2011

Charles Chaplin disse “Nada é permanente nesse mundo cruel. Nem mesmo os nossos problemas”.

“Você está com sérios problemas. Olha que ela ainda nem descobriu o mais importante” ouço a mulher sentada em minha frente. Ela tem uma face indecifrável, se me lembro bem essa é a face que ela usa em seus assuntos políticos. Eu respirei fundo “É eu sei mãe” eu a encarei e fiz uma pergunta “A senhora sabia?” saiu mais como uma observação. “Eu desconfiava”, ela respirou fundo e focou em mim como se me analisasse. “Eu achei suspeito não poder ir ao enterro da minha própria filha, sem falar no fato que seus colegas não me deixaram vir para os Estados Unidos até recentemente.” “Mãe” eu disse me levantando e indo até ela, me ajoelhei no chão ao seus pés e entrelacei nossas mãos em seu colo “Me desculpe, mas era para o bem de vocês.” Ela passou a mão pelo meu rosto, igual quando eu era criança. “Eu sei querida, de certa forma eu entendo, mas ela vai demorar a perceber.” Ela deu uma pausa e respirou fundo “Você sabe tão bem quanto eu, que ela vai te perdoar.” Eu sorri torto “Talvez se eu tiver sorte ela me perdoe quando for para a faculdade” ela sorriu para disfarçar o que diria a seguir “Ela foi criada para ser forte Emily, e é isso que ela está fazendo agora, logo ela vai perceber que não foi justo o que ela te disse”. “Mas ela não vai pedir desculpas e nem me deixar explicar mãe, e a senhora sabe disso”. “E como sei, acho que vocês duas são muito orgulhosas” Ela me disse dando um olhar repreendedor “Tem certeza que somos apenas nós duas?”. ”Já está tarde Emily é melhor você ir...” eu a interrompo “Mas mãe eu tenho que falar com ela” ela me olhou seriamente ”Quantas vezes eu tenho que falar para você não me interromper? Já é tarde e ela já deve ter dormido, deixe esta noite para ela se acostumar com tudo isso. E amanhã veremos o que acontece. Ela só está assustada, você deveria saber tão bem quanto qualquer um o que a perda nos proporciona. Ela te perdeu, e agora você está aqui viva na frente dela, é lógico que ela está confusa.” Ela se levantou e na hora de se despedir ela me deu um abraço apertado e disse baixinho “Fiquei preocupada com você”.

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Enquanto dirigia de volta para minha casa deixei meus pensamentos vagarem em como cheguei até aqui.

A equipe finalmente tinha pegado Doyle, mas as coisas não terminavam por ai. A mãe biológica de Declan havia sequestrado ele. E no meio dessa bagunça ainda surge a “ressurreição” de Emily Prentiss. Não preciso dizer que foi um choque para a equipe minha volta. JJ (que agora tinha voltado para a BAU) tinha planejado minha volta de uma maneira menos conturbada, mas eu não poderia deixar Declan sozinho, e assim que ela me contou, peguei meu primeiro voo para os Estados Unidos. Graças a Deus conseguimos salvar Declan, porém Doyle morreu. Foi feito uma espécie de auditoria sobre a minha morte e nossa operação para pegar Doyle , para ver quem sabia. Fiquei surpresa ao saber que durante todo esse tempo Aaron sabia que eu estava viva, e não foi só essa surpresa que eu tive. Para essa auditoria foi convidada a Embaixadora Prentiss, para eles saberem se ela colaborou com algo, claro ela disse que não, embora eu tenha certeza que tenha saído muito seco. Após o ocorrido ela foi embora, eu iria até ela, mas fui chamada para o veredito. No final tudo acabou bem, embora eu pensasse que não acabaria. Após entrar na BAU para tirar meu retrato do “espaço para os heróis” fui convidada a voltar a equipe, claro aceitei imediatamente, porém ainda teria que reconquistar a confiança de alguns. Logo que sai de lá fui para a casa que mamãe tinha comprado há alguns anos, era lá que ela se hospedava quando vinha, já era noite, nós começamos a conversar um pouco exaltadas, mas isso era comum, ainda mais depois de tanto tempo sem conversarmos, porém foi ai que ela chegou de repente. “Vovó cheguei, a sorveteria...” Ela empalideceu quando me viu “...Mãe!? A senhora não estava...” as palavras morreram em sua garganta, eu sabia que ela estava em choque, e sabia também que ela deveria saber de uma maneira melhor. Fui tentando me aproximar dela enquanto ela se afastava sutilmente ”Elena, querida por favor deixa eu lhe contar...” ela me interrompeu “Contar o que mãe? Mais uma mentira? Por que pelo visto a senhora não honra promessas” ela disse secamente Isso doeu, e acho que me exaltei “Você não sabe o que aconteceu” ela revirou os olhos, desde quando ela estava agindo assim? Tão rebelde.... Tão eu? “É mãe a senhora tem razão, eu nunca sei o que aconteceu” ela disse isso indo para o seu quarto, essa última parte, eu sabia que era um duplo sentido para nosso velho tabu: o pai dela.

