Tapiando o Destino
COMO É?!
[Maggie]
Segunda feira, pós-baile de mascaras. Eu ainda usava um certo anel de prata em meu dedão e não tinha tido nenhuma noticias sobre o meu tal fantasma bonitão (deus ajude) e misterioso. Eu detestava quando as pessoas simplesmente faziam questão de não me dizerem coisa com coisa ou simplesmente não falar comigo.
Justin, como o previsto, resolveu se manter calado e não comentar sobre a noite em que ficou bêbado e falou comigo, apesar de não acreditar que cantar ópera pode ser considerado falar, mas vocês me entenderam.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Cheguei na escola naquele dia e tive uma das piores noticias de todos os tempo... A professora de francês não tinha ido para a escola naquele dia por que estava doente e teríamos como aula substituta educação física. E eu simplesmente detestava aquele uniforme ridículo.
-venha Maggie. –Clara me puxou para os vestiários sorrindo e pulando como uma boba alegre.
-o que aconteceu? –perguntei vendo que ela estava mais animada do que o normal.
-não é nada. Estou curiosa sobre a identidade do seu fantasma, que coisa mais linda! Quem faz esse tipo de coisas? –ela sorriu com os olhos brilhantes e sonhadores. Oh, cristo.
-sinceramente estou até com medo de saber. –disse pensando em meu ultimo pretendente e nos pontos que eu ainda tinha no braço.
-oras... Deve ser alguém muito lindo para fazer essas coisas. Talvez um príncipe encantado esquecido na época moderna e fria, ou um herói corajoso pronto para salvar a princesa quando ela...
-EPA, EPA, EPA... –eu disse levantando as mãos. É o fim do mundo. –nada desses negócios de princesa encantada que acaba trancada no alto da torre.
-mas não é lindo? –ela falou rodopiando enquanto mantinha a camiseta branca na frente do corpo.
-olha, sinceramente... Pode até ser que existam príncipes encantados por aí, mas com toda a certeza eu não sou a princesa, então prefiro manter a tese de que meu fantasma é louco. –disse sorrindo e suspirando ao ver o maldito shorts preto.
-você é tão pessimista. –ela disse revirando os olhos.
-a propósito... O que aconteceu que você está aqui? Você não tinha calculo agora? –perguntei com a testa franzida.
-o professor nos liberou, parece que não tem mais matéria. –ela deu de ombros como se também não entendesse.
-eu hein... –ia terminar de falar que isso era estranho, quando o apito do treinador soou alto e eu bufei quase descontrolada. –ele acha que estamos no exercito.
-podia ser pior Maggie. –Clara falou sorrindo... Ah, coitadinha, sempre vendo o lado positivo das coisas. –ele poderia nos mandar jogar queimada.
-aí sim, seria muito azar. –nós rimos e fomos terminar de colocar as roupas, antes que o treinador nos tirasse lá de dentro do jeito que estávamos... Nada legal.
(...)
-VAMOS LÁ! QUERO VOCÊS DIVIDIDOS EM DOIS GRUPOS... VAMOS JOGAR QUEIMADA! –o treinador berrou em nossos ouvidos, e eu fuzilei Clara com os olhos.
-o que você quis dizer com: “podia ser pior...”? –sussurrei vendo as bolas vermelhas no centro da rodinha.
-esquece... Isso já é bem ruim. –ela falou suspirando.
Dei uma olhada em volta e todos os meninos pareciam se dividir, se não nos cuidássemos seria meninos contra meninas e eu fingiria estar passando mal para evitar uma bolada na cara. Entenda uma coisa... Não tenho vergonha e nem sou covarde, mas quando isso mexe com a minha pele ou estética, é melhor deixar pra lá.
O treinador colocou uma menina para escolher e um menino de nossa turma. Logo estávamos divididos em duas equipes e graças a minha chantagem emocional, Clara estava no mesmo time que o meu, o que significava que iríamos sofrer juntas, pelo menos.
