Regresso

Só me de uma chance


Passou o resto da manhã caminhando pela casa esperando que em algum momento Sakura saísse do quarto. Mas até aquele momento ela não dera sinal de vida o que deixava-o frustrado. Havia se declarado a menina mesmo que naquele momento tivesse agido por puro impulso. Sabia que estava andando em um terreno movediço com a rosada, mas estava disposto a arriscar. Gostava dela como jamais pensou gostar de alguma outra mulher e com certeza havia feito algo na festa para deixá-la tão zangada.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Sorriu lembrando-se dos traços da rosada. A garota estava tão bonita com aquela blusa branca parcialmente transparente e a saia recatada, com os traços do rosto firmes e a pele avermelhada pela raiva que não conseguiu deixar de desejá-la. Ela esbanjava sensualidade sem nem ao menos perceber, isso o deixava maluco.

Passou as mãos pelos cabelos subindo as escadas rumo ao seu quarto. Parou por alguns segundos em frente à porta trancada de Sakura esperando escutar algum som vindo lá dentro, mas acabou se dirigindo ao seu quarto frustrado.

Bateu a porta com força para tentar dissipar a raiva, mas foi inútil. Estava ficando preocupado. Já passara do horário do almoço e a garota não comera nada.

- Ah garota cabeça dura! – Falou para si mesmo enquanto sentava desamparado na cama.

Olhou ao redor tentando pensar em algo, afinal a menina precisava se alimentar. Parou o olhar na prancha de surfe que estava escorada a um canto.

- O único jeito de fazê-la sair do quarto é ele saindo da casa. – falou consigo.

Levantou e tirou de dentro do armário a roupa preta que usava para surfar. Retirou a que estava usando colocando-a. Passou protetor solar e pegou a prancha. Bateu novamente a porta do quarto para que a rosada escutasse. Depois desceu as escadas e saiu pela entrada da frente fazendo questão de bater a porta dali também.

Olhou por cima do ombro para a casa que se distanciava enquanto caminhava rumo à praia e pode ver o cabelo rosado levemente emoldurado em um rosto juvenil aparecer na janela do segundo andar.

Sorriu virando-se para frente e seguindo rumo a sua diversão momentânea.

Escutava os passos do moreno andando para cima e para baixo na casa. Sentiu vontade de rir ao perceber quantas vezes escutou passos que paravam perto do seu quarto e depois voltavam pela escada. Mas havia se decidido que não seria o brinquedinho do Uchiha. Se ele quisesse diversão teria que procurar com a Karin, a ruiva pelo que soubera pelas meninas gostava de ser capacho do moreno.

Passou o resto da manhã lendo um livro que havia pegado do escritório do pai. Separara uma calça jeans razoavelmente nova e uma blusa verde de meia manga e com um leve decote que destacavam os seus olhos e o colo, para usar a noite no jantar com Gaara.

Escutou quando Sasuke subiu e parou diante do quarto novamente. Sorriu internamente enquanto ficava em silencio para poder ouvi-lo melhor. Percebeu quando este seguiu ao quarto do final do corredor e bateu a porta com força.

A vontade de rir aumentou, mas se controlou. A barriga roncou alta o que a fez lembrar de que não havia comido nada ainda. Não sabia o que fazer se saia do quarto dando o braço a torcer ou permanecia ali com fome.

Sentou na cama indecisa e olhou para fora admirando o céu azul. Viu quando alguns passarinhos passaram voando e brincando entre si. Sorriu ao ver tal liberdade e não poder ser igual a eles.

Escutou novamente uma batida de porta e depois passos fortes e marcantes.

-Sasuke, pensou.
Escutou que estavam longe o que a fez ir ate a janela para observar para onde o moreno ia. Viu-o com a roupa negra colada ao corpo que cobria desde os ombros e braços até o final das coxas grossas. Estava segurando uma prancha na lateral do corpo e andar decidido rumo à praia.

Suspirou por finalmente poder sair do quarto. Mas antes de voltar para dentro pode vê-lo virar o pescoço e sorrir de canto olhando-a.

