Oportunidades

▸Tédio.


Um bocejo demorado ecoou pelo quarto, quebrando o silêncio momentâneo da manhã. Era um daqueles dias em que simplesmente não importavam as propostas, a cama sempre pareceria muito mais atraente. E com esse pensamento, Temari vislumbrou o marido, dono do bocejo audível de qualquer parte da casa — um exagero, mas poderia haver um fundo de verdade. Ou não? — e atualmente num sono tão tranquilo e moroso que lhe deu vontade de fazer companhia, pelo menos até seus sentidos despertarem completamente para pôr os pés para fora daquela maldição que a arrastava pouco a pouco. Não era nem um pouco preguiçosa, longe disso — se considerava uma pessoa ativa ao extremo —, mas havia momentos que simplesmente era melhor relaxar. E num dia frio de inverno como esse o corpo implorava pelos famosos "só mais 5 minutinhos".

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Surpreendeu-se ao perceber um abraço, os braços do marido a envolveram com ternura e a fizeram chegar mais perto, o suficiente para ser aquecida. E vendo o jeito sereno de Shikamaru, foi se rendendo àquele tédio. Era um tédio diferente, porém ainda incômodo. E ela estava caindo nisso aos poucos...

Sem dar indícios, roçou os lábios nos dele que agiu automaticamente aprofundando o beijo e a puxando mais contra si, o mais confortável que a cama os permitiriam. E assim os lábios se mexiam involuntariamente, num ritmo já tão conhecido pelos dois. Gostavam de experimentar sensações como essa, arrepiavam os pelos da nuca e, sem aviso prévio, ativavam um estímulo ambicioso, queriam sempre ir mais fundo. Por isso, muitas vezes, não se controlavam.

A voz lenta de Temari interrompeu a carícia.

— Melhor levantarmos agora. — Sorriu-lhe de forma calorosa.