O professor apitou para começar o jogo e eu me escondi lá atrás, atrás de todos os meninos extremamente competitivos e das meninas que estavam loucas para jogar. Clara ficou ao meu lado, escondida atrás de um menino-armário que pulava toda a vez que a bola não chegava perto dele.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!-talvez seja melhor nós sermos queimadas antes que isso comece a ficar violento... –antes que Clara pudesse terminar a frase um menino gemeu colocando a mão no rosto. –hm, esquece o que eu disse.
-nós temos que dar um jeito de sair daqui. –eu disse vendo meu escudo sendo queimado. –RÁPIDO!
Olhei para frente, apenas para ver quem era o assassino que tinha me tirado o meu escudo, é claro que não havia sido uma surpresa encontrar os olhos verde-folha com um estranho brilho malicioso enquanto me encarava. Engoli em seco e dei um passo para trás.
-to-ferrada. –sussurrei e olhei para Clara, que também engolia em seco, ainda em segurança.
Dei um passo para trás e ele deu um para frente, já segurando a bola vermelha que representava minha morte. Suspirei pesadamente e olhei em volta, tentando achar alguma coisa que me ajudasse. Engoli em seco e fiz bico.
-DESISTO! –gritei sentando no chão e cruzando os braços sobre o peito.
-han? –Jack estripador fez careta me olhando.
-COMO ASSIM DESISTE?! –o treinador berrou me olhando com fogo nos olhos.
-MEU PÉ, MEU BRAÇO, MINHAS COSTAS, MINHAS MÃOSZINHAS! Está tudo doendo. –choraminguei tentando passar minha mentira como verdade.
-deixe me ver. –o professor disse me analisando com cuidado. –CLARA! SAI DO TIME!
-por que ela pode sair e eu não? –perguntei arregalando os olhos. O professor ergueu uma sobrancelha para mim.
-por que ela não está fingindo que está machucada. –abri a boca indignada. Como ele ousava dizer que meu fingimento era fingimento?
-O QUE VOCÊ ESTÁ INSINUANDO? –gritei me colando em pé em um salto.
-que você está fingindo. –ele disse sorrindo torto. MAS QUE DIABOS QUE AS PESSOAS DESSA CIDADE TÊM QUE ENCRENCAR COMIGO!
-oooras! Você não está vendo que o Jack estripador vai me matar?! O que você diria se eu fosse machucada para a enfermaria, o que você diria para a minha mãe? Para o meu irmão? Ele precisa de mim, sabia? –disse descontrolada, vendo tudo vermelho.
-eu diria que você tem problemas de coordenação motora. –ele sorriu cínico, enquanto eu percebia que as pessoas me olhavam com as sobrancelhas levantadas.
-EI! NÃO ME METE EM SUA ENCRENCA! –ouvi uma voz conhecida dizer e me virei para ele com os dentes trincados.
-oras! Você poderia ter pensado nisso antes de tentar me salvar! –berrei jogando os braços para cima.
-DEVERIA MESMO, PELO MENOS VOCÊ NÃO IA GRITAR TANTO! –Jackson gritou de volta a centímetros de mim.
-é, e talvez eu deixasse que você fosse culpado por minha pneumonia! –revidei. Sabia que não era um argumento muito bom, mas com Anne, minha amiga em Nova Iorque, funcionava.
-a única que ia realmente ter algum problema era você! –é, com certeza ele não era como Anne.
-CHEGA! Jackson, Megan. Já para o vestiário! –o professor gritou e nós saímos da quadra ainda fuzilando um ao outro com os olhos.
Apenas não nos pegamos nos tapas porque as pessoas ainda nos olhavam. Ele me fuzilava com os olhos e eu sustentava seu olhar, enquanto pensava em maneiras de torturas dolorosas. Como ele poderia ser tão estúpido!
-VOCÊ É IMPOSSÍVEL! –gritamos juntos jogando as mãos para o alto. –VOCÊ É MAIS! –e novamente berramos juntos.
