Once In a Lifetime

Hello, Clarke.


Chapter six -

“Ainda não entendi como um maldito policial treinado leva uma surra tão desgraçada dessas.” Octavia começou, não contendo a acidez em seu tom. “Quero dizer, você poderia ter saído dessa só com um olho roxo, não? Ainda assim está todo ferrado.”

Bellamy suspirou pela milésima vez só nos últimos cinco minutos, se perguntando mentalmente porque raios ele não correu o mais longe possível daquele apartamento enquanto pode.

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Os pontos em seu braço arderam ao entrar em contato com o couro gelado do sofá da sala, lembrando-o perfeitamente suas razões. Ele ainda sofreria com as consequências de sua estupidez por mais uns dias.

“Eu já disse que não eram um e nem dois, era uma gangue inteira e eu não sou um maldito ninja.” O moreno rosnou, ainda muito incomodado em ter que relembrar o fracasso que havia sido revidar os bandidos covardes que lhe encurralaram naquela noite.

Mas se tinha algo que aquilo tudo não ficaria era barato. Olho por olho e dente por dente sempre foi seu lema, não seria diferente dessa vez. Ele tinha certeza de que sua teimosia estaria ao seu lado nessa luta, bem ao lado do seu maldito orgulho.

O que poderia fazer? Ele tinha esse costume de sempre ser aquele que tem a última cartada.

“Se reclamar por ter que usar maquiagem nos ensaios do casamento, eu juro que arranco suas bolas. Não vou me importar nem um pouco se terei ou não sobrinhos.”

Bellamy a encarou incrédulo, só então reparando que seu maxilar quase caiu diante daquelas palavras. Octavia sempre teve uma língua feroz, mas nos últimos tempos sua forma de falar o deixava indignado muito mais vezes do que ele gostaria.

“Desde quando você se tornou tão… atrevida?”

Ela deu de ombros, não contendo o riso repleto de divertimento ao se ajeitar no sofá ao lado de seu irmão.

“Desde quando você apanha de alguém?” Octavia o encarou com um olhar que beirava a crueldade, sabendo plenamente que aquilo era um atentado direto ao seu ego.

Ele entreabriu os lábios com uma resposta na ponta de sua língua, e bastante à altura de tamanho ultraje, ele diria.

“Nah-ah, nem começa. Você está errado e sabe disso, não deveria ter dormido com a namorada do Murphy em primeiro lugar e muito menos na cama da loira.” Ela disse ao interrompê-lo, levantando o dedo indicador como alguém que está tentando provar um ponto.

“E pode me explicar como isso é da sua conta?” Bellamy arqueou uma de suas sobrancelhas sob os fios desgrenhados de seu cabelo negro, recebendo um olhar nada amigável em troca e uma bela cotovelada em suas costelas que fez com que o ar em seus pulmões evaporassem por alguns instantes.

Sua cara de dor deve ter sido bem feia, considerando o flash de preocupação que brilhou nos olhos azul esverdeados de sua irmã.

“Ai meu Deus, Bell! Eu te machuquei?”

“Não, só fiz uma viagem de ida e volta ao inferno em menos de um minuto.” Disse sarcástico, assistindo sua irmãzinha se remoer em culpa. “Está tudo bem, O. Só tente ser mais gentil, certo?”

“Você foi ao médico?” Os azulados inquisitivos se prenderam em seus castanhos desdenhosos, e então ele percebeu que a textura do carpete ou a cor das paredes pareciam muito mais interessantes do que aquele assunto.

Bellamy odiava hospitais, e isso não era nenhuma novidade para a garota ao seu lado.

“Por que raios eu iria?”

“Talvez porque você pode ter quebrado algo, não sei? Não se faça de idiota.” Octavia revirou os olhos.

“Clarke cuidou de tudo, eu não tenho porque ir ao médico.” Explicou, envolvendo a mão delicada de Octavia entre as suas, não deixando passar como ela ainda cabia perfeitamente ali, como costumava ser quando eles ainda eram crianças.

