Nothing Is How Looks Like

Você e eu somos amigos.


11

Adotar uma criança no estado de Nova York não era fácil, ainda mais quando se era um homem solteiro que ainda cursava a faculdade. Mas Blaine não estava adotando James, ele apenas não queria deixar o menino ir para um orfanato. O hospital ficaria com ele apenas pelo tempo de total recuperação dele. Graças a cadeira na qual ele estava durante o acidente, ele sofreu pequenos arranhões e uma fratura no pé esquerdo, que já estava completamente curada.

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O que faltava para o menino ter alta eram os surtos no meio da noite sobre os pais. Ele tinha pesadelos e acabava acordando toda a ala infantil. Psicologos estavam o tratando, e os surtos estavam diminuindo, mas eles tinham a previsão de que antes do final da semana ele não receberia alta.

Era terça feira.

– Como estão indo as gravações do curta? – Kurt perguntou à Blaine, que estava distraído. – Blaine.

– Oh, desculpe, o que você disse? – O moreno olhou para Kurt.

– Perguntei como estão as gravações. – Eles estavam na sua mesa habitual.

– Você não fala com Rachel sobre isso? – Blaine perguntou, mas em nenhum momento ele quis ser rude. – Estão indo bem.

– Conversamos, mas ela só fala das partes dela, pensei que você fosse comentar do geral. – Kurt disse seco.

– Desculpe. – Blaine olhou Kurt nos olhos. – Eu ando distraído ultimamente, com alguns problemas pessoais.

– Tudo bem. – Kurt pegou seu café e levantou-se. – Eu vou indo, não quero me atrasar.

Blaine observou o castanho sair da cafeteria. Ele sentiu seu coração apertar, James estava ocupando todos os seus pensamentos, e ele não estava dando a atenção devida a Kurt. Mas ele também estava chateado com o castanho, pois ele não comentou sobre o seu último encontro com Sebastian. Blaine suspirou e também saiu do estabelecimento.

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O dia de Blaine passou rápido e antes que ele percebesse estava em casa. Após a faculdade ele ainda teve algumas sessões de gravação do curta, onde encontrou Rachel. A garota lhe perguntou se estava tudo bem com Kurt, se Blaine sabia de alguma coisa, pois o castanho andava quieto demais nos últimos dias.

Blaine queria saber também o que estava acontecendo.

Wes o esperava quando ele chegou em casa, com uma pizza gigante e cervejas. Blaine largou sua bolsa, cumprimentou Wes e foi tomar banho. Vestiu um pijama e depois voltou a sala, pegou uma cerveja, bebeu ela inteira, pegou outra e encarou Wes, que tinha uma sobrancelha arqueada.

– O que aconteceu? – O garoto perguntou.

– Dias cheios. Kurt está estranho. Não tenho respostas do caso de James. – Blaine suspirou. – Eu queria saber o que aconteceu com ele para ele estar tão estranho, digo, ele está mais quieto. Será que aconteceu alguma coisa no último encontro dele com Sebastian e ele não quis me contar?

– Talvez ele só esteja passando por algum estresse na faculdade. – Wes lhe ofereceu pizza. – Sabe, assim como você anda mais quieto, mais pensativo, ele deve estar assim também.

– Kurt é o tipo de pessoa que diz tudo o que sente, ele disse que nós éramos amigos e que deveríamos contar tudo um para o outro. – Blaine suspirou mais uma vez.

– Amigos contam tudo um para o outro, e eu te pergunto isso Blaine: tem algo que queira me contar? – Wes olhou fundo nos olhos de Blaine.

– Você sabe tudo sobre a minha vida, Wes, não preciso te contar nada. – O moreno pegou outro pedaço de pizza.

– Então sou eu que tenho de lhe dizer. – Blaine franziu o cenho. – Você está apaixonado por Kurt.

– Não seja louco, Wes. – Blaine gargalhou. – Kurt e eu somos amigos.

– Não, eu e você somos amigos. – Wes continuava encarando Blaine. – Você e Kurt estão apaixonados um pelo outro.

– Kurt está com Sebastian. – Blaine pegou outra cerveja.

– Você não sabe ao certo se ele está. – Wes largou sua pizza e sua cerveja.

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– Wesley, Kurt não está apaixonado por mim. Ele não se apaixona por ninguém. – Blaine não sabe o momento, mas sabe que sentiu uma mão bater em sua bochecha esquerda.

– Pelo amor de Deus, Blaine Devon Anderson, você já foi mais esperto. – Wes pegou sua cerveja novamente.

– Ai! – Blaine colocou a mão sobre a bochecha. – Não precisava me bater.

– Precisava, para ver se você entende. – Ele suspirou. – Kurt nunca se apaixonou, mas ele também nunca teve um amigo, alguém, como você, que entendia ele e fazia com que ele se sentisse bem.

– Eu estar sendo um bom amigo não quer dizer que ele esteja apaixonado por mim, Wes. – Blaine disse sério. – Só porque eu me apaixonei por ele não quer dizer que ele tenha feito o mesmo.

Wes abriu um sorriso enquanto olhava para Blaine, o moreno parou e repensou suas palavras. Ele encarou Wes, assustado, enquanto o garoto abria um sorriso de vitória.

– Consegui o que eu queria. – Wes tinha um sorriso enorme. – Você admitiu.

– Então você não faz a menor ideia se Kurt está apaixonado por mim. – Blaine baixou a cabeça.

– Não, mas ele só não estaria se fosse louco. – Blaine tinha o olhar baixo.

– Eu sou muito idiota. – Blaine disse e levantou-se.

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Kurt estava em casa resolvendo alguns trabalhos da faculdade, e logo depois teria de fazer os quadros que seriam usados por Rachel no curta. Ele tomou um analgésico, pois sua cabeça parecia que ia explodir. A música que tocava ao fundo tinha a voz de Blaine, e o castanho tentava se concentrar nos trabalhos.

Ele não conseguia. Ele queria entender o motivo de Blaine estar tão distraído e distante, ele estava começando a sentir-se estranho na presença de Blaine pelo jeito que o moreno estava se portando na última semana, diferente. Kurt queria ter lhe contado sobre Sebastian, mas ele achou melhor nem tocar no assunto, era melhor o moreno nem saber que ele tivera outro encontro com o médico.

Kurt tinha em mãos uma xícara de café. O cheiro fazia com que ele lembrasse de Blaine e de quando eles se conheceram, e lhe fez pensar que em poucas semanas um já havia conquistado a confiança do outro. Ninguém nunca tinha causado esse efeito de segurança em Kurt antes, e ele tinha medo dos resultados disso.

– Kurt, eu cheguei. – O castanho ouviu a voz de Rachel.

– Oi. – Sua voz não saiu forte o suficiente.

– Aconteceu alguma coisa? – Rachel se aproximou do amigo que logo a abraçou.

– Está tudo uma bagunça, Rach. – Ela se assustou com o gesto do amigo, e ainda mais quando sentiu sua blusa ficando molhada.