Emily PDV
- Sete e meio, uau! – Disse Chris comemorando, quando recebeu a prova bimestral de geometria.
Essas três semanas passaram rápido. Agora estamos na ultima prova do primeiro bimestre. Eu tirei nove em geometria e Chris sete e meio.
- Que ótimo amor e essa prova tava difícil – eu disse, abraçando Chris, ele me levantou e me rodou no alto. No corredor as pessoas olhavam, algumas ainda espantadas por ele ter me escolhido, pra falar a verdade até eu não acredito direito.
Eu amo tanto Chris, ele é tão maravilhoso. É carinhoso, compreensível, e quando sabe o que quer ele foca, e digo isso por experiência própria.
- Você é uma ótima professora. Sabe, depois das provas bimestrais tem uma semana livre, você sabe né? – perguntou ele. É eu soube que tem esse negócio aqui, não é nada mal.
- Fiquei sabendo sim.
- Bom, meu pai tem uma linha de hotéis em Maceió. Por pura coincidência – disse ele piscando para mim – ele vai precisar ir para ela nessa semana, e disse que eu posso levar alguém comigo. Você quer ir? – perguntou ele. Não consegui conter o sorriso.
- Claro! – eu disse dando um pulinho ele me olhou e riu. Já estava acostumada, ele sempre da risada de minhas manias.
- Essa é nova, minha pequena. – disse ele se referindo ao pulinho. Ele me abraçou e meu dei um beijo em seus lábios.
- Nossa Chris! Me falaram, mas eu consigo acreditar, o que esta fazendo com essa CDF? – a voz veio do lado, ambos viramos e vimos Camila, ela é uma nojentinha.
Se você quer saber o que aconteceu com Camila e Caio fique sabendo que foi uma história triste. Ele foi morar com o tio em outro estado, para esquecer o que Camila fez. Também queria sair de perto de sua irmã, nunca a perdoaria pelo que fez. Acho que já deu para entender que as duas tinham um caso. Também fiquei meio chocada. Foi uma polemica na escola toda.
- Acho que Nicole ainda esta solteira, porque não da em cima dela? – perguntou Chris, olhando firme para os olhos Camila.
- Calma Chris, a sua hora ainda vai chegar, não precisa ficar com ciúmes. – disse ela dando um tapinha de leve no ombro dele. Virou-se e saiu andando rebolando a bunda com sua mini saia.
- Nem liga minha pequena, ela só quer nos separar e ficar com você só pra ela. – disse ele rindo. Não acredito que Camila seja lésbica, não tenho nada contra, mas com a irmã de seu namorado é golpe baixo.
- Bom, voltando a viajem, você vai mesmo né? – perguntou ele pegando minha mão. Eu abri a porta do meu armário com a outra e coloquei meus livros lá dentro.
- Claro! – eu disse, me virei e dei um beijo em sua bochecha.
- Faz o pulinho de novo? – pediu ele fazendo um biquinho.
Dei o pulinho de novo e ele sorriu.
- Ah, eu te amo. – disse ele.
- Eu também te amo meu amor. – disse, nós saímos andando de mãos dadas porta a fora, até chegar em casa.
Depois que começamos a namorar Chris sempre me acompanha até em casa.
- Só para constar, a gente vai amanhã. – disse ele.
- Nossa, amanhã? E você me avisa agora?
- Eu não te avisei agora – disse ele me puxando e me virando, fazendo nós ficarmos um de frente para o outro. Estávamos na calçada, ele fez um biquinho – te avisei há uns minutos atrás.
- Tem razão, não foi agora. – eu disse sorrindo, ele olhou em meus olhos. Ficou olhando e depois desviou para a minha boca.
- Eu sou um cara de sorte. – disse ele passando os dedos de leve em meus lábios. Eu sorri. – Bom, entra lá e arruma sua mala, passo aqui amanhã às dez horas da manhã. – eu dei um beijo em sua bochecha e abri a porta de casa, antes de entrar olhei para trás. Ele estava me olhando. Entrei e fechei a porta.
- Ciao Nonna!
- Ciao Mi!
- Nonna, onde esta mamãe? – perguntei colocando minha mochila no chão da sala.
- No quarto de Bruno. – respondeu ela.
Subi as escadas, e parei na frente do quarto dele. Comecei a perceber que tinha algo errado, mamãe e Bruno choravam. Sei que não é certo, mas fiquei na porta ouvindo a conversa.
- Calma Bruninho, ela vai perceber que você é a melhor pessoa que existe. – disse mamãe, olhei por uma fresta . Ele estava deitado na cama, com a cabeça no colo de mamãe, ela estava passando os dedos pelo cabelo dele. É uma coisa que ela odiava fazer, mas por Bruno ela faria.
- Acho que ela não vai voltar mamãe. – disse ele chorando, o que será que esta acontecendo? – posso ficar um pouco sozinho? – perguntou ele fungando.
