The Boyfriend

A primeira ordem do Nico e consequências catastróficas.


– O que você quer? - Thalia perguntou se aproximando do garoto, que olhou para ela entediado.

– Que você não se atrase mais, estou te esperando há meia hora! - Ela resmungou, se desencostando do muro. Thalia bufou.

– Desembucha logo, Nico! - Ela se irritou. - Porque raios você me fez sair num domingo de manhã?

– Está na hora de você cumprir minha primeira ordem. - Nico disse com um sorriso. Thalia arqueou as sobrancelhas.

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– Eu não me lembro de ter aceitado isso. - Disse.

– Você disse que faria qualquer coisa que eu quisesse, pois então! - Nico retrucou, então pegou a mão dela. - Vamos logo.

– Espera. - Ela disse se livrando dele. - O que vamos fazer?

– Melhorar suas roupas. - Nico disse, se virando para ela. - Olhe só para você, se não fosse pelo cabelo eu acharia que é um garoto!

– Nós concordamos em não brigar, mas não abusa! - Disse seca. - Não pareço um garoto!

– Parece sim. - Nico disse. - Não quero que achem que sou gay.

– Ah, cale a boca! - Thalia resmungou. - E esse carro nem é seu!

– Não, é da Silena. - Nico disse. - Pedi emprestado para ela.

– Tudo bem, para onde vamos? - Thalia perguntou, tentando manter a calma.

– Para onde as pessoas vão para comprar roupas, Thalia? - Nico perguntou. - No shopping, é claro.

– Sério? - Thalia perguntou sarcástica. - Eu pensei que fosse na padaria!

– Está explicado o porquê de você andar tão mal vestida! - Nico retrucou, entrando no carro. Thalia revirou os olhos. - Vamos logo, entre no carro!

– Minha mãe me ensinou a não entrar em carro de estranhos! - Thalia disse.

– Eu sou seu quase namorado, Thalia. E seu arqui-inimigo, não somos estranhos. - Nico disse. Thalia bufou e entrou dentro do carro.

Passaram a maior parte do caminho em silêncio, apenas ouvindo a música que tocava no rádio.

– Eu não tenho dinheiro. - Thalia disse em alguma hora. Ela evitava olhar para ele. Nico olhou para ela. - Você disse que vamos comprar roupas, mas eu não posso pagar por isso.

– Eu nunca planejei que você pagasse algo. - Nico disse. - A ideia foi minha, eu vou pagar tudo.

Thalia se calou. Nico suspirou. Continuaram em silêncio até chegarem no shopping. Nico estacionou e ambos saíram do carro.

– Você gosta de alguma loja em especial? - Ele perguntou a ela. Thalia deu de ombros.

– Eu não costumo vir muito ao shopping, a maior parte das minhas roupas eu roubei do meu irmão. - Ela respondeu. Nico riu de canto. Ele pegou a mão dela e a guiou até uma loja.

O garoto pediu ajuda a uma das atendentes e os dois começaram a escolher roupas para Thalia, que observava tudo. Aquilo era muito estranho para ela, considerando que ela não ia no shopping há anos.

O dia inteiro foi assim, Nico levava Thalia para uma loja, ele e a atendente escolhiam roupas e faziam-na provar todas, então Nico pagava as que ele gostara. Pararam uma hora para comer algo e voltaram as compras assim que acabaram.

Thalia já não aguentava ver uma peça de roupa sequer na sua frente quando Nico disse que já estava bom. Eles carregavam um grande carrinho cheio de sacolas de variadas lojas.

– Viu? - Nico perguntou. - Não foi tão ruim assim!

– Fala isso porque não passou o dia dentro de provadores de rou... - Thalia parou de falar e ficou encarando uma vitrine. Nico parou de andar e olhou para onde a garota olhava. Um estúdio de tatuagens.

– Você quer fazer uma tatuagem? - Nico perguntou. Thalia olhou para ele.

– Eu tenho uma, mas sou doida para fazer outra. - Ela disse. - Eu nunca entrei num estúdio assim.

– Então como você fez a sua? - Nico perguntou.

– O pai de uma amiga fez. - Thalia levantou levemente sua blusa, mostrando o dragão que tinha na barriga. Nico pensou um pouco, então deu um passo a frente, abrindo a porta da loja.

– O quê você está fazendo? - A garota perguntou. Nico olhou para ela.

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– Você quer fazer uma tatuagem, não quer? - Perguntou. - Venha.

– Eu já disse que não tenho dinheiro, Nico! - Thalia disse.

– E eu já disse que não planejei que você pagasse nada. - Ele disse. - Venha logo, eu pago.

Thalia pensou que Nico já tinha gasto demais com ela, mas não conseguiu resistir. Andou até a porta da loja e entrou, Nico entrou logo depois, empurrando o carrinho. Demoraram cerca de duas horas dentro do estúdio e Thalia não conseguia tirar um sorriso do rosto, por mais que quisesse escondê-lo.

Ela fez o contorno de um tigre na nuca. Nico olhava a tatuagem sendo feita com uma careta. Ele gostava bastante, mas pensar naquela agulha furando sua pele lhe dava arrepios. Thalia nem parecia sentir a dor.

Saíram de lá e Thalia estava impaciente para tirar o curativo. Ela queria que ficasse visível logo.

– Calma, Thalia! - Nico disse rindo. Ela parecia uma garotinha quando ganha um brinquedo e quer tirá-lo logo da caixa. Thalia suspirou algumas vezes, antes de voltar a falar.

