Um retrato de nós dois!

Capitulo seis


Cinco anos haviam se passado, eu agora vivia em uma casa estilo flat na parte de trás da casa de meu pai. Construímos ali dois quarto e uma sala integrada com a cozinha, este pequeno sopro de privacidade era muito bem-vindo e nos auxiliou a encontrar um equilíbrio em nossa família.

Com seis meses de curso decidi por uma mudança drástica, desisti da medicina e fui estudar genética humana, o trabalho de pesquisa era relativamente mais calma e ainda me mantinha próxima ao meu desejo inicial. Eu agora estava formada e fazia parte de um grupo de estudos sobre câncer infantil, todas as pesquisas eram feitas no laboratório do próprio hospital e o que exigia a saída da cidade era feito por uma outra equipe, sendo assim eu tinha um horário equilibrado de trabalho e conseguia fazer parte integral na vida de meu filho.

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Robert se mostrou um garoto lindo e muito inteligente com o passar dos anos, e mesmo que eu quisesse escondê-lo de sua família paterna seria impossível, o jovenzinho era a cara do pai, não havia nada em seus traços que o ligasse a mim. Emyle era o oposto de meu rapaz e isso tornava as coisas divertidas em casa, enquanto ela era a peste em forma de criança, ele era a tranquilidade que a fazia entender as regras e se comportar quando necessário.

Meu pai se aposentou a poucos meses e agora era o motorista oficial das crianças, ele as levava a escola, ao parque, zoológico e todos os passeios imagináveis por duas mentes de 4 anos. Sue os acompanhava sempre que possível e não se sentia ofendida quando apontavam aos dois como seus netos, Robert sempre deixava estas pessoas sem fala.

“Não moça, ela não é avó da minha tia, só minha.”

A primeira vez que ele respondeu estávamos todos em um supermercado e acabamos por rir muito da cara assombrada da mulher que nos questionou. Foi tão inocente e ocorreu de forma tão rápida que em nenhum momento pensamos em corrigi-lo, realmente não havia o que corrigir, ele até havia sido educado com a moça.

“Queridos cheguei.”

Gritei ao entrar na casa de meu pai.

“Eu trouxe visitas e chocolate.”

Só após esta afirmação duas pessoazinhas enlameadas passaram pela porta da cozinha correndo para o meu colo. Não hesitei em pegá-las e enchê-las de beijos até que perceberam a presença de Jacob e Vanessa atrás de mim e se colocaram a correr atrás dos dois que fugiam para a cozinha tentando impedir os enlameados de os pegarem.

Eu segui calmamente para o mesmo lugar seguindo as pegadas até o jardim, meu pai estava completamente coberto de lama e dentro de um enorme buraco feito no chão algo próximo a 15 metros quadrados na lateral de nosso quintal.

‘Devo perguntar?”

Questionei com as sobrancelhas erguidas e ligeiramente assustada.

“Eu estava preparando a cova dos dois, mas você atrapalhou.”

“Lamento muito por isso, vou deixar o chocolate na bancada e volto mais tarde.”

Falei divertida ao ver Sue se aproximando com uma jarra de suco e copos sobre uma bandeja, Jacob e Vanessa já estavam rolando no chão e agora além de enlameados recebiam lambidas de nosso pequeno São Bernardo Jonas. Outra ideia genial de meu pai, o cachorro era maior do que eu e parecia adorar colo, ele só não entendia que tinha uma bunda maior do que minhas pernas suportavam.

“Ele encomendou uma piscina para as crianças. Farão a instalação amanhã pela manhã.”

“Eu não deveria saber disso?”

“Não.”

Ambos responderam sorrindo cumplices e eu mantive minha cara de surpresa por mais alguns instantes até que meu filho me tirou do chão com sua pergunta.

“Mamãe, hoje na escola fizemos cartões para o dia dos pais. Meus amiguinhos disseram que eu não poderia entregar ao meu avó por que ele não era o meu pai. Quando vou conhecer o meu pai, mamãe?”