Unforeseen
Primeiro evento
Acho que não vi o Daryl o resto do dia. Por que será que ele está se afastando? Mas essa nem é minha maior preocupação. Puxo o papel de boas vindas da minha porta e amasso, arremessando-o para trás.
Que coisa ridícula, não acredito que vou nisso. Estou merecendo um pônei por ser tão educada.
Subo as escadas cansada e vou tomar um banho. Fico lá embaixo muito, muito tempo.
Assim que saio eu vou até o maldito guarda roupa e me proponho a procurar alguma coisa que não seja completamente horrível.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Vou passando os cabides entediada.
–--- Feia.. feia.. feia.. ---- digo enquanto passo peça por peça ---- ridícula, estranha, brega, horrível, pessíma, owh ---- exclamo quando vejo um vestido não tão feio ---- até que é bonitinho
Puxo o cabide e encaro o vestido preto de alças, acho que posso usar só por hoje.
Jogo ele na cama e vou até o banheiro novamente secar o cabelo. Não estou nem um pouco animada para isso.
...
Parece que anoiteceu em segundos. Dou longos passos entendiados até a casa do evento. nem é evento, é uma porcaria apenas. Nossa, estou irritada hoje. É culpa do Daryl, aposto.
Nem bato na maldita porta, entro logo com um olhar de " chegueeei ". Vejo as pessoas civilizadamente conversarem e rirem. Dou as costas e coloco a mão na maçaneta para ir embora enquanto ninguém me viu.
–--- Amy, você veio ---- ouço Deanna dizer atrás de mim
Pressiono os olhos antes de me virar.
–--- Oi ---- digo fingindo um sorriso ---- que festa legal, muito animada e, incrível ---- digo sem parar
–--- Ah não precisa fingir que gostou ---- ela diz sorrindo ---- quer alguma coisa?
–--- Na verdade, eu queria ir agora porque... ---- digo pontando para trás, ela parece atenta ao que eu vou dizer ---- preciso... encontrar... o... Daryl
–--- Sei, eu o vi entrando na casa do Aaron ---- ela responde cruzando os braços
–--- Ótimo, vou indo então ---- digo me despedindo
Não sei se foi uma despedida, mas serve. Foi minha deixa para abrir a porta e sair.
Sinto o vento frio e me sinto na vontade de correr pra casa, independente do resto.
Assim que chego na varanda, abro a porta e entro. Perdi meu tempo, fato.
Me assusto e coloco a mão no peito ao ver Daryl em pé ali no escuro, gente.
–--- Quer me matar? ---- pergunto abaixando o braço ---- o que está fazendo aqui?
–--- Vestido bonito ---- ele diz calmamente
–--- Vai ficar, quando eu cortar um pouquinho aqui, tirar um pouquinho ali ---- digo andando ---- mas não me respondeu
–--- Só quero conversar ---- ele responde se jogando no sofá
–--- Pois então ---- digo me sentando também ---- desabafe
–--- Você quer ficar aqui? ---- ele pergunta tirando uma mecha do rosto
–--- Tudo bem que essas festinhas familiares são uma bosta, mas não vejo porque não ---- digo, sinceramente é verdade.
–--- Então acha que podemos viver aqui? ---- ele pergunta
–--- Não precisa de permissão, Dixon ---- digo ---- não precisa recorrer a mim sempre que for tomar uma decisão ---- digo me levantando
Ele se levanta e também me encara.
–--- Então, como vamos fazer? ---- ele pergunta
–--- Fazer o que? ---- provoco, quero ouvir ele dizer todas as palavras
Ele me olha impaciente. Eu seguro a vontade de rir.
–--- Diga que me ama que eu deixo você ficar ---- digo cruzando os braços
–--- Não começa ---- ele diz dando as costas
Ambos sabemos que isso nunca vai dar certo, mas amo um problema.
–--- Deixa de ser chato Daryl, não faz bem a saúde ---- digo me virando
–--- Sabe o que não faz bem a saúde? ---- ele responde
Eu me viro e cruzo os braços de novo.
–--- Quem sabe se você me desse um pouco mais de atenção não seria assim ---- começo meu drama
–--- Você está pedindo atenção? ---- ele quase grita
–--- É, eu acho que estou ---- retribuo ---- você ao menos se lembra que eu existo? Cacete Daryl não sei o que eu ainda estou fazendo aqui, sinceramente. Não fala mais comigo, não chega perto de mim ---- digo me aproximando ---- e não me toque mais. Eu estou oficialmente te liberando do fardo que é viver perto de mim, por que você não pega essa besta e..
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Ele me interrompe, mas não foi com palavras.
Os lábios dele apertaram os meus, parando o meu protesto.
Sinto meu coração acelerar e me cai a ficha do que está acontecendo. Reconheço exatamente essa sensação, é a melhor do mundo. Eu não podia conter a alegria de beijá-lo, mas não podia ser idiota de dizer alguma coisa.
Eu deixei as minhas mãos caírem dos meus lados, e fiquei quieta.
Ele se afastou e se colocou para me olhar. Eu neguei com a cabeça e fui a beijá-lo desta vez.
Os meus dedos apertaram os cabelos dele, mas agora eu estava o trazendo mais pra perto. Acho que todas as emoções mais fortes que possam existir estavam concentradas em nós. Um beijo tão completo e transcendente, é uma coisa única na vida.
E quando ele se afasta novamente e olha para meus olhos, eu fecho os meus de novo e o trago de volta para mim. Alguém o avisa que o quero exatamente aqui? E tenho certeza que é onde ele quer estar.
Eu tive um momento de reflexão entre o passado e o futuro. Eu posso simplesmente empurra-lo e dizer que nunca mais quero vê-lo, ou eu posso jogá-lo no meu quarto. Acho que prefiro a segunda opção.
Sorrio quando penso a sorte que tenho por estar aqui. E só aqui.
...
–--- Isso é certo? ---- pergunto sabendo a resposta
–--- Não ---- ele responde
–--- Você precisa desistir de alguns dos seus medos ---- digo baixo
–--- Não ---- ele diz negando com a cabeça ---- tenho medo de perder você
Meus olhos se enchem. Acho que não estou apenas apaixonada, isso é possível?
–--- Daryl eu..
–--- Vai dormir, não estraga o momento ---- ele me interrompe
–--- Nossa, vou é te sufocar com o travesseiro ---- respondo ---- eu te empurro daqui que você vai ver
Ele ignora minhas palavras de amor. Melhor dormir mesmo, não vai sair anda que preste.
Mas Daryl Dixon, ainda mato você.
Fale com o autor