Wildest Dreams

Nothing lasts forever


Era mais uma das visitas à Lima; elas já estavam ficando incrivelmente constantes, na verdade. A garota que havia jurado sair daquela cidade e deixar seu passado para trás, agora tinha uma corrente indestrutível ligando-a a ele. Ou pelo menos, era assim que ela gostava de pensar.

Saiu do banheiro feminino do McKinley após mais uma tentativa de ajeitar o cabelo. A peça que desenvolviam na faculdade, seu maior trabalho naquele semestre, a obrigara a clarear ainda mais os cabelos loiros. O resultado era algo próximo do branco e um corte não muito interessante.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Mas pelo menos ele havia gostado. Ou como ele disse:

O que eu não gosto em você, baby mama?

“Hey, baby mama. Que tal darmos o fora daqui?” Ele veio pelo corredor, a entrelaçando pela cintura e sorrindo.

“Achei que íamos ver sua mãe e irmã.” Ela retrucou, ajeitando a farde dele. “Oficial Puckerman.”

“Mudei de ideia... Que tal irmos àquele nosso lugarzinho?”

“Como resistir aos seus pedidos, Puckerman?” Ela cedeu facilmente, lhe dando um selinho nos lábios e deixando que ele a guiasse para fora da escola.

~Q&P~

Era o começo do segundo ano quando tudo aconteceu. Quinn dirigia seu carro novo, presente de seu pai pelas cherrios e o clube do celibato, mas não tinha rumo algum. Virava ao acaso, pegava avenidas, olhava placas que achava interessantes. Sua cabeça, na verdade, estava bem longe dali...

Chegou a uma área desconhecida em Lima, um bairro planejado para falar a verdade. Casas praticamente iguais, ruas novas e perfeitamente asfaltadas, crianças correndo pelas calçadas. Provavelmente o lugar mais perfeito naquela droga de cidade.

Foi com seu carro até uma grande praça redonda, repleta de árvores e brinquedos para crianças. Deixou o carro em uma das vagas que havia ali e nem sequer se deu ao trabalho de trancá-lo. Tirou o irritantes tênis brancos, marca registrada das cherrios, e caminhou pela areia do playground, até cair em um balanço.

“Eu não deixaria o carro aberto e com uma chave dentro.” Uma voz comentou e a loira pulou assustada. Parado há alguns metros dela, escorado a uma árvore, um rapaz a observava. “Nunca se sabe quando alguém mal intencionado pode aparecer.”

“Fala por experiência?” Ela deu alguns passos em direção ao carro e o desconhecido riu.

“Eu cresci na barra pesada, princesa, já vi muito mais do que você pode imaginar.” Ele ajeitou sua jaqueta de couro e cuspiu o chiclete que mascava. “Não está me reconhecendo sem a jaqueta do futebol, Fabray?”

“Você é o Puckerman, certo?” Ela reconheceu o melhor amigo do quarterback, Noah Puckerman. “Você é amigo do Finn.”

“Pode-se dizer que o Finn é meu amigo, porque sou eu quem tem a fama que ele aproveita.” O rapaz de moicano piscou, fazendo-a revirar os olhos. “Mas me diga... O que faz em Color Hills?”

“É o nome desse bairro?”

“Acho que o termo correto é conjunto habitacional. Em todo o caso, sim, é o nome desse lugar; e só é chique assim porque estamos fora do território de Lima. Do contrário, o nome disso seria Caipiropólis.”

“Alguém que despreza Lima, Ohio, tanto quanto eu?” Ela arqueou uma sobrancelha perfeitamente delineada.

“Creio que metade dos habitantes a despreza, mas se conforma com a realidade.” Ele deu de ombros, assumindo um dos balanços. “Pode sentar, Quinn, não farei nada com o seu carro. E ficarei de olho para que ninguém mais o faça.”

Ela assentiu, voltando a se aproximar enquanto tinha sua vez de analisá-lo. Claro que já se cruzaram na escola, e ele estava certo: só notavam Finn porque o quarterback andava com o badboy. Ela, pelo menos, tinha sido assim.

“E então... O que me conta?” Puckerman enroscou a mão na corrente do balanço e ali apoiou a cabeça, observando a cherrio.

“Sabe se o Finn é solteiro?” Perguntou um pouco tímida, ao que o rapaz riu.

“Duvido muito que ele já tenha beijado alguma garota na vida. Sim, ele é solteiro e um perfeito virgem, se quer saber. Mas isso você também deve ser.” Ela corou diante do olhar safado que ele lhe direcionava, se perguntando como alguém podia ser tão cafajeste.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

“Você não presta, Puckerman.”

“Isso é verdade, mas eu sei que você também não. Do contrário, não teria passado a perna na Santana para conseguir o posto de capitã das cherrios e queridinha da treinadora Sue.” Foi a vez de ele arquear a sobrancelha, enquanto ela empalidecia. “Pois é, Fabray... Acho que é o início de uma bela amizade.”

~P&Q~

“Como alguém pode ser tão desajeitado? Ele derrubou slushie no meu uniforme inteiro.” Quinn ocupava novamente o balanço, mas naquele dia não trajava seu uniforme. Acontece que Finn, seu namorado incrivelmente popular e disléxico, havia derrubado um copo de slushie de uva sobre ela na hora do almoço. E como resultado, agora estava com um de seus vestidos de filhinha do papai comportada.

“Não sei como ele tem a coordenação e habilidade para ser um quarterback tão bom, mas um sujeito completamente desajeitado. Esse é mais um dos mistérios da vida.” Puck virou uma garrafa de refrigerante. “Tem certeza que não quer?”

