The Boyfriend

Notícias Ruins


It's like rain on your wedding day– Thalia cantou, praticamente gritando, junto com a música que tocava em seu quarto. - It's a free ride when you've already paid...

Nico, que estava na sala, se levantou, andando até a porta do quarto da namorada. A garota estava tão distraída que não percebeu quando o de cabelos negros se apoiou no portal e segurou a risada. Thalia dançava enquanto dobrava a colcha, e Nico teve que usar todo o seu esforço para não gargalhar, o que o fez soltar barulhos engraçados que foram abafados pela música.

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Quando o refrão recomeçou, a garota gritou mais alto que antes, jogando a colcha na cama e levantando os braços, enquanto meio andava meio rebolava até a próxima peça de roupa no chão. Aproveitando a situação, Nico jogou a almofada que tinha em mãos na namorada, que deu um pequeno pulo quando foi atingida, e olhou feio para o garoto, que já não segurava a risada, e tinha as mãos na barriga.

– Desde quando você está aí? - Ela gritou por cima da música. Nico se recompôs - ou tentou - e, soltando uma risada abafada, respondeu:

– Tempo o suficiente para ver você me trocando para dançar com a colcha. - Gargalhou mais uma vez, e foi atingido pela almofada que a garota jogara com força o suficiente para quase derrubá-lo.

– Idiota. - Cruzou os braços, num gesto infantil. Nico riu.

– Isso me lembra quando éramos pequenos. - Disse, segurando a almofada. - Você jogou a mochila na minha cabeça sem nenhum motivo! Ainda tenho a marca, olhe!

Ele apontou para a própria testa, que estava livre de qualquer imperfeição causada pela garota no passado.

– Você é muito exagerado. - Ela sorriu de canto. - E, além disso, eu não joguei em você. Era para pegar no Will, mas ele se esquivou e você abriu a porta.

– Isso quer dizer que eu fui jogado no chão sem querer? - Perguntou, rindo. Thalia acabou por rir também. - Aliás, era para acertar o Will? Do jeito que ele era, e ainda é, magrinho, teria quebrado o garoto no meio! Você é muito forte!

– Nem tanto. - Thalia sorriu.

– "Olhe não vá achando que eu sou uma menininha que precisa de ajuda porque eu não sou..." - O garoto imitou a voz da namorada de uma maneira cômica. - Foi o que me disse quando tudo começou, não foi?

– Já tem quase um ano! - Thalia sorriu. - Às vezes, parece que faz pouco tempo, em compensação, eu sinto como se fôssemos amigos desde sempre.

– E talvez nós fôssemos. - Nico retribuiu o sorriso. - Só não sabíamos disso.

– É, você tem razão. - Se virou para pegar a peça de roupa quase esquecida e foi surpreendida pelo namorado lhe abraçando pelas costas.

– Eu te amo. - Sussurrou, a boca encostada na cabeça da garota, que sorriu.

– Owwn, que fofos! - Percy disse, aparecendo na porta do quatro da garota. O casal, assustado, se virou. - Acho que vou vomitar.

– Essa fala é digna da Clarisse. - Nico sorriu de canto. - O que está fazendo aqui?

– Assim vou pensar que não me quer por perto. - Percy fez um biquinho.

– Eu nunca disse que queria. - Nico resmungou, alto o suficiente para o amigo ouvir.

– Eu sei que você me ama. - Riu, mas ficou sério logo depois. - Preciso falar com você.

– Tudo bem. - Nico deu um beijo na bochecha da namorada e acompanhou o amigo para fora do apartamento. Ele sabia, pela expressão no rosto do outro, que deveria ser algo sério.

Andaram em silêncio por algum tempo, aumentando a curiosidade do garoto. Percy brincava com os dedos das mãos, tentando pensar no que falar. A conversa que seguiria aquele silêncio, os levaria de volta a um passado doloroso que nenhum dos dois estava disposto a lembrar, mas que, devido às circunstancias, era necessário.

Engolindo em seco, finalmente pronunciou algo, com a voz fina:

– Meu pai está voltando para a cidade.

Nico ficou em silêncio, entendendo aos poucos o que o amigo não dizia. Olhando para o lado, percebeu que algumas lágrimas escorriam dos olhos de Percy.

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– Eu não sei o que fazer, Nico. - Deixou o desespero transparecer em sua voz. - Eu deixei esse assunto para lá todos esses anos mas... como vou poder olhar para ele de novo? Eu não me lembro mais o que é tê-lo presente, e não estou disposto a me lembrar. Aquele homem que eu conhecia, esse homem que está vindo agora, eles não são o mesmo, não importa o quanto eu tente...

– Ele pretende ficar? - Nico perguntou, a preocupação com o amigo aparecendo em sua voz.

– Não, apenas um mês. - Respondeu.

– Fique na minha casa durante esse tempo. - Nico sugeriu. - Thalia e Tia Mary não vão se importar, e ele não vai se atrever a te procurar na minha casa.

– Mesmo assim, eu posso encontrá-lo na rua em algum dia. - Percy tremia. - E, se ele me procurar no seu apartamento, envolverá você também.

– Já cogitou inventar uma viagem com Annabeth? - O amigo perguntou. - Poderiam ir para uma das casas de praia da minha família, e você poderia dizer que foi uma coincidência.

– Eu não tenho tempo, ele está chegando amanhã! - Praticamente gritou, as lágrimas rolando mais ainda.

Nico não suportou ver seu amigo assim. Pegando o celular mandou uma mensagem para Clarisse, explicando a situação e pedindo para que ela fizesse uma mala com os pertences de Percy. A resposta foi instantânea e, como o esperado, positiva.

– Está decidido. - Disse. O amigo olhou para ele. - Você ficará no meu apartamento.

– Mas...

–Se for contra essa ideia, guarde seus argumentos para discutir com Clarisse. - O cortou. - Ela está indo para lá, vamos também.

~^~

Percy estava sentado no sofá, as lágrimas secas e um copo de água, oferecido por Mary, nas mãos. Thalia não entendia o que estava acontecendo, mas não se opôs a ideia do garoto passar um mês lá - primeiramente porque, pensando bem, o apartamento não era seu.

Clarisse chegou logo depois, com uma grande mochila. Disse que a mãe de Percy não estava lá, mas deixou um bilhete em cima da mesa.

– Na correria enquanto eu avisava meu pai o que estava acontecendo, ele me disse que não seria nada legal deixar a Thals morando com dois ogros preguiçosos, o que não é mesmo. - Clarisse continuou. - Por isso, estamos te convidando para ficar lá em casa durante esse tempo. Minha mãe está ansiosa para te conhecer, de qualquer forma.

– Eu não atrapalharia, Clary? - Thalia perguntou. Clarisse riu.

– Não mesmo. - Sorriu. - Prepare uma mochila, você vai descobrir como um la Rue aproveita a vida!

Thalia riu e foi para o quarto, seguida de Clarisse e Mary. Da sala, onde os dois garotos estavam em silêncio, conseguia-se ouvir a conversa das três mulheres.

– E os Jackson atrapalhando a vida de um di Ângelo mais uma vez! - Percy disse sem humor. Nico sentou-se do lado do garoto.

– Não me importo se o Jackson for você, Percy, e você sabe disso.