Edward Lupin saiu da Falklands-Malditas frustrado e ainda devendo um favor a Pallaton Tulloch Gold. Apesar de ter conseguido um mandado que obrigava o comerciante a ajudá-lo, ele não conseguiu nada, pois Gold não tinha mais o mapa que buscavam. Ele também não dera dica alguma do que seria o favor que cobraria. Sem dúvida, Ted não ia com a cara dele.

Assim que saiu, uma águia pousou logo a frente dele. De pé, ela era tão alta quanto sua cintura. Os bruxos que estavam na Travessa do Tranco se assustaram, sacaram suas varinhas e apontaram para a ave. Se ele não estava enganado, aquela era uma águia do Himalaia. O que ela estava fazendo ali? Ela encarava Ted, como se esperasse algo dele. Notou a bolsa presa em sua pata.

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– Relaxem galera, é só um pássaro mensageiro. - Ele pegou a carta; assim que o fez, ela alçou voo, o que assustou novamente as pessoas ali. Ela não estava esperando resposta.

Assim que terminou de ler a carta, Ted foi até a saída do Caldeirão Furado e chamou pelo Nôltibus Andante. Disse o endereço a Lalau, que acelerou em direção à casa de Hermione e Rony Weasley. Enquanto seguia até lá, queimou a carta, conforme as instruções de Hermione.

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Enquanto Lilian assistia desenhos animados na televisão, Harry estava conversando com seus sogros, Arthur e Molly Weasley. Até o momento, eles falavam apenas de assuntos triviais, relembrando momentos que passaram juntos antes e depois da guerra de Voldemort. Ele evitava falar sobre a atual crise, sobre o desaparecimento de Gina, Rony e Hermione.

– Molly... Arthur... Eu não sei como consigo olhar para vocês depois de ter falhado miseravelmente em proteger sua filha... - Arthur gesticulou gentilmente para que se calasse.

– Harry. O que aconteceu com Gina não foi sua culpa. Malfeitores a roubaram. E você está fazendo o que pode para resgatá-la. Isso é o que importa.

– Mas já faz meses que ela foi sequestrada. - Harry não precisou contar os acontecimentos, pois Arthur já os conhecia e, consequentemente, havia contado a Molly.

– Nós sabemos. - Molly abraçou-o.

– Mas ela está viva. Isso é certeza. Mas Rony e Hermione. Desde o dia que deixamos nossos filhos em King Cross que não tenho notícia deles. Talvez a Triskelium os tenha sob custódia também.

– Não exatamente. - Arthur disse. - Esta manhã, recebi uma carta de Hermione dizendo que ela estava bem, mas que estava em uma missão supersecreta. Ela não deu mais detalhes, mas disse para não nos preocupar.

– O que? - Harry estava surpreso, e um tanto irritado. - Uma missão de que?

– Eu não sei. - Arthur fitou Harry nos olhos. - Nem você deve buscar saber. Se eles mantiveram essa missão em segredo até agora, há um motivo. Entendeu, Harry?

O Auror, mesmo depois de todos aqueles anos, admirava o Sr. Weasley. Por isso, obedeceria, mas ficaria com a pulga atrás da orelha até o dia que eles voltassem para se explicar.

O celular de Harry tocou. Era Draco, finalmente.

– Potter. - Ele atendeu.

– Sou eu, Draco. Eu consegui os dados da mulher que você procura. Lembra-se de que falei que conhecia o nome Von Ulf?

– Não...

– De qualquer forma, eu ouvi esse nome em uma das histórias dos anos que minha mãe estudou em Hogwarts. Hea Von Ulf estudou com minha mãe, foi sua companheira de casa. Hea era sobrinha de Belsant Von Ulf, que por sua vez foi casada com Deon Youngblood. Está acompanhando?

– Mas claro! Prossiga.

– Belsant e Deon se mataram em 1953, um ano após a morte da filha do casal, Coraline Von Ulf. E não, a filha carregava o nome da mãe, não do pai. Ninguém sabe ao certo como a menina morreu; seu corpo nunca foi achado. Agora vai a parte interessante, ela morreu em Hogwarts. Isso não é exatamente o que você precisa, não é? Precisa de informações sobre o pai dela, Deon, não?

– Sim.

