O tempo parecia corrido para todos naquele momento, todos corriam para um lugar em que não pudessem se molhar, algumas pessoas já previam e andava com guarda-chuvas sem graça, a chuva estava extremamente forte e fazia um barulho estrondoso em contanto com o chão, antes quente e seco, o céu estava muito cinza, sinal de que a chuva teimava em ir embora.

A garota andava devagar na calçada do centro comercial calmamente, como se não estivesse chovendo, todos corriam e ela sorria quando as gotas de chuva caiam na sua pele parda e molhava seus óculos, soltou seus cabelos cacheados e volumosos porque estava completamente molhado, seu vestido simples e branco molhava cada vez mais, e sentia o chão frio com seus pés descalços. Tudo aquilo era uma sensação boa.

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O garoto também estava correndo procurando algum lugar para se proteger da chuva, mas de nada adiantaria já estava completamente molhado, olhou para o outro lado da calçada, uma garota chamou sua atenção, no seu rosto havia um sorriso enorme, estava com os braços para trás balançando o corpo de um lado para o outro, brincava nas pequenas poças que se formavam na calçada e seus cabelos cacheados pulavam junto com ela. Sem perceber ele começou a segui-la, perguntando a si mesmo porque ela não estava correndo, o porquê de ela estar tão feliz com a chuva caindo no seu rosto sem se importa com seus óculos que ele tinha certeza que eram de grau. O garoto decidiu a chamá-la de “Lluvia”, significa chuva em espanhol, ia chamá-la por esse nome quando percebeu que ela estava olhando diretamente para ele, estava séria, como se ele tivesse feito alguma coisa de errado. Mas depois ela sorriu, sorriu para ele, sorriu porque ele não estava correndo ou se protegendo como as outras pessoas; sorriu por causa da expressão de culpado dele quando ela o olhou. Então ela apenas se virou e continuou seu caminho, saltitando pelas poças de água.

O garoto correu até ela, não podia perdê-la de vista, tinha que ouvir a voz dela, tocá-la. Ele a alcançou e quando ia segurar o seu braço ela rapidamente desviou e o olhou assustada, ele não sabia o que falar, simplesmente agiu por impulso, Lluvia o olhava com curiosidade. Ele tentou falar, mas as palavras não saiam, elas estavam na ponta da sua língua, mas ele não conseguia dizê-las, então Lluvia retirou sua expressão de surpresa e sorriu para ele, Lluvia parecia estar dizendo “olá”.

– Oi. – Sussurrou o garoto, ele não sabia por que estava fazendo aquilo, o porquê de ele ter corrido atrás dela.

Lluvia acenou com a cabeça, ia virar para continuar seu caminho pelas gotas de chuva, quando o garoto quase ia tocando-lhe o braço novamente, mas ela se afastou. Ela o olhava com uma expressão emburrada, um “não me toque.” ecoou na cabeça do garoto, Lluvia continuava com uma expressão emburrada, o garoto riu alto, um sorriso radiante, que contagiava quem quer que esteja ao seu redor, ele era brilhante demais para Lluvia, a expressão dela ficou séria tirando o sorriso do garoto, ela rapidamente acenou com a cabeça e correu, ele a seguiu mais misteriosamente ela havia desaparecido.

O garoto olhou para o céu, as nuvens cinza estavam começando a desaparecer e dar lugar para um céu azul e brilhante, as pessoas começaram a deixar suas proteções de lado, com sorrisos de alívio por a chuva ter passado, ele não estava feliz, Lluvia havia desaparecido com a chuva. O garoto continuou andando para o seu destino, pensando se veria Lluvia de novo.

*Semanas depois*

As nuvens cinza começavam a se aglomerar no céu, era um aviso alertando que achassem um lugar seco para se esconderem e ficarem com expressões tristes ou entediadas no rosto. As primeiras gotas de chuva começaram tímidas, para depois trazer suas amigas e mostrarem sua verdadeira força.

O garoto abriu a porta de madeira em direção à rua, fechou a porta atrás de si e parou olhando para a chuva que caia vívida, até que sem aviso prévio veio o barulho raivoso de um trovão, o garoto se assustou com a ação repentina, talvez a chuva esteja com raiva ou emburrada com alguma coisa. O garoto teve que sorrir, já se passaram dias e ainda não esquecera Lluvia, ele ainda tinha esperanças de vê-la.

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O garoto avistou uma garota com cabelos cacheados andando apressadamente pelo outro lado da calçada, ela tinha uma expressão de raiva no rosto. Lluvia. O garoto correu o mais rápido possível até ela, ele ia tocá-La e ela desviou, mas dessa vez ela não se virou para olhá-lo, continuou com seus passos apressados, ele não desistiu, iria chamar a atenção dela, continuou a seguindo, vários trovões estavam caindo naquele dia e a chuva estava ficando cada vez mais forte que doía quando tocava na pele do garoto.

Lluvia desapressou o passo até parar completamente, ele também parou mantendo certa distância, Lluvia parecia estar respirando fundo, os trovões começaram a cessar e a chuva estava começando a ficar mais calma, tudo em sua perfeita sincronia.

– Lluvia. – Chamou o garoto.

Lluvia virou para ele assustada, o mesmo garoto que ela virá dias atrás estava a sua frente a chamando pelo nome, o mesmo garoto que insistiu em tocá-la, e tudo que Lluvia precisava agora era ser tocada, ser amada, ter um sorriso sorrindo para ela, só para ela. Lágrimas corriam pelo rosto de Lluvia, a chuva começou a ficar um pouco mais forte, a chuva estava triste.

O garoto se aproximou de Lluvia até ficar bem perto dela, não sabia o motivo por ela estar chorando, isso também não importava, ela precisava dele naquele momento, ele abriu os braços para abraçá-la, mas ela se distanciou, ela estava enxugando suas lágrimas com a costa da mão, as lágrimas teimava em sair, ela teimava em querer ter um tipo de contato. Ele não entendia, não precisava entender, ele só precisava agir.

O garoto tentou várias vezes abraçá-la, em todas às vezes ela desviava com um sorriso, estava começando a ficar divertido para ela. Ele tinha muita persistência, e Lluvia gostava disso, gostava de não ter o encontrado correndo, gostava do sorriso radiante demais que ele deu para ela, gostava dos seus cabelos ruivos rebeldes e bagunçados, Lluvia gostava dele.

– Sun, você é bem persistente. – Lluvia tapou a boca, fazia tanto tempo que não falava que tinha esquecido o som da sua voz.

Sun a olhava, a voz de Lluvia era calma e serena, como a chuva, ele deu um sorriso de canto, Lluvia olhou para cima, as nuvens pareciam dar adeus, elas estavam, naquele dia o inverno acabaria, e as chuvas demorariam a aparecer. Lluvia olhou para Sun com um olhar triste. Então Lluvia correu em direção a Sun com os braços abertos e um sorriso radiante no rosto e lágrimas de saudade começaram a aparecer. Sun entendeu, Lluvia precisava ir embora, estava na hora de ela voltar para casa.

Sun e Lluvia se abraçaram por segundos, que para eles era o suficiente, Lluvia se transformou em água nos braços de Sun, ele olhou para o céu e sorriu. Se lembrando da ultima frase que Lluvia falou a ele.

Vemos-nos novamente em breve, Sun. Espere por mim.

Sun sempre esteve lá, esperando pela sua amada Lluvia.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.