“Clarke?” Indagou ainda sem acreditar muito no que ouvia. “Então você tem sorte que ela não te deu veneno no lugar dos analgésicos. O que tem de teimosa, tem de vingativa…”

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Bellamy deixou sua mente flutuar pelas memórias da noite passada, seu estômago se apertando em um nó dolorido ao se lembrar de como elas terminavam.

“… Igualzinho alguém que eu conheço.” Ela continuou murmurando com aquela pose de quem alega um fato com toda a certeza do mundo. Tanta certeza que acaba se tornando irritante.

Bellamy não pode conter os cantos de seus lábios ganhando vida própria ao ser tirado de seus devaneios pelas palavras de sua irmã.

“Eu não sei porque você simplesmente não honra sua genitália e simplifica toda essa situação.” O suspiro cansado ecoou por todo o cômodo e ela escondeu as íris azul esverdeadas por alguns instantes para colocar sua paciência nos eixos.

Ele direcionou um olhar afetado, não mais tão indignado com o atrevimento de sua irmã.

Alguns até mesmo dizem que sua língua afiada tende a ser seu charme, junto das duas grandes e sempre tão expressivas lagoas azuladas fazendo seu olhar de cachorrinho-que-caiu-da-mudança quando está prestes a extorquir algo de alguém.

Octavia Blake era mesmo única.

“E o que você tem em mente?” A frustração em sua voz é perceptível, junto com a ruga que havia ganhado espaço em sua testa. “Ela me odeia, Octavia. Não é como se eu pudesse fazer algo.”

A morena levantou seu olhar para o de seu irmão, imaginando se ele era realmente tão cego e idiota quanto aparentava ser.

O último ele era, sem dúvidas. Um idiota de marca maior que tem a tendência absurda de estragar as coisas quando se sente ameaçado e que não entende nada além de dar tiros e prender pessoas.

Sobrava para ela o trabalho sujo de ter que mostrar a ele o que seus mecanismos de autodefesa o impedem de ver.

Contudo, dessa vez Octavia se limitaria a assistir tudo aquilo se desenvolver de seu camarote. Não se entrometeria mais na confusão daqueles dois, afinal…

“Existe uma linha tênue entre amor e ódio, bobinho.”

E com um sorriso esbanjando confiança e um leve aperto em sua mão, ela se dirigiu à cozinha, deixando para trás um Bellamy que se afogava pela milésima vez em seus pensamentos.

Mais uma vez ele era completamente tomado pela maldita loira dos olhos azuis, soterrado em meio aos escombros que o efeito dela deixava em sua mente.

Clarke Griffin tinha o poder de um maldito furacão, e ela certamente seria sua ruína.

***

“Está feito, sou toda sua nessa próxima semana.”

Clarke disse ao entrar em seu apartamento com um semblante exausto, porém repleto de satisfação ao assistir o sorriso de sua melhor amiga ganhar vida, iluminando também o azul-esverdeado límpido de seus olhos entusiasmados.

A última coisa que sua visão cansada captou foi Octavia se levantando do sofá e correndo como uma louca, quase as derrubando no chão com o grande impulso de seu abraço de urso que a fazia perder até mesmo o último suspiro de ar em seus pulmões.

Mas o que poderia fazer? Ela adorava aquela garota. Se perguntava se existia algo no mundo que ela não faria por sua melhor amiga de infância, confidente e irmã de alma.

E também, não seria possível fugir do efeito daquele olhar de cachorrinho-que-caiu-da-mudança. Clarke tinha certeza de que Octavia Blake sempre conseguia tudo o que queria ao pousar aquele olhar sobre qualquer indivíduo com um coração.

“Você está falando sério?” A morena se afastou, ainda segurando a loira a sua frente pelos ombros ao assisti-la assentir em resposta. “Oh meu Deus, nós temos tanto a fazer!”