– Mas não há. Deon Youngblood está totalmente fora dos registros, sinto muito. O único registro que tenho é que a filha de Hea, Jasmine, herdou todos os bens da mãe e da tia, quando a mãe morreu nos anos 1990. Talvez ela tenha algum registro do que você quer. - Ele enfatizou bem a palavra “talvez”.

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– Obrigado, isso ajudou muito.

– Não me agradeça ainda, por que sempre há um jeito de dificultar as coisas. - Draco parecia estar se divertindo com aquilo. - Cerca de dez anos atrás, Jasmine se casou com um homem chamado Fuyuki Hidetaka. - Ele teve certa dificuldade de pronunciar o nome. - E atualmente ela leciona.

– Ótimo. Em Hogwarts?

– Não. Como eu disse, sempre há um jeito de dificultar as coisas. Ela leciona na Universidade Mahotokoro de Estudos Mágicos, em Tóquio, no Japão.

Ótimo, pensou Harry.

– Mas tenho um endereço. - Draco fingiu entusiasmo e não estar gostando da caçada de Harry.

Após anotar o endereço num papel, ele contou aos sogros a conversa que acabara de ter e anunciou a viagem, apesar do Ministro ainda nem ter ideia de que a faria. Era a única pista que tinha de conseguir a resposta e salvar sua esposa.

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Ted entrou na casa, que estava um tanto abandonada há alguns meses. Estava empoeirada, mas pelo menos não havia aranhas. Ele odiava aranhas. Correu até o sótão. Estava silencioso até que ele bateu na porta. O vampiro de estimação, Sanguíneo, começou a fazer barulho, batendo nas paredes e em móveis. Rony ensinara-o, quando criança, que se aplicasse o feitiço Riddikulus em si mesmo, o vampiro cairia na risada e não atacaria. Uma brecha estava criada, e se poderia paralisá-lo com o Petrificus Totalus. Por isso, no fim do corredor, ao lado da porta do sótão, havia um espelho.

O rapaz assim o fez. Havia um armário embutido dentro do sótão, e foi onde Ted encontrou a caixa solicitada por Hermione. Ele pegou-a, colocou em uma mochila e seguiu para o aeroporto Heathrow. Aparatar entre países, além de muito perigoso devido à distância, era proibido pelas Leis Internacionais de Manutenção Mágica. Tais leis impediam que pessoas fossem de um país ao outro através de quaisquer meios mágicos, pois assim seria difícil de controlar as entradas e saídas dos países. Era necessário que entrassem como trouxas: passando pelas fronteiras. Qualquer um que entrasse aparatando ou de vassoura era considerado imigrante ilegal e, portanto, deve ser deportado para seu país de origem assim que capturado.

A parte mais difícil foi explicar o conteúdo da caixa de Hermione, já que as máquinas de Raio-X não conseguiram ler o que havia dentro. Por consequência, Ted teve que usar magia para passar sem problemas, mas teve que fazer discretamente, para que as câmeras de segurança não capturassem suas ações.

Ted agarrou os braços das poltronas até os nós dos dedos ficarem brancos, fechou os olhos e esperou os remédios para dormir fazerem efeito. Ele tinha pavor de voar, chegava a ser uma fobia diagnosticada quando ainda era criança, o que lhe permitiu uma dispensa das aulas voo do primeiro ano. Minutos eternos passaram até que finalmente ele caiu no sono.

Ele apenas despertou quando o avião posou no Aeroporto de Lhasa Gonggar, na República Popular da China. Enquanto cruzava o saguão principal, viu um menino segurando uma placa com seu nome. A criança era pequena, magra, parecia não comer há dias, e careca. Ele se aproximou dela e, antes que dissesse qualquer coisa, o menino lhe deu um pedaço de papel. Em inglês estava escrito “entregue ao taxista” e em baixo vários símbolos em mandarim, ou um dialeto... Ted não fazia ideia. Depois de entregar o papel, o menino esticou a mão com a palma para cima.

– O que? Eu que tenho que te dar gorjeta? - Reclamou, mas sorria; Ted lhe entregou dez libras.

Seguiu para o ponto de táxi logo ao lado da saída do aeroporto. Felizmente, todas as placas também estavam em inglês, o que facilitou sua vida. Teve que esperar uns minutos para que se fosse esvaziado um carro para ele. Entrou e entregou o papel para o motorista. Ele girou a bandeira do taxímetro e seguiu viagem pela cidade de Lhasa.

