Ah, a velha e boa volta ás aulas.

Nós estávamos tomando café da manhã e assistindo Naruto, nossos pais já haviam ido trabalhar. Minha mãe é médica legista particular, ou seja, ela tem uma sala do lado de casa, então estamos acostumados a encontrar um Rim dentro do freezer. Já meu pai é atirador de elite da polícia local, ou algo assim, então também nos acostumamos a encontrar armas carregadas por aqui.

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– NaruHina! - Gritei feliz. - sabia que iriam ficar juntos, seus lindos!

– Mas e a Sakura? - Summer olhou sem entender.

– Ela fica com o Sasuke.

– O nome dele não era Sasuque? - ela se confundiu.

Ela não assiste Naruto, só sabe quem é Hinata, Naruto e a Sakura. Coitadinha.

– Se escreve Sasuque mas se fala Sasqui, muié. - peguei a mochila.- Japoneses são complicados.

– É, vamos logo. - ela desligou a tevê e abriu a porta, me dando passagem. - Anda magrela.

– Já vou. - guardei meu bebê.

– Você voltou a andar com esse terçado, menina? - Summer me repreendeu.

Eu ando com um terçado dentro da mochila. Ele é um tipo de facão ótimo para desmembramento - não que eu já tivesse usado ele para isso, claro. - e ajuda nas horas difíceis, eu ganhei ele do meu pai quando tinha 15 anos.

– Nunca se sabe, é bom previnir, não? - Sorri.

Saímos de casa e trancamos a porta, voltando a andar pela rua. Eram 6:28, então teríamos bastante tempo para fuçar cada cantinho da escola.

Estávamos a andar por 10 minutos e quando fomos atravessar a faixa de pedestre, um carro luxuoso passou voado e bateu na minha perna, me fazendo cair para trás.

– Elsa! - Summer correu preocupada.

– Estou bem. - levantei e alisei a saia azul. - Tá doido, filho da puta?!

Um garoto com a minha idade, mais ou menos, saí do carro e me encara. Era notável que estava perdido diante da situação. Ele era loiro de olhos azuis, e era bem alto comparado a mim.

– Você podia prestar mais atenção, não é, boneca? - ele me mandou um sorriso cafajeste.

– Boneca, tá. - murmurei. - Eu prestar atenção? EU!? você vem voando com 80 km em uma pista de 50 km ! - apontei o dedo na cara dele.

– Olha, estou tentando te ajudar, menina e eu vou acab....

– Acabar o quê!? - o interrompi. - Já acabou!

– Não vou discutir com você. - ele entrou no carro esporte preto. - desculpa.

– Desculpa nada, e vá atropelar a sua vó! - levantei o dedo do meio para ele, que revirou os olhos. Peguei uma pedra do chão e joguei na lataria do carro, que arranhou. - Grata.

Voltei a andar como se nada tivesse acontecido, deixando uma Summer confusa para trás. Ela apertou o passo e sorriu.

– Se eu fosse você, deixava aquele cara gostoso me atropelar, me matar e tudo mais. - ela sorriu.

– Para de ser tarada, muié. - ela apenas riu e sossegou. - Eu juro que vou atropelar cada loiro que encontrar com aquele carro de riquinho.

– Sossega Elsa, tem que parar de fazer loirada. - ela advertiu. - sabe que há dois dias você colocou patê na calcinha da mulher mais importante da França, né?

– Sei, e vou ter que limpar o Freezer de gente morta da mamãe. - gemi só em pensar naquelas figuras degoladas e baleadas. - e você?

– vou ter que limpar a coleção de canetas do papai.- ela deu um sorriso triste. - não acha estranho ter um pai que coleciona canetas coloridas?

– Acho. Ele tem as coloridas, as metálicas, com glitter, com cheiro de fruta, com desenhos de animais, edições limitadas, as temáticas.... - pensei. - um dia ele se cansa.

*