Trailer

"Você entrou, chamou minha atenção,
É o jeito que você anda e o jeito como fala,
O jeito que me faz sentir por dentro;
Está no seu sorriso, está nos seus olhos...
Eu mal posso esperar para ter você em meus braços,
Sei que fui feita para você
E estou apaixonada por todo seu charme.
Então fiquei sonhando acordada,
Com o queixo na palma das minhas mãos.
É você e só você!
Eu te quero, é um fato.

Preciso de você.
Quero você como se jamais tivesse amado alguém antes."

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Daydreamin' - Ariana Grande

~*~

Edward me carregou em seus braços de volta para a casa, recusou entrar pela porta e usou a janela que eu deixara aberta. Sua habilidade em fazer isto foi impressionante, na minha tentativa de ser silenciosa não havia um terço de sua facilidade e precisão.

Quando ele me pôs no chão eu fui até o guarda-roupa e peguei roupas secas para trocar pelas minhas que já estavam ensopadas. Fui até o banheiro para fazer a troca e tentei pentear meus cabelos e desembaraçá-los, não ficou da maneira que eu esperava, mas eu os lavaria pela manhã. Voltei na ponta dos pés até o outro cômodo.

– Não precisa se ocupar em ser cautelosa, Charlie dorme profundamente.

– Que bom – murmurei.

– Mas acredito que esta noite seja uma exceção, pois em geral ele tende a acordar e demora alguns minutos até pegar novamente no sono.

– Mesmo?

Edward assentiu vagarosamente, me olhando com atenção. Eu o encarei por mais um minuto e então arfei.

– Edward, como você sabe o que Charlie faz? E a noite? Por acaso você fica lá fora vigiando todas as noites? Na chuva?

– Não. Não lá fora.

Numa batida do coração eu entendi a que ele se referia.

– VOCÊ FICA AQUI? – Esganicei-me.

Charlie roncou alto e eu fiquei quieta esperando que algo acontecesse, mas com um aceno mínimo de cabeça Edward me indicou que não havia perigo. Eu suspirei e caminhei até ele que estava de pé no canto, provavelmente não querendo molhar o restante do quarto.

– Me conte exatamente o que quero saber. Sem rodeios – ordenei num sussurro que imaginei ser decidido.

– Esta não é a primeira vez que estou à noite em seu quarto, sem que você saiba ao menos, não é. Eu venho aqui... Bem, sempre.

Eu não podia ver meu rosto, mas tinha certeza que minha feição era de pura incredulidade. Edward vinha me ver de noite? Mas por quê?

Porque você faz isto Edward?

Ele deu de ombros.

– Porque gosto. É reconfortante para mim vê-la bem, vê-la segura. Você parece estar sempre se expondo ao perigo, meu sentido de alerta já deve ter pifado de tanto me preocupar com você.

Cruzei os braços com impaciência.

– Eu não estou sempre me expondo ao perigo, que exagero.

Ele estreitou os olhos.

– Mas me escuta quando lhe aconselho a se manter em segurança?

– Como vou te escutar quando seus conselhos são absurdos?

Edward me examinou cuidadosamente.

– Está ciente que dentro de poucas horas terá de estar desperta e pronta para sair, não é? Esta conversa é mais uma tentativa de você ser covarde?

Trinquei o maxilar.

– Eu. Não. Sou. Covarde – falei cada palavra de forma contida, o dedo em riste apontando ameaçadoramente para ele.

E então alguma coisa na situação ou na forma como nos encarávamos tornou tudo muito cômico e começamos a rir feito bobos.

– Vá para a cama Liese, por favor, não quero ter de obrigá-la a se cuidar melhor.

Eu não fui contrária a sua ordem porque estava realmente começando a ficar com sono, mas não me deitei. Apenas me sentei de pernas cruzadas e o chamei para ficar perto de mim. Ele quis hesitar, mas achou melhor não discutir, pegou a cadeira de balanço perto da parede e a trouxe até a cama, sentando-se próximo a mim.

– O que você faz todas essas noites que vem aqui?

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Ele fez um gesto apontando para si mesmo.

– Você fica sentado aí simplesmente me vendo dormir?

– O tempo passa rápido, não é da forma como pensa. Eu gosto disso, já lhe falei.

Eu escondi meu rosto com as mãos, quando falei minha voz saiu abafada.