Suspirei frustrada e olhei para o outro lado, abrindo a porta dos vestiários, antes da repartição, menino e menina. Suspirei frustrada e sentindo a estranha sensação das pontas das orelhas estarem quentes. Queria saber onde estava meu fantasminha para poder socar ele por ter despertado isso em mim.
Nos encaramos uma última vez e olhamos para dentro, ambos fazendo careta e dando um passo a trás. Senti meu estomago embrulhas e Jackson fez um som enojado, quase se sentando no chão. Respirei fundo uma vez com os olhos fechados.
-CLARA?/JOHN? –nós falamos juntos, tirando a concentração do recém descoberto casal.
Eles abriram os olhos e nos olharam da forma que estavam, Clara ainda mordendo o lábio inferior de John enquanto ele segurava sua cintura próxima a ele. Eu realmente precisei me segurar na parede depois dessa.
-epa... AH, NÃO! ERA VOCÊ SEU TARADO! –Clara deu um tapa em John que gemeu passando a mão no ombro.
-Clara, você é a pior atriz que eu já vi na vida. –Jackson disse segurando a risada, enquanto eu tentava não fazer careta.
-hm... Sem escape, certo? –ela perguntou me olhando e eu assenti catatônica. –Mas Maggie...
-era ele que você sumiu para ver no baile, certo? –ela mordeu o lábio inferior assentindo.
-espera... No jogo quando você perguntou se Maggie vinha, você não queria saber da Maggie, mas da Clara. –John assentiu ficando vermelho.
-e quando roubou minhas batatas fritas, estava tentando chamar a atenção dela e não tentando me irritar. –ele assentiu para mim, coçando a cabeça.
Eu e Jackson ficamos em silêncio por algum tempo enquanto os outros dois começavam a ficar mais vermelho do que tomate. Eu tentava segurar meu estomago e o grito: “MAS CLARA, ELE É BURRO!” Mas achei que não ia ajudar em nada na situação.
-isso é mesmo... –eu comecei a dizer, mas parei franzindo o nariz.
-muito estranho. –Jackson completou parado ao meu lado.
-OLHA QUEM FALA! –John se rebelou, colocando as mãos na cintura. –não fui eu que paguei ao irmão dela para descobri a fantasia que ela iria ao baile.
-cala a boca John! –Jackson sussurrou e eu e Clara erguíamos uma sobrancelha.
-é verdade cara, se você oferecesse o código para passar de fase no jogo o Eric já iria te dizer, na verdade se você apenas perguntasse, ele já diria, sabe que ele gosta mesmo de você e depois...
-JOHN! –Jackson gemeu colocando uma mão no rosto.
-MAS NÃÃÃO! VOCÊ TINHA QUE PAGAR O COITADINHO! –eu tinha a impressão que estava indo de branco gelo para azul anil em um segundo, enquanto Clara segurava o nariz para não gargalhar. –e depois você ainda deu seu anel para ela, o anel que você usava sempre, você acha mesmo que ela não ia desconfiar...
-JOHN! FECHA ESSA MATRACA! –Jackson gritou e eu ainda olhava para a parede em estado de choque.
-epa... Ela não sabia. –John deduziu enquanto Clara vinha ao meu lado.
-ah, sério?! –Jack estripador falou me olhando com o canto dos olhos.
-Maggie, você está bem? Está meio verde! –Clara falou se abaixando ao meu lado estalando os dedos em minha frente.
-EW! –gemi e então tudo ficou preto...
(...)
-tem certeza que ela está bem? –ouvi a voz de Clara distante, mas para ser sincera eu não queria abrir os olhos.
-está sim, as pálpebras estão tremendo, ela vai acordar... –abri os olhos não reconhecendo a voz da pessoa que falava.
Mexi os olhos e percebi que tudo era branco ali, estava deitada em alguma coisa macia enquanto Clara e Eric me olhavam de perto com a testa franzida. Pisquei três vezes e tentei me levantar, mas Eric me impediu.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!-não queremos que desmaie de novo, vou começar a fazer perguntas... JACKSON! O QUE VOCÊ FEZ? –ele gritou e eu quase ri pelo fato de ele saber exatamente quem era o causador do meu desmaio.
