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Summer Nights


–Por que não vamos pra algum lugar nesse verão, Sherlock? – John perguntou de maneira inocente.

Estava tão quente quanto possível para Londres. O clima estava abafado e quente e tudo o que o loiro queria era fugir do centro londrino.

–E ir pra onde, John, uma praia? – o moreno foi tão desdenhoso quanto conseguiu. – Não tenho tempo para esse tipo de coisa, e eu odeio praias.

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John o olhou da sala. O moreno estava inclinado sobre a mesa da cozinha. Usava luvas amarelas e óculos de proteção sobre o nariz. Estava com uma expressão concentrada, embora John a chamasse de "emburrada".

Suspirou, sabia muito bem que ele recusaria o pedido, mas precisava tentar. Nunca iam pra lugar algum, só ficavam ali, naquele apartamento quente e abafado.

–Como pode odiar praias? – questionou. – As melhores lembranças estão relacionadas a férias e a praias.

–Devo ter deletados a maioria dessas lembranças – disse. – Ocupam espaço demais.

–Pois eu tenho ótimas lembranças – John disse com entusiasmo. – O clima quente, a água salgada, os amores de verão...

Naquele ponto o moreno parecia ter começado a escutar.

–Os o que?

John sorriu de lado, imaginando que Sherlock não deveria ter passado por aquela experiência em especifico em suas viagens até a praia.

–Amores de verão, Sherlock – explicou. – Aquela paixão passageira que costuma acontecer nas férias.

Sherlock o olhava pensativo com os olhos muito claros.

–Já teve algum? – John sabia da resposta, mas não pode deixar de perguntar.

–Katherine James – sentenciou com um ar nostálgico.

Primeiro John pensou que não houvesse escutado direito, depois achou que Sherlock estivesse brincando com ele, mas depois apenas ficou muito surpreso.

–Como é que é? – perguntou um tanto assustado.

Como Sherlock Holmes conseguira se apaixonar? Aquilo beirava ao impossível e John não teria acreditado se o moreno não tivesse dito tantas vezes que o amava.

–Eu tinha dez anos quando aconteceu – contou. – Ela tinha quarenta e havia sido afogada na praia...

Foi exatamente nesse ponto em que John caiu na gargalhada.

–Por que está rindo? – questionou o moreno de forma confusa.

–Eu só... Eu só – John tentou controlar o riso na garganta, estava começando a ficar sem ar. – Eu deveria ter imaginado... Que a sua paixão de verão... Seria alguém morto...

–Não sei qual é a graça – Sherlock disse numa mistura de irritação e constrangimento.

John conseguiu controlar o próprio corpo, que tremia contra o sofá, respirando fundo e secando as lágrimas dos cantos dos olhos, fitou o moreno mais uma vez.

Amores de verão podiam ser incríveis. Eram excitantes, quentes e rápidos. Davam frio na barriga e uma pergunta de "Será que vai durar?". Mas John não trocaria Sherlock por nada disso. O moreno era a sua certeza e era apenas disso que precisava.

Com um beijo carinhoso nos lábios cheios do detetive ele decidiu que não precisavam ir a lugar algum. Londres podia estar um inferno agora, mas as noites de verão seriam maravilhosas de qualquer forma, desde que Sherlock estivesse com ele.