– Me diz que eu nunca fiz nada ridículo na sua frente.

Não houve resposta e eu gemi, me jogando de bruços sobre o travesseiro e afundando a cara nele, morta de vergonha.

– Porque se preocupa com isto? Não é algo para se envergonhar, na verdade estas são as noites mais interessantes.

Eu o conhecia bem para notar o sinal de humor em seu tom, vagarosamente voltei meu rosto em sua direção, confirmando minha suspeita pelo olhar cálido que ele lançava a mim.

– Edward, porque você faz isso? Por favor, não sou tão sedutora assim para fazê-lo andar grandes distâncias na madrugada até aqui, eu devo estar sempre toda descabelada e com uma cara horrível. Ai meu Deus, eu não acredito que você já me viu assim.

Ele riu de meu comentário e se curvou um pouco em minha direção.

– É aí que se engana. Eu não faria isto por mais ninguém. Você é sedutora demais, demais para ser saudável ficar próximo a mim, demais para seu próprio bem – revelou com a voz musical, uma persuasão suave e deliciosa em cada uma de suas palavras. Além de seus olhos como brasas douradas que como sempre eu sentia poder ver através de mim.

– Como você faz isso? – Perguntei baixinho, eu procurava não me dispersar e acabar outra vez agindo por impulso.

Ele me olhou com sincera curiosidade.

– A que se refere?

– A você. Como consegue me fazer esquecer até de meu nome em apenas um segundo?

Edward tornou a rir, eu amava vê-lo assim descontraído, amava observá-lo rir, era tão lindo.

– Você me soa um pouco incoerente, será pela falta de sono?

– Hmmm, acho que não. Não estou sendo incoerente. São os fatos, não há como você ignorá-los.

Ele se recostou à cadeira e começou a balançar devagarzinho, me olhando com o esboço de um sorriso.

– Mesmo? E quais são os fatos?

– Não aja como se não soubesse, estou falando de você e de seu incontestável poder de sedução.

– Incontestável poder de sedução? – Repetiu divertido.

– Sim – assenti. – Essa sua capacidade esmagadora de fazer uma garota se derreter toda por você.

– Fiz isto com alguém?

– Com todas as meninas da escola, tenho certeza, mas não é culpa sua, você não pode evitar, não tem culpa de ser tão lindo, é a genética. A minha não é assim tão boa, mas talvez depois melhore. – Eu bocejei involuntariamente ao terminar a frase.

– Tem certeza de que não está com sono?

– Tenho – respondi preguiçosamente enquanto deitava minha cabeça sobre o travesseiro, eu estava cansada, mas não queria dormir, então procrastinava sem pudor.

Edward não parara de se balançar na cadeira de madeira bege-claro, porque ele fazia isto? Estava ficando difícil manter os olhos abertos.

– Há algo mais que queira me contar?

Eu bocejei novamente.

– Acho que Lauren não gosta de mim por causa de você.

– E porque acha isto?

– Não sei. Acho que também gostariam de seus irmãos, mas eles são compromissados, então você é como ‘o último Cullen solteiro do universo’, é difícil para elas aceitar que estou mudando as estatísticas.

– Entendo. A surpreenderia saber que passo pelo mesmo?

– Passa?

– Oh sim. Todo o tempo, todos os dias, quase a todo o momento que há um ser do sexo masculino próximo a nós. Talvez você não se veja com exatidão Aneliese, mas se visse com meus olhos saberia o quão linda é. Eu ando me admirando com a capacidade que tenho de não decapitar pessoas por sua causa.

– Decapitar pessoas? – Indaguei vagarosamente. Eu ouvia sua conversa, mas suspeitava que já estivesse de olhos fechados, talvez não tivesse entendido direito suas palavras.

– Sim, em particular certo amigo quileute que você acaba de adquirir.

– Não, não faça nada com Jacob, ele é bonzinho – ouvi uma voz sussurrar e imaginei ser a minha, eu já não distinguia bem a realidade da fantasia.

Houve silêncio e eu aos poucos fui me perdendo em meus devaneios, não ouvi mais nada, mas senti um toque frio e familiar em meus cabelos, em meu rosto e em minhas mãos. Mergulhei na inconsciência e me perdi num infinito de olhos dourados e cabelos cor de bronze, meus pensamentos eram apenas Edward, nada mais.

