Tempos modernos

Harry - Visita




– O que significa isso?

A mulher sentou do outro lado da mesa com um sorriso. Estava mais bonita do que se lembrava. Seus cabelos estavam mais curtos e mais claros, seus olhos ainda tinham o mesmo brilho malicioso e seus lábios exibiam um sorriso divertido. A primeira coisa que pensou era em como aquela mulher era corajosa em aparecer na sua frente depois de quatro anos.

– Não sentiu saudades?

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Caçoar da sua desgraça, isso parecia algo que Myranda faria.

– Veio ver se continuo preso? Pois bem, me colocaram em uma cela apertada com um filho da puta chamado Joffrey. – Lembrar-se do seu companheiro de cela só fez com que seu humor piorasse. Era como se os Deuses o estivessem castigando por todos os seus pecados. – Essos lhe fez bem. Imagino que encontrou outro trouxa para enganar.

– Não me culpe pela sua estupidez meu querido.

Ela soltou uma risada e colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha. Harry logo percebeu um anel de brilhantes em um dos seus dedos.

– Você se deu bem, eu já entendi, pode ir embora Randa.

Vadia. E só de pensar que ela o deixou lá para ser pego. Seu pai era um bêbado inútil e ele nunca dava ouvidos as asneiras que o velho dizia, um erro, devia ter ouvido quando o homem falou sobre nunca confiar em ninguém que não seja ele mesmo.

– Você ainda pensa na doce Alayne.

Alayne. Seu coração pesou ao pensar na mulher. Por onde ela andaria? Será que sentia sua falta? Ele pensava nela todo santo dia, relembrava o jeito como costumava lhe roubar beijos escondidos ou como ela ficava feliz quando ele recitava em seu ouvido um dos poemas do livro que ela gostava tanto. A memória da mulher o atormentava, mesmo depois de tanto tempo ele ainda sonhava com ela.

– Seu olhar já é uma resposta. – A mulher passou a remexer na bolsa e instantes depois tirou algo de dentro.

Myranda colocou uma foto na mesa e com o dedo deslizou em sua direção.

No segundo seguinte foi como se seu coração tivesse parado para logo depois bater forte dentro do peito. Com as mãos tremulas e algemadas Harry pegou a foto. Nela estava Alayne – não, Sansa – com os cabelos ruivos esvoaçando ao vento. Ela usava um vestido típico do verão e aproveitava o sol em algum lugar que deveria ser a varanda de alguma mansão ou talvez um hotel caro.

Demorou um pouco para ele se dar conta do que aquilo significava.

– Ela está com você.

– Sim.

– Desde o inicio?

– Não desde o inicio, mas eu consegui convencê-la de qual era o caminho certo. Ela é uma boa amiga. – Randa puxou a foto dos seus dedos e voltou a guardá-la. – Linda, não?

Sua... Sua... – Seu tom estava perigosamente baixo.

– Eu juro que quando você se encantou por Sansa eu não imaginei que a levaria a serio. Eu pensei que fosse mais espero que aquilo Harry. Entregar o coração para alguém? Que idiota faria isso?

Seu corpo inteiro fervia por causa da raiva.

– Por que está aqui Myranda? Por que correr o risco?

– Risco? Eu sou uma moça direita, noiva de um grande empresário, você é um assassino condenado que está louco para apontar outro suspeito e reduzir sua pena. Minha palavra contra a sua.

Sem poder mais controlar o próprio corpo, Harry levantou-se der repente da cadeira e deixou que suas mãos voassem no pescoço da mulher. Vou matar essa desgraçada.

SUA VADIA ORDINÁRIA.

Não demorou para que os guardas chegassem e o jogassem para trás. Myranda agora tinha lagrimas enfeitando seu rostinho bonito – víbora –, que boa atriz ela era. A mulher foi escoltada até a saída enquanto ele era levado por outros guardas. A mulher devia estar muito confiante que nunca seria pega, mas ele tinha uma ou duas cartas guardadas na manga. Quando chegou aos corredores Harry disse para um dos homens.

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– Chame Willas Tyrell, diga a ele que tenho algumas coisas para contar.

Logo depois tiraram sua algema e ele foi jogado para a cela. Harry caminhou até sua cama e se deitou. Segundos depois estava rindo. Na verdade, ele estava gargalhando.

Que patético. Amou a mulher. Matou pela a mulher. Foi traído por ela. Foi preso. E ainda assim, mesmo sabendo de tudo, se Sansa aparecesse na sua frente novamente ele a amaria da mesma forma. Perdoaria qualquer pecado seu e a manteria ao seu lado para sempre.

Seu filho de uma puta idiota.