Limoeiro
Ser mulher.
Como ele pode ser tão cruel.
O Cascão e o Cebolinha estavam certos.
Ele mudou muito.
Tudo o que fez lá dentro com elas e aquelas pessoas inocentes, tão frio e serio parecia não dar a mínima para a vida de ninguém ali.
Fiquei tão furiosa e ele nem sequer veio falar comigo. Ficou (acima de tudo) me ignorando e indo falar com a Magali e ambos me enxotara de lá. Como ela pode? Me senti tão traída! Grrrr
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Voltei andando para casa mesmo, nem fui para a base.
Tentei espantar minha raiva gritando no travesseiro, mas não funcionou então fui tomar um banho frio. Isso não era nada do que eu tinha planejado!
Era para nos juntarmos e continuarmos nossas vidas felizes. E NÃO ISSO!!!
Tudo bem eu não vou retornara a este martírio.
Acho que demorei mais que o normal no banho; desta vez só pensando mesmo, parada com a água caindo na minha cabeça afim de lavar meus problemas para longe. Por um minuto deixei minha mente vagar pelos problemas de menina, Cebolinha... Do Contra... Tudo um pouco.
=~^~ ºº~^~=
Eu me lembro muito bem da época em que éramos pequenos.
Parece ate que realmente foi ontem que corríamos descalços na grama verdinha brincando ou brigando. Era mágico!
—--- Gorduxa! Baleia! Dentuça!
Como eles me tiravam do serio.
Mas agora era tão nostálgico e mágico.
O que eu não daria para ter estes momentos de novo?
—--- Tsk Tsk. ---- ouço ele balbuciar sentado em um dos bancos com um copo de algum suco qualquer já que expurgava refrigerante, sempre sendo fã de coisas estranhas. ---- Você não sabe que agindo assim esta dando justamente o que ele quer de você?
Eu não entendia esta lógica insana dele na época.
Mas depois que cresci me toquei de que ele não era tão estranho, e que sua lógica dos avessos ate que fazia um sentido. Me pergunto se ainda faz e só eu que não sou madura o suficiente para perceber.
~~ºº~~
Sai do chuveiro mais tranquila e de alma limpa pronta para falar abertamente com o meu amigo de infância maluquinho da cabeça.
Me sequei já procurando algo confortável parando meus olhos em um vestido vermelho, bem simples sem detalhe algum, mas de mangas regatas e uma gola em V todo rodado que não demorei em colocar.
E então voltei a base.
Ele estava de costas ao falar algo com a pequenina que sempre o acompanhava.
E então se vira de vagar me olhando de cima a baixo em câmera lenta, analisando cada centímetro meu. ---- Você sempre ficou bem de vermelho. ---- comenta ao voltar a se virar e entregar umas folhas a garotinha que logo corre fazendo com que os papeis desaparecessem de sua mão.
—--- Preciso falar com você. ---- me aproximo analisando toda a sua base. Escura e pouco convidativa.
—--- Sobre o que? ---- ele me questiona ainda de costas, e eu tenho vontade de xingá-lo por uma pergunta tão estúpida. Quando me dou conta de que não era tão idiota assim, afinal... Sobre o que começar?
—--- Sobre tudo. ---- respondo rápido e ele finalmente me encara. ---- Uma coisa esta atrapalhando a outra e eu sei disso. Estamos tentando ser sérios e cuidar do que é mais importante mas...
—--- Nossas atitudes em geral acabam sendo influenciadas pelas nossas emoções e elas estão... Bem... Confusas?
—--- Não tente dar uma de psicólogo.
—--- Então diga. ---- ele então se aproxima de mim e fica me olhando esperando por uma resposta que eu não sei se conseguia dar, naquele momento. ---- O que você sente afinal?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Ele nunca escondeu o que sentia por mim, isso desde crianças; sempre foi gentil comigo ao contrario do Cebolinha que... ai não preciso nem comentar. Mas algo idiota no meu ser parecia me forçar a gostar daquele cara.
Não vou negar que cogitei por um momento ter ambos e logo me senti a maior das vadias jogando a idéia o mais longe que pude, e em automático comecei a pesar pros e contras de cada um.
—--- Você me confunde. ---- afirmei seria e ele só olhou em volta, não por desviar o olhar de mim mas tentando ver o que me trazia tal idéia.
—--- Então pergunte abertamente de uma vez. ---- ele não me olha. Tinha voltado a evitar contato.
Pensei um pouco, e me veio milhões de perguntas e o difícil foi tentar organiza-las em uma ordem para poder as fazer.
—--- Quero que me conte tudo. ---- falei de uma única vez e ele respirou fundo e me olhou nos olhos. ---- Que tal começarmos conversando... Por ai?
Sabia que ali não era lugar para esta conversa então saímos andando enquanto ele me contava sua historia, tudo o que fez e passou, ate mesmo algumas decisões que teve de tomar nesta vida. Não pude negar em me emocionar muito algumas vezes. Ele passou mesmo por muita coisa, e mesmo que censure algumas delas eu pude entender muito bem.
—--- E então o que pensa de mim? ---- ele termina seu relato como se não tivesse me dito nada de mais e logo percebo que estava em frente a padoka.
—--- Penso o mesmo de quando tinha 7 anos. Você é legal, é uma boa pessoa e só pensa bem diferente dos outros e não esta nem ai pra isso; na verdade gosta de ser o diferentão. ---- pensei em o abraçar pela historia contada por ele e no clima mas... eu tinha que terminar a frase e ficaria estranho. ---- Mas também te acho... Muito bonito e um bom líder para a sua equipe. Tem ótimas idéias uma boa base tática e tudo mesmo. ---- mal termino de falar e já estou vermelha por causa dos olhos dele sobre mim; e olha que o modo dele me olhar não tinha nada de mais.
—--- Acho que... Preciso ser franco com você. ---- ele fala depois de um longo tempo em silencio.
Meu coração falhou uma batida pelo modo que as palavras soaram.
Sentia que não vinha algo bom.
—--- Mônica eu não tenho como ficar com o mesmo discurso para sempre sobre o que eu faço ser necessário e tudo mais. Ou você entende ou não e pronto. Mas... o que quero falar com você é algo bem diferente desta guerra toda.
Ele fala rápido e sem delongas se virando e me olhando nos olhos antes de pegar em minhas mãos e fazer com que de alguma forma meu coração acelerasse.
—--- Você sabe que gosto de você. E também sei que esta dividida entre o que sente pelo Negi e o que temos de fazer e todas estas decisões. ---- como era baixinha (ah novidade) ele teve de se envergar um pouco, mas ficou cara a cara comigo, olho no olho. ---- Se no final... Se não conseguirmos uma cura... Quero... preciso que saiba que eu não vou continuar. Eu simplesmente não posso mais viver assim e só estou agüentando pelos motivos que você já sabe. ---- assim que ele fala isso sinto vontade de jogar ele na parede e enfiar um juízo na cabeça dele na base do soco; mas ele continuou a falar. ---- Mas neste meio tempo. Eu queria ficar ao seu lado. Queria mesmo sentir essa ultima alegria. O que você me diz?
Ass: Mônica Sousa
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