Ele chegou a uma região marginal da cidade, que terminava no pé da montanha. Havia um pequeno centro comercial ali, com alguns restaurantes, incluindo um McDonald’s - esses caras estão em todo lugar! -, lojas de lembranças, mas principalmente prestadores de serviço de escalada. Dezenas de placas com dizeres em inglês: “Escale as montanhas mais altas do mundo! E com segurança.” ou “Acompanhamos sua viagem do começo ao fim, providenciamos todo equipamento e pessoal para você tocar o teto do mundo!” E outras mais.

A que mais chamou atenção foi uma loja discreta, com apenas um balcão pintado nas cores da bandeira do Reino Unido. Havia também uma miniatura dela sobre o balcão, ao lado de uma moça jovem, com traços mestiços e cabelos castanho-claros. No letreiro acima da entrada dizia: Erhadt Hiking Services e logo abaixo do nome: Tudo que precisa para chegar ao topo. Aquele era o lugar.

Levando em conta que o dono ou dona daquela loja era Britânico, ele se aproximou da mestiça no balcão e perguntou sem medo em inglês:

– Bom dia. Eu estou procurando por Hadwin Erhadt. Ele está?

Ela respondeu com um sotaque pesado, quase ininteligível por ele.

– Bom dia. Ele está lá no fundo, vou chamá-lo.

Enquanto esperava, ele observou as pessoas que estavam ali.

A maioria era turista. Ele reconheceu muitos ingleses e americanos. Havia alguns que pareciam ser brasileiros, como os que ele conhecia em Londres; havia árabes, também. Entretanto, havia um homem diferente da maioria. Ele tinha os cabelos muito pretos, como a noite. Ele usava um gorro sobre a cabeça e orelhas, o que deixava uma parte do cabelo a mostra. Apesar de estar sentado, ele notou que o homem era muito alto, devia ter pelo menos 2,50 metros de altura. Pelas feições do rosto, sabia que ele era muito magro.

Ele sorriu para Ted, revelando dentes branquíssimos, que praticamente refletiram o sol. Ted cumprimentou-o com um movimento de cabeça. O homem levantou, era alto como Ted imaginara, e sumiu dentro de um táxi.

– Sr. Lupin? - A voz de um homem inglês veio de trás dele.

Ele se virou para encarar um britânico mais alto que ele, rosto quadrado, olhos azuis, cabelos e barba grisalhos.

– Sim. O senhor é Hadwin Erhadt?

– Eu mesmo. - Ele esticou a mão para cumprimentar Ted. - Eu estou esperando pelo senhor. Fui pago recentemente para te levar até um templo que existe nas montanhas. Fui orientado a levá-lo imediatamente.

– Posso ao menos comer algo? A comida do avião estava horrível.

– Sim, mas seja rápido.

Ele não gostava, mas não teve outra opção. Comprou o lanche do McDonald’s. Ele comeu enquanto Erhadt explicava o básico da escalada. Ted pensava apenas em como poderia usar a magia para facilitar sua subida.

Cerca de uma hora mais tarde, eles já estavam ao pé da montanha, muito bem agasalhados e com equipamento pronto. Erhadt ia à frente, e Ted apenas seguia seus passos. Eles levaram cerca de três horas subindo até chegarem a uma trilha que seguia pela costa da montanha. Ted usou magia para facilitar, trazendo rochas um pouco para fora da montanha, formando uma espécie de escada. Entretanto, ele as fazia sumir assim que tirava os pés delas, para que não notassem sua mudança.

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Eles caminharam pela trilha um tanto íngreme, mas não tiveram tanta dificuldade. A trilha acabou em um paredão, que tiveram que escalar mais duas horas até uma caverna, onde descansaram cerca de trinta minutos. Durante os quais, eles trocaram poucas palavras. Ted comeu um pouco da comida que eles trouxeram, pois ficara com fome na escalada. Erhadt comeu também.

Para surpresa do bruxo, eles seguiram caverna adentro. No fim dela havia uma estátua de um Buda gigante. Ela era grande o bastante para ter uma porta na barriga. Erhadt bateu com um dos aros de aço na porta, fazendo muito barulho, que ecoou em toda caverna. A porta abriu-se sozinha.