A luz da manhã invadia minha janela, abri os olhos com dificuldade, eu não havia ativado o despertador, mas algo me despertou. Pisquei algumas vezes enquanto me lembrava da noite e me virei rapidamente procurando por mais alguém, mas eu estava sozinha. Havia alguma coisa me incomodando, mas por enquanto eu não conseguia descobrir o que era.

Houve uma batida na porta e Charlie apareceu.

– Oh, está acordada. Esperava que a pegasse dormindo, ainda é cedo.

– Pois é. Acho que perdi o sono.

Charlie me sondou por um minuto, parecia que queria verificar se estava tudo bem, mas como não encontrou nada que o preocupasse, relaxou.

– Consegui um dia de folga do trabalho, esqueci de avisar isto a você ontem. Eu estava pensando em sair para pescar, há algum problema?

Eu sabia bem que hoje era o tão esperado dia da visita a casa dos Cullen, eu prometera a Edward que iria então a saída de Charlie acabou por ser bem conveniente.

Tentei soar indiferente em minha resposta.

– Não, está tudo bem. Pode ir.

– Obrigado. Vou estar com Billy, já sabe o número caso precise de algo.

Assenti e ele se retirou.

Ao ficar outra vez sozinha cobri o rosto com as mãos em uma respiração profunda. Eu dissera que era corajosa e até mesmo discutira com Edward sobre isto, mas eu não podia negar meu nervosismo. O que sentir quando você está prestes a conhecer a família de seu namorado vampiro?

Constatei que ficar na cama fingindo que o tempo não estava passando era tolice, eu tinha de começar a agir. Me espreguicei e me ergui, jogando as pernas para o lado e me levantando rápido, isto me deixou um pouco zonza, mas logo passou. Jamais eu poderia fingir que não estava com sono, mas a culpa era somente minha, eu devia mesmo ter descansado, porém já era tarde para lamentações.

Comecei pelo começo. Fui até o guarda-roupa e abri uma das portas, notei de imediato um pedaço de papel em cima de uma das prateleiras, o peguei ansiosa, quando o abri me deparei com uma caligrafia caprichada que eu poderia jurar ter sido impressa de tão indefectível.

“Bom dia meu amor, acordou cansada? Sei que sim, mas isto não a livrará do que a espera hoje. Isto soou meio sombrio? Mas é o oposto, acredite. Todos serão bonzinhos com você. Se apronte e eu saberei a hora de ir buscá-la: Alice está ansiosa. P.S.: Tive de vir me trocar, roupas molhadas não são o mais aconselhável para um passeio.”

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Sacudi a cabeça de leve, ele era tão mandão! Perdi um segundo pensando em Edward e me dando conta da importância que ele adquirira em minha vida. Será que eu algum dia poderia esperar por isto? Duvidava seriamente. Porque eu estava tão nervosa afinal? Aquilo era uma coisa boa, seus irmãos e seus pais tinham interesse em me conhecer melhor, num relacionamento como o nosso era difícil esperar por pontos positivos. Era uma demonstração de carinho da parte deles. Pensar assim me acalmou e me animou de verdade para a visita que faria.

Charlie havia saído há alguns minutos e fiquei livre para ir e vir do banheiro para o quarto, não chovia esta manhã e embora o céu estivesse nublado o tempo estava ameno, morno. Pela primeira vez optei por um vestido, ele era marrom-escuro, com pequenos babados delicados na altura do busto, por baixo usaria minha meia-calça mais grossa, e nos pés minhas botas de cano longo; um casaco preto discreto completava o visual. Me maquiei levemente, apenas realçando um pouco os olhos e dando cor às bochechas e sequei meus cabelos no secador, ondulando as pontas, eu os usaria soltos. Uma conferida no espelho me disse que eu estava bem, me sentia bonita e isto era bom, minha mãe sempre dizia que quando estávamos satisfeitos com nós mesmos ficávamos mais confiantes e o que eu definitivamente precisava neste instante era de confiança.

Eu pensava em descer para tomar café, tentaria ao menos, pois meu estômago estava cheio de borboletas, entretanto não tive tempo para me ocupar com isto quando o ruído da campainha soou. Eu congelei no lugar, o nervosismo era claro e irritante, não me seria útil em nada e tentei deixá-lo de lado. Desci as escadas com o mantra de ‘vai dar tudo certo’ e abri a porta.

