Especial Aniversário da Autora

Conto 3 - Amigos Coloridos.


Mais uma noite em que desabaram exaustos no sofá. Ultimamente vinha sendo sempre assim, ambos saíam se divertiam, e voltavam sempre para a casa de um dos dois. A casa da vez era a de Hermione.

Ronald tirava os sapatos a fim de descansar os pés, enquanto a morena pegava duas garrafinhas de água na geladeira.

– Nossa hoje foi muito cansativo, mas até que eu gostei. - Ele disse, lembrando-se de como se divertiu na boate que a jovem e ele iam sempre.

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– Não achei nada demais! - Ela respondeu, entregando-lhe a garrafinha de água. - Quer dizer, é sempre a mesma coisa, o mesmo lugar, as mesmas pessoas, eu já estou cansada disso.

– Nisso você está certa. - Ele disse, dando uma pausa e continuando logo em seguida. - Sabe Mione, acho que eu preciso de uma namorada.

Hermione sentou-se novamente no sofá, jogando os pés por cima da mesinha de centro, e ficou a pensar no que queria.

– Eu acho que preciso de uma transa! - o ruivo quase engasgou com a água que bebia o que fez Hermione dar uma gargalhada alta. - Ora Rony, vai me dizer que você não precisa? Sei de todos os seus segredos e sei que não fica com uma garota há muito tempo.

– E precisa ser assim tão direta? - Perguntou ainda abismado.

– E o que você preferia? Que você deseja desposar uma bela donzela? Faça-me o favor Rony! Sejamos práticos, tanto você quanto eu estamos na seca há tempos.

– Isso graças aos nossos ex que resolveram colocar galhadas em nós dois ao mesmo tempo.

– Nem me lembre desse fato! Encontrar o Victor aos amassos com a Lilá dentro daquela boate foi nojento.

– Ainda bem que você se livrou do narigudo metido a besta!

– E você da cachinhos dourados chatinha.

Ambos riram novamente, dessa vez pelos apelidos que haviam dado aos ex-namorados.

– E então senhorita sabe-tudo irritante, o que faremos para curar essa nossa crise de carência?

Hermione ficou a pensar e disse ao ruivo para irem a uma boate diferente no fim de semana seguinte. Combinaram de sair do local somente se estivessem acompanhados, mas não foi o que aconteceu.

No sábado seguinte, lá estavam Rony e Hermione, prontos a conhecerem pessoas novas e quem sabe até poderiam ter companhia para o restante de noite, mas nada aconteceu.

Talvez pelo fato de serem somente os dois, as pessoas estariam pensando que ambos eram uma espécie de casal, afinal os dois dançavam juntos em quase todas as musicas e possuíam uma química fora do comum. Mas nada disso foi o suficiente para terem companhia de terceiros, e então mais uma madrugada terminava com apenas os dois.

Estavam no apartamento de Rony. A morena estava deitada em um dos sofás reclamando de dor nos pés, uma vez que seus sapatos haviam machucado o calcanhar da jovem, e apertado seus dedinhos.

– Você bem que poderia ser um bom amigo e me fazer uma massagem hein.

– Eu sou seu amigo, mas isso já é um abuso! - Ele respondeu divertido.

– Por favor, Rony, eu prometo que não peço mais nada! - Hermione fez uma cara pidona e o ruivo acabou cedendo. - Nada hoje, é claro!

O ruivo sentou-se no mesmo sofá que a jovem, ficou de frente a ela e pegou um de seus pés delicadamente. Enquanto ele massageava o local, Hermione acabou tendo uma ideia. Não sabia se ele aprovaria ou não, mas conhecendo o ruivo do jeito que conhecia, ela sabia que seria difícil convencê-lo.

– Ron? - Chamou-o.

– Sim. - Ele respondeu ainda concentrado na função que exercia.

– Vamos fazer sexo!

– O quê? Ficou doida de vez?

– É claro que não, presta atenção. Nós estamos sempre saindo à procura de alguém, mas nunca conseguimos ninguém porque todos pensam que somos um casal...

– Mas nós não somos.

– Eu sei disso, mas podemos juntar isso a nosso favor. Somos amigos, nada mudaria.

– Hermione, acho que a falta de sexo ta afetando o seu cérebro. Você precisa de um namorado.

– Não quero um. Namorados são complicados demais, mas essa ideia é simples! Seríamos amigos coloridos. - Hermione começou a contar sobre as ideias que surgiram em sua mente, e quanto mais Rony ouvia, mais o ruivo acreditava que a amiga havia ficado louca, até que por fim, ela acabou convencendo-o.

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– Eu não sei como você vai me fazer te desejar. Eu não te vejo com esses olhos.

– Não é uma questão de desejo, Ron. São necessidades do nosso corpo. Mas há um porém. Temos que acrescentarmos umas regras, para que dê certo.