Entrou e trocou a blusa por uma de alças finas na cor branca também. Destrancou a porta e saiu correndo para a cozinha. Abriu a geladeira pegando um dos pratos que Chyo deixou congelado. Preparou-o e comeu tudo em um piscar de olhos. Não imaginava estar com tamanha fome. Lavou a louça suja e pegou uma manta que estava perto da porta. Lembrava-se de ter visto Chyo usa-la para sentar.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Saiu pela porta rumo ao jardim, estendeu a manta e deitou-se encima desta. Fechou os olhos para sentir melhor o perfume das flores e o cheiro do mar. Sem perceber acabou por adormecer.

Estava estirado na areia branca da praia sentindo o vento passar e arrepiar a pele morena. O Sol secava-o devagar bronzeando a pele. Sorriu ao lembrar-se das ondas que pegou e a sensação de liberdade que sentiu naquele momento. Eram poucas as vezes que se sentia tão feliz, mas com certeza esta era o melhor. Abriu os olhos fitando o céu azul com poucas nuvens, percebeu que o sol já estava se extinguindo sinal de que estava quase no final do dia. Sentou apoiando o braço na perna dobrada. Fitou o mar respirando profundamente enquanto admirava as ondas de espumas brancas. Lembrou-se instintivamente de Sakura. O seu rosto pálido e o sorriso meigo. A rosada tinha a aparência tão inocente que começava a duvidar de que ela realmente fosse mau caráter.

Suspirou ao perceber o quanto a rosada estava em sua mente e em seu coração. Não podia mais negar nem a si mesmo que estava apaixonado por ela. Não sabia ao certo o que fazer, a garota afastava-se toda vez que tentando aproximar-se. Parecia ter medo dele.

- É isso. – Falou alto para si mesmo. – Ela tem medo de mim, e isso é por algum motivo afinal. – Os olhos arregalaram-se ao pensar que alguém havia feito muito mal à rosada.

Levantou-se depressa retirando parcialmente a roupa. Provavelmente já dera tempo o suficiente para a garota comer algo e se distrair longe do quarto. Pegou a prancha e voltou para casa.

Chegou ao jardim e observou rapidamente a casa. Não havia som em parte alguma. Onde a garota havia se metido? Pensou.

Largou a prancha na área externa da casa e saiu a procurar. Entrou percorrendo os cômodos começando pelo primeiro andar. Assustou-se ao perceber que Sakura não estava em lugar algum. Saiu novamente da casa parando no inicio do jardim.

Seu coração batia freneticamente. Sua cabeça pensava em mil e um motivos para ela não estar em casa, mas nenhum se encaixava. Não podia estar acontecendo isso com ele, pensou.

Olhou para o jardim perdendo-se no meio das plantas. Sorriu ao lembrar novamente o quanto a rosada gostava daquele lugar. Entrou em meio aos arbustos caminhando e olhando para todos os lados a procura de Sakura.

- Talvez, pensou. Por favor, rosada esteja aqui.

Suspirou ao ver em meio às rosas e margaridas um par de pernas. Aproximou-se devagar soltando um suspiro de alivio.

A garota estava deitada de lado com as pernas levemente encolhidas, o que fez a saia subir alguns centímetros e mostrar parte das coxas. Os braços estavam em posições diferentes, mas ambas perto do rosto. Os cabelos cobriam levemente os olhos, mas deixava à mostra a boca rosada e carnuda. Percebeu que ela trocara a blusa por outra de alças que deixavam a mostra seus ombros e seu pescoço.

Sentiu a boca secar. A vontade de beijá-la e tocá-la era imensa, mas se conteve. Aproximou-se devagar sem tocá-la sentindo a mistura de cheiros das flores com a pele da garota. Lambeu os lábios e mordeu a língua para reprimir as imagens pervertidas que vinham em sua mente.

- Sakura. – Chamou e esperou pousando os joelhos no chão. – Sakura! – A voz agora era mais firme e grave. Observou ela se remexer e suspirar, esticando os braços e as pernas antes de abrir os olhos verdes.

- Sasuke. – Falou em tom baixo e extremamente sexy para o moreno.

- Acorda bela adormecida. – Sorriu de canto.

- Hm. – Bocejou. – Estava tão entediada que resolvi sentar aqui, mas acho que estava mais cansada mesmo. – Sorriu meigamente.

- Acho que deveria estar mesmo muito cansada. – Sentou sorrindo.

- Sim. – Suspirou mais uma vez sentindo os olhos piscarem devagar. – Acho que se não levantar rápido irei dormir novamente.

- Provavelmente. – Sasuke sorriu observando-a.

A garota sentou e passou as mãos pelos longos fios rosa.