- Claro meu amor, se precisar de alguma coisa é só me chamar, hoje nem vou trabalhar pra ficar com você. – disse ela se levantando da cama e vindo em direção a porta.
Fui rapidamente para o banheiro do corredor me esconder. Eu sei que tem algo errado, Bruno não é do tipo chorão. Ela desceu as escadas e eu voltei para a fresta da porta.
Ele se levantou da cama, foi até o espelho, secou as lagrimas. Pegou o celular e discou um numero.
- Oi meu amor. – ele esperou a pessoa falar. – Sim, foi moleza. – disse com um sorriso, deu uma risada. – você que é! AH CACHORRO! – disse ele alto. Olhou para a porta ver se ninguém ouviu.
Espera um instante. Cachorro é no masculino, então ele esta falando com um homem e o chamou de amor. Arregalei meus olhos, BRUNO É GAY.
-Ta, te amo. – disse ele desligando.
Bruno se sentou na cama e começou a olhar o celular. Sorriu e deitou. Não consegui me conter, dei um toque na porta e entrei, ele se sentou e me viu.
- Estava chorando? – perguntei a fim de fazer a conversa chegar ao ponto que ele me conta de sua opção sexual.
- É. Eu estava namorando a Larissa, aquela garota que eu te falei, sabe? – perguntou ele olhando para baixo.
- Sim.
- Então, ela terminou comigo e tipo, eu gostava mesmo dela. – ou Bruno sabe chorar falso ou está emocionado com sua ótima atuação.
- Sabe Bruno, você pode me contar tudo, tudo mesmo. – eu disse olhando firme em seus olhos.
- Você já sabe, né? – aquilo foi uma afirmação, mas eu assenti com cabeça.
- Quem era no telefone? – perguntei.
- Meu namorado. – disse ele sem emoção. Estava envergonhado.
Eu me sentei na cama, e encostei minhas costas na parede. Ele fez o mesmo.
- E você gosta dele? – perguntei.
- Muito. – disse ele sorrindo.
- Então é isso que importa, sou sua irmã e vou te apoiar seja qual for sua opção. – eu disse. Ele entrelaçou nossos dedos e me olhou. – Me conte, como vocês ficaram namorados? – perguntei.
- Ele é do time de futebol. Teve um dia que eu fui assistir o treino com Larissa, ela é minha melhor amiga. Então eu o vi e não parei de pensar nele. Comecei a ir sempre aos treinos, com Larissa, até que teve um dia que a bola caiu do meu lado e ele foi buscar. Me cumprimentou, eu não consegui responder nada. – ele rio. – No dia seguinte nos esbarramos no corredor e ele disse: ‘Oi garoto mudo, como você sempre esta assistindo o treino deve gostar de futebol, não gostaria de ir ao jogo que vai ter hoje? Corinthians e Palmeiras, estou com um ingresso sobrando’. Foi nesse jogo que rolo um clima e a gente começou a namorar. – finalizou ele sorrindo.
- Que bonita essa história de vocês. – eu disse.
- Mas e você em mocinha, corre um boato de que você e Christian estão namorando, é verdade? – não pude deixar de sorrir.
- Já faz duas semanas. – eu disse.
- Eu imagino, a gente anda tão distante né? Mas não muda de assunto não sua danadinha, pode me contar tudo. – eu corei.
- Bom, na segunda semana de aula ele veio do nada pedir ajuda em geometria, veio aqui em casa e começou a falar que me queria, essas coisas.
- Ui, que romântico. – disse Bruno, ter um irmão gay podia até ser legal.
- Enfim, no dia seguinte ele pediu ajuda de novo e foi ai que começamos a namorar. – eu terminei, minha história é tão simples perto da do Bruno.
- Esse não perde tempo hein, é dos bons. – disse ele.
- Esse é meu hein. – eu disse, rindo. Ele também rio.
- Calminha, não sou a Camila. Aquela vadia. – disse ele fazendo biquinho.
- Só tem uma coisa que não me sai da cabeça. Você já era gay ou... – eu não consegui terminar a frase, admito que foi meio chato essa pergunta.
- Eu sempre fui meu amor. Minhas namoradas eram homens. – disse ele com orgulho.
Ficamos um pouco em silencio e me lembrei de Maceió.
- Sabe o que vou fazer nessa semana livre depois das provas? –perguntei sorrindo.
- O que? Me conta tudo!
- Vou para Maceió com Chris e seus pais. – eu disse, ele abriu a boca.
- Quem vai pra Maceió? – perguntou mamãe que estava parada na porta.
- Os pais de Chris me convidaram, posso ir? O pai dele é dono do hotel. – eu disse.
- Se os pais dele vão, então tudo bem. – ela disse.
- Vou amanhã. – eu disse. Ela ficou um pouco chocada.
- Então vai logo arrumar as coisas. – disse ela, abri um sorriso. – Como esta meu filhinho? – perguntou mamãe para Bruno.