– Que tipos de regras?

– Ciúmes, por exemplo. Não podemos ter ciúmes um do outro. Temos que saber que não somos nada além de amigos.

– Mas e se conhecermos alguém? - Ele perguntou, ainda fazendo massagens em seus pés.

– Bom a partir do momento em que surgir alguém em nossas vidas, nós interrompemos o acordo. - Ela disse, e ele concordou com a cabeça.

– E quando começamos? - Perguntou maroto. Hermione lhe mostrou um sorriso sarcástico e jogou-se por cima do ruivo.

Ao invés de corresponder ao impulso da morena, o ruivo não conseguiu se segurar e começou a rir sem parar. Furiosa, Hermione levantou-se do sofá, pegou os sapatos e foi em direção à porta na intenção de ir embora. Rony vendo que a morena havia ficado chateada correu atrás da jovem que já estava descendo as escadas.

– Espera Mione! - Ele disse, segurando em seu braço.

– O que? Vai rir da minha cara de novo? Acha que eu sou o quê Rony? Posso ser só sua amiga, mas sou uma mulher e tenho sentimentos também.

Instintivamente o ruivo puxou-lhe pela cintura, e colou seus lábios em um beijo arrebatador, que deixou ambos sem fôlego.

– Vem, vamos fazer sexo! - Sussurrou-lhe ao pé do ouvido. O ruivo pegou a morena no colo e voltou ao apartamento.

Com os hormônios aflorados, os dois não esperaram chegar ao quarto para tirarem a roupa, foram fazendo isso durante o caminho.

Hermione achou que o ruivo mesmo sendo seu amigo era de longe o melhor homem com quem passara a noite, e para ele não era diferente. Rony constatou que Hermione era uma mulher completamente quente e não conseguia entender o porquê Victor, seu ex-namorado, havia trocado a morena por Lilá, sua ex-namorada.

Depois daquela noite, as idas as boates diminuíram quase que completamente. Já praticavam o "acordo" por mais de seis meses, e nenhum dos dois estava interessado em parar.

Em um dia de primavera, Hermione conheceu Cedrico Diggory, um jovem advogado recém chegado na cidade, no supermercado que ficava perto de sua casa. A conversa entre os dois fluiu tão bem, que o rapaz lhe convidou para sair naquela mesma noite. Hermione aceitou o convite, e dali foi embora pra casa.

No findar do dia, enquanto se arrumava, Ronald chegou em seu apartamento, e somente então a morena lembrou que não tinha avisado sobre o encontro.

– Quer dizer que você conhece um cara e nem me avisa? Obrigado pela consideração, Hermione! - Ele disse realmente irritado.

– Ron desculpe, foi tudo muito rápido.

– Ah claro, você conhece um cara bonitão e automaticamente me descarta! Quer saber, fique com ele, porque hoje eu vou arrumar companhia também! - Ele não esperou que ela respondesse, simplesmente bateu a porta com força e saiu.

O encontro de Hermione foi uma catástrofe. Cedrico só sabia falar dos casos que ganhava, e de como era um ótimo advogado penalista. A conversa que o rapaz parecia ter no supermercado era apenas um disfarce para o grande egocentrismo que saía de sua boca. Enquanto ele tagarelava, a morena pensava no ruivo, e no que ele deveria estar fazendo. Estava realmente sentindo sua falta, e uma pontinha de ciúmes lhe tomou conta ao lembrar o que ele havia dito: "hoje eu vou arrumar companhia também!”.

– Cedrico, eu preciso ir! - Ela disse, levantando-se da mesa, praticamente correndo em direção à saída. Chamou um taxi que passava na hora, e foi direto ao apartamento do rapaz. Ao chegar, tocou a campainha insistentemente, mas ninguém atendeu. Ligou para o celular, mas caía na caixa de mensagens.

Lembrou-se então da chave reserva que ficava dentro de uma plantinha na janela do andar do prédio. Pegou-a e abriu a porta. Havia decidido esperar por Rony em seu quarto.

Algumas horas se passaram e Hermione acabou pegando no sono. Era por volta das quatro da manhã quando o ruivo chegou. Ele levou um susto ao encontrá-la dormindo em sua cama.

– Hermione tá tudo bem? - Ele perguntou ao acordá-la. Assim que o viu um sentimento de alegria tomou conta de si, e a jovem agarrou o pescoço do rapaz em um abraço apertado. - O que está acontecendo?

– Nada, eu só me dei conta de uma coisa importante. - Ela disse com seus olhos rasos de lágrimas. Suas mãos iam tirando a jaqueta do ruivo quando ele a parou.

– Hoje não Mione.

– Está me rejeitando? - Perguntou agora magoada.