Do outro lado uma belíssima clareira estendia-se diante deles. Elas eram limitadas por um círculo mágico, ele pode sentir. Diante deles havia uma imensa escada que descia até a orla da floresta. De onde estavam, ele foi capaz de ver um templo budista no meio da mata, pois ele se erguia vários metros acima das árvores.

– Que lugar... Mágico.

– E é. - Erhadt. - A magia está aqui. Em todo lugar. Eu queria ser capaz de usá-la, como você.

– Com eu?

– Sim. Você é um bruxo, não? - Ele olhou nos olhos de Ted. - Eu pude sentir em você, assim como senti no casal Weasley meses atrás. E como posso sentir em minha esposa e filha. A moça na loja é minha filha por sinal.

– Por que não disse nada?

– Não achei necessário. E eu gosto de escalar. - Ele começou a descer as escadas. - Vamos indo, não?

Ted o seguiu.

Quando chegou ao fim da escada, Ted não conseguia mais ver o templo. A floresta era densa, parecia-se muito com aquela em Hogwarts. Erhadt adentrou-a sem hesitar, o bruxo fez o mesmo, apesar do receio. Ouviram um barulho muito alto de galhos rangendo seguindo de um estouro de uma batida. O barulho se repetiu nessa mesma sequência várias vezes. Era como se duas árvores estivessem brigando.

– O que é esse barulho? - Perguntou ao guia.

– Salgueiros Lutadores. - Ele explicou. - De vez em quando os salgueiros encostam um nos outros, ai eles brigam até que o galho que encosta é arrancado. Foi daqui que saiu aquele plantado em Hogwarts.

– Você sabe sobre Hogwarts?

– Sim. Minha filha estudou lá há alguns anos. - Ele explicou. - Estamos perto.

Ele contornou uma árvore, Ted fez o mesmo. Caminharam mais dez minutos antes de ver a imensa porta de ouro do templo. O rapaz estava impressionado. Erhadt bateu na porta. Um monge vestindo uma túnica vermelha sobre uma espécie de camiseta amarela atendeu. Era estrangeiro, sem dúvida; de fato, parecia-se com Erhadt, mas era careca. Ele tinha pendurada em um pano que servia como cinto uma varinha. Um bruxo. Um monge bruxo. Não é todo dia que se vê isso, Ted pensou.

Os dois se abraçaram calorosamente; trocaram tapas nas costas.

– É sempre tão bom rever-te, meu irmão. - O monge disse.

– Digo o mesmo, Erskine. - O guia respondeu.

– Este é Edward Lupin? - Erskine perguntou, olhando por sobre o ombro do irmão para Ted.

– Sim. Como estão os dois?

– Ela está bem. Ela é forte como um dragão, mas ele está devastado. Os ferimentos o estão levando.

– Eu trouxe o que Hermione pediu. - Ted informou. - Temos que ir vê-la imediatamente.

– Mas é claro! Entrem, entrem. Sigam-me.

Apenas o hall de entrada impressionou Ted ainda mais. Era imenso, com vários metros de altura. Havia dezenas de estátuas de dragões, budas e outras criaturas mágicas dotadas de inteligência, como centauros e gigantes. Havia uma que era de um anão, que havia mais de mil anos que não eram vistos, e outra que parecia humana, apesar de ser bem mais alto, mais belo e de orelhas mais pontudas. As pilastras de sustentação eram vermelhas, com detalhes em ouro puro. Havia também incontáveis artefatos mágicos, incluindo uma varinha um tanto incomum.

A varinha em questão tinha quarenta centímetros e era feita de uma madeira pret. Ela emitia um brilho bruxuleante, fazendo com que a madeira parecesse algum tipo de metal ou pedra preciosa. À ponta mais grossa havia um texugo dourado, ou pelo menos metade de cima dele. Texugos não costumam ser animais imponentes, mas o da varinha era, como se fosse o rei de todos os texugos. Se ele se lembrava de corretamente, o animal da Hufflepuff era o texugo.

– A quem pertence essa varinha? - Ele perguntou ao monge.

– A Helga Hufflepuff, é claro. - Ted pareceu intrigado, por isso o monge acrescentou: - Como sabe, os quatro fundadores de Hogwarts também tiveram que aprender a controlar sua magia. Aprenderam aqui, com os monges. Depois disso, perceberam que o mundo precisava de um lugar para ensinar as crianças os mistérios da magia, então fundaram Hogwarts. Antes de sua morte, Helga confiou sua varinha a nós.

