:

– MÃÃÃÃÃÃE????

A coitada, que estava no banheiro, veio correndo até a sala - ainda de calças abaixadas - com uma cara de "O que foi? O que foi? Cadê o incêndio?". Comecei a rir da situação e ela vestiu-se rapidamente, como se nada tivesse acontecido.

– Moleque... o que é dessa vez, Max?

– Mãe... preciso conversar com a senhora... é um caso sério...

Martha, minha mãe, fez uma cara de espanto e pediu para que sentássemos no sofá da sala e conversássemos.

– A senhora lembra do Felipe, né?

– O William Felipe? Sim, claro! Como podeira me esquecer? Ele é um ótimo menino.

– Pois é... ele é um dos meus melhores amigos e...

Contei toda a história: desde os primeiros dias de sua viagem até a notícia da cirurgia. Ela disse que vai conversar com o papai a respeito de comprarmos a passagem para o Ocean. Tomara que seja mesmo baboseira inventada por nerds aquela coisa de que é o "cruzeiro das sombras"...