Clarke inspirou uma lufada de ar, sentindo os músculos de seu corpo reclamarem. Ela sabia que o cansaço físico tinha como principal culpado o cansaço mental. Nas últimas horas estava sendo difícil sair de seus próprios prensamentos, conseguir escapar da grande bagunça que era a sua cabeça.

Sua supervisora havia percebido durante toda a semana em que a observou atentamente, e talvez por isso concedeu tão generosamente a sua semana longe daquele hospital. No final ela não pensou diretamente nos esforços que a Griffin vinha fazendo em seus turnos, mas sim na exaustão que ela aparentava todos os dias que colocava os pés em seu local de serviço.

E ela agradecia, ela era grata que mesmo que indiretamente alguém se importava com seu estado de espírito. Um pouco decepcionada consigo mesma por permitir que percebessem o que vinha acontecendo. Péssima atriz, ela diria.

Ademais, nada mais era sobre ela. Tudo era sobre Octavia e seu tão aguardado casamento.

“Raven?” Indagou assim que se livrou das mãos de sua amiga para pendurar sua bolsa em um dos suportes perto da porta.

“No apartamento do Jasper e do Monty supostamente trabalhando de novo naquele maldito videogame.” Octavia não conteve a pitada de irritação em sua voz. “Um videogame demora mesmo isso tudo pra ser consertado?”

“Eu não sei…” Respondeu, retirando suas alpargatas e soltando um suspiro aliviado ao sentir o assoalho gelado sob a sola de seus pés. “Me pergunte algo sobre o corpo humano e seu saberei te responder.”

A morena riu, procurando o controle da televisão e desligando-a, entrando na cozinha logo atrás de sua loira preferida.

“Dia difícil?”

“Não sabe como.” Clarke encheu um copo de água, se escorando na pia da cozinha ao deixar os olhos azuis sem vida vagarem pelo teto.

Octavia se apoiou na bancada de sua cozinha americana, cruzando os braços sobre seu peito e ainda estudando as feições abatidas da mulher a sua frente. Queria dizer que ela precisava de outra festa para renovar seus ânimos, mas depois da última isso estaria fora de questão por toda uma vida.

Ela não era estúpida, sabia perfeitamente que algo parecia estar fora do normal. Assim como sabia que Clarke Griffin tinha o dom de colocar o bem-estar de outros na frente do seu próprio, altruísta demais para deixar que as pessoas ao seu redor se candidatem para dividir seu fardo.

Sempre carregando tudo sozinha, típico.

“Eu tenho que te agradecer.” Ela começou, apertando os lábios ao escolher suas palavras cuidadosamente. “Obrigada, você sabe, por cuidar do Bell e tudo mais.”

Clarke pousou o par de safiras sobre a amiga, intrigada com a cautela em suas palavras. Uma característica não muito comum para a personalidade de Octavia, que sempre deixava que os pensamentos escapassem por sua boca sem um filtro.

Bellamy tinha isso também, não pensava nem um segundo antes de dar vida às palavras. Outra característica bastante distinta e irritante dos Blake.

“Eu sei que vocês tem essa relação meio… Hmm… estranha. Também sei que ele pode ser insuportável na maioria das vezes, e muito estúpido também, mas no final ele é um homem bom.” Ela falava com uma serenidade que Clarke raramente via quando se tratava da Blake. “Ele se importa com você mais do que você imagina, e jamais vai demonstrar isso da forma certa porque é bruto e grosso demais pra isso. Apesar desse jeito de homem das cavernas, ele é meu irmão, minha única família e eu fico realmente feliz que posso contar com você para cuidar dele quando eu não puder estar por perto.”

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A loira se aproximou, cobrindo as pequenas mãos com as suas e sorrindo gentilmente para a mulher a sua frente.


“Eu faço tudo por você, O. Eu posso até mesmo aguentar seu irmão insuportável e uma costureira mal humorada me alfinetando um dia inteiro.”


Octavia deixou que o gesto espelhasse em seu rosto, ressaltando as bochechas levemente rosadas. A ironia daquelas palavras fez com que um riso se prendesse em sua garganta, quase denunciando seu ceticismo sobre toda essa aversão que Clarke diz sentir por seu irmão.