– Incrível. Eles não ensinam isso na escola.

– Por que é proibido. Apenas poucos sabem que esse lugar existe. Temos que manter assim, ou a mágica correria um grande risco.

– E por que confiaram a mim esse conhecimento?

– Não confiamos. Você está aqui apenas por que Hermione Granger explicou que apenas você poderia trazer o que ela precisa. - Erskine informou. - Assim que você sair daqui, saberá que esse lugar existe, mas não sua localização. E também será enfeitiçado para que não queira ou tenha vontade de pesquisar ou vir até aqui. Sinto muito, mas essas medidas são necessárias.

– E vocês confiaram em Hermione?

– Sim.

Ted não se lembrava do momento que eles entraram em um corredor comprido com dezenas de portas de ambos os lados. Eles pararam diante de uma delas. O monge bateu, e Hermione pediu que eles entrassem.

– Ted! - Ela abraçou-o. - Que saudade! Faz tanto tempo que não vejo rostos amigos.

Ele viu Rony deitado na cama. Havia um monge sentado em uma cadeira ao pé da cama que fazia feitiços constantemente. Ele fechava cortes que haviam por todo o corpo dele. Entretanto, minutos depois, o mesmo corte que ele acabara de fechar, abria-se novamente.

– O que aconteceu? - Perguntou sobre Rony.

– Ele foi atingido por um feitiço muito complexo conjurado por um bruxo que encontramos durante nossa missão. - Ela percebeu que ele iria perguntar, e logo acrescentou: - Você trouxe?

– Sim. - Ele retirou de sua mochila a caixa solicitada por ela.

Hermione sacou uma varinha, mas não era a sua, nem a de Rony. Ela bateu no topo da caixa três vezes, e depois recitou o feitiço Alorromora. A caixa abriu-se com um clique, revelando uma bolsa. Ted estranhou a princípio, mas lembrou-se das histórias do padrinho sobre a bolsa mágica de Hermione, capaz de guardar coisas infinitas.

– O que aconteceu com sua varinha?

– Foram levadas pelos... Por nossa missão.

Ela enfiou a mão dentro da bolsa. Remexeu para lá e para cá, procurando algo. Ela retirou de lá um frasco com um líquido esbranquiçado. Ted achou um tanto estranho, mas ela explicou.

– É uma poção feita com lágrima de fênix e outras ervas medicinais. Hilda criou para curar qualquer tipo de doença ou feitiço. Menos as Maldições Imperdoáveis.

Ela colocou em o líquido em uma seringa, Rony não estava em condições de beber nada. Ela injetou a poção em sua veia e esperou. Os cortes curaram-se sozinhos.

– Ele está bem?

– Vai ficar.

– Pode então contar o que aconteceu?

– Poder, não poderia. Mas deixar você às cegas depois do que fez seria errado. Vou contar o que aconteceu desde o dia que o Ministro me deu essa missão. - Ela respirou fundo e começou: - O Ministro Shacklebolt veio a mim cerca de dois meses antes da viagem da minha filha para Hogwarts. Ele disse que havia uma guerra estava a caminho, e que eu tinha de impedir. Como Representante do Ministério em Relações Inter-raciais, eu deveria vir até as Riesenheim e tentar uma saída diplomática e impedir que eles declarassem guerra. Tentei conversar com eles, mas eles não mudaram de ideia. E para mostrar isso, eles me prenderam; Rony vinha me seguindo desde que saí da Inglaterra. Ele tentou me resgatar, mas eles o subjugaram rapidamente; tiraram nossas varinhas. Torturaram-no e o deixaram daquela forma. - Ela apontou para o marido, que ainda estava dormindo. - Nós conseguimos fugir e eu consegui que os monges daqui nos aparatassem pra cá. Eu não sei quando, nem como, mas eles irão atacar.

– Riesenheim? O que é esse lugar?

– É a Terra dos Gigantes.

Ted não gostou nada da ideia. Uma gigantomaquia se aproximava. Eles tinham que voltar o Ministério e avisar aos bruxos imediatamente.

– Temos que voltar.

– Eu não irei voltar. Rony não pode viajar e tenho que voltar a Riesenheim. Uma pessoa veio com Rony, e ela ainda está presa.

– E quem seria essa pessoa?

– Percy Weasley.