Contive um suspiro, Edward estava tão bonito! Usava camisa de gola larga, blazer e calça escura, seus cabelos apontavam para todos os lados, recém-lavados, eu podia sentir o cheiro fresco e agradável. Tentei pensar em visão mais sexy que ele, mas não obtive sucesso.

Esperei que dissesse algo, mas só o que houve foi silêncio, ele me olhava calado. Eu me preocupei de ter esquecido algum detalhe importante, de ter exagerado demais na maquiagem, mas não achava realmente que algo assim tivesse acontecido, então porque ele me encarava dessa forma intensa?

– Está tudo bem? – Tive que perguntar, pois já estava ficando sem jeito.

Arrebatada vi que ele sorriu torto, os olhos fixos nos meus.

– Será que terei que me preocupar com meus irmãos pensando algo a seu respeito? Acho que eles não fariam isto, mas talvez seus vizinhos?

– Como assim?! – Eu baixei o olhar para minhas roupas analisando-as. – Ficou muito exagerado?

Ele deu um passo à frente, chegando bem pertinho de mim e respirando próximo ao meu rosto, seu gosto se tornou presente em minha língua.

– Está perfeito. Você está linda - disse suavemente.

Eu senti minhas bochechas quentes, imaginava que Edward durante a vida tivesse encontrado mulheres lindíssimas e de fato não acreditava que ele pudesse notar alguém simples como eu.

– Obrigada – respondi com o mínimo movimento dos lábios.

Seu sorriso se alargou.

– Está ruborizada. Por quê?

– A-Ah eu não estou, não – gaguejei levando as mãos às bochechas por reflexo.

Ele riu baixinho.

– Sim, está. Mas não devia, um elogio tinha que ser mais bem aceito por você.

– E é. Só não quando vem de você – confessei.

Edward passava a mãos por meus cabelos enquanto falava.

– Posso saber o motivo de tão absurdo pensamento?

Eu fiz um gesto com as mãos apontando para ele.

– O que está fazendo ao meu lado?

Ele ergueu as sobrancelhas.

– Pensei que fosse confiante.

– E sou. Mas não para namorar um vampiro, é muito difícil me comparar a você.

Colocou os dois braços ao redor de minha cintura, ficando bem próximo a mim.

– Porque perde tempo com comparações? Aneliese olhe-se no espelho. Ou então ouça o que digo: você é a mulher mais linda que já conheci. Sabe, depois de toda a pressão que fiz para irmos estou pensando seriamente em ficarmos por aqui mesmo...

Ele roçava o lábio por minha bochecha, distribuindo beijos por minha face. Foi minha vez de rir.

– Mesmo? E acha sensata uma atitude assim? Pensei que fosse um cavalheiro – provoquei.

Ele me empurrou para dentro bruscamente e fechou a porta atrás de si.

– Não neste momento – grunhiu e me puxou em um beijo.

Cinco segundos, apenas isto era suficiente para que minha determinação em dizer-lhe que aquilo era errado desaparecesse por completo. Por Deus, como ele fazia isto? Eu correspondia como uma louca ávida por cada toque seu, mas em algum lugar no fundo de meus pensamentos havia um alerta me dizendo que eu tinha de fazer algo; Edward me mantinha presa em seus braços, se dependesse da força física, eu perderia; se dependesse de minha vontade, perderia; e se dependesse da prudência... Bem, a cada minuto esta diminuía consideravelmente.

Vocês têm que ir Aneliese, os vizinhos podem fazer fofocas. Se Charlie descobre sobre seu convidado você terá sérios problemas.

– Edward... Por favor...

Estava ciente de que ele ficava muito aborrecido quando ultrapassava seus limites, mas para ser sincera eu não estava certa de que queria que ele parasse, todo meu dia parecia valer à pena quando eu estava junto dele. ­Com muito esforço comecei a me afastar e ele entendeu minha intenção de imediato.

– Desculpe-me – pediu.

– Não se desculpe por me beijar, sou sua, porque tem que tentar justificar isto o tempo todo?

Ele me fitou com olhos calorosos.

– Está certa. É minha e teremos o restante do dia para que eu lhe mostre o que você causa em mim – falou beijando minha testa.

– Sim.

Teremos o restante da vida, meu amor!