Coletânea De Contos

Sala de Espera. - Sansa/Margaery.


Um coração fraco e um sorriso encantador.

A loba que foi tocada pelas pétalas de uma rosa.

Sansa subiu as escadas lentamente, acompanhando os passos de Catelyn. O celular preso em suas mãos, a música tocando pelos fones de ouvido. Era lenta, era calma. Ela quase podia suspirar ouvindo.

As duas subiram o último degrau, um pouco ofegantes. Sansa ergueu o olhar do celular, observando a sala. Não havia nada demais, não era muito grande, com uma janela que tinha uma bela vista e alguns sofás brancos. Mas havia alguém ali que tinha feito a garota paralisar por alguns momentos.

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Ela era linda. Incrivelmente linda. Estava sentada de forma displicente, quase deitada, em um sofá, folheando uma revista qualquer. Seu cabelo castanho caia pelos seus ombros e um batom escuro pintava seus lábios.

Sua beleza esquentava Sansa por dentro e por fora, e ela podia jurar que suas bochechas estavam tão vermelhas quanto seus cabelos. Após alguns segundos, ela notou o quão estranho era ficar parada ali, encarando a garota.

Ela seguiu Catelyn, se sentando ao seu lado em um sofá, de frente para a desconhecida que, aparentemente, estava acompanhada da senhora ao seu lado.

— Tudo bem, Sansa? – Sua mãe pergunta, é difícil desviar o olhar da menina do outro lado, mas ainda sim, ela o faz.

— Sim, por que?

— Parece meio distraída. – Sansa dá de ombros. Sim, ela estava distraída, totalmente distraída.

— Vovó, olha isso! – A garota diz, se empolgando com algo na revista, abrindo um sorriso.

Sansa perde o ar. É o sorriso mais lindo que ela já viu, o mais encantador. É aberto e ela pode ver todos os seus dentes. Mas acima de tudo, é verdadeiro e isso a encantada.

A senhora, sua avó, sorri para a garota e lê algo na página que ela mostra.

— Bem interessante, agora, por favor, sente-se direito.

A jovem revira os olhos, mas não se mexe.

— Estou bem assim. – Comenta, rindo da expressão desgostosa da avó. É um som mágico, que enche os ouvidos da ruiva e a faz piscar repetidamente algumas vezes. É muito melhor que a música que tocava em seu fone, este agora esquecido em seu colo.

É difícil não encará-la, tentar se focar nas outras coisas ao redor. Sansa está sentada de pernas cruzadas e ela não pode evitar pensar o quanto parece uma garota sem graça, perto daquela rebeldia insanamente linda e tentadora.

Em algum momento, seus olhares se cruzam e a ruiva rapidamente abaixa os olhos para o chão, evitando ergue-los por um longo tempo. A garota não a olha novamente, mas ela deseja que sim. Deseja muito. E é decepcionante notar que talvez isso não aconteça mais.

Ela nem ouve o oculista lhes chamarem, até que ela e a avó levantam e vão em direção a sala dele. Sansa os segue com o olhar, tentando olhar pela fresta da porta e não perder a menina de vista.

A ruiva se sente ansiosa, com a garota tão perto e tão longe. Sente que há uma corrente elétrica em todo seu corpo. Não pode evitar se levantar e ir até a janela, espiando a rua lá fora. O céu está fechado, e talvez venha uma tempestade por ai. Uma tempestade tão grande quanto há que acontece dentro daquelas paredes, dentro de Sansa.

Respirando fundo, ela amarra os longos cabelos em um rabo de cavalo e vai em direção a grande maquina de café no canto da sala, apertando alguns botões.

— Acho que não está funcionando. – Sua mãe comenta, do outro lado da sala.

— É, merda.

— Sansa. – Ela a repreende, pelo palavrão.

— Desculpa, mãe.

Sansa se senta novamente, batendo o pé impacientemente. Quer ir embora e voltar para seus livros de romances vitorianos, ao mesmo tempo em que deseja abrir a porta do médico e tocar os longos cachos da desconhecida, seu rosto e, deuses, seus lábios.

Maldita coragem que nunca se abateu sobre si, ou caso contrário já teria dado um jeito de descobrir o número dela.

Ela simplesmente não entendia aquelas sensações que se apoderava de si lentamente e intensamente. Talvez fosse amor a primeira vista? Quem saberia dizer. Ela só queria aproveitar aquele sentimento, antes que ele flutuasse para longe.

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A porta se abriu e Sansa se aquetou no mesmo instante. A loba dentro de si havia parado com tamanha ansiedade e correria, agora se sentava, observando alegremente a garota que saia pela porta.

Ela de despediu do médico com um aceno, enquanto o mesmo chamava Catelyn.

— Já volto. – Disse a Sansa, que apenas concordou com um balançar da cabeça.

A desconhecida atravessou a sala majestosamente, sorrindo ao lado da avó.

— Só um minuto, já desço. – Disse a senhora, que concordou.

Ela se virou, seu olhar se encontrando com o da ruiva, que sentiu seu coração se desesperar dentro do seu peito, praticamente explodindo. Sua respiração ficou intensamente acelerada e Sansa achou que iria desmaiar.

A garota se aproximou lentamente, sentando-se ao seu lado. Ela puxou seu celular delicadamente, ainda sorrindo. A ruiva não se mexia, não se atreveria a desviar o olhar daqueles belos olhos castanhos e perde-la por segundos. Estava atordoada demais. Digitou algo e depois lhe devolveu.

— Margaery.

— O que? – A garota resmungou em um sussurro.

— Meu nome. É Margaery Tyrell, meu celular está marcado ai, me liga.

A garota concordou apressadamente e Margaery se inclinou, depositando um beijo cálido em sua bochecha, a Stark ficou tremendamente vermelha. A garota riu, se levantando, girando e indo em direção as escadas.

— Sansa. – A ruiva disse, rapidamente, em um surto de coragem. – Meu nome é Sansa Stark.

— Bem, foi um prazer, Sansa. Espero te ver logo.

Eu também, pensou, admirando o número dela em seu celular, eu também.