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Nova York é uma cidade extremamente grande, procurar por alguém aqui se torna quase impossível, mas Blaine não perdia as esperanças. Ele morava na Big Apple havia três anos, e sempre torcia para encontrar sua metade, porém durante esses três anos tudo o que ele encontrou foram caras que passavam a noite e iam embora.

Ele não reclamava, um pouco de diversão nunca fez mal a ninguém, mas ele queria alguém que estivesse ao seu lado quando ele acordasse na manhã seguinte. Alguém para dormir junto, ou apenas deitar no sofá e ver algum programa aleatório. Ele queria um namorado.

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Aquele dia era apenas mais um dia comum na vida de Blaine, ele estava voltando da faculdade e iria direto para casa, dormir talvez, já que a vida de um estudante não era fácil, ele precisava aproveitar todos os momentos livres para descansar. Ele estava prestes a atravessar a rua quando o sinal abriu para os veículos, e ele esperou, diferente do castanho.

Blaine viu um carro atingir um garoto e ele caiu no chão, o motorista saiu rápido para atendê-lo e Blaine correu em direção ao garoto no chão. Apesar de ter um arranhão na testa e ter sangue escorrendo em seu rosto, o garoto continuava lindo, Blaine sentiu algo estranho em seu estômago.

- Você está bem? – Ele estendeu a mão para o garoto levantar.

- Sim. – Ele tinha a mão na cabeça. – Droga.

- Quer ir ao hospital? – Blaine ainda segurava a mão do garoto.

- Não, eu estou bem. – O motorista perguntou algo e ele respondeu.

- Quer tomar um café? – O garoto castanho encarou Blaine confuso, uma sobrancelha levantada suja de sangue.

- Porque não. – E então deu um meio sorriso.

Eles saíram do meio da rua e foram até uma cafeteria que tinha na mesma. Blaine perguntou mais algumas vezes se o garoto não queria ir ao hospital e ele recusou. Assim que chegaram no estabelecimento, o garoto foi até o banheiro lavar o rosto e Blaine escolheu uma mesa para os dois.

- Eu pedi um Mocca para você, tudo bem? – O garoto castanho sorriu.

- Você não é um stalker maluco que vem me perseguindo durante meses e sabe tudo sobre mim, não é? – Ele sentou na frente de Blaine.

- Não. – Blaine respondeu assustado. – Por que acha isso?

- Porque você acertou meu pedido de café. – Ele pegou o copo e tomou alguns goles.

- Palpite de sorte. – Blaine tomou o próprio café. – Então, qual o seu nome?

- Kurt. – O castanho sorriu. – E o seu?

- Blaine. – Ele tomou mais alguns goles. – Você sempre se joga na frente de carros assim?

- Não, só quando o dia é estressante. – Os dois riram. – E me pareceu um bom jeito de escapar.

- Escapar do quê? – Blaine fanziu o cenho.

- Eu deveria estar em um encontro agora no Central Park Boathouse. – O moreno engasgou.

- E por que não está? – Ele largou seu copo de café.

- Eu não queria ir, minha mãe me arranjou isso porque ela acha que eu devo me casar com a filha perfeita da amiga dela. – Ele revirou os olhos. – Eu nem sei se gosto de garotos ou garotas, e ela quer me casar. – Ele gargalhou.

- Quantos anos você tem? – Blaine perguntou pasmo.

- 22. – Ele arqueou uma sobrancelha.

- Parece um adolescente que não se decidiu ainda. – O castanho ficou sério.

- Bem, meus pais me mantiveram trancado e longe do mundo até meus 18 anos, que foi quando eu fui para a faculdade e me livrei deles e consegui descobrir o mundo. – Kurt deu de ombros. – Eles pensam que estou fazendo medicina, mas na verdade estou fazendo artes visuais.

- Como você é rebelde, e como mantém isso escondido deles? – Blaine parecia estar se interessando no garoto.

- Eles continuam morando em Paris, então é fácil esconder meu verdadeiro curso. – Ele riu. – E eu menti antes, eu sei o que eu sou. Sou gay.

O interesse de Blaine pelo rapaz tinha ficado ainda mais forte depois de saber que o garoto também era gay e ele poderia ter uma chance. Ele se xingou mentalmente por estar criando expectativas mais uma vez, mas ele simplesmente não conseguia manter a sanidade perto de Kurt.

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- E você, quantos anos? Cursa o que? – Kurt depositou seu copo vazio na mesa.

- Primeiro, você é francês? Isso explica o sotaque. Segundo, tenho 21 anos, 22 em alguns meses e curso música na NYU. – Kurt sorriu. – Por que você deixou a bela Paris por Nova York?

- Eu queria ficar distante dos meus pais. – Ele deu de ombros mais uma vez. – E a parte mais bizarra é que também estudo na NYU.

- Ta brincando? – Blaine debruçou-se sobre a mesa.

- Não. Artes visuais, diurno. – Kurt riu, sua risada era contagiante.

- Música, diurno. – Blaine também riu. – Podíamos ter nos encontrado nesses três anos de faculdade, mas não, eu tinha que te encontrar sendo atropelado. – Os dois riram.

- Parece que o destino te mandou para ser meu salvador, Blaine... – Ele parou. – Nesses momentos saber o sobrenome da pessoa é muito bom.

- Anderson. – Blaine riu.

- Hummel. – Kurt ergueu o copo vazio para um brinde.

- Ah, Kurt... sua testa está sangrando de novo. – Blaine disse apontando para o corte.

- Droga, acho melhor eu ir. – Kurt levantou-se. – Espero ouvir de você de novo, hobbit.

- Ei, você nem é tão mais alto do que eu. – Blaine também levantou-se.

- Exatamente, eu já me considerava um cara baixo, e você é ainda menor. – Kurt riu. – Até o próximo café.

E então ele saiu pelas portas do estabelecimento, Blaine voltou-se para a mesa para pegar seu casaco e então percebeu um número em um guardanapo. Ele, com toda a certeza, veria o francês de olhos azuis de novo.