- Eu e Mi estamos conversando, ela esta me ajudando a superar essa fase. – disse ele apertando firme minha mão.
- Ta bom então, eu estou lá em baixo, se quiser alguma coisa. Emily vá arrumar suas coisas.
Mamãe saiu porta a fora. Bruno sabe que ela sempre da preferência a ele, por isso tenta me ajudar.
- Quer ajuda pra arrumar as coisas? – perguntou ele. Bem quando eu ia responder meu celular começou a tocar.
- Quero, rapidinho. – peguei meu celular e olhei o display. – É Chris. – eu disse.
- Põe no viva voz, quero ouvir.
- Oi meu amor. – eu disse atendendo.
- Oi minha pequena. – eu corei e olhei para Bruno, ele estava com a ponta do dedo na boca. – Deu um problema e meus pais não vão poder ir, tenho duas passagens sobrando, você não quer levar alguém? – eu não teria quem levar, não tenho amigos, nunca que vou levar minha mãe. Talvez Nonna, mas seria uma viagem muito grande pra ela.
Olhei para Bruno e tive um super idéia.
- Posso levar Bruno e... Sua namorada? – perguntei olhando pro meu irmão
- É namorado! – gritou ele.
- Namorado? – perguntou Chris sem entender nada do outro lado da linha.
- É uma longa história, mas pode ser? – Bruno estava quase pulando.
- Claro, vai ser até melhor. Assim eu e você ficamos em um quarto e os dois em outro.
- AAAAAHHH! VOU ARRUMAR MINHAS COISAS! – disse meu irmão saindo correndo para o armário, feito uma criança.
- Acho que ele que ir. – disse Chris. – Também vou arrumar minhas coisas, tá? Eu te amo minha pequena.
- Também te amo meu amor.
Desliguei e fiquei olhando pro celular ainda sentada na cama de Bruno. Sorri, eu sou mesmo sortuda.
- Vou ligar pro meu namorado.
- Põe no viva voz, eu quero ouvir. – dessa vez era eu que estava curiosa.
- Oi gato – disse o homem do outro lado da linha. Nossa, me lembrei que eu não sei quem é.
- Oi gostoso - respondeu Bruno. – Minha irmã vai viajar pra Maceió e tem duas passagens sobrando, ela chamou eu e você, não quer ir?
- Mas ela... Tipo... Eu e você... Sabe... – ele ficou sem graça.
- Ela já sabe. – respondeu Bruno
- Tudo bem, quando nós vamos?
- Amanhã.
- E você passa aqui pra me pegar? – perguntou o namorado misterioso.
- Claro.
- Nos vemos amanhã, te amo meu gato.
- Também te amo gostoso. – respondeu Bruno desligando o celular.
Levantei da cama e abracei meu irmão, foi o primeiro em muito tempo.
- Desculpa Mi, por eu sempre roubar a mamãe de você, eu te amo.
- Tudo bem, não é você que faz isso, é escolha dela – ainda abraçada com Bruno pude sentir a umidade de meus olhos. – Eu te amo maninho.
(...)

Christian PDV
- Agora é só esperar por Bruno e o namorado dele. – eu disse, minha pequena segurava minha mão.
- Aquele é o carro dele. – disse ela, apontando para um carro preto que estava chegando.
O carro parou, desceu Bruno e depois seu namorado. Espera um instante, aquele não seria meu melhor amigo?
- Aquele é Mike? – perguntou Emily, olhei para ela e estava com a boca aberta.
- Aham – eu também não consegui entender nada.
- Oi gente, esse é Mike, eu sei. – disse Bruno de mão dada com o namorado.
- Amor, você não me avisou que sua irmã é a Emily e que namora o Chris. – sussurrou Mike pro namorado
- Achei que você já sabia. – respondeu ele.
- Tudo bem gente. Não me importo Mike, sério. Se você quiser não conto pra ninguém, mas você podia ter me contado, é meu melhor amigo.
- Desculpa, achei que você não iria querer mais andar comigo se eu te contasse. – respondeu ele olhando para baixo.
- Cara, eu te amo. Entendo que você goste de... Homem. – respondi, sei que isso soou gay.
- Tudo bem, mas o namorado é meu. – disse Bruno.
- Claro! – respondi.
- Certo, então vamos? – perguntou Mi.
- Sim meu amor, nós vamos nesse jatinho do hotel – eu disse, chamei Frederick. – esse é Frederick, mas eu o chamo de Fred. Ele que vai... Cuidar da gente.
- Olá Fred. – respondeu Emily. Os outros dois deram um tchauzinho com a mão.
Eu subi dentro do jatinho, atrás de mim estava Emily.
- Mas as malas estão no carro. – disse Bruno.
- Fred pega.
- Claro senhor. – respondeu ele.
Subimos todos. Eu e Emily sentamos juntos, ela segurou minha mão e apoiou a cabeça em meu ombro. Beijei sua testa. Logo seriamos só eu e minha pequena.

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