- Devo estar com a cara amassada. – sorriu tímida.

- Deixa-me ver. – Aproveitou a oportunidade para tocá-la. Provavelmente ela tinha esquecido o que havia acontecido durante a manhã. Teria que ir devagar. Sakura não era como as outras mulheres com quem ficou ela era diferente. Tinha uma alma forte, mas ao mesmo tempo parecia uma menina assustada.

Levou a mão até o rosto virando-o para si. Sorriu e tocou a mecha rosada de cabelo que estava em frente àqueles olhos que tanto gostava. Colocou-o para trás da orelha da garota e sorriu. Viu-a arregalar aqueles orbes verdes, provavelmente tinha lembrado. Passou as costas da mão pelo rosto parando para acariciar a bochecha. Viu-a fechar os olhos com o toque e sentiu-se bem ao poder vê-la entregue. Com a ponta do dedo passou pelo nariz fino e pequeno fazendo com que ela abrisse os olhos novamente.

- Sasuke. – Suspirou baixa a única palavra que conseguia dizer.

Encarou-a mais um pouco podendo sentir mais a garota, mas não queria assusta-la novamente. Retirou as mãos de perto dela e sorriu amigavelmente.

- Está só um pouco amassada. – Falou e sentou-se ao lado de Sakura que o olhava incrédula.

- Ah. – Sorriu envergonhada.

- Sabe eu queria saber mais sobre você.

- Hm. – Suspirou a garota.

- Por que sente tanto medo de mim? – Olhou-a nos olhos.

- Já lhe disse que não é medo, apenas... – Olhou para o chão. – Talvez seja um pouco de receio.

- Ou seja, realmente sente medo.

- Ok. Talvez, mas isso não importa.

- Claro que importa. – Suspirou olhando-a fixamente. – Para mim importa Saki.

Viu-a olhar para o lado tentando não encara-lo.

- você não entende.

- Não. Realmente não consigo entender o porquê você foge de mim. – estava ficando frustrado.

- Eu não quero me iludir Sasuke. – Encarou-o. – Você é um homem muito bonito e sabe o que quer, mas eu ainda não sei. – Levou as mãos até os cabelos deixando-os ali por alguns momentos. – Queria poder dizer-lhe que me sinto segura com um relacionamento contigo, mas isso é mentira por que até mesmo você sabe que não consegue ter um relacionamento com alguém.

- Isso não é verdade. – Tentava entende-la. Afinal aonde ela queria chegar? Pensou.

- Sasuke, você tem uma namorada ou sei lá como a chama. – Suspirou revoltada.

- Não...

- Não minta Sasuke! – Cortou-o ela. – Vi vocês juntos quando estava indo embora da festa.

- Sakura, ela é apenas uma amiga e...

- Uma amiga que você beija? – Olhou-o com a sobrancelha arqueada.

- Certo ela é um pouco menos que uma amiga. – Falou irritado. – Mas escute o que tenho a te dizer.

- Sasuke eu vi! – Os olhos dela brilhavam.

- Por favor, escute! – Suspirou alto. – Karin é o tipo de garota que você fica de vez em quando. Não se pode leva-la a serio. – Sorriu sem graça e passou as mãos pelos cabelos. – Ela não se leva a serio.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

- Não entendo. – A rosada olhava-o confusa.

- Ela acha que é minha dona há anos, mas nunca tive nada com ela. Se quiser pergunte a qualquer um de meus amigos, eles confirmarão. –Estava desesperado e não sabia como convencê-la.

- Eu sei a Ino me falou algumas coisas bem interessantes sobre você.

- Ah. – Sorriu sem graça. – O que exatamente ela falou?

- Sobre vocês e sobre Karin. – Suspirou. – Mas não importa.

- Sakura eu vou dizer algo com todas as letras para você e espero sinceramente que acredite em mim.

- Certo, vá em frente.

- Eu não gosto da Karin. A Ino é minha amiga e me compreende como ninguém e principalmente eu gosto de você rosada. – Suspirou baixando a cabeça. – Nunca imaginei sentir isso.

- Sasuke. – Falou baixo.

- Só me de uma chance. – Levantou a cabeça e abriu os olhos negros fitando os orbes verdes da rosada.

- eu não sei o que dizer.

- Só diz que vai me dar uma chance. – Sorriu triste. – Por favor.