Ao invés disso, ela se sentiu abençoada. Verdadeiramente feliz ao deixar que suas íris azuis esverdeadas se encontrassem com as de Clarke e ver a sinceridade e cumplicidade espelhada ali. Por ter uma amiga tão fiel e dedicada sempre disposta a fazer o possível e impossível por ela.

Justo ela que tem essa grande tendência a ser egoísta demais as vezes.

“Então quer dizer que a Reyes deixou a sexta-feira de filme de lado para arrumar o videogame daqueles dois?” As sobrancelhas loiras se uniram, não escondendo nem um pouco a sua desconfiança diante daquela situação. Algo simplesmente não parecia certo.

“Sim, dá pra acreditar? Fomos trocadas em nossa noite do filme por um videogame.” A indignação de Octavia fez com que a loira risse, quase engasgando com a água em sua boca.

“Algo não está me cheirando bem.”

“Não é? Eu achei que só eu tinha percebido isso.” Octavia gesticulou, puxando Clarke pela mão e a arrastando até o sofá onde ela já se preparava para ligar o Netflix e procurar o filme da vez. “Parece que seremos mesmo só nós duas.”

“Não pode esperar eu tomar um banho e me livrar dessa coisa de hospital?” Os olhos sempre tão azuis de Clarke a olhavam suplicantes, e a Blake pode jurar que ela estava prestes a fazer um biquinho em sua versão esfarrapada de seu olhar de cachorrinho-que-caiu-da-mudança.

Octavia riu ao revirar os olhos.

“Vai logo, eu não vou esperar por muito tempo.” Ela assistiu o rosto pálido se iluminar em contentamento, correndo pelo corredor em direção ao seu quarto.

O que ela menos desejava naquele momento era que sua querida amiga abrisse a porta do quarto de hóspedes e desse de cara com seu irmão, nocauteado por uma grande dose de analgésicos. Clarke teria tempo o suficiente para surtar sobre isso na manhã seguinte, não hoje. Não na noite dos filmes de Octavia.

Ela fez uma nota mental de avisar a todos os possíveis participantes que a noite do filmes é um evento sagrado e que deve ser respeitado como tal, acima de desculpas esfarrapadas ou acontecimentos sem importância.

Quando os passos pesados de Clarke no assoalho denunciaram sua então saída do banho, Octavia já tinha escolhido o filme da vez em seu catálogo do Netflix. Elas preparam a tigela-de-pipoca-especial, que continha uma grande quantidade de gordura e carboidratos que elas se preocupariam em queimar depois, e se sentaram no sofá assim que depositaram seus copos de refrigerante na mesinha de centro.

Clarke obviamente tinha que usar sua opinião do contra para criticar sua escolha, dizendo que não estava no clima para filmes de romance e muito menos melodramáticos. Octavia apenas estreitou os olhos desconfiada, decidindo deixar o mau humor de sua amiga de lado. Afinal, nada poderia estragar sua última noite dos filmes no aconchego daquele apertamento – o mesmo que hospedou muitas sexta-feiras naquele sofá, comendo pipoca e vasculhando as opções que o Netflix dispunha.

Quando finalmente concordaram em qual seria o primeiro da incontável lista de filmes da noite, a campainha ressoou por todo o apartamento fazendo com que Octavia praguejasse quem quer que fosse que estivesse por trás daquela porta, atrapalhando seu momento sagrado da semana – qual Raven deveria fazer parte, só ressaltando.

A morena se levantou resmungando alguns palavrões ao se arrastar até a porta da forma mais languida e preguiçosa possível para recepcionar os dois indivíduos que menos esperava ver naquela noite; um com sacos de salgadinhos e amendoins em mãos e o outro com duas garrafas de refrigerante, uma embaixo de cada braço.

O sorriso amarelo que Jasper e Monty tinham nos rostos sempre tão cheios de vida quase fez com que ela engasgasse em sua própria saliva.

