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Regina Let's Go


Tem hora que é melhor esquecer

Esperar o dia amanhecer

Pra ver o que a gente vai fazer

John fechou a porta do 221b com um suspiro, feliz por trocar o vento gelado da noite de Londres pelo ar quente de dentro do apartamento. Por pouco esquecendo-se da irritação que sentia desde que saíram da cena do crime, minutos atrás.

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Observou o moreno entrar no apartamento com a cara fechada. Sherlock jogou seu sobretudo sobre a poltrona de John e seguiu diretamente para o quarto, sem dizer uma palavra.

Como aquele homem podia ser tão infantil? John suspirou tirando seu próprio casaco pesado e o colocando junto com o do mais alto. Já havia se passado tanto tempo. Estavam juntos há anos, como podiam continuar sem se entender daquela forma?

John o conhecia melhor do que ninguém. Sabia de todas as suas manias. Podia ler seus sentimentos em seus olhares. Conseguia ver através de toda aquela arrogância e misantropia. Como, então, Sherlock ainda podia ser um mistério para si?

Aquilo o corroía, mesmo sabendo que não precisava entendê-lo por completo. Mas as discussões que tinham eram doídas e cansativas demais. Havia cansado de brigar com ele por coisas que sempre pareciam tão idiotas um tempo depois.

John conseguia escutar o barulho que vinha do quarto. Sherlock deveria estar se trocando, espalhando as roupas pelo quarto como costumava fazer quando não encontrava o que queria. O loiro coçou os olhos cansados e rumou para o quarto.

A cena era exatamente a que imaginava. Sherlock parado na frente do guarda-roupas, peças diversas espalhadas aos seus pés.

–Sua roupa para dormir está na parte de baixo, caso a esteja procurando – o loiro disse encostado no batente da porta.

–Sei onde ficam minhas próprias roupas, John – retrucou de forma seca.

Mesmo assim, Sherlock passou a mexer na parte inferior do guarda-roupa, tirando um par de calças cinzas e uma camiseta branca do local. O moreno passou a se trocar e John o imitou, preparando-se para dormir.

Deitaram-se em silêncio, acomodando-se entre as cobertas quentes sobre a cama. John pensou no ocorrido e imaginou se não seria melhor ter uma conversa franca com Sherlock sobre o assunto.

–John? – o moreno lhe chamou com a voz forte no escuro do quarto.

–Sim, Sherlock.

–Discutir com você é irritante – disse. – Isso toma muito espaço da minha mente e você sabe que eu preciso ocupá-la com coisas mais úteis do que briga de casal.

Talvez John houvesse se ofendido em qualquer outra situação, mas estava com sono e cansado demais para reclamar. Deveria ter aprendido que conversar com Sherlock não adiantaria de nada. Aquele era o jeito dele, no final das contas. E o amava exatamente como ele era.

John apenas pode sorrir para o quarto escuro e procurar Sherlock com o braço, trazendo seu corpo para mais perto de si.

–Talvez seja melhor você só deletar isso da sua mente – John sussurrou. – Só esquecer.

Amanhã era outro dia e ele teria que esperar para ver o que aconteceria, então. Mas no momento, era bom ter Sherlock junto de si.