Sakura sorriu abertamente e lançou-se em seus braços. Apertou-a firme sentindo seu coração aquecer-se com o sentimento que para ele era novo.

- Darei uma chance para você. Mas iremos começar como amigos, certo? – A rosada afastou-se devagar.

- Hm. Certo. – Sorriu satisfeito afinal era um começo e poderia entender mais da garota.

Levantou e estendeu a mão para ajudá-la. Viu-a fixar o olhar em si e sorriu satisfeito, afinal a garota gostava de seu corpo.

- Sakura? – Chamou sorrindo debochado. – Deste jeito vai me deixar magro feito um palito.

Sakura corou instintivamente e levantou-se.

- Desculpe.

- Não foi nada estou acostumado a ser secado.

- Se achou agora. – Falou irônica.

Ambos riram amigavelmente enquanto se dirigiam para casa.

Arrumou-se colocando a roupa que havia separado. Alisou-se em frente ao espelho e gostou do que viu. Sorriu lembrando-se da conversa que teve mais cedo com o moreno. Talvez pudessem ser amigos ao menos. Era preferível ter Sasuke como um amigo a um inimigo.

Sorriu de si mesma por pensar desta maneira. Passou a escova nos cabelos mais uma vez deixando-os soltos e pomposos.

Escutou batidas na porta e largou a escova no cômodo.

- entre. – Falou enquanto virava-se para a porta.

- Sakura. – Yoko sorriu parado na porta. – Está muito bonita.

- Ah. – Sorriu tímida alisando a roupa. – Obrigada.

- O Gaara já está lhe esperando na sala. – Sorriu amigavelmente entrando no quarto. – O Sasuke está fazendo companhia ao amigo.

Ficou espantada, mas tentou disfarçar.

- Ele está um tanto quanto nervoso. – Yoko fez um bico meio pensativo e sentou-se na cama. – Isso é meio anti Sasuke.

- Oh. – Sentou ao lado do pai pensativa também. Já não sabia se era certo sair com Gaara sabendo que Sasuke também gostava dela.

- Acho que o Uchiha anda muito protetor com você Sakura.

- É? Não percebi. – Corou com o comentário.

- Certo você esta tímida e vermelha. – Sorriu irônico. – O que esta acontecendo com vocês dois Sakura?

- ah nada Yoko. – Olhou-o assustada.

- Hm, acho que você não consegui mentir para mim. Esqueceu que lhe conheço desde bebê? – sorriu ainda mais.

- eu não sei o que falar. – Estava apavorada e sentindo-se tola por isso. Sorriu sem graça. – Acho que estou atrasada.

Levantou da cama e seguiu para a porta. Virou-se e percebeu que o pai a olhava risonho.

- Não adianta fugir Saki querida. O amor sempre te encontra.

- Assim como a tristeza. – Falou sem pensar seguindo para o corredor sem esperar alguma reação do pai.

Chegou à sala e pode observar os dois homens se encarando como se esperassem um movimento brusco para atacar.

- Aham. – Fez um ruído com a garganta para chamar a atenção.

Ambos os homens olharam-na e sorriram como se não estivessem querendo se matar a minutos atrás.

- Bom acho que podemos ir Saki. – Gaara levantou e foi ate ela.

- Claro.

Observou o quanto o ruivo estava bonito. Usava uma calça jeans escura que marcava as coxas musculosas e uma camisa preta que estava com os dois primeiros botões abertos onde dava para se notar a camiseta vermelha que usava em baixo. Os braços estavam parcialmente à mostra onde podia se notar os contornos do bíceps.

Definitivamente Gaara era o tipo de homem que frequentava academia, pensou.

O ruivo estendeu o braço após dar um leve beijo na bochecha como comprimento. Pelo canto do olho pode notar a cara seria de Sasuke. Passou o braço pelo do ruivo e olhou para o moreno que fazia seu coração disparar.

- Já vou. – sorriu sincera. – Não voltarei tarde. Fale para Yoko não se preocupar me cuido sozinha desde muito jovem.

Saíram pela porta sem aguardar o que o moreno diria, não queria pensar em Sasuke ou no que era certo e errado. Estava saindo com um amigo que gostava dela e a respeitava desde o principio. Por mais que Sasuke tenha se declarado e feito questão de deixar bem claro que a desejava não iria ceder tão facilmente. Eram apenas amigos e permaneceriam assim por um tempo que somente o seu coração poderia dizer.