Eu sentia a vida se esvaindo de mim aos poucos, junto com meu sangue, que já formava uma poça ao lado de minhas mãos. "Precisamos do seu sangue" era tudo o que o capanga falava. Repetindo diversas vezes a mesma frase, ele me cortou os pulsos. A dor era aos poucos anestesiada pela adrenalina, mas tudo se foi quando abaixei a cabeça e vi Leo desacordado. O capanga o baterá na cabeça com uma pedra, para que não houvessem contradições. Então, depois de um tempo, que pareceu ser uma eternidade, o desconhecido grudou um band-aid no corte que não parecia ser muito profundo e me apagou.

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Acordo com alguns sussurros em volta de mim. As vozes parecem assustadas, falavam coisas do tipo "Ela está muito pálida, Jason!" e alguns sons de passos abafados pelos sons de conversas. A primeira coisa que eu vejo são os cabelos loiros e os olhos azuis de Jason.

– Parece que nada pode acabar com você tão fácil, não é?

– O que aconteceu? - questiono.

– Um maluco drenou seu sangue, nada de mais. - interviu Thalia.

– Onde está o Valdez? - grita alguem mais ao fundo, talvez Chris.

– Eu me lembro de estar na floresta com ele, e estava tudo bem, ai ouvimos um barulho, e uma coisa bateu na cabeça dele, e me arrastou até a parte norte do bosque.

– Era um homem?

– Bem, era grande e forte.

– Pra conseguir te arrastar, suponho que seja sim um homem. - Jason anda até Chris. - Mas não tem como ter sido um monstro. Não conseguiria entrar, não é mesmo?

– Não. É praticamente impossível. Só se a arvore estivesse enfraquecida ou algo do gênero. - responde Will Solace.

– Mas, quais são as chances de um monstro conseguir se transformar em uma forma que passe pela barreira sem nenhum problema? - indaga Percy.

– Transferindo sua essência pra um autônomo. - Annabeth sussurra. - É o único modo. A menos que o monstro tenha uma poção que o transforme em humano.

– Existe algum monstro metamorfo?

– Acho que não, Percy.

– Acho que temos duas perguntas. O que essa coisa é, e o que ela quer. - diz Clarisse.

– Acho que temos muitas perguntas além dessas. - grita Connor. - Tipo, por que o Valdez está pendurado em cima do telhado do chalé de Hermes. - Uma onde de risos invade o local.

– Eu vou tirá-lo de lá. - Frank diz.

– Ok, isso já deu muita dor de cabeça por hoje.

– O que acham de preparar os fogos pra festa de quatro de julho? - Travis propõe.

– Vem, eu vou tirar você daqui. - Jason me pega no colo e me leva até meu chalé. Quando chegamos lá, sentamos na varanda.

– O que acha que vai acontecer? - pergunto ao deitar a cabeça em seu colo.

– Acho que, quem quer que esteja por trás disso, é perigoso, e precisamos detê-lo. - ele afaga meus cabelos, encostando a cabeça na parede ao seu lado.

– Acha que pode ser um autônomo?

– Acho que é a teoria mais provável. Mas também podemos estar errados. Pode ser um sereal killer.

– Não pode não. - rio.

– Tem razão. Acho que é um metamorfo que bebe sangue pra sobreviver.

– Não faz piada disso!

– Ok, acho que você riu de mais por um dia. Dorme um pouco, te encontro daqui algumas horas no bosque.

– Tenho más lembranças daquele lugar.

– Precisamos de pistas, Reyna.

– Eu sei, ok. Mas o Leo vai junto.

– Combinado. Bom, descansa um pouco, osso duro de roer.

Entro em meu chalé e me surpreendo com a rapidez em que durmo, sem muitos esforços, sem sonhos. Uma proeza para qualquer semideus.