Oportunidades

▸Pro dia nascer feliz.


O céu da manhã transmitia uma tranquilidade digna de se relaxar, numa brisa suave que levava embora qualquer espécie de tormenta. Podia-se ouvir as folhas arrastadas pelo vento assim que caíam das árvores que eram o espelho do outono. Um ar puro, arrancando sorrisos e traços bem-humorados tão cedo.

Shikamaru estava deitado, embora em sua face não houvesse quaisquer traços de sono. E, de relance, olhou para a mulher ao seu lado, nada adormecida também. Pelo menos não naquele sentido.

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Ele estreitou os olhos, sentindo a astúcia e inabalabilidade que Temari exalava. Desde quando começara a vir para Konoha como representante de Suna no exame chuunin e Shikamaru fora designado seu guia, os dois já discutiram a razão várias vezes. Mas era inegável que algo a mais brotou, com o tempo. Era possível de se notar pelas reações da loira em relação a provocações muito discretas de Ino, por exemplo. E logo toda Konoha tinha certeza absoluta acerca do relacionamento deles. Tinham mais certeza até que os próprios, a cada nascer do dia acordando para a vida, ocupando-se com os trabalhos concedidos pela Hokage, principalmente sobre o exame. Mal tinham tempo para descobrirem qualquer sentimento, afeição — embora isso tivesse se transformado e, enfim, se tornado palpável.

Poderia soar irônico, mas estavam dormindo para os problemas e outras questões — por mais que Nara Temari fosse um exemplo de mulher problemática, e isso fosse deveras irritante às vezes. Se, vendo Yoshino, Shikamaru já achava as mulheres muito mandonas e agressivas, a kunoichi de Suna o fez pensar que estava completamente certo. Entretando, com o tempo, percebeu algo de imenso valor: seu pai tinha razão. O amor realmente mexia muito com as pessoas, e ele pôde ver o lado doce de Temari. Mesmo que pensasse ser inexistente.

— O que está olhando? Perdeu algo na minha cara? — ela perguntou e franziu a testa.

— Tsc. Você é a grávida mais problemática que já conheci.

­— E você é um marido preguiçoso, seu bebê chorão. — Desviou o olhar. — Espero que a criança não seja como você.

— Se ela for como você vai ser a maior dor de cabeça. — Contorceu o rosto numa expressão aparentemente de dor, ao imaginar um filho (ou filha) com o gênio forte de Temari pela casa. Não aguentaria, de verdade. Sua mulher já era mais do que o suficiente.

— Esse bebê precisa de firmeza, não de preguiça — retrucou, por fim levantando e limitando-se a sentar na cama.

— Com essa firmeza vêm os problemas — resmungou, imitando-a.

Eles não perdiam um oportunidade sequer em fazer suas personalidades entrarem em conflito, e dessa vez o bebê era a atenção principal dos dois. Mesmo casados, não perderam velhos hábitos, que por vezes faziam-nos torcer o nariz. No entanto, seria estranho se mudassem diante de uma mudança de estado civil. Ele seria Shikamaru para sempre — o homem especialista em fugas, indolente porém esperto. Assim como ela seria a Temari — a mulher firme e determinada, sem medo de falar o que pensa.

Sem falar muita coisa, o Nara puxou-a com as mãos firmes nos quadris femininos, arrancando um sorriso de canto da mulher. Apesar de tudo, ambos se amavam e estavam bem como marido e esposa. A vida estava perfeita para se celebrar, da maneira peculiar tão exclusiva deles.