“A treinadora me mata se eu ganhar meio grama que seja, Puck. Não vai rolar.” Ela recusou com um bico. “E obrigada por não ficar bebendo vinho ou cerveja quando está comigo. Sabe que não aprecio muito.”

“Prometi ser um cavalheiro quando estivéssemos juntos, não é? Então, assim o farei. Ou quase.” Ele analisou as pernas brancas que apareciam quando o vestido subia pelo movimento do balanço.

“Para de me olhar, seu tarado.” Ela pulou do balanço, caminhando pela areia. “Já está tarde, o sol já está se pondo. Melhor eu ir embora.”

“Você pode ficar aí o quanto quiser, porque é um quadro admirável.” Puck foi sincero, fazendo-a sorrir.

O vento do final de tarde já os alcançara, deixando as bochechas e lábios da garota levemente rubros, típico do começo de inverno. Apesar de o vestido ser bastante comportado, lhe caia muito bem e deixava-a parecendo uma bonequinha.

Como ele disse, um belo quadro, mas uma má ideia.

Má ideia porque, naquele momento, Noah Puckerman percebeu que poderia estar se apaixonando por Quinn Fabray.

~Q&P~

“Ninguém deve saber disso, ouviu Puckerman? Ninguém, especialmente o Finn.” Quinn estava enrolada em seu lençol, tentando se camuflar à roupa de cama branca de tão pálida que estava.

“Ah, qual é, Fabray? Vai bancar a santa puritana comigo agora?” Ele colocava a calça jeans, nervoso. “Onde está a minha camiseta?”

“No meu nariz, imbecil, não está vendo?” Ele se virou depressa, se aproximando da cama e a segurando pela nuca. “Ai.”

“Quer ser uma garotinha mimada, seja; quer ser uma vadia infiel, seja; quer tratar o Finn que nem bosta, trate. Mas eu não sou o Finn e você não vai falar assim comigo, ouviu, Quinn?” Ele sussurrou com a voz gélida, os olhos queimando de raiva.

Ele achou a camiseta caída ao lado dela, puxou e vestiu a peça de qualquer jeito. Apanhou suas coisas no criado mudo e virou uma garrafinha de vinho que ali estava.

“Para o inferno, Fabray.”

~Q&P~

Talvez não fossem boas lembranças, mas elas sempre passavam pela cabeça dos dois ao chegarem àquela praça. Ali admitiram alguns de seus piores temores um para o outro, baixaram seus muros e ganharam suas fortalezas. Aqueles balanços eram sagrados e tinham muita história intrincada em suas correntes já enferrujadas.

“Eu já sonhei com você e essa praça, sabia?” Ele perguntou, enquanto se balançavam de mãos dadas. “Não darei detalhes, mas envolvia aquele seu vestido branco com casaquinho amarelo, lábios vermelhos e bochechas rubras. E é claro, esse lindo pôr-do-sol.”

“E muita safadeza, se bem lhe conheço, Puckerman.”

“Ora, você está em todos os meus sonhos mais selvagens, Fabray.” Ele beijou a mão dela, observando o céu tingido de laranja. “Eu não vim aqui uma única vez depois que nós brigamos; sabe, na noite em que nós concebemos Beth? Então... Eu só voltei aqui com você, quando você me pediu para ficar.”

“Você me disse que sabia quem sua alma gêmea era, eu não precisava de mais nenhuma prova para saber qual era a minha.” Ela acariciou o rosto dele. “E bom... Você sempre gostou de ter o controle, não é? Me fazer pedir para você ficar era fichinha.”

“Hey, assim você me ofende.” Ele fez um biquinho, enquanto ela ria. “E para refrescar sua memória, fui eu quem sempre corri atrás de você, ok?”

“Eu sei, Puck, estou só brincando.” Ela virou-se para o horizonte, suspirando. “Quase hora de irmos embora. Eu preciso estar em Yale amanhã cedo e você... Bom, você precisa ir para alguma lugar que eu não sei qual é.”

“Você quem disse que preferia que fosse difícil comigo estando Deus sabe onde...”

“E eu disse a verdade.” Ela concordou, apertando mais a mão dele. “Mas eu não posso deixar de sentir sua falta toda vez que você vai embora, baby.”

“Se te serve de consolo, enquanto os babacas dos meus colegas ficam se tatuando e querendo arranjar prostitutas, eu fico pensando em você. E isso soou como uma mulherzinha apaixonada.” Os dois gargalharam juntos.

“E como você vai se lembrar de mim?” Ela se levantou, caminhando de costas para o céu para poder ficar com o olhar cravado nele.

“Nesse vestido preto e branco lindo que eu te dei, com esse batom vermelho que a Santana te fez passar para disfarçar o cabelo; que a propósito, não funcionou, ele parece mais branco ainda. E, é claro, com essas bochechas coradas pelo elogio que estou fazendo, que não ficaria completo se eu não dissesse que você é ainda mais linda do que o pôr do sol que estamos contemplando.” Ele a enlaçou pela cintura e sorriu.

“Você andou lendo romances?”

“Um pouco de Nicholas Sparks e John Green, mas não quero falar sobre isso. Ainda não superei o que aconteceu a Hazel e Gus.” Quinn jogou a cabeça para trás em uma gargalhada, enquanto Puck sorria.

“Vou ter que virar a sem vergonha da relação?” Perguntou a loira, dando uma piscadela.

“Depende.”

“Do quê?”

“Quão selvagem são os seus sonhos?”

“Acho que teremos que tirar a prova para descobrir.”

Say you'll remember me

Standing in a nice dress

Staring at the sun set, babe

Red lips and rosy cheeks

Say you'll see me again

Even if it's just in your

Wildest dreams, oh

Wildest dreams, oh

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.