Ice girl [Hiatus Permanente]
Esquecimentos de volta a tona.
Anna Arendelle
Eu não acreditava. Depois de todo esse tempo, ela estava viva.
A alguns anos atrás, minha família e eu sofremos um acidente de carro grave, e minha irmã mais velha não conseguiu sobreviver, apenas eu, meu pai e minha mãe saímos ilesos.
Ok, não totalmente ilesos.
Eu fiquei com perda de memória, esqueci toda a minha vida a partir dos 3 anos até os 8, agora tenho 15 e não sabia nem minha cor favorita.
Respirei fundo e li novamente um trecho da carta.
Sua irmã, Elizabeth Marylin Arendelle, está viva e mora em Los Angeles, em um bairro afastado do centro, e adquiriu o nome de Elsa Winter ao ser adotada por Jason e Celeste Winter em 16 de Agosto de 2007.
Seus responsáveis, Adgar e Indur Arendelle, mantiveram em sigilo as informações a respeito de Elizabeth e como vieram a falecer, terá que morar com a anteriormente citada.
Esperamos a resposta até 25/11/2015
Ass:__________
David Ashton, Advogado de direito.
Suspirei. Tinha uma semana e meia que saí de Long Island para vir a Los Angeles atrás de Elizabeth. Ainda não entendia o por que dos meus pais esconderem sobre a minha irmã está viva.
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As aulas haviam começado há 4 dias no colégio. Eu não havia começado a procurar Elizabeth, mas sabia que ela estava em algum lugar perto.
Fomos todos convocados a ir no anfiteatro receber um comunicado importante. Depois de toda aquela besteira, chamaram uma menina que dormia tranquilamente no fundo dos assentos.
– a pergunta, Senhorita Winter. - A diretora sorriu.
Winter. Elsa Winter.
Logo comecei a ficar agitada, e quando ela respondeu errado a pergunta, eu levantei a mão e falei a resposta.
– Parabéns senhorita... - Falou a diretora.
– Annabeth. Annabeth Arendelle.
Olhei de esguelha para a menina. Os olhos dela estavam arregalados e ela franziu o cenho.
– Ah...Annabeth? - Uma garota ruiva, que sentava do meu lado me chamou. - Por que você está encarando a Elsa.
Pimba.
– Ah...Elsa? - Me fingi de desentendida.
– Sim, a que chamam de garota-de-gelo, sem alma, medusa.. - A ruiva tagarelou sem parar.
– E ela é tão ruim assim? - Perguntei curiosa.
– Eu conheço ela, esses apelidos não fazem tanto sentido. Tudo bem, só um pouco. - Ela murmurou. - Sou Merida, prazer.
– Você pode me chamar de Anna. - Sorri.
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Elsa Winter
Arendelle.
Arendelle.
Arendelle.
Arendelle.
Arendelle.
Não era possível. Não mesmo.
Enquanto a diretora voltava a fazer seus anúncios, saí discretamente do anfiteatro e corri até o banheiro feminino.
Me escorei na pia e lavei o rosto. Não era possível estar acontecendo.
Tudo estava voltando. Em um baque só.
Minha vida nunca foi fácil. Desde pequena tive que me acostumar a ficar só. mas antes não era assim.
Não estou falando de ser adotada e ter Summer.
Quando fui para o orfanato, eu não era orfã.
Era odiada.
Não, eu não estou brincando.
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Chovia muito. A água arrastava tudo.
No meio da pista, o meu carro. Haviam 3 pessoas comigo. Meu pai, minha mãe e minha irmã. Estávamos felizes contando piadas e afins quando o pneu deslizou na pista e o carro virou para a esquerda bruscamente.
Eu começei a berrar, e minha irmã começou a chorar descontroladamente. Estava em pânico.
O carro bateu.
Sangue.
Gritos.
Vidro quebrado.
Desmaios.
Eu acordei no hospital. Parei em um orfanato.
É isso o que importa.
Uma coisa terrível aconteceu. Criei um trauma. Uma paranóia. Um medo. Congelei meu coração, só para não passar por tudo novamente.
E tudo voltou.
Anna voltou. E trouxe tudo de volta.
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