– Obrigada, Nico. - Ela disse. Nico olhou para a garota, ela parecia realmente feliz. Ele poderia ter feito alguma brincadeira, ou ter se gabado de ter pago tudo, mas ver toda a alegria nos olhos dela o fizeram falar algo que ele nunca tinha dito na vida:

– De nada.

Andaram de volta para o carro. Ela ajudou-o a colocar tudo no porta-malas, por isso o fizeram rapidinho. Ao ligar o carro, Nico olhou para Thalia.

– Onde é sua casa, Thalia? - Ele perguntou. Thalia olhou confusa para ele.

– Por que quer saber? - Perguntou, entrando na defensiva.

– Porque eu quero ser cavalheiro e te deixar em casa, junto com todas essas roupas. - Ele disse.

– Eu moro com meu irmão. - Thalia disse. virando o rosto para a janela. Nico balançou a cabeça negativamente.

– Eu sei que não mora com ele. - O garoto disse. - Jason mora sozinho.

Thalia corou, mas não disse nada nem se virou para o garoto.

– Thalia, onde você mora? - Ele perguntou novamente, um pouco mais calmo dessa vez. Thalia nem se mexeu, como se não tivesse ouvido. - Thalia, por quê não quer me falar?

– Eu não tenho uma casa, okay? - Ela disse se virando, estava com lágrimas nos olhos. - Eu moro em um barracão abandonado.

Nico se sentiu mal, mas não desviou os olhos da garota.

– Tudo o que eu tenho são as roupas do meu irmão e um colchão velho. - Ela continuou, agora chorava descontroladamente. - Ele quem paga minha comida porque eu não consigo arrumar um trabalho.

Nico abriu a boca para falar algo, mas desistiu. O que ele poderia dizer numa situação dessas?

– Vamos lá, por quê não está me zoando? - Ela perguntou. Nico olhou-a surpreso. - Eu sou uma fracassada na vida, você tem todo o direito de caçoar de mim!

Ela chorava como uma criança e Nico surpreendeu-se ao se pegar pensando que queria vê-la sorrir como estava sorrindo antes. Ele a olhava sem saber o que fazer e ela tinha mágoa nos olhos.

Então ele fez algo que não esperava. Ele se inclinou e beijou-a ternamente. E, mais surpreendente ainda, Thalia retribuiu o beijo.

Não sabem quanto tempo ficaram assim, mas isso ajudou Thalia a se acalmar. Ela tirou suas mãos do banco do carro e segurou as bochechas de Nico, que passou seus braços por sua cintura, puxando-a para o mais perto que conseguia, o que não era muito, já que ambos estavam usando cinto de segurança. Se separaram por causa da falta de ar e se olharam surpresos pelo que tinham acabado de fazer, então Nico desviou os olhos.

– Vou te levar para minha casa. - Ele disse. - Pelo menos por hoje, depois vemos o que faremos.

– Seus pais não vão brigar? - Thalia perguntou.

– Eu moro sozinho. - Nico disse, dando partida no carro e dirigindo na direção de sua casa.

~^~

– Chegamos. - Nico disse estacionando o carro em sua vaga do grande prédio. Thalia conhecia ali bem até demais.

– É aqui onde...

– Seu irmão mora. - Nico completou. - É, ele é meu vizinho. É por isso que eu sei que ele mora sozinho.

– Ele nunca me disse que vocês são vizinhos. - Ela disse.

– Pensei que eu ser o vizinho dele fosse a razão para você não morar com Jason. - O garoto disse. - Isso não importa, vou pedir que o porteiro venha me ajudar, já volto.

Thalia se encostou no carro de Nico, pegando seu celular. Ignorou as mensagens de Annabeth e começou a jogar um jogo qualquer. Nico chegou logo depois com mais dois homens, que pegaram todas as sacolas e levaram para dentro do prédio. Nico pegou a mão de Thalia.

– Vamos. - Disse. Começaram a andar até o elevador, então os dois, mais os dois homens e todas as sacolas se encaixaram dentro do mesmo e subiram até o andar do apartamento de Nico.

Os dois homens colocaram todas as sacolas na sala e Nico pagou uma gorjeta gorda a eles.

– Nico querido, quem é essa garota linda? - Uma senhora perguntou andando até onde Thalia estava.

– Tia Mary, essa é Thalia. - Nico disse. Thalia sorriu para ela. - Thals, essa era para ser minha empregada, mas ela cuida de mim desde que nasci e eu não pago salário para ela.

– Oras, você não é a garota que sempre visita o loirinho que mora aqui do lado? - Mary perguntou.

– Sou a irmã dele. - Thalia disse. Mary sorriu carinhosa para ela.

– Tia Mary, você pode arrumar o quarto de hospedes para a Lia? Ela vai passar a noite aqui. - Nico disse. Mary concordou com a cabeça e saiu da sala. - Você quer tomar banho?

– Pode ser. - Thalia disse. Abriu uma das sacolas e procurou uma roupa que pudesse usar. Escolheu a mais confortável que achou. Nico levou-a até o quarto dele e disse que ela poderia tomar banho em seu banheiro.

Depois de se certificar que Thalia estava bem, Nico desceu novamente. Mary já estava lá na sala.

– Ela é a garota que você disse que está ajudando? - Ela perguntou. Nico assentiu .

– Eu descobri que ela precisa de mais ajuda do que eu pensava, Tia. - Ele disse. - E descobri que eu realmente quero ajudá-la, mas não sei se ela vai aceitar isso.

– Você vai saber o que fazer. - A mulher disse. - E eu vou te apoiar em tudo, sempre te apoiei não é?