– Leon, por Cristo, será que você pode ser menos curioso?

– Apenas observe, querido irmão.

Os gêmeos de cabelos platinados estavam observando Chris Kennedy e Ashlley Nagase, que brigavam no meio do estacionamento da escola. O local estava vazio, exceto por aqueles quatro. Em um banco debaixo de uma árvore, Alistair sentava-se ao lado do irmão gêmeo. Ao longe, Ash brigava com Chris, que respondia em mesmo tom de voz a ruiva. Uma amizade entre aqueles dois? Então seria problema em dobro.

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– É só um susto!

– Não estou afim de ser presa, seu burro.

Leon apoiou o queixo na palma da mão, observando atentamente aqueles dois amantes da violência e da cara de pau. Ele balançava a cabeça de um lado para o outro, cerrando os olhos.

– Tsc, tsc. Você acha que eles dois estão perdidos, querido irmão? - Leon indagou o irmão gêmeo.

– Eu acho que algo não muito legal está prestes a acontecer.

– Leon, Alistair. O treinador Thomas pediu que eu os entregasse pra vocês. E entreguem preenchido corretamente na segunda feira. É o prazo.

Crystal Grammer, uma das novatas da sala B, aproximou-se dos gêmeos Kleinwolf, entregando a cada um envelope. Os irmãos abriram o objeto e o trocaram entre si.

– Obrigado, vizinha.

Crystal tinha uma beleza exótica. Seus cabelos negros desciam lisos pela sua costa, a pele cor de caramelo, seus lábios carnudos e olhos cor de mel conquistavam qualquer um que passasse. A jovem lançou um sorriso simpáticos aos rapazes e virou, pretendendo ir embora, mas logo percebeu a discussão no meio do estacionamento. Eram os jovens encrenqueiros da turma A.

Eles estavam há um bom tempo discutindo e inúmeras vezes a morena havia escutado a ruiva falar sobre um tal de Tony. Tony isso, Tony aquilo. Deveria ser outro da turma A.

Crystal deu meia volta e dirigiu uma pergunta aos gêmeos.

– Vocês sabem quem é Tony?

– Tony? - Alistair lembrou-se do jovem asiático que encontrou no banheiro masculino uma vez. - Seria o Anthony Kim? Ele é da turma A.

– Está curiosa com algo, querida vizinha? - Leon perguntou, com todo o seu charme.

Crystal pensou um pouco. Não havia meio termo com a jovem. Ou ela gostava de alguém ou ela odiava. E aquele dois jovens insanos não haviam passado no teste. Procuravam confusões. Principalmente aquela ruiva chamada Ashlley, que já havia tentado intimidar a morena No banheiro, apesar de não ter dado certo.

– Aquele garoto bombado - ela apontou pra ele. - Ele já se meteu em algumas brigas. Principalmente fora da escola. E também já tirou sangue de um novato da turma dele. É simples. Eu não tolero esse tipo de atitude desse grandalhão metido a macho alfa.

– Então somos três, minha querida - Leon passou o braço pelos ombros de Crystal, lançando a jovem um sorriso sedutor.

Ao longe, Lucas vinha abraçando sua meia-irmã, que vinha reclamando o quanto ele era chato e implicante. Ela não poderia reclamar de verdade. Ele era protetor e não gostava de ver a garota arriscando sua vida nas pequenas aventuras perigosas dela. Fazer o quê? Todo aquele sentimento escondido era incontrolável.

– Apenas me deixe em paz, você tem suas aventuras e eu tenho todo o direito de ter as minhas - reclamava Elizabeth, empurrando o irmão para o lado. - Me erra, Lucas.

– Então me leve com você - insistia o garoto.

Ambos se dirigiam a saída pelo estacionamento da escola, onde o carro do mais velho estava estacionado. Lucas abraçou a irmã novamente e começou a brincar com o cabelo dela.

– Vizinhos! - Leon exclamou quando os dois passaram pelo trio. - Estão indo embora?

Antes de Elizabeth responder, escutaram um pneu cortar o asfalto, saindo pela rua afora. Era o carro de Chris, que ainda discutia com Ash.

– Tomara que aquele idiota não atropele ninguém - a loira praguejou assim que o carro desapareceu na rua. - Sério, o pobre do Aaron levou um segundo soco dele agora pouco.

– Ele está bem? - Indagou o irmão.

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– Ele estava com o Cam, então acredito que sim.

– O Tony é da sala de vocês, não é?

Lucas olhou para a morena que os lançou a pergunta. Se perdeu por um instante na beleza da morena, mas logo balançou a cabeça positivamente.

– Vocês o viram?

– Ele a acabou de sair correndo pela entrada principal. Mas por que?

– Acho que vai acontecer algo...

Tony corria pelas calçadas do bairro. O pessoal estava reunido na casa de Nina e ele estava atrasado. O professor responsável pela sua turma, Jon Woo, o chamou pra conversar sobre mais um dos clubes que ele era responsável. Eles acabaram estendendo a conversa. Ali estava ele, ansioso porque o sinal estava aberto e ele não poderia atravessar. Até que um carro parou perto do garoto. Ele sequer notou. Até que a ruiva apareceu pela janela, o chamando. Segundos depois, ele estava sendo empurrado para o banco de trás daquele modelo antigo. Chris sentou do lado do garoto, para que Tony não saísse do carro.

