Together

Ilusão


Pov. Harry

Nico era estranho? Completamente. Mas sua história, por mais bizarra que soasse aos meus ouvidos, parecia ser totalmente verídica. Claro, haviam furos. Muitas dúvidas pairavam sobre nossas cabeças, principalmente sobre os pensamentos dos semideuses:

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—- Isso quer dizer que ...

—- Quer dizer que a mãe de Luna não morreu tecnicamente.

Luna olhou, assombrada, para Nico. Ele disse aquela informação com tanta convicção, sem a mínima preocupação de como aquilo poderia afetar a garota. Me levantei no mesmo momento:

—- Você não pode simplesmente chegar aqui e fazer suposições, sabendo as histórias pela metade e tentar adivinhar algo! Quais são as provas que você tem disso?! Tem ideia do que você está falando?

—- Potter, sente-se. – Nico disse, calmamente. Eu queria que ele não tivesse essa posição de garoto de 11 anos tão seguro que sua autoestima conseguiria dar inveja a qualquer um. Queria que ele perdesse a postura de bom moço. Queria lhe socar. E eu não sabia o porquê.

Um impulso. Um pequeno lapso. Eu agarrei a gola da camisa polo preta do garoto e o prensei na parede, sufocando-o.

Annabeth deu um pequeno grito. Percy me olhava assustado, igualmente Rony. Gina paralisou em seu local, sem saber o que fazer. Hermione logo se levantou e apontou a varinha para mim, mas antes que pudesse fazer algo, fui jogado para trás, com uma força impactante. Senti minhas costas baterem no mármore frio, o que deveria deixar roxos futuramente. Mas nada se comparava a dor de cabeça que eu sentia, imensamente.

“Harry ... Harry” a voz de Voldemort falava silabicamente cada pedaço do meu nome, como se ele lhe trouxesse dor e repudia (o que não deixava de ser verdade).

“Quem é o semi-bruxo, Potter? Aponte-o! Estamos à procura dele! Vocês não vão o querer, será inútil para seu exército tolo. Mas ele será memorável do meu lado, assim como você, Harry! O menino Jackson é um tolo, não sabe o que faz. Sobrevive por sorte e porque Cronos ainda o quer, ainda insiste. Mas eu sei que apenas você servirá a nós. Jackson não é digno de toda essa atenção ...”

Eu comecei a encarar Percy com outro olhar. Seu olhar parecia assustado, e isso me causava um prazer estranhamente benigno. Quando eu parti para atacá-lo, Hermione me estuporou e me jogou novamente ao mármore gelado. Desta vez, minha cabeça rodopiava. Gritos eram claros, e isso bagunçava minha mente. Todas as imagens de tortura que Voldemort fazia passam como um pequeno lapso de memória em minha mente. Antes de tudo escurecer, eu vi um pequeno colar, no pescoço de uma garota. Ela não era estranha. Eu sabia quem era.

Tudo ficou escuro e eu perdi, rapidamente, todos os meus sentidos.

Pov. Percy

Hermione e Gina logo correram a Harry, antes que ele desabasse no chão e se machucasse ainda mais. Eu não entendia mais nada que acontecia ali. Nico tossia um pouco, por causa da pressão que Harry fez sobre seu pescoço, mas ele logo se recompôs e foi falar com a loira (se não me engano, seu nome era Luna), tentando acalmá-la:

—- Percy? Você está bem? – Annabeth me perguntou, assustada. Eu apenas assenti com a cabeça e ela segurou minha mão, ainda assustada. Ninguém esperava o pequeno surto de Harry. Aquilo havia nos abalado.

...

—- Geralmente, isso ocorre. Mas eu nunca vi acontecer com tanta força quanto hoje.

Rony havia nos explicado o pequeno surto de Harry. Pelo o que eu havia entendido, Voldemort conseguia invadir a mente de Harry, por uma causa desconhecida. Eu também tinha esses surtos, através dos sonhos. Mas nunca tinha visto algo tão real quanto Harry.

Estávamos sentados na mesa da Grifinória no Grande Salão Comunal. Todos ainda nos olhavam, ainda mais por causa de nossas roupas normais e rasgadas (sem os habituais uniformes da casa):

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—- Alguma força maior está envolvida nisso. Sim, Cronos é forte? É sim, mas não é só isso. Ele ainda está debilitado e, bom, Luke ... ele ...

Annabeth ainda não conseguia falar dele. Meu punho se fechou instantaneamente. Qualquer menção ao filho de Hermes me incomodava, ainda mais quando essa referência vinha de Annabeth:

—- Annie, respire. Esperemos Harry acordar e vamos ver o que fazer. – Eu disse, encarando o prato cheio de comidas estranhas a minha frente. Eu deveria comê-lo, mas os acontecimentos atuais me tiravam o apetite. Rony e Gina nos encaravam, esperando algum tipo de comunicação com eles. Os encarei, e eles devolveram o olhar com a mesma intensidade:

—- O que foi?

—- Queremos mais informações, sabe, sobre o seu mundo. — Gina sussurrou, fazendo Sabidinha rir.

—- Não aqui. No salão da Grifinória, quando subirmos.

Eles assentiram. Rony ainda me encarava de soslaio, de vez em quando. Mas acho que sua implicância estava indo embora aos poucos. Talvez, no final disso tudo, pudéssemos ser bons amigos.

Caso isso tivesse um final feliz, onde eu sobrevivesse.

Hermione logo chegou no refeitório, com um livro debaixo do braço. Franzi o cenho, porque eu reconhecia aquele livro. Ele era do acampamento! Annabeth pensou a mesma coisa:

—- O que você está fazendo com esse exemplar raro que eu nunca li sobre “Os Deuses e Suas Histórias Ocultas”? – Deveria sair como um sussurro calmo, mas a voz de Annabeth saiu um oitavo acima do normal e seu tom fora mais alto do que ela imaginava. Algumas cabeças nos encararam, logo voltando aos pontos iniciais e se dispersando. Hermione encarou a capa do livro e deu ombros:

—- Quíron me ofereceu para ler.

Eu deveria ter algum celular comigo, ou uma máquina fotográfica, porque a reação de Annabeth fora a melhor que eu já tinha visto nos últimos dias. Thalia adoraria ver a reação da filha de Atena.

Ela olhava, embasbacada, para o livro e, depois, para Hermione. Quíron nunca havia deixado a Sabidinha tocar naquele livro e Hermione o possuía. Não consegui segurar a risada, fazendo com uma Annabeth me encarasse com um olhar mais mortal do que as encaradas de Zeus no Olimpo. Aquele era o verdadeiro significado de “olhar fulminante”. Parei de rir no mesmo instante:

—- Ok. – fora a única coisa que Annabeth disse, antes de se voltar para o prato a sua frente. Nós rimos, porque aquela atitude era a única coisa que poderia nos descontrair daquele clima mórbido que se instalava pelos últimos dias.