– Não é isso, é que ... eu não estou sozinho. - Ele disse meio vacilante. Hermione entendeu o que ele queria dizer, e não o deixou continuar a falar nada.

– Ah, então tá...tudo bem, eu vou embora.

– Mione, espera...

– Não Ron, aproveita a sua noite, eu não vou te atrapalhar, afinal nós somos somente amigos, não é mesmo?

Hermione saiu do apartamento sem ao menos olhar para a cara da mulher que estava à espera de Rony. Ela estava destruída. Como pôde deixar que seu coração se apaixonasse pelo seu melhor amigo? Era algo que ela mesma havia procurado ao propor uma coisa daquele tipo, mas naquele momento achava que isso nunca aconteceria.

Ele queria falar com ela, tentava ligar, mas ela sempre fugia, na intenção de esquecer o que sentia por ele, mas era tudo em vão, quanto mais ela se afastava, mais ela se apaixonava por ele.

Os lençóis da sua cama tinham o cheiro dele, em seu armário, varias camisas do time de futebol para o qual ele torcia. Na parede, um quadro repleto de fotografias dos dois juntos em festas, cinemas, e passeios diversos. Mas ele estava principalmente em seu coração e sua alma.

Sem mais aguentar de saudades, ela foi até o local em que ele trabalhava uma loja de artigos esportivos. Assim que a viu, ele abriu o seu melhor sorriso e foi até ela.

– Mione eu to tentando te ligar há dias, o que houve com você? - Ele perguntou preocupado. Ela simplesmente o abraçou da forma mais forte que conseguiu e algumas lágrimas escorreram.

– Ron eu preciso falar, eu não aguento mais! Parece que vou explodir se não por pra fora o que estou sentindo!

Assustado, ele a levou até uma sala vazia, onde poderiam falar abertamente.

– Me conta o que ta acontecendo. - Ele disse, segurando uma de suas mãos carinhosamente.

– Naquele dia que eu sai com o Cedrico... - Ela começou e ele torceu o nariz ao ouvir o nome do rapaz. - Eu me senti uma completa estúpida por ter te deixado e ter saído com ele. Eu fui até a sua casa na intenção de acabar com aquele acordo...

– Você não me queria mais? - Rony perguntou cabisbaixo, mas ela continuou a falar.

– Sim, eu queria terminar aquele acordo idiota e dizer que eu te amava, mas ai você chegou com uma mulher, e a minha cabeça entrou em parafuso, então eu fui embora na esperança de te arrancar de dentro de mim, mas quanto mais eu tentava, mais entranhado em mim você ficava. Eu não aguento mais Ron, eu preciso falar, eu preciso... - O restante da frase morreu em sua garganta devido ao beijo que ele lhe roubou. Foi um beijo carregado de paixão de ambas as partes. As mãos de Hermione encarregavam-se de puxar e bagunçar os fios ruivos, já as de Rony se incumbiam na tarefa de apertar-lhe a cintura num gesto de posse. Separaram-se somente porque um zelador abriu a porta e disse que ali não era lugar para esse tipo de coisa.

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– Agora deixa eu lhe contar a minha parte da história. - Ele disse. - Na hora em que sai do seu apartamento, eu estava com muita raiva do tal cara. Quer dizer, ele ia sair com a minha garota!

– Sua garota? - Ela perguntou com uma das sobrancelhas arqueadas.

– Minha garota! Ou você acha que eu deixaria você ser de outro? Bom isso não importa agora, pois bem, eu saí do apartamento e fui direto para um bar. Lá eu conheci a Luna. - Dessa vez foi Hermione quem torceu o nariz. - Ela estava triste porque havia acabado de terminar um namoro de anos, e daí eu comecei a contar a ela sobre o que eu estava sentindo. Eu não tinha percebido que estava sem a minha carteira, e então ela pagou a conta e o taxi até o meu apartamento, e foi justamente quando te encontrei lá dormindo. Eu estava atrás da minha carteira para pagar a ela, mas você não me deixou explicar e saiu correndo do meu apartamento.

Hermione estava agora envergonhada pelo grande furo que havia dado.

– Mione eu amo você. Não sei explicar como esse sentimento surgiu, mas é algo que eu não sei controlar, só aconteceu. E eu não estava dando mais a mínima pra esse acordo idiota, pra mim nós já estávamos tendo algo desde aquele dia na escada.

– O que você me pegou no colo de um jeito brusco! - Ela riu do próprio comentário, e ele lhe mostrou o sorriso mais sarcástico que já havia lhe dado.

Rony chegou bem perto do ouvido da morena e da forma mais doce e sexy possível sussurrou em seu ouvido.

– Você quer fazer sexo comigo todos os dias como seu namorado?

Hermione não lhe respondeu com palavras, mas com o melhor e mais intenso beijo que o casal já havia trocado desde a primeira vez.