– Isso é um sequestro?

– Que absurdo, Anthony. É só uma conversinha - Ela sorriu debochada.

– Olha, não custa nada dar uma ligadinha pra mim. Eu juro que atendo, mas agora não dá! Estou atrasado. É bom que você planeja um sequestro de verdade.

Ashlley pisou no freio, parando o carro bruscamente num sinal vermelho que ela viu em cima da hora. Tony soltou xingamentos e recebeu um tapa forte na nuca de Chris.

– O que você quer falar afinal?

– Brincar, Anthony. Com minha querida amiga Hillary Mc'Bleiy. Soube que o pai dela é bastante influente na cidade e nos arredores.

– E ela também não é alguém com quem você deve mexer.

– Já disse que só quero brincar.

– Como... Assim? - Ele sorria. Sim, era engraçado. Ela achava mesmo que poderia ir contra Hillary? - Eu tenho pena de você. Hillary acaba com sua vida em dois tempos.

– Não se você estiver no meu time.

– Que time, maluca?

– Eu vou usar os dois lados da moeda, Tony. E você vai fazer o que eu pedir.

– Quem garante que eu vá fazer isso?

– Meu celular - mais um sinal vermelho. - Você já ouviu histórias de professores que se relacionam com alunos? Isso é crime. Todo mundo sabe.

Tony estava começando a não entender. Onde toda aquela conversa ia dar afinal?

– Ficção. Você tem que parar de ver filme, anda mexendo com a sua cabeça.

– Você sabia que sua querida amiga Nina, a irmãzinha da sua namorada, tem um caso com um dos professores?

Tony respirou fundo, fechando os olhos. Encostou a cabeça no estofado e olhou para os carros passando, junto com os prédios. Estavam entrando em um dos bairros de luxo. Onde Hillary morava. Nina não estaria numa encrenca dessas. Não, ela não.

– Eu enviei as fotos pro seu email. Da uma olhadinha. Eu acho que Jon Woo, nosso amado professor Jon-ah, deveria se certificar de deixar a cortina cobrir a janela.

Tony sequer pensou em mais alguma coisa. Tirou o celular do bolso e chegou o email. E era verdade. Não podia acreditar no que estava ali.

– O que você quer? - Ele perguntou, sem tirar os olhos da foto.

– Eu entro em contato, anjo. Agora sai do carro.

Chris não esperou o garoto sair. Abriu a porta e os jogou no gramado dos Mc'Bleiy. Ele saiu correndo em direção a casa, precisava tirar aquilo a limpo.

– Ah, - A ruiva o chamou. - Se contar pra alguém, a escola inteira vai saber disso.

Tony não respondeu. Seguiu até a casa, onde a maioria já havia ido embora. Sequer bateu na porta. Olhava para a foto no celular e sequer poderia acreditar naquelas fotos. Ash tinha os três na mão. Não só os três, ela poderia chantagear qualquer amigo próximo de Nina. Por causa da atenção desviada para o celular, o jovem acabou esbarrando em Vilma, uma das secretarias da casa.

– Tony, você tá pálido? Aconteceu alguma coisa?

– Oi... Vilma - sorriu forçado - Estou bem. Onde está o resto do pessoal?

– No quarto da Hillary.

O moreno sorriu agradecido e seguiu até o quarto da loira, onde Marco e Ethan estavam acomodados no sofá, Bella, Philipe e Hillary na cama e Lily acomodada no tapete junto xô Hillary. Ele não percebeu, mas Rose estava numa poltrona, trocando mensagens com o melhor amigo.

Eles sorriram ao ver Tony na porta, que se dirigiu até a frente da televisão, onde passava um filme de terror. Todos começaram a reclamar, mas ele logo gritou, mandando todo mundo calar a boca.

– Eu preciso contar algo pra vocês. Ash me disse pra não contar, mas eu já vi isso em filmes e odeio o quanto os personagens ficam se sentindo quando isso acontece. E é claro que eu ia contar. Eu resolver isso sozinho é o mesmo que nada. Confio em vocês, são meus melhores amigos e eu sei que juntos vamos dar um jeito naquela... - Ele se segurou pra não xingar a ruiva - Garota.

– O que aquela coisa fez com você? - Hillary indagou, sentando na cama.

– Comigo nada... Mas vai fazer se a fizermos nada. E não é comigo. Mas Nina...

Ele a entregou o celular. A morena arregalou os olhos e ficou branca por um instante. As palavras de Jon ecoaram na sua cabeça. Se a escola descobrissem... Tudo ia mudar. A vida do seu amado professor.

– Nina...? - Hillary a chamou. A morena levantou e a entregou o celular. Nina confiava nela. - O... O que, o que, o que é isso?

– O que foi, gente?

Lily perguntou. O celular foi passando de mão em mão enquanto Nina começava a explicar as fotos. Seria hilário se não fosse pela situação. Nina estava nas mãos de Ash e a qualquer momento, Baek Jon Woo poderia ser preso. E a culpa seria toda dela.