Mas que diabos?

“Ei! Não vai nos convidar para entrar?” Monty arqueou uma das sobrancelhas diante da atitude rude da morena ao deixá-los esperando ali fora.

“Desde quando vocês precisam de permissão?”

Octavia abriu caminho para que eles entrassem, dando um tapa na nuca de Jasper assim que ele passou em sua frente se dirigindo para o mesmo sofá onde Clarke estava sentada como um índiozinho, recebendo-os com seu típico sorriso acolhedor de mamãe urso ao ver suas crias.

“Nós lembramos da sua última noite dos filmes e você nos trata como mendigos.” Jasper murmurou inconformado ao abraçar Clarke, os olhos escuros ainda presos na Blake mais nova que o encarava na mesma intensidade com os braços cruzados sobre o peito. “Parabéns, O… Desse jeito você vai ganhar o Miss Simpatia mais rápido do que imaginávamos.”

“Eu disse que nós deveríamos ter trazido uma garrafa de Moonlight. Ela fica mais agradável quando está levemente alcoolizada.” Monty meneou a cabeça negativamente, insatisfeito.

“Não fale essa palavra perto de Clarke se não quiserem que ela chute suas bundas pelo presentinho de vocês na última festa.” Octavia sorriu da forma ferina que sempre fazia quando a desgraça alheia a agradava – o que era, basicamente, todo o tempo.

“Oh Clarkey! Lembre-se que nós te amamos muito.” Jasper murmurou, envolvendo seu braço nos ombros da loira, deixando que ela se apoiasse em seu corpo. “Aquele dia você estava precisando de um porre, nós só fornecemos o que era preciso.”

“Concordo, foi totalmente pensando na sua saúde mental.”

Clarke riu, sentindo a onda de conforto e familiaridade lhe inundar da forma mais satisfatória possível. Em seus momentos de angústia pessoal ela quase esquecia como era bom ter aqueles dois por perto, como ela sempre arrumava um jeito de se deleitar com a personalidade peculiar de seus amigos.

“Espera… Onde raios está a Raven?” Octavia buscou recipientes para despejar os salgadinhos e os amendoins na cozinha, aceitando a ajuda de Monty para carregá-los até a sala. “Ela disse que estaria no apartamento de vocês.”

“Raven? Nós não vemos a Reyes desde antes daquela viagem louca dela para a convenção em Ohio.” Monty respondeu com o cenho franzido em confusão, já encaixando mentalmente as peças daquela história em sua cabeça.

“Oh cara, acabamos de dedurar uma amiga sem sequer saber que estávamos dedurando.”

Clarke conectou seu olhar ao de Octavia da mesma forma que elas sempre faziam quando estavam perto de outras pessoas. A conexão que permitia que elas lessem o que estava passando pela cabeça uma da outra apenas com um simples gesto ocular.

Não precisava de muito para compreender que Raven estava novamente escondendo suas sujeiras por debaixo do tapete, e dessa vez Clarke se sentia infinitamente feliz por não estar envolvida nisso nem mesmo indiretamente.

Ela viu as sobrancelhas escuras de Octavia se juntarem em seu aparente descontentamento, o que deixava bastante claro o quanto a Reyes estava ferrada. A loira nunca se importou muito com jeito reservado de Raven, já a Blake… Bem, a morena julgava como falta de confiança e consideração.

A campainha tocou novamente e Clarke se levantou, impedindo Octavia de atender a porta. Ela sabia muito bem que o seu mau humor – cortesia de Raven Reyes, muito obrigada – seria despejado como um caminhão de concreto na primeira pessoa que aparecesse em sua frente.

E bem, ela desejou não ter feito.

Clarke desejou drasticamente não ter aberto a porta de seu apartamento, porque assim talvez ela não teria que olhar para a cara mal lavada de Finn Collins parado em sua frente como se fosse a coisa mais simples e natural do mundo.

“Olá Clarke.”