Cheguei no meu velho apartamento e me surpreendi. Ele estava exatamente igual quando eu tinha mandado Elena para morar com minha mãe. Com certeza isso era obra de JJ, sorri ela era realmente uma boa amiga, mas como ela descobriu onde deixei as coisas da Elena? Estava muito cansada e logo fui dormir.

No outro dia estava me preparando para ir trabalhar quando ouço a campainha, vou abrir a porta e me surpreendo com quem está do outro lado. “Posso entrar?” ela me pergunta com o olhar baixo “Claro, essa casa é sua também” ela levanta o olhar e me dá um sorriso fraco, ela se senta no sofá e me espera, eu me sento de frente a ela “Me desculpe, eu não deveria ter feito aquilo ontem” ela disse olhando nos meus olhos, eu a encarei “Você está dizendo isso por que você quer ou porque sua vó mandou?” Ela revirou os olhos “Talvez um pouco dos dois” ela disse envergonhada. “Eu só queria saber a verdade mãe, eu passei sete meses acreditando que a senhora estivesse morta. A senhora sabe o quanto isso dói? Eu não me importo de nunca saber quem é meu pai, ou se a senhora e a vovó estão brigando, mas a senhora não confiou em mim? Por que?” Eu cheguei mais perto dela e a abracei, eu sabia que ela precisava desabafar, isso tudo era demais para ela, respirando fundo e mexendo em seus cabelos eu comecei “Lembra quando você era pequena e foi morar um tempo com sua vó?” ela assentiu com a cabeça “Eu estava em uma missão secreta, e aquela demorou mais do que qualquer outra. Eu estava infiltrada em uma célula terrorista, e Doyle era meu alvo...” Eu contei sobre a missão, claro filtrando algumas partes que ela não precisava saber e contei-lhe também sobre a minha volta repentina “Então quer dizer que Declan é filho do cara que quase te matou?” Eu assenti no início quando nos mudamos ela conheceu Declan, mas não sabia a verdade “Ele está bem?” ela perguntou preocupada “Sim ele está. Lena não espero que você entenda, mas tudo que fiz foi para proteger você, mamãe e a equipe. Eu lhe mandei para a Itália assim que descobri que ele estava solto, assim seria mais difícil ele localiza-la e com mamãe eu sei que você estava segura”. “E por que a senhora não me disse ei querida estou indo para uma missão suicida. Espera um minuto a vovó sabia?” “Eu queria que você se sentisse segura e quanto a sua vó eu apenas pedi a ela que ficasse com você porque eu estava com problemas, mas você sabe que a embaixadora Prentiss tem muitos contatos”. “É eu sei” ficamos ali por um tempo até que ela me fez a pergunta que eu ansiava “Hum mãe? A vovó está indo embora logo e além do mais eu terminei meu ano letivo, será que eu já posso voltar para casa?” eu abracei ela como se minha vida dependesse daquilo. “Claro querida” “Eu te amo mamãe” “Eu também te amo querida”

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