-como sabe que fui eu? –O Jack Estripador perguntou e percebi que ele estava bem ao lado da minha cama.
-você é o único que consegue fazer essas coisas com ela. –Eric deu de ombros parecendo incomodado. Percebi que Jackson me olhava com curiosidade e um sorriso aberto e não malicioso como eu imaginei que deveria ser... Eu mataria Eric mais tarde.
-ele a beijou! –e então John explodiu em gargalhadas, enquanto eu o via sentado no sofázinho branco segurando a barriga e deitando, já vermelho por causa da gargalhada.
-UAL! Quer dizer que é só fazer isso que ela para de falar? –Eric perguntou com os olhos brilhando em expectativa.
-na verdade não, mas ela fica estranhamente obsessiva em tentar tirar sua mascara. –Jackson respondeu sorrindo torto.
-oras seu... –murmurei semicerrando os olhos.
-quer dizer que quando eu precisar, posso ligar para você? –Eric perguntou sorrindo abertamente.
-eu posso tentar... –Jackson sorriu revirando os olhos.
-EI! EU ESTOU AQUI, SABIA?! –eu disse sentindo meu rosto inteiro pegar fogo. ERA SÓ O QUE ME FALTAVA!
-epa... Desculpe Maggie. –meu irmão sussurrou, mas Jackson continuou me olhando com o sorriso nos lábios. IDIOTA!
-vão para lá! –Clara disse os fuzilando com os olhos, ao lado do enfermeiro. –você está mesmo bem Maggie?!
-acho que sim, mas antes de me levantar... Você e John...
-ahn, não foi alucinação! –ela murmurou mordendo o lábio inferior.
Fiz careta e olhei para o teto, depois fechei os olhos e tentei imaginar minha melhor amiga com o John... O John que não sabia nem quando era noite ou dia...
-acho que vou ter que acostumar com isso... –disse e me sentei olhando em volta e vendo estranhas bolinhas coloridas, a cabeça pesada...
-Epa... –Jackson murmurou, segurando meu braço para que eu não caísse outra vez. –cuidado.
-hm, obrigada. –murmurei engolindo em seco o vendo tão de perto e me perguntando como eu não percebi antes que ele era meu fantasma... O Erik abobado da Christine desajeitada.
-vai levanta logo daí, eu sei que não foi tão ruim! –John disse rindo outra vez, enquanto eu o fuzilava com os olhos.
-eu volto para Nova Iorque e levo Clara comigo, nem começa! –falei entre dentes o vendo engolir em seco. EPA! Era tão fácil assim fazer chantagem com ele?
-vem, eu te ajudo! –John disse me pegando no colo e começando a ir para o pátio.
-CLARA! ADOREI SEU NAMORADO! –falei rindo vendo a careta de todos, apenas Clara que ria comigo.
(...)
-MAGGIE, VOCÊ BEIJOU O JACKSON!!! –Eric falou quicando no banco do carro.
-adoraria se não me lembrasse disso a cada cinco minutos. –resmunguei fazendo careta.
-significa que vocês estão namorando! –engasguei.
-NÃO PIRA ERIC! –berrei descontrolada. Se eu nem conseguia conviver com a realidade de ter beijado ele, namorar seria a morte...
Estacionei o carro na garagem de casa e Eric saiu pulando a janela e correu para a cozinha. Ergui uma sobrancelha, mas não disse nada, apenas respirei fundo colocando a mochila sobre o ombro e indo para dentro de casa. Quando abri a porta, minha mãe e Eric sorriam para mim como dois idiotas.
-VOCÊ ESTÁ NAMORANDO! –minha mãe pulando em mim. Acho que a minha mãe é a única que pula de alegria quando recebe uma noticia dessas.
-O QUE... ERIC! –Berrei vendo meu irmão correndo escadas a cima... EU VOU